Aquela manhã era como a maioria das outras, Maeve tinha suas obrigações e seus afazeres. Faziam pouco mais de um mês que ela tinha passado no Ritual de Passagem e agora era uma Cliath, mas ainda tinha muitas dúvidas a respeito de sua nova condição. Entre os Senhores das Sombras não haviam mentores: eles ensinavam o que deveria ser ensinado e você corria atrás do que queria saber, porém Maeve tinha poucos a quem recorrer. Isso tornava tudo ainda mais difícil, às vezes ela tinha vontade de procurar o pai, mas não tinha certeza de como seria recebida lá, pois já tinha ouvido coisas boas e coisas ruins a respeito do homem. Sabia que ele era um Ancião, que Bray era território dele e que ele tinha outros filhos - dos quais dois desses eram Garou -, mas Maeve não tinha muito mais informações a respeito do homem. Assim, ia aprendendo o que dava para aprender com os Garou e Senhores das Sombras que conhecia. E não era fácil viver aquela vida dupla, coisa que ela descobriu logo, mas fazia o melhor que podia para manter as coisas nos trilhos. As horas foram passando enquanto ela ajudava sua mãe com as coisas para abrir o Pub às 13hs como de costume e assim foi feito. Não que àquele horário tivesse muito movimento, mas o dinheiro andava apertado e era bom manter o lugar aberto para eventualidades. Naquele dia havia apenas um sujeito sentado numa cadeira ao fundo, que tinha chego poucos minutos depois do Pub ter sido aberto, quando se sentou e foi atendido pela mãe de Maeve, o sujeito pediu uma cerveja e uma dose de uísque, então abriu um jornal e ficou ali aguardando, sua mãe tinha lhe servido os pedidos e o deixado lá. Maeve não tinha realmente certeza de quem era ele, mas o cara estava bem vestido, num terno negro - e o carro estacionado do outro lado da rua não era qualquer carro - assim como ambos os celulares caros sobre a mesa dele e o relógio enorme no pulso. Ele era um sujeito particularmente bonito, Maeve provavelmente acharia, e imaginaria que muitas garotas deviam cair de 'amores' por ele ou pelo dinheiro que ele parecia ter. Sua mãe a cutucou, enquanto a menina estava perdida em pensamentos e indicou que a cerveja do homem estava perto do fim e seria uma boa perguntar se ele queria outra: dinheiro era dinheiro afinal de contas. |
[Prólogo] - Maeve O’Hara
- Rosenrot
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- Mensagem nº1
[Prólogo] - Maeve O’Hara
- Natalie Ursa
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- Mensagem nº2
Re: [Prólogo] - Maeve O’Hara
O Pub mal tinha aberto e Maeve já não via a hora de poder sair dali e mergulhar novamente naquele novo mundo que aos poucos estava descobrindo. Cada dia que se passava ela tinha mais perguntas sobre a cultura e vida dos Garou, mas era verdade que não era tão fácil assim conseguir saber sobre tudo o que queria com aquelas pessoas de sua nova tribo.
O sujeito que estava sentado solitariamente no fundo do bar intrigava a garota, que o observava disfarçadamente do outro lado do balcão. Não era comum que pessoas visivelmente bem de vida parassem por ali para beber, quem dirá logo no começo da tarde. Mas os pensamentos de Maeve foram interrompidos por sua mãe lhe mandando servir o estranho. Ela prontamente vestiu um de seus melhores sorrisos e foi na direção do homem. Para não contrariar sua mãe, Maeve pretendia se controlar e não tentar sondar o sujeito. Era verdade que era difícil, mas sabia que depois a dona do bar não ficaria nada satisfeita que sua filha ficasse importunando um cliente.
Maeve ajeitou alguns amassados do vestido florido e aproximou-se da mesa:
- Com licença. Boa tarde, senhor. - cumprimentou gentilmente - Gostaria que eu reabastecesse o seu copo? - a encenação da garçonete prestativa já era algo bastante usual para a garota, mas servir um cliente tão atraente era muito mais agradável.
