Darrik Hamell
O Senhor das Lágrimas
Prólogo - Terra em Chamas
A última guarnição que restava esperava ansiosamente pela morte. Homens e crianças, obrigados a encarar uma luta injusta contra adversários numerosos e sedentos por sangue. Uma das últimas fortificações do exército Lannister iria sucumbir em breve por homens comandados por Eddard Stark. O ar ganhava peso com os lamentos dos mais fracos e os urros de guerra dos algozes que avançavam até aquela pequena fortificação. O homem que usava agora o
pseudônimo de Tom Caolho - e que outrora fora conhecido como Darik Harrel -, era um desses destinados a sofrer até que fosse tocado pelo Estranho.
Tom Caolho caminhava com dificuldade pelo acampamento. Sua coxa esquerda queimando a cada movimento devido a um antigo ferimento de batalha. Em seus sonhos mais sombrios, ainda conseguia sentir o momento que a flecha havia perfurado aquela parte do seu corpo. O estranho, no entanto, era que ao acordar encontrava algo pior que o pesadelo. Suas chances de integrar o exército do rei foram dissipadas pela maneira que mancava após aquele incidente. O que um homem pode fazer se os ventos do céu recaem em fúria sobre ele? Olhou para uma fogueira improvisada por soldados que haviam resistido até o final. O semblante de cada homem era a própria sombra da morte, olhos vazios e inexpressivos como de garotos que observam uma cena do qual não conseguem entender.
Estamos perdidos. O cheiro de carne de ave fez seu estômago roncar, lembrando a si mesmo que não comia fazia um dia inteiro. Que homem próximo da morte iria compartilhar sua última refeição com alguém que tem como o vento seu algoz? Tom se esforçou para continuar caminhando.
Por todo lado que andou foi acompanhado por um sentimento estranho dentro de si. Seu peito parecia encher-se de uma falsa esperança de vitória ao observar camponeses que nunca haviam lutado se armar como soldados. Pais que se despediam de seus filhos como heróis de canções. Podia até mesmo imaginar como eles lutariam. A foice maltratada pela terra se enterrando no peito macio de um inimigo, o cutelo de um açougueiro encontrando sua familiaridade com o sangue dos homens.
Será que temos realmente uma chance de vitória ou isso é apenas fruto da minha mente confrontando a morte? Uma mulher com a roupa rasgada e tingida de sangue segurava uma criança que mais parecia um saco de ossos. Ela caminhava com dificuldade revelando estar seriamente ferida, mas mesmo assim implorava por um pouco de comida para seu filho. Tom observou que ninguém se interessava com o que se passava com a mulher.
Todos iremos morrer logo mais. Que diferença faz se é de fome ou por uma espada. Os soldados notaram a mulher, mas pareciam mais dispostos a estuprá-la do que lhe fornecer ajuda. Tom acenou para ela.
Os olhos da mulher eram claros e sua pele estava pálida aonde o sangue não havia encostado. Seus cabelos foram arrancados no lado direito da cabeça, sobrando ali apenas uma massa sangrenta de sangue seco. Tom ficou aliviado por não ter sido rejeitado. Sabia que pertencia ao grupo dos mais desprezados naquela fortificação, mutilados como ele eram os primeiros a ser deixados para trás numa marcha, talvez apenas os leprosos eram piores que ele. Até mesmo Tom ignorava essas pessoas. A mulher se postou ao seu lado, oferecendo o corpo para ser abraçada e protegida.
Ela acha que sou o único homem que possa retardar sua morte. Espera que a raiva dos homens sejam direcionadas a mim, de modo que sua fuga seja facilitada. E creio que ela está certa, afinal. Tom Caolho a conduziu em meio aos olhares desconfiados do acampamento.
Tom só parou quando se viu próximo ao canto de uma parede. Fora uma caminhada silenciosa ao lado da mulher, a qual abriu a boca apenas para informar seu nome. Havia alguns homens que adotaram a mesma tática - encostar-se em uma parede - para se proteger do frio.
- É um bom lugar para passar o tempo. Deite-se um pouco e guarde suas energias para sobreviver mais um dia. - Tom sentou-se sentindo as pedras irregulares nas suas costas. Era incômodo, mas sua experiência ditava que era o melhor que podia fazer naquele momento.
