por Edu Seg Out 08, 2012 12:22 pm
A historia de Zaketrin em sua grande parte se trata de opostos. No começo ela nasceu em Maerimydra, a cento e vinte e três anos antes do ano da magia selvagem. Logo no primeiro ano da sua vida começa sua primeira contradição. Sua mãe devota de Lolth havia prometido sua segunda filha em sacrifício a deusa. Quando se fala em mãe se pensa em amor incondicional aos seus filhos, mas parece que não foi o caso da mãe de Zaketrin. Ela viu a filha apenas como um meio de conseguir a graça da sua deusa. O pai de Zaketrin foi terminamente contra o sacrifício da filha e fugiu com ela para as Deep Wastes.
Na fuga ele foi mortalmente ferido mais ainda assim conseguiu levar a filha para fora de Maerimydra morrendo um pouco depois de sair da cidade. Nesse momento foi quando mais uma das contradições da vida de Zaketrin. Dois mercenários vinham saindo da cidade drow rumo ao posto avançado de Szith Morcane levando um grupo de escravos humanos e anões. Foi quando um deles ouviu um choro de criança distancia.
Adinimys virou e perguntou curioso pra seu companheiro:
- Você ouviu isso? Parece um choro.
- Sim eu ouvi e daí. Deve ser uma bebê abandonado, deixa ele pra lá. Nós temos prazo pra levarmos esses escravos –
Respondeu Kelnozz o companheiro de Adinimys.
Apesar da resposta de Kelnozz, Adinimys foi caminhando em direção ao som do choro. Nunca deu muita atenção a Kelnozz, não gostava muito dele só não tinha cortado sua garganta porquê precisava dele. Continuou rumo ao som e viu um Homem drow caído morto com um bebezinho nos braços. A criança tinha a pele da cor de obsidiana e os cabelos brancos como uma perola.
O mercenário puxou a adaga da bainha e se aproximou para matar o bebê. Era melhor mata-lo ali do que deixa pra morrer de fome ou devorado por alguma fera. Pegou a criança dos braços do homem e ia enfiar a adaga na criança quando percebeu que ela tinha parado de chorar e tinha uma expressão tranquila olhando pra ele. Adinimys apesar de ter feito muitas maldades sempre quis ser pai, mas não o fazia pos tinha medo que quando se unisse com alguma drow acabasse com uma faca enfiada nas suas costas. Agora era sua oportunidade de ter uma filha e imagina o com grande seria uma drow criada seguindo os seus ensinamentos? Seria bem melhor que aquele idiota do Kelnozz.
Assim a sorte sorriu pra Zaketrin, Adinimys resolveu pegar o pequeno bebê pra criar, apesar de todas as reclamações de Kelnozz.
Adinimys era um mercenário drow frio e quase sentimentos, mas em relação a Zaketrin tudo mudava. A consciência sua dizia que a drow deveria ser algo melhor que em geral os drows eram. Por isso mesmo queria ela longe da influencia de Lolth. Assim Zaketrin cresceu sem se importar com deuses e deusas, ela não ligava pros ensinamentos de Lolth.
Logo quando pode segurar uma espada começou a trabalhar como mercenária em geral fazia pequenos trabalhos como caçar nas Deep Wastes ou transportar escravos de Maerimydra a Szith Morcane, no meio tempo das missões ela treinava com seu pai adotivo para melhorar cada vez mais habilidade com espadas.
Quando tinha 100 anos de idade seu pai veio a falecer, mas antes de morrer ele lhe de presente uma armadura especial que tinha comprado especialmente pra ela. Era ela mágica e a protegia de forma melhor que uma armadura normal. Ela era feita de aço e por baixo tinha uma malha que colava bem ao corpo e ajudava a proteger mais.
Com a morte de seu pai Zaketrin acreditou que não tinha mais nada que prendia a Szith Morcane. Então dois dias depois da morte de seu pai ela partiu pra as Deep Wastes em busca de aventuras e tesouros.
Ficou vagando durante mais ou menos 18 anos fazendo algumas missões aqui e acolá. Indo desde cidades não-drows como Blessed-Seahaven. Até a grande cidade Drow de de Maerimydra . Zaketrin tinha alguma fama por causa do seu pai, que tinha sido um mercenerio bem conhecido. As missões na qual era contratada eram simples em geral, como recuparer um item roubado, levar alguma carga de um lugar pra outro ou transportar escravos. Nunca tinha tinha sido contratada pra uma missão de assassinato. Sabia pela natureza do drows sempre tinha muito desse tipo de trabalho, mas procurava evitar. Até mesmo porque o pagamento dessas missões era a morte, afinal, ninguém queria uma testemunha viva de que mandara matar alguém.
Dezoito anos já tinham passado desde a morte de seu pai e estava numa taverna em Maerimydra, descansava após um viagem longa e cansativa vinda Szin Morcane. Estava sozinha sentada numa mesa. Tinha esticado as pernas e apoiado em outra cadeira. A taverna estava vazia além dela só tinham mais 3 pessoas. Não prestava atenção nelas, estava mais concentrada no seu copo de cerveja do que qualquer outra coisa. Tomou um gole e olhou pra suas botas. Enquanto seus pensamentos voavam, uma entrou na taverna e sem cerimônia veio direto pra sua mesa. Puxou uma cadeira e se sentou.
