Toshiharu - Gaijin

Toshiharu por um momento nada diz como se estivesse mesmerizado pelo que via e também não queria quebrar esse momento, mas em seu intimo ele sabia que devia era o certo e então respeitosamente ele diz de onde está.

- Impressionante, minha senhora. Realmente impressionante. Precisava lhe falar por um breve momento se for possível.

As palavras de Toshiharu tomam Lady Shimazu de surpresa, que instintivamente assume posição de combate, sacando uma kunai de seu quimono. Ao reconhecer o samurai, ela fica desconcertada, ruborizando na face. Sorrateiramente ela guarda sua arma, e sem graça ensaia um cumprimento.
- Ah, é o senhor... Bom dia, não o esperava tão cedo... Por favor aproxime-se. A flores da cerejeira estão lindas e perfumadas, aqui é um ótimo lugar para conversarmos. Sobre qual seria o assunto?

O samurai se aproxima e fala reservadamente - Eu falhei no resgate do selo e confesso que esperava a ordem de seppuku, embora no meu intimo eu ao menos tinha esperança em uma ultima chance de resgate da honra não apenas minha, mas daqueles que tombaram a meu lado.

- Me tomará por louco, mas eu acho que fui visitado por meu finado líder de grupo nesta madrugada e isto me deixou sobressaltado ainda mais que o mesmo revelou que não fui o único sobrevivente de meu grupo, porém eu vi todos serem executados. Estou a lhe aborrecer com sandices creio eu? Talvez me tome por um parvo que recebeu pancadas demais na cabeça me perdoe. - Diz o Samurai envergonhado, mas precisava dizer isso para alguém.

Em meio as cerejeiras, Lady Shimazu ouve calada as preocupações do samurai, expressando uma certa surpresa com a menção ao espirito do antigo chefe do grupo. Delicadamente ela afasta uma mecha de seu cabelo que cobria sua face e diz:
- Não, não creio que seja sua imaginação. Já ouvi muitas historias a respeito daqueles que retornaram do outro mundo, e nem todos são malignos. Seu chefe está em busca da paz, e não há porque duvidarmos que diz a verdade. Pelo que me lembro do seu relato, vocês foram emboscados, não é verdade? Os bandidos poderiam muito bem já estarem sabendo da chegada de vocês, alertados por vozes traidoras...

A oriental então, pensativa, começa a caminhar por entre as arvores. Sua face era de preocupação.
- Mas por que eles encenaram a morte do traidor? Qual a motivação?

- Que os ancestrais me perdoem lançar lama a alguém, mas a ganância supera o melhor entre os homens, mesmo nós os samurais ainda somos apenas homens e passíveis de falhas, mas quem saberá a motivação ainda mais que não foi dito quem foi que sobreviveu.

Lady Shimazu ouve a resposta do samurai e muda de expressão. Ela acena com a cabeça, resoluta.
- Não, não sabemos, e creio que esta seja uma informação importantíssima! Se soubermos quem foi, podemos ir atrás de seus familiares, amigos ou contatos, para ter mais pistas desta traição. Voltarei para Ling-Xao e começarei uma investigação!

A filha do daymio parece se esquecer de Toshiharu e caminha apressadamente em direção da mansão da embaixada. Ela então para e se volta para o samurai.
- Se tiver qualquer informação sobre a identidade do traidor, avise-me sem demora! Ganharemos um tempo precioso se tivermos esta informação.

Toshiharu faz uma vênia de respeito era estranho que não tivesse tido logo de cara feito a saudação e ficar o tempo todo olhando para o chão afinal a filha do senhor era tão importante quanto o próprio senhor.

- Sim Lady Shimazu e. .... Obrigado por acreditar em mim. - Ele diz meio sem jeito enquanto a mesma saia e pensava com seus botões e agora? Estava sem ideias do que fazer em seguida talvez procurar o armeiro e ver se conseguia uma armadura melhor que que usava afinal proteção melhor talvez o ajudasse.

FIM DO INTERLUDIO

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Assim que o interludio do Delvar/Shmul terminar, avançamos.