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    Alexandra O'Hara Aaldenberg / Talulla – [shamps]

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    Mensagem por Sayd Qui Out 19, 2017 10:29 pm

    Você acorda tarde, mas não por ter dormido muito. Você e sua banda ficaram conversando e ensaiando até às quatro da manhã, sendo que após chegar em casa você estava muito excitada para deitar e só foi fazer isso em torno das seis.

    Sua suíte permanece escura como se o sol estivesse nascendo, graças às luxuosas (e caras) cortinas que você tem nos aposentos. O relógio (uma obra prima, comprada em um antiquário de Londres) está marcando meio dia e dez. Ao abrir as cortinas você se depara com um dia nublado, mas a vista para o canal permanece tão bonita quanto nos dias ensolarados. Você abre as janelas (que na verdade são portas) para a pequena sacada, mas o vento está frio hoje e você rapidamente decide fechá-las novamente (a menos que esteja interessada em sentir um pouco do frio). Por um momento você tem a impressão de ver uma grande cabeça de réptil, parecida com uma cobra ou um dragão, com um longo pescoço, emergindo do canal e nadando através dele, mas então você coça os olhos e ela não está mais lá.

    Você então vai ao seu banheiro privativo, tão grande que poderia ser um outro quarto, e faz suas necessidades antes de tomar um banho, o que pode ser feito tanto no box quanto na luxuosa banheira de mármore que fica no centro dele.

    Após se banhar e se vestir em seu closet, você desce para a sala de jantar onde o café da manhã já está te esperando.

    Latifa, sua empregada marroquina, surge uniformizada através da porta da cozinha com um sonoro “Bom dia” cheio de sotaque, antes de se corrigir. “Na verdade já é boa tarde. A senhora dormiu bem? Vai querer ovos, panquecas, ou alguma outra coisa?”, ela pergunta numa atitude que está entre doce e protocolar. Você dá suas ordens (ou não) e decide o que tomar no café da manhã. A empregada pergunta se você deseja que ela ponha alguma música no aparelho de som, que é também uma vitrola.

    Como de costume, há um jornal intocado sobre a mesa e isso te faz lembrar que hoje é terça-feira.

    Normalmente seria um dia morno, sem grandes compromissos para uma cantora de rock começando a fazer sucesso como você, mas nessa terça especificamente você tem uma apresentação no norte da cidade programada para se iniciar às 19:30h. Idealmente você deveria chegar uma ou duas horas antes, para passar o som e evitar que tietes atrapalhem a sua entrada, mas você pode delegar essa tarefa aos holdings e seus fãs ainda não são tão numerosos para causar nenhum problema. Essa apresentação é supostamente importante, porque vão estar lá alguns produtores e radialistas de Haia, Berlim e Bruxelas.

    Quando está terminando de tomar seu café você recebe uma mensagem no celular. É Vincent, seu guitarrista, perguntando a que horas você pretende chegar e se você tem interesse em ir com ele a uma loja de instrumentos antigos ‘sensacional’ que ele descobriu. “Mas tem hora marcada, então teríamos que estar lá às 14h”, diz a mensagem. “Podemos almoçar depois”. Você calcula que seu motorista poderia deixá-la lá em 20 minutos se você decidir ir ao encontro de Vincent, então ainda há quase uma hora livre.

    A capa do jornal trás notícias sobre deputados da União Européia, uma nova obra na periferia da cidade e a polêmica envolvendo a construção de um arranha-céu. Nada interessante.

    Sua casa dispõe de uma sala de música, com instrumentos e aparelhos de som, um pequeno estúdio (onde sua banda fica um pouco apertada quando vocês optam por ele), uma sala de TV, uma de estar, um grande salão para festas e algumas varandas, entre outros quartos e cômodos (um deles, anexo à sala de música, é totalmente ocupado pela coleção de discos), além de um pequeno jardim interno que dá de fundos para um outro canal, onde você possuí um barco fechado e muito confortável atracado.

    Além de Latifa e do motorista, você tem um condutor de barco e dois seguranças na casa. Eles também tem quartos (de serviçais) na sua propriedade, mas isso não significa que eles sempre durmam lá (com a exceção de Latifa, que muito raramente dorme fora).