- Aqui estamos protegidos do frio, Frida.Frida apenas concordou com um movimento de cabeça e sentou-se abraçada com seu pequeno filho. Tom sabia que logo a mulher iria embora e se concentrou em sua própria vida. Sentado ao lado de homens cujo objetivo era somente se proteger do frio, ele sentia-se vazio. No fundo, queria estar com os soldados,liderando-os, partilhar a vitória ou uma derrota honrosa com uma espada nas mãos. Sentir o júbilo da batalha invadir seu corpo como os grandes guerreiros descreviam, a sede de sangue aumentando a cada golpe. Tudo poderia ser tão diferente se não sofresse com os maus augúrios dos ventos. No entanto, ali estava ele, jogado no chão como um objeto quebrado, dispensado até mesmo para morrer de forma honrosa.
Como posso ter paz se me sento e espero a morte sem fazer nada? Como posso ter honra, se a culpa da queda da minha família recaí apenas sobre mim? Tom remexeu-se e percebeu que Frida havia ido embora.
Que encontre a morte em outro lugar e não ao meu lado. Tom caiu no sono e acordou na alvorada.
Trombetas cruzavam o ar avisando que o ataque começara. Camponeses corriam para seus postos de maneira desorganizada, os poucos soldados que sobraram tentavam distribuí-los numa linha defensiva. Tom teve a sensação que o portão norte seria o palco da batalha decisiva, pois vira muitos homens sendo direcionados para lá. Os primeiros gritos ecoaram como outro aviso. Tom Caolho se levantou e tocou sua lâmina que mantinha presa na perna. O aço era perfeito, uma lâmina antiga que já provara muito sangue em sua história, o cabo tinha um ornamento de uma lágrima roxa. A espada era o último vestígio da glória de sua família, o último vestígio da sua verdadeira vida, tocar naquela relíquia chamada de Olhar do Indigno era animador. Se fosse morrer, desejava morrer lutando como todos os outros. Caminhou até um dos soldados que organizavam os homens.
Era um homem alto e de nariz enorme, cicatrizes estavam espalhadas por todo seu corpo. Uma pequena lança estava em suas mãos e seus olhos mantinham vigilância sobre os outros homens.
- Onde posso ir para defender a guarnição? - Tom colocou o tom de voz como um subalterno, talvez assim o soldado se sentisse impelido a mandá-lo para a defesa.
O soldado o encarou por longos segundos, focando com desdém o seu olho cego.
- Não ouse se juntar aos meus homens nessa defesa... - A voz de comando foi cortada por um suspiro longo e mortal.
Flechas se projetavam no pátio aonde a maioria dos soldados ainda se encontravam. Uma flecha havia acertado o comandante bem no coração, tirando sua vida em um piscar de olhos. O corpo do guarda serviu como escudo para Tom, que o abraçou como se abraçasse a sua própria vida. Algumas flechas eram incendiárias, provocando o fogo em algumas partes do lugar. O corpo imóvel do soldado projetado em cima de Tom, as flechas ainda zuniam ao seu lado. Tom Caolho respirou fundo e empurrou o cadáver quando sentiu que era seguro sair. O pátio da fortificação agora era um caos. Crianças choravam enquanto tentavam se esconder nos cantos das paredes, homens corriam sem destino. Não havia mais soldados ali, apenas os camponeses haviam se safado do ataque, de modo que agora ninguém tomava a liderança do grupo. Tom se levantou exibindo a lâmina no ar.
- Por Aqui! Temos que defender o portão norte. - Gritou em meio a loucura proporcionada pela morte eminente. Os olhos injetados de uma fúria guardada por toda vida.
- Mulheres e crianças corram para o poço e tentem apagar as chamas. Homens comigo! Para o portão norte.Ninguém pareceu notar como ele mancava ou mesmo em seu olho cego. Os camponeses simplesmente passavam por ele as pressas para fazer o que lhe fora ordenado. Tom sentiu-se extasiado por um momento, lembranças de quando era fora um líder cheio de prestígio voltaram à sua cabeça. O braço forte e o corpo rígido, a técnica precisa no movimento da espada. Confiante, foi rumo a vitória.
O portão norte consistia em uma grande porta de madeira com duas torres de pedra nos lados. As torres forneciam uma boa defesa, mas Tom não vira nenhum arqueiro lá em cima. O portão estava arrebentado, a madeira destroçada como se houvesse sido atingida por um raio. Soldados e camponeses jorravam para fora da fortificação.