- Quem te deu permissão pra vir e sentar aqui nessa mesa? – Indagou Zaketrin de forma rude o fato da pessoa ter sentado na sua mesa.
- Cuidade com que fala, mercenária. Eu uma membra da casa de Chûmavh , posso contar a sua língua pelo que falou pra mim aqui – Afirmou a pessoa se revelando uma mulher.
- E posso saber o que uma pessoa você diz ser, quer com uma reles mercenária numa taverna como essa?
- Infelizmente tenho uma tarefa que me faz vir a lugar aonde gente como você – respondeu ela.
- Oh, primeiro que tipo de tarefa é? E segundo porquê estaria interessa? Sendo que as clerigas principalmente as das grandes casas adoram pagar com a morte a alguém faz algum trabalho pra elas?
- Se é morte o que você quer, eu posso lhe dar isso agora – a drow fala isso e outros drows que estavam na taverna se aproximam da mesa e cercaram Zaketrin – Vê, nós podemos resolver isso de uma boa forma. Você ouve o que tenho a dizer, ganha algumas moedas e sai viva daqui ou posso pagar você da forma como geralmente as clerigas de Lolth
pagam. Que acha?
- Ah, claro. Uma nobre sozinha numa taverna plebeia, que tolice minha. Vamos diga o que você tem a falar pra mim – Falou ironicamente Zaketrin.
A drow nobre deu um sorriso de satisfação e voltou a falar:
- Eu preciso que você recupere um item pra mim. É um anel que um drow roubou de mim. Seu nome é Phaeqel e ele fugiu pra superfície. Quero que traga o anel pra mim e o mate.
- Entendo e quanto vai me pagar por isso? E como é o anel que quer? E tem alguma característica nesse especial drow? – perguntou Zaketrin.
- Pagarei 25 moedas de ouro agora e 25 moedas quando me entregar o anel e a cabeça de Phaeqel e ele tem uma tatuagem grande no rosto e é careca. Dificil de confundir.
Zaketrin coça o queixo e alisa os longos cabelos brancos.
- Okay, irei fazer a busca por ele. Tem mais alguma coisa que eu preciso saber?
- Acredito que não Zaketrin.
Com isso a nobre se levanta da mesa sorrindo e deixa um saco com moedas de ouro. Não se dispede nem nada. Apenas caminha e sai da taverna acompanhada dos outros três.
- Mal educada...- Pensa Zaketrin enquanto a outra drow saia da taverna.
Agora tinha ao que pareceu um trabalho importante e bem complicado. Tudo que envolvia superfície era sempre difícil. A recepção dos seres de lá de cima não seria das melhores, mas frustrar uma nobre de uma casa importante era uma coisa que não queria fazer.
Passou a noite ali na taverna e partiu pra superfície. Quando saiu no vales das sombras teve uma sensação esquisita. Ela nunca tinha indo pra superfície antes e ao ver o céu daquele jeito ficou um pouco temerosa. Sentia-se como fosse cair no céu, afinal, parecia um imenso buraco infinito e sem fundo. Essa sensação passou com o tempo, e logo ela se acostumou com a superfície.
A viagem pela superficie foi difícil e o rastro de Phaeqel cada vez ficava mais difícil de se encontrar. Viajava de noite e longe das estradas. Queria evitar encontrar com humanos, quantos menos os vissem melhor. O rastro terminou quando chegou a Teshwave. Não tinha mais indicações para onde ele tinha ido e isso deixava sua situação complicada.
Teria que coletar informações, no entanto se perguntava “como?”.
Nunca foi temerosa e a solução na sua cabeça foi ir longo numa taverna e pergunta se alguém tinha visto um drow recentemente. Saberia que poderiam atacar ela, mas não há gloria se não houver dificuldade né? Obviamente não liga pra coisas como honra ou gloria que pra ela soavam como idiotice mas sobreviver e não cumprir a missão que a nobre lhe dera seria algo muito ruim pra sua pele. Determinada caminhou pela cidade e foi pra taverna. No trajeto alguns olharam espantados, outro chegaram a botar até a mão no cabo da espada no entanto ninguém tomou uma atitude mais hostil.
A drow adentrou na taverna. No momento que o fez sentiu a pesada atenção de todos cair em cima dela. Isso definitivamente não era uma coisa boa. Caminhou o mais rápido possível para o balcão e chamou o taverneiro. O homem de meia-idade olhou pra ela com cara de desconfiado e medo.
- Não aceitou gente da sua espécie aqui na minha taverna. Antes que alguma coisa aconteça com você se retire – Diz ele palavras duras e diretas.
- Olha eu não quero importunar, só preciso saber se um outro Drow de cabeça cabeça e tatuagem no rosto passou ou não por aqui e pra onde ele foi. Você me responde e eu lhe dou 5 moedas de ouro pelo desconforto de ver minha cara e vou embora. Que tal? – Faz ela a proposta ao taverneiro.
- Não sei de drow nenhum que tenha passado por aqui – responde bruscamente o homem.
- Okay,okay – diz ela botando 5 moedas de ouro no balcão.