O sujeito que estava sentado solitariamente no fundo do bar intrigava a garota, que o observava disfarçadamente do outro lado do balcão. Não era comum que pessoas visivelmente bem de vida parassem por ali para beber, quem dirá logo no começo da tarde. Mas os pensamentos de Maeve foram interrompidos por sua mãe lhe mandando servir o estranho. Ela prontamente vestiu um de seus melhores sorrisos e foi na direção do homem. Para não contrariar sua mãe, Maeve pretendia se controlar e não tentar sondar o sujeito. Era verdade que era difícil, mas sabia que depois a dona do bar não ficaria nada satisfeita que sua filha ficasse importunando um cliente.
Maeve ajeitou alguns amassados do vestido florido e aproximou-se da mesa:
- Com licença. Boa tarde, senhor. - cumprimentou gentilmente - Gostaria que eu reabastecesse o seu copo? - a encenação da garçonete prestativa já era algo bastante usual para a garota, mas servir um cliente tão atraente era muito mais agradável.
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- Mensagem nº3
Re: [Prólogo] - Maeve O’Hara
O homem permanecia com o jornal aberto, quando Maeve se aproximou dele. O sujeito deixou que a garota falasse, que fizesse suas perguntas. Então repentinamente ele fechou o jornal e o deixou sobre a mesa, então ajeitou-se na cadeira e se virou para Maeve. - Sente-se senhorita O'hara. - Falou Yuri, e Maeve pode notar naquele instante que ele não era um simples sujeito, já que ao olhá-lo nos olhos sentiu a comum submissão que um Cliath sentia diante de um posto superior.
Ele pegou o copo de uísque, que ainda continha uma pequena dose e sorveu o resto da bebida, aguardando que Maeve fizesse o que havia mandado - sim, mandado, não tinha tempo para delicadezas agora - então entrelaçou os dedos.
- Um tempo atrás eu tinha ouvido um papo sobre meu pai e uma filha bastarda. Bom, acontece que aparentemente essa filha bastarda puxou mais do pai do que esperado. Veja bem, Maeve, nosso pai - isso mesmo, nosso - não é o cara mais legal do planeta, mas ele é um sujeito eficiente e influente e você pode se beneficiar muito disso se souber como usar essas coisas.
Ele fez uma pausa, olhando para além de Maeve, para o balcão onde a mãe dela os observava, então voltou-se a menina. - Acredito que você já entendeu mais ou menos como funcionam as coisas na nossa Tribo e na nossa família não é diferente. Não vamos passar a mão na sua cabeça, não vamos esconder as merdas que você faz: você é a única responsável por suas vitórias e derrotas.
Outra pausa. - Vamos ensiná-lo o que temos que ensinar, vamos dar suporte no que você precisar, caso você se alie a nós, aí você será parte da família.
Se recostou na cadeira de novo e pegou o jornal. - Ou você fica aqui, servindo mesas. É sua escolha.
Ele pegou o copo de uísque, que ainda continha uma pequena dose e sorveu o resto da bebida, aguardando que Maeve fizesse o que havia mandado - sim, mandado, não tinha tempo para delicadezas agora - então entrelaçou os dedos.
- Um tempo atrás eu tinha ouvido um papo sobre meu pai e uma filha bastarda. Bom, acontece que aparentemente essa filha bastarda puxou mais do pai do que esperado. Veja bem, Maeve, nosso pai - isso mesmo, nosso - não é o cara mais legal do planeta, mas ele é um sujeito eficiente e influente e você pode se beneficiar muito disso se souber como usar essas coisas.
Ele fez uma pausa, olhando para além de Maeve, para o balcão onde a mãe dela os observava, então voltou-se a menina. - Acredito que você já entendeu mais ou menos como funcionam as coisas na nossa Tribo e na nossa família não é diferente. Não vamos passar a mão na sua cabeça, não vamos esconder as merdas que você faz: você é a única responsável por suas vitórias e derrotas.
Outra pausa. - Vamos ensiná-lo o que temos que ensinar, vamos dar suporte no que você precisar, caso você se alie a nós, aí você será parte da família.