O que estão fazendo? Nós perderemos toda a nossa vantagem numa batalha fora dos muros. Tom analisou a situação. Homens com expressões de raiva seguiam sem pensar o fluxo de pessoas, jovens caminhando lentamente para fora do local, mas ainda sim com uma estranha confiança em seu jeito de andar.
Não há líder. A esperança vazia inflou dentro de si.
Eles caminham para uma morte honrada, mas como podem achar que há honra em morrer dessa forma?
Tom se pegou andando de maneira orgânica até o portão. A visão lá fora apenas fortaleceu os seus temores. Cerca de vinte metros a frente uma batalha se iniciava, homens vestidos com uniformes dos Starks estavam em maiores números. A força atacante estava vencendo. Havia alguns cavaleiros abrindo caminho com suas espadas de forma feroz. Tom avistou um homem com um elmo prateado e a espada vermelha de sangue fazer mais um camponês de vítima. Não havia chances de sair vitorioso, e no entanto, ninguém parecia se preocupar com isso.
Eles não lutam por si. Sabem que todos estão destinados a morrer. Algumas mulheres e crianças passaram pelo portão. Havia uma passagem estreita perto da parede, de modo que algumas crianças poderiam passar rastejando sem ser notadas. As mães as acompanhavam, uma falha que resultaria em todos mortos.
Tom encarou o desenho no cabo da lâmina. O desenho de uma lágrima roxa que o lembrava de seu passado como Darik Harrel. Segurou a lâmina com força e caminhou em direção a batalha. Tudo aconteceu muito rápido. O cheiro de sangue no ar, o movimento de espadas em sua direção, homens gritando em dor enquanto eram acertados. Tom acertara dois homens na altura da barriga, a lâmina vermelha de um sangue vívido. Foi então que ouviu o barulho ensurdecedor chegando próximo a ele, homens esquecendo de erguer os escudos para fugir do ponto de origem do som. Não demorou muito até que viu um grande corcel marrom com um cavaleiro montado. Tom só pensou em se jogar no chão.
O cavaleiro desferiu vários golpes em seus adversários, sendo fatal a grande maioria. Por fim, foi alvejado por flechas na altura do pescoço. Tom olhou para as duas torres da fortificação. Dois rapazes com a aparência juvenil destilavam uma chuva de flechas sem direção, por sorte, acertara logo o cavaleiro próximo a Tom. Tom empurrou o cavaleiro da cela, livrando o cavalo daquele peso morto. Tom Caolho se esforçou para subir no dorso do grande animal. A perna queimando com o antigo ferimento, mas o desespero em segurar sua vida amenizando a dor. Finalmente conseguiu, podia ver agora uma boa parte do campo de batalha. Homens de branco chegavam em números extraordinários a cada segundo. Tom deu um tapa no animal e o fez avançar aonde a batalha estava mais calma.
Passou em meio a olhares aterrorizados e surpresos. Os camponeses que o desprezavam agora reconheciam a sua astúcia ou sua sorte. Tom sentiu o vento a seu favor.
Notou que não era o único a ter conseguido tal proeza. Em todos os lados podia ver homens sem jeito de cavalgar tentando escapar da batalha. Tom era um exímio montador, sempre dedicara muitas horas naquela tarefa quando era um herdeiro de sua família.. Sentia-se grato por quem ele era; Não o Tom Caolho, o ser desprezível que ele fingira ser nos últimos anos, mas sim Darik Harrel, o antigo Senhor dos Lágrimas.. O animal debaixo das suas pernas bufava enquanto se afastavam da batalha. Um rosto conhecido surgiu alguns metros a frente.
Frida o encarava com o mesmo olhar assustado, o brilho dos olhos indicando a esperança crescente ao perceber quem guiava o animal. Ela segurava uma criança, mas o corpo do menino estava tombado, não havia mais vida nele. A mulher estendeu a mão pedindo ajuda e Tom diminuiu a velocidade do corcel. Frida segurou com uma força desmedida o cabresto do animal, assustando-o na mesma hora. O Corcel relinchou e quase derrubou Tom, o qual precisou utilizar suas habilidades para não cair. Instintivamente, Tom usou sua lâmina para cortar o cabresto do animal e se ver livre de Frida, mas o corcel assustado se moveu de forma irregular para o lado. A lâmina acertou em cheio o braço de Frida, e o sangue vermelho se projetou ao chão no mesmo tempo que o grito horrorizado da mulher veio à tona.
