Toshiharu - Gaijin

O sol estava a pino quando Toshiharu vislumbrou a cidade de União ao longe. O samurai, que já havia visitado a capital de Ling-Xao e achado que não veria cidade maior que ela, teve que mudar de opinião. União se espalhava por uma área duas vezes maior, pelo menos, com edificações, torres e muralhas bem mais imponentes. Em tamanha concentração de pessoas com certeza encontraria oponentes dignos e oportunidades para se aprimorar.

- União. Um nome pretensioso, no mínimo. Tanta gente em tão pouco lugar, gera tanta energia negativa que logo, logo as pessoas começam a se enfrentar ao menor esbarrão – disse uma voz masculina aveludada.

Toshiharu nem olhou para o dono daquela voz, um pixie que havia decidido por si só acompanha-lo em suas viagens, somente pelo fato de ter sido libertado pelo samurai. Acidentalmente.



- De qualquer modo, um bom local para você aprimorar suas técnicas de conquistar mulheres. Com certeza encontraremos uma que seja do seu gosto, e que não se importe por um oriental caolho e manco. Não se preocupe, aprendera com o mestre – disse Moonbeam, pousado sobre o ombro de Toshiharu.

Toshiharu, o samurai, mancava a cada passo dado, mas isso não diminui seu ímpeto e com certeza a conquista de mulheres não estava em seus maiores objetivos nesse momento.

Ele resmunga certas palavras de reprovação em seu idioma e depois responde no idioma comum - Não é momento de me aquietar e sim de me preparar os demônios e os bandidos tem o Selo de Asano e não posso voltar para casa e nem ficar em paz comigo mesmo enquanto isso não for resolvido. - Diz encarando o "pixie" com o único olho que lhe restava para ver o outro está coberto por um tapa olho que escondia o ferimento.

- União... Que nome curioso para um lugar onde as pessoas estão tudo menos unidas. Yokatta, talvez tenhamos pistas. sim pistas. - diz mais para si mesmo do que para o outro e manca indo em direção da entrada principal.

Moonbeam decola do ombro de Toshiharu e zumbe em seu ouvido.
- Voce fala muito desse selo e bandidos e demônios... Foram eles que fizeram isto com você? – pergunta, apontando para o olho cego – Não se preocupe, vou ajuda-lo com isto também.

Seguindo pela estrada, Toshiharu e Moonbeam cruzam com um numero cada vez maior de transeuntes, sejam eles comerciantes e fazendeiros em suas carroças, moradores locais e estrangeiros de outros lugares de Dominus. O oriental viu elfos, anões, humanos de Rabiah, meio-orcs... Alguns armados, outros trajando vestes de nobres. Na terra, cavalos e seus cavaleiros. No ar, coisas que pareciam enormes mosquitos de metal, e também barcos voadores. União era uma cidade estranha, e muito movimentada.

Porém uma das carruagens chama a atenção do samurai. A mesma passou em grande velocidade, e numa das laterais tinha a bandeira de Ling-Xao, e estava acompanhada por cavaleiros vestidos com o uniforme típico das terras de seu Daimyo, Shimazu Akira!

O samurai expressa uma face de surpresa, porém esta dá lugar a uma outra expressão de arrependimento e vergonha que não era hora de encarar os seus ... não sem o objeto ... não sem o Selo de Asano então ele manca o mais rápido que pode tentando evitar que fosse visto.

Toshiharu em sua desesperada fuga não presta atenção em seu caminho, e em sua desabalada carreira esbarra em um meio-orc, desequilibrando-o. O mesmo abana os braços como um pássaro, e cai em cima de um monte de estrume deixado pelos cavalos da estrada. Os que estavam por perto riem da cena, mas logo se calam ao ver um furioso meio-orc que se ergue daquela sujeira. Moonbeam engole em seco, e se esconde atrás do samurai.
- Bork todo sujo! Bork vai fazer homenzinho comer estrume! – vocifera o humanoide em tom gutural.

Humildemente peço desculpas pelo seu infortúnio, mas recomendo que contenha-se eu lhe pagarei como desculpa a refeição e uma cerveja e recomendo que aceite... Olho sério para ele e rolo intimidate.

Bork arregala os olhos e mostra suas presas. “Ä mãe de Bork é o que? Raarrrrrgghh”

O meio-orc se lança contra o samurai e num salto o agarra, os dois caindo ao chão e rolando. Forma-se uma pequena roda, com pessoas apostando no possível vencedor. A maioria opta por Bork.
- Pois eu aposto 1 moeda de ouro no samurai! – diz Moonbeam, entregando seu dinheiro para o organizador das apostas.

Tento me desvencilhar dele e bem se tem que ser na marra dou-lhe um soco.

A força do meio-orc era impressionante, e a luta no chão era desfavorável para Toshiharu: o soco em revide se perdeu no ar.