Se recostou na cadeira de novo e pegou o jornal. - Ou você fica aqui, servindo mesas. É sua escolha.
- Off:
- Ursa, os lobisomens são hierarquistas, quando você está diante de alguém que tem mais posto que você, a sensação que o personagem tem é de "submissão", como os lobos diante de lobos mais fortes e experientes, nesse caso, a Maeve é uma Cliath - posto 1 - e o Yuri é um Adren - posto 3 - então ele é super intimidador e gera muito instinto de submissão e respeito.
- Natalie Ursa
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- Mensagem nº4
Re: [Prólogo] - Maeve O’Hara
O pedido do homem pegou Maeve de surpresa, talvez até mais do que o fato dele ser alguém de sua espécie, superior à ela. Repentinamente intimidada por sua posição, a garota obedeceu sem pensar, mas nem ousou olhar na direção da mãe, pois sabia que ela implicaria com sua filha sentando junto à mesa de um cliente.
Maeve abaixou os olhos na direção das mãos, que estavam nervosamente unidas sobre o colo, abaixo da mesa e ouviu o que o homem tinha a lhe dizer.
Ele era família?? Maeve suspirou. Não estava ainda preparada para lidar com "esse" lado de sua família e jamais imaginou que alguém viria atrás dela. Era bastante intrigante que aquele homem - de acordo com o que dissera, irmão de Maeve - estivesse ali por causa dela.
O estranho sabia onde ela morava e seu sobrenome, provavelmente deveria saber o nome da jovem também. Era algo fácil de se conseguir, mas o que mais ele poderia saber sobre ela? Essa dúvida lhe deixava um pouco desconfortável.
O modo como o "irmão" falava com ela não lhe agradava muito. Não parecia querer passar muito mais tempo ali. Maeve nem tinha certeza se ele estava ali, falando com ela, de bom grado, ou apenas porque precisava fazê-lo.
Até mesmo sua proposta era repentina demais. Embora Maeve já soubesse sua resposta no momento em que a proposta fora feita, aquilo não era algo que DEVERIA se escolher assim.
- Eu entendo, senhor. - continuou a falar com ele no mesmo tom de quando ainda era um simples cliente para ela, como se houvesse ignorado completamente a parte sobre o parentesco deles - Eu não esperava que um de vocês viesse tão depressa atrás de mim. - tentando ignorar o mal estar da submissão, que ainda era algo com o qual Maeve não se acostumara, ergueu os olhos para ele outra vez e sorriu - É muita gentileza vir até aqui com uma proposta como esta. Eu fico lisonjeada.
Mas ela não tinha certeza se podia confiar no sujeito. Se ele realmente fosse um familiar dela, mesmo assim ainda não sabia nada sobre ele... Sobre nenhum deles. Se eram confiáveis. Se ele realmente era quem dizia ser... Não era uma boa ideia ser tão precipitada quanto à proposta dele.
- Mas o que, exatamente, o senhor me propõe? Que eu me levante desta cadeira e vá embora com o senhor? Eu nem costumo falar com estranhos normalmente. Mesmo os mais bem-apessoados. - explicou, com um leve tom bem-humorado, entretanto cortês.
Maeve abaixou os olhos na direção das mãos, que estavam nervosamente unidas sobre o colo, abaixo da mesa e ouviu o que o homem tinha a lhe dizer.
Ele era família?? Maeve suspirou. Não estava ainda preparada para lidar com "esse" lado de sua família e jamais imaginou que alguém viria atrás dela. Era bastante intrigante que aquele homem - de acordo com o que dissera, irmão de Maeve - estivesse ali por causa dela.
O estranho sabia onde ela morava e seu sobrenome, provavelmente deveria saber o nome da jovem também. Era algo fácil de se conseguir, mas o que mais ele poderia saber sobre ela? Essa dúvida lhe deixava um pouco desconfortável.
O modo como o "irmão" falava com ela não lhe agradava muito. Não parecia querer passar muito mais tempo ali. Maeve nem tinha certeza se ele estava ali, falando com ela, de bom grado, ou apenas porque precisava fazê-lo.