Tom forçou o cavalo a se afastar rapidamente. Olhou para trás na direção da fortificação e viu que a batalha logo terminaria, Os Starks iria sair, isso era algo tão certo quanto o nascer de uma manhã. Por último, olhou aonde estava Frida, a mão cortada da mulher enquanto ela berrava alguma coisa inteligível. Tom Caolho sentiu-se bem, afinal sobrevivera. O vento agora parecia estar a seu favor.
Enquanto cavalgava rumo a uma densa floresta, onde certamente seria mais fácil esconder-se, Tom sentiu a adrenalina percorrer seu corpo, e um pensamento avassalador viera a sua cabeça.
"Não há honra em morrer dessa forma. Cometi um grande erro em viver tantos anos como Tom Caolho. É melhor aceitar a morte defendendo a memória de minha família do que isto, ter uma morte como alguém deplorável e sem nascimento. Sim, devo resgatar quem eu sou de verdade."E assim aconteceu a morte de Tom Caolho - homem miserável sem perspectiva alguma -, dando lugar a volta do nobre Darik Harrel - Um homem cuja dor se encontrava no passado, toda responsabilidade recaída sobre os seus ombros. A primeira decisão de Darrik Hamel foi a promessa que tentaria encontrar seus antigos aliados que sobreviveram, afim de tomar a glória e a redenção para si.
A vida e a "morte" de Darrik Hamell - O Senhor das Lágrimas
Darrik Hamell fora conhecido pela alcunha de Senhor das Lágrimas, um nome que recebera quando havia se tornado um jovem. Sua beleza sempre fora incontestável, agradando as servas e até mesmo as nobres mais exigentes. Com a ajuda de sua beleza e sua habilidade com a espada, o jovem havia trazido muita honra e glória para sua casa. Isso aconteceu durante a parte de sua vida que fora feliz, o que parecia algo até irreal naquele momento. Sua última lembrança feliz era de sua esposa, Aloy, uma nobre proveniente das linhagens Lannister, cuja beleza era seu principal dote. A mulher que Darrik tanto amara era também fruto de suas dores, a cólera de Darrik era palpável nos dias atuais. A alcunha de Senhor das Lágrimas ganhou um novo significado com o tempo, o que antes se relacionava com a beleza havia se transformado em algo vingativo e cruel. Ele havia se metamorfoseado em um homem duro e injusto, o qual considerava suas opiniões como o certo. Era frequente que Darrik executasse homens sem lhes dar chance de se redimirem ou mesmo de serem julgados, sua insensatez promovia um campo de batalha que poucos poderiam se arriscar a se aventurar. O Senhor das Lágrimas era um homem moldado pela dor e pela morte de seus antepassados.
Já houve tempo em que a fortaleza chamada de Ruína dos Impuros,- sede da casa Hamell -, era repleta de pessoas e sua economia era movimentada. O avô de Darrik fora o temido cavaleiro conhecido como Escudo de Folha, devido a ter utilizado uma folha de uma árvore para ludibriar um inimigo em plena guerra. Nesse tempo a casa estava no auge do poder e o trono de ouro fora oferecido a família para agradecer os serviço que Escudo de Folha prestara aos Lannister. O pai de Darrik era chamado de Oliver, mas ele pouco tivera importância no cenário político da região. Se o pai não era famoso, sua mãe compensava isso. Alissa Hamell viera do norte, exatamente na parte norte Para-la-da-Muralha, ela era um selvagem cujo impeto era feroz. Em Westeros, passou a ser conhecida como A Flor Selvagem. Apesar de ser proveniente do norte, Alissa nutria certo ódio dos Starks e de seus seguidores, pois antes de chegar ao sul do continente, ela fora perseguido por tropas lideradas por Eddard Stark. Oliver e Alissa tiveram apenas um filho, cujas características eram tão puras e boas que crescera preparado para alçar grande voos. Darrik havia crescido cercado de meistres da cidadela e de homens de arma, sendo treinado durante toda a infância por sua própria mãe. Foi natural que o menino exibisse um grande talento no manejo da arma e uma beleza digna de príncipe, a casa Hamell podia ser vista como uma casa repleta de sucessos.
Os Hamell era uma casa influente, e por isso, tinha alguns inimigos. De certo, o maior e mais perigoso deles era o Peixe Negro, o Sor Brynden Tully. Ninguém sabe ao certo o que aconteceu para que esse conflito surgisse, no entanto, diziam que Peixe Negro fora apaixonado por Alissa, e quando ela optara por ficar com o pai de Darrik, o Peixe Negro prometera a extinção da casa Hamell.