O barulho da torcida era alto, mas aos poucos foi diminuindo, e a roda foi se abrindo. O abrupto silencio foi percebido pelos dois lutadores, com Bork soltando o samurai para ver o que acontecia.
Seu rosto subitamente estava a poucos centímetros de uma afiada ponta de uma espada.
- Apesar de estarem fora da cidade, esta zona ainda é jurisdição da Guarda Sul de União. E brigas em locais não-sancionados são proibidas, passiveis de punição – disse Estele, uma mulher de cabelos prateados e vestida com uma armadura completa – Acompanhem-me ate a guarda da cidade.

Toshiharu acata as ordens da chefe da guarda pacificamente, ao contrario de Bork, que esbraveja e resiste. A comitiva segue em direção do portão sul de Uniao, por onde passam e logo chegam ate o edifício da guarda.

Após uma breve conversa com seus colegas, Estele desce um lance de escadas com os prisioneiros, que são colocados em celas separadas. Bork pega um caneco e começa a bater nas grades.
- Bork preso, sem razão! Bork jogado em estrume, defendeu honra de mãe, e estar preso por isso!

Toshiharu percebe que numa das camas estava um humano de cabelo e barba castanhos escuros, deitado, colocando as mãos nos ouvidos.



- Mas que inferno! Venho aqui para descansar e logo tem um “inocente” gritando e esperneando. Todos nesta cadeia estão presos injustamente, se quer saber... – diz, e num salto se levanta, aproximando-se de Toshiharu. – Prazer em conhece-lo, fala minha língua? Meu nome é Byron Barton, comerciante de objetos alheios... E por que esta aqui, meu caro amigo?

O ladino faz um gesto de compreensão.
- Sei, sei... Bem, como não foi nada grave, em breve estará saindo daqui. Sabe, gostei de você. Meu bando esta precisando de gente nova, com atitude, e você seria uma boa aquisição. Interessado?

Byron nega veementemente com a cabeça.
- Não é nada disto que esta pensando, colega. Somos um... bando aventureiro, isto. Não fazemos nada de errado, não... Nós estamos a procura de aventuras, aventuras de qualquer tipo. Sabe como é, a crise esta brava, não podemos recusar nada! Acontece que estamos a procura de uma pessoa justamente com o seu perfil, para participar de uma missão especial. Vai ter um bom retorno monetário, oportunidade única! Interessado?

Eu tenho algo que me prende, um objetivo por isso não posso prometer ficar de forma permanente, mas ajudar por um tempo me é possível, mas quando for a hora deverei partir para recuperar minha honra e ter a desforra contra aqueles que a macularam. Diz em concordância.

Byron bate amigavelmente no ombro de Toshiharu.
- Que ótimo que aceitou! Então, sua primeira missão é me tirar daqui. Pois é, quando voce sair, preciso que va para o lugar onde meu bando se esconde, quer dizer, onde temos nosso centro de operações. Diga que fui preso, e que providenciem o dinheiro para a minha fiança. Como eles são muito desconfiados, diga que se eles me ajudarem, eles receberão o dobro!

O ladino explica como chegar no local, e então se deita para dormir.
- Por enquanto é só. Logo, logo voce vai sair, não se esqueça do combinado – diz, e logo começa a roncar.

É tarde quando um dos soldados liberta Toshiharu. Ele é encaminhado para a sala da capitã da guarda, Estele. Ela diz para o oriental se sentar, e lhe mostra os pertences, que estão dispostos num armário.
- Muito bem, espero que tenha esfriado seus ânimos, forasteiro. Primeiramente quero saber o que faz em União, tão longe de sua terra natal, Ling-Xao.

Estele tamborila os dedos na mesa, pensativa. Ela nega com a cabeça.
- Não, voce já pode ir. Mas antes que se vá, quero que faça uma coisa para mim – diz a chefe da guarda, pegando um pergaminho e abrindo-o a frente de Toshiharu. Estava na escrita oriental – Quero que traduza o que esta escrito para mim.

Toshiharu olha rapidamente e le silenciosamente o seguinte:
“Lady Shimazu Kashiko chegará em União em 3 dias e corre grave perigo. Avise o embaixador de que sua segurança deve ser reforçada. A Guilda da Serpente pode estar envolvida.”

Estele olha fixamente para Toshiharu. “E ai, o que diz a mensagem?”

O samurai com a permissão da detentora do pergaminho o toma para ler mais de perto e com o olho bom ele lê a mensagem primeiro para si.

Lady Shimazu? Aqui?o que está havendo? Guilda da serpente... Pensa o samurai

Em off::

Com dignidade de um mensageiro com uma mensagem importante ele diz - A mensagem que caiu em suas mãos, pois afinal se a você fosse destinada não estaria escrito no idioma de Ling Xiao diz que Lady Shimazu Kashiko chegará a União em três dias e que o embaixador deve tomar providências sob a guilda da serpente. -