Até mesmo sua proposta era repentina demais. Embora Maeve já soubesse sua resposta no momento em que a proposta fora feita, aquilo não era algo que DEVERIA se escolher assim.
- Eu entendo, senhor. - continuou a falar com ele no mesmo tom de quando ainda era um simples cliente para ela, como se houvesse ignorado completamente a parte sobre o parentesco deles - Eu não esperava que um de vocês viesse tão depressa atrás de mim. - tentando ignorar o mal estar da submissão, que ainda era algo com o qual Maeve não se acostumara, ergueu os olhos para ele outra vez e sorriu - É muita gentileza vir até aqui com uma proposta como esta. Eu fico lisonjeada.
Mas ela não tinha certeza se podia confiar no sujeito. Se ele realmente fosse um familiar dela, mesmo assim ainda não sabia nada sobre ele... Sobre nenhum deles. Se eram confiáveis. Se ele realmente era quem dizia ser... Não era uma boa ideia ser tão precipitada quanto à proposta dele.
- Mas o que, exatamente, o senhor me propõe? Que eu me levante desta cadeira e vá embora com o senhor? Eu nem costumo falar com estranhos normalmente. Mesmo os mais bem-apessoados. - explicou, com um leve tom bem-humorado, entretanto cortês.
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- Mensagem nº5
Re: [Prólogo] - Maeve O’Hara
Yuri tinha os olhos em Maeve, era afinal de contas, o jeito dele de lidar com as coisas. Observava a garota não por puro acaso, mas sim absorvia os trejeitos, a comunicação corporal que a jovem passava para si. As pessoas falavam mais pela comunicação corporal do que imaginavam.
Então ele aguardou, tinha sido o mais direto possível que poderia ser. E achava que aquilo era mais do que suficiente na situação em que se encontravam. A descoberta de Maeve - para ele, pois seu pai já sabia - tinha lhe caído como uma luva, diante das possibilidades que se abriam para os Senhores das Sombras na Irlanda.
Então Maeve falou e Yuri arqueou levemente uma das sobrancelhas. Ele respirou fundo, recostando-se a cadeira e ajeitando a gravata como quem não tem mais nada para fazer além disso. Ótimo, a garota era crua. Muito mais do que crua, ela era aparentemente ingênua. Isso não era bom, de muitas e muitas formas, isso era uma bela de uma merda. Então talvez umas doses de realismo a ajudasse se assentar.
- Veja bem. - Ele disse e dessa vez voltou a apoiar os cotovelos na mesa e entrelaçar os dedos. - É uma guerra, lá fora. - E agora estava sério, tão sério que a atenção de Maeve se focou completamente nele. - E eu estou te dando uma escolha: lutar ao lado dos que realmente tem chances de ganhar ou ficar aqui. - Então ele pegou a carteira e jogou na mesa o dinheiro da bebida se levantando. - Você tem 20 minutos para decidir. Vou esperar no carro. - E moveu-se para a saída.
Maeva já tinha ouvido falar sobre a guerra que os Garou lutavam, claro, afinal tinha sido 'instruída' parcamente para lutá-la também. Mas ela ainda era crua, ainda era uma novata e havia tanta e tanta coisa da Nação e da sua própria Tribo que tinha que aprender...
Então ele aguardou, tinha sido o mais direto possível que poderia ser. E achava que aquilo era mais do que suficiente na situação em que se encontravam. A descoberta de Maeve - para ele, pois seu pai já sabia - tinha lhe caído como uma luva, diante das possibilidades que se abriam para os Senhores das Sombras na Irlanda.
Então Maeve falou e Yuri arqueou levemente uma das sobrancelhas. Ele respirou fundo, recostando-se a cadeira e ajeitando a gravata como quem não tem mais nada para fazer além disso. Ótimo, a garota era crua. Muito mais do que crua, ela era aparentemente ingênua. Isso não era bom, de muitas e muitas formas, isso era uma bela de uma merda. Então talvez umas doses de realismo a ajudasse se assentar.