Seria uma história que qualquer um contaria a seu filho, isso se ela continuasse de uma forma suave e agradávell, apesar da jura de morte. No entanto, a queda e a perdição da casa Hamell se encontrava muito próxima, manchando o passado brilhante e certamente marcando as futuras gerações. Toda essa derrocada começou quando o filho de Darrik com Aloy foi assassinado durante a tragédia dos Impuros - Tropas comandadas pelo Peixe Negro, Brynden Tully, invadiram a fortaleza dos Hamell num ataque noturno -, Mas mesmo diante de toda dor, Darrik Hamell ainda mantinha esperanças que sua vida voltasse ao normal.
Darrik em sua juventude começara participando de torneios por todo o reino, usando sempre a sua armadura forjada com os detalhes de uma lágrima no peito. A armadura reluzia, arrancando os suspiros de todas as damas que estavam presentes. Era costumeiro que alguém o pegasse se vangloriando de todas as nobres que já esquentaram sua cama, o que lhe fornecia amigos de diversas classes sociais. Ele não nutria nenhum tipo de amargura e seu coração era puro e valente. Ao lado de sua família, ele era feliz. No entanto, a segunda tragédia não demorou a acontecer. A fortaleza Ruína dos Impuros foi surpreendida novamente por homens do Peixe Negro em meio a um festival, não restando nenhuma chance de defesa. Alissa, a mãe de Darrik, foi morta diante do represeiro branco pois se recusara a se render, seu pai morrera um ano após esse acontecimento, a dor fora demais para ele suportar. Nesse cenário, o jovem Darrik assumiu o posto de lorde da casa, superando até mesmo a morte de seus pais. Sua beleza que antes era jovial se tornou mais dura, mas naquela época ele ainda era belo, e ainda feliz pois contava com a companhia de sua esposa Aloy.]
Fora um tempo agradável e muito feliz para o casal, onde eles acabaram gerando duas filhas e um filho durante os anos que se seguiram, amenizando a lembrança de ter um filho assassinado. Darrik Hamell resolveu retaliar os Tullys, mas não obteve sucesso. Então, foi depois de um ano que uma casa a serviço dos Tully atacou; os Fossuer, e isso devastou os Hamel e liberou a fúria do jovem Senhor das Lágrimas. Sua esposa e filhos foram mortos e suas cabeças foram fincadas no muro principal da Fortaleza. Darrik, tomado pela cólera e pelo desejo de vingança, o senhor das lágrimas reuniu algumas espadas e travou uma guerra sangrenta com os Fossuer. O resultado foi a extinção total da casa Fossuer, seus membros, - até mesmo as crianças -, foram decapitadas e colocadas sob espigões no muro da fortaleza dos Hamell. O muro é conhecido como O Muro das Lamentações, pois costuma-se dizer que durante a noite é possível ouvir sussurros das cabeças que foram colocadas ali, todas amaldiçoando o lorde e lembrando-lhe de suas derrotas.
A beleza de Darrik morrera junto com sua família, seu rosto bonito se enrugou e ganhou cicatrizes, seu sorriso se silenciou para sempre. Havia apenas ódio e vingança dentro de seu coração, aos poucos o homem se transformara em um monstro. Seu nome era temido e sua cólera se tornou sua maior marca. As duas únicas chamas de vida que ainda residiam dentro do coração de Darrik eram seus maiores segredos; ele havia engravidado uma mulher em Dorne, gerando um bastardo que nunca conhecera. Seu maior sonho era poder tocá-lo e lhe dar tudo o que havia sido renegado para ele, mas a mulher sumira do mundo quando a fama terrível de Darrik se espalhou. O outro motivo de Darrik era buscar a vingança contra o Peixe Negro e exterminar os Tully do mapa.
Com mãos de ferro ele comandava a Ruína dos Impuros, buscando dar ao mundo tudo que ele recebera, dor e aflição. Seu gosto para guerra é inquestionável, era provável que viesse a falecer por esse motivo. Ele nunca se contentava com o sangue derramado, sempre querendo mais, ele daria tudo para conquistar e elevar ao topo a casa Hamell, talvez assim poderia homenagear os mortos de sua família. No entanto, outro golpe foi desferido, Darrik Hamell havia perdido a posse de sua casa. A fortaleza fora invadida por homens do Peixe Negro em retaliação a extinção dos Fossuer. Nessa batalha, conhecida como o Lamento dos Impuros, Darrik Hamell fora ferido seriamente na coxa e também perdera a visão de um olho por um golpe de espada. Assim, o lorde acabou perdendo o título, se tornando apenas um homem deplorável.
Após a batalha, o Peixe Negro caçou Darrik por todos os lados, e em certo momento, houveram boatos que o Darrik fora capturado e assassinado pelo Peixe Negro. O Senhor das Lágrimas, abatido pela perda de sua família, assumiu um pseudônimo - Tom Caolho - e foi viver nas ruas de Lanisporto. Após anos vivendo como um renegado da sociedade, Darrik - agora Tom Caolho -, ouvira o boato que Eddard Stark havia roubado o trono de ferro, e assim, como um último gesto de vida, ele decidiu juntar-se as forças legalistas - Lannisters - para lutar contra o golpe que fora dado em Westeros. Morrer lutando por essa causa seria uma honra, já que essa era a última gota que Darrik possuía.
Acontecimentos Importantes:
- Escudo de Folha - Conhecido assim por ter ludibriado um inimigo utilizando uma folha em plena guerra -, fundou a casa Hamell depois de receber a posse da terra pelos serviços prestados aos Lannister.
- Alissa, uma selvagem proveniente de Para-lá-da-muralha, consegue chegar às terras controladas pelos Hamell, não antes de ser perseguida pelos nortenhos. Alissa casou com o membro dos Hamell, trazendo a família um certo desprezo pelos nortenhos controlados por Winterfell.
- Darrik nasce. Ele é filho Aliissa - Flor Selvagem - e seu avô é o Escudo de Folha. A casa Hamell tem um grande inimigo, sendo ele o Peixe Negro - Sor Brynden Tully -, pois o Tully era apaixonado por Alissa, e como ele fora rejeitado, ele prometera eliminar toda a linhagem Hamell.
- Darrik casa com Aloy, uma mulher proveniente da linhagem Lannister.
- Acontece a Tragédia dos Impuros: Tropas comandadas pelo Peixe Negro, Brynden Tully, invadiram a fortaleza dos Hamell num ataque noturno com a missão de matar Alissa, mas acabam matando o primeiro filho de Darrik com Aloy.
- A segunda tragédia dos Impuros acontece: Sor Brynden Tully, o Peixe Negro, invade a fortaleza dos Hamell durante um festival, matando Alissa, a mãe de Darrik. Após um ano desse acontecimento, o pai de Darrik se mata, tamanha era sua dor.
- Darrik e Aloy começam a reconstruir a casa, gerando duas filhas e um filho. Suas terram voltam a prosperar, e por isso Darrik lidera um pequeno ataque contra os Tully, mas é ineficaz.
- Os Tully mandam uma casa vassala, Os Fossuer, invadir a fortaleza dos Hamell. Eles matam Aloy e os filhos de Darrik.
- Darrik, o Senhor das Lágrimas, tomado pela cólera, invade os Fossuer e elimina toda a sua linhagem.
- Em retaliação a extinção dos Fossuer, Peixe negro ataca novamente. Ocorre então o Lamento dos Impuros: Peixe Negro toma a fortaleza dos Hamell, fere Darrik na coxa e o cega parcialmente. Darrik consegue escapar, mas é dado como morte pelo Peixe Negro.
- Darrik decide esquecer o passado e começa a viver como Tom Caolho, um homem deplorável que vive a custa de lixo e ajuda de outras pessoas.
- Tom Caolho - outrora conhecido como Darrik Hamell -, ouve um boato que Eddard Stark roubou o trono de ferro, e assim, Tom decide ingressar na batalha ao lado dos Lannister, afim de encontrar a morte com um mínimo de honra.
- Tom é cercado em uma fortificação por soldados Starks, mas consegue fugir com muito esforço. Nesse momento, Tom decide que uma morte como um homem deplorável não é digna.
- Morre Tom e renasce Darrik Hamell, o Senhor dos Lágrimas. Agora, sua vida é nutrida pelo sentimento de vingança contra os Tully -especialmente o Peixe Negro; o desejo de tomar sua fortaleza - Ruína dos Impuros - de volta; e também pelo fato que ele um dia traíra sua mulher com uma moça dornesa, a qual acabou gerando um filho. No entanto, essa mulher nunca revelou seu nome, de modo que apenas uma visão dela fará Darrik reconhece-la.
- A primeira decisão de Darrik é encontrar seus antigos aliados, seja soldados ou lordes.