- Veja bem. - Ele disse e dessa vez voltou a apoiar os cotovelos na mesa e entrelaçar os dedos. - É uma guerra, lá fora. - E agora estava sério, tão sério que a atenção de Maeve se focou completamente nele. - E eu estou te dando uma escolha: lutar ao lado dos que realmente tem chances de ganhar ou ficar aqui. - Então ele pegou a carteira e jogou na mesa o dinheiro da bebida se levantando. - Você tem 20 minutos para decidir. Vou esperar no carro. - E moveu-se para a saída.
Maeva já tinha ouvido falar sobre a guerra que os Garou lutavam, claro, afinal tinha sido 'instruída' parcamente para lutá-la também. Mas ela ainda era crua, ainda era uma novata e havia tanta e tanta coisa da Nação e da sua própria Tribo que tinha que aprender...
- Natalie Ursa
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- Mensagem nº6
Re: [Prólogo] - Maeve O’Hara
Maeve ouviu em silêncio tudo o que o irmão disse e ao final, quando ele se levantou da mesa e lhe deu as costas rumo à saída, a garota revirou os olhos e suspirou. Talvez ele não soubesse tanto assim, Maeve pensou. Infelizmente a jovem não tinha muita escolha a não ser ir com ele, mesmo depois da pequena cena do meio-irmão antes de se levantar e sair. Ela deu de ombros e se levantou da cadeira, recolhendo os copos e o dinheiro da mesa. Ia precisar muito mais do que meia dúzia de palavras para afetar o humor de Maeve. Sem muita pressa ela se dirigiu à mãe, criando coragem para lhe explicar o que estava acontecendo. Podia ser a única Garou que morava ali, mas mesmo assim ainda não se sentia a criatura com mais autoridade. Simplesmente não tinha se acostumado com isso. - Parece que um dos "irmãozinhos" resolveu aparecer. - explicou enquanto colocava o que recolhera da mesa em cima do balcão, sem olhar muito para a mãe em um primeiro momento - Ele quer que eu vá com ele. Quer me ensinar alguma coisa.... Mas o "ir com ele" é "ir agora". - cruzou os braços, fazendo uma careta pensativa e finalmente parando para analisar o rosto da mãe - Me parece que vou ter que ir. - resolveu não tocar na parte da conversa em que o homem lhe dera uma escolha, pois sabia que na verdade não tinha escolha nenhuma à ser feita. Desde que conhecera a história de seu "verdadeiro povo" Maeve sentira-se disposta e compelida à fazer parte do que ele chamou de "a guerra lá fora". - Hmm... - continuou, em um tom de voz menos determinado - Eu sinto muito por ter de sair assim, tão de repente, mas você já sabe como são essas coisas, eu acho. - deu um sorrisinho meio forçado, enquanto dava às costas para o balcão e se apoiava nele, observando o local que fora sua casa desde sempre e que agora iria deixar por sabe-se lá quanto tempo. Aliás, será que iria voltar? Bom, pelo menos para juntar alguns de seus pertences que não poderia agora, com o curto tempo que o meio-irmão lhe dera. Antes que Maeve caísse ainda mais em si sobre o que estava fazendo, ela avisou à mãe que iria pegar rápido algumas coisas e saiu correndo para o andar de cima. Tudo para não ter que enfrentar, o rosto de sua mãe sobre aquele assunto e o mal estar causado pelo próximo passo que era obrigada à dar. Enquanto subia os degraus, para tentar tirar sua cabeça do fato de estar deixando tão repentinamente a família que estava com ela por toda sua vida, imaginou como deveria ser essa sua "outra família", entretanto, após alguns segundos dedicados ao pensamento, contorceu os lábios em um risinho sarcástico e repetiu para si mesma: - Parece que eu vou ser sufocada por tanto amor que receberei. Faltando pouco para fecharem os vinte minutos que lhe foram dados, Maeve desceu as escadas trazendo consigo uma mala que parecia pesada, também tinha trocado de roupa e colocado uns óculos de sol, parecendo que ia fazer uma viagem de turismo. Ela se despediu da mãe tentando ser o mais positiva possível para não entristece-la mais do que estava e só então saiu pela porta do Pub em direção ao carro que lhe esperava. |