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    Mensagem por shamps Sex Out 20, 2017 10:23 am

    Quem se importa com o horário para se acordar no dia seguinte, quando a noite tinha sido maravilhosa, na companhia de amigos? Alexandra, que era mais conhecida como Medusa, acordou na hora que quis, se enrolando um pouco mais na cama. Seguiu sua sequência matinal como abrir cortinas e fazer sua toalete. Abriu as cortinas e notou o céu nublado e sorriu com o ar fresco, gostava daquele clima mais gelado e apenas fechou seu robe para apreciar a paisagem antes de voltar para o quarto. Sua sacada dava para a bela vista dos canais, o que era muito inspirador, e ao respirar fundo para absorver essa inspiração toda, ela vislumbrou um... dragão? Ou seria um dinossauro? Talvez uma cobra imensa? Ou talvez fosse só o resquício do álcool da noite anterior. Ela esfregou os olhos e sorriu com a ideia absurda de ter visto qualquer coisa que  não fosse um peixe na água.
    Seu banho foi demorado, após escovar o dente ela encheu a banheira e passou um bom tempo lá, relaxando e criando música mentalmente, algo que surgia em sua mente criativa, mesmo que não quisesse fazer. As vezes se afundava na água para se isolar do mundo e quando emergia sentia-se revigorada. Demorou tanto que quando saiu do quarto já passava das 13:30.  Assim que desceu para comer alguma coisa,  já se depara com a voz de Latifa, a marroquina que cuidava da casa e, consequentemente, dela.

    - Bom dia para você também, Latifa - disse animada, dando um beijo no rosto e um meio abraço na criada e fingindo descaradamente um mal humor, continuou - e se me chamar de senhora de novo, eu te devolvo para o Marrocos... no máximo senhorita! Ah! E a propósito, para mim ainda é bom dia, um ótimo dia.


    Enquanto a criada colocava as coisas que a moça gostava na mesa, ela mesma foi por um disco na vitrola. O som da ranhura da agulha da velha vitrola, arranhando o vinil de uma clássica banda de rock (The Who), tinha um som tão limpo para os ouvidos dela quanto o mais puro digital. Ela adorava ambos.

    De volta à mesa, ela passa o olho pelo jornal rapidamente e deixa de lado, já que nada lhe interessava ali, sua mente estava focada na noite dessa terça, onde ela faria uma apresentação bem importante para sua carreira e estava animada. Teria tempo para se preparar, até seu celular vibrar em cima da mesa.

    - Caramba, Vincent! - ela responde com um audio - chegarei em breve - ela pula da cadeira, pois teria pouco tempo para ir. Só pega  umas torradas e a xícara de café e sai apressada pela casa - Latifa, deixo a xícara com o motorista... tô atrasada... fui!

    Foi correndo pegar suas coisas e passa correndo pegando o café e corre para o carro. Não foi uma boa ideia correr com um líquido na mão e ela xingou alto quando a bebida respingava na mão, mas  conseguiu beber o café até chegar ao carro.

    - Bom dia, boa tarde, Jarbas -  entrou desajeitadamente no veículo pela pressa e entregou a xícara vazia para ele como prometido para Latifa - entrega para Latifa depois, por favor e toca pro... eeerrr... deixa  eu ver - e voltou a fuçar no aparelho - loja de instrumentos - e fala o nome da loja ainda com a torrada na boca e digita para o amigo que já estava chegando.

    Apesar da correria, ela chega revigora após o café bagunçado que tomou e, ao menos ao descer do carro, sai com elegância. Medusa tinha uma vida muito boa, filha de pais ricos e mesmo assim não era esnobe. Teve uma boa educação e bons exemplos em casa, então se portava com simpatia e educação com as pessoas. Isso também se devia à sua veia artística, que vinha de família. Ser roqueira fazia ela se sentir mais próxima das pessoas, como um simples ser humano deveria ser. Agradeceu ao motorista e correu até o amigo que a esperava, dando um abraço amistoso nele. Trajava jeans, coturno, uma regata preta com uma camisa aberta por cima, acessórios e maquiagem, nada fora do comum para quem tem o rock como estilo de vida.

    - Oi Vico - chamou o amigo pelo apelido carinhoso que a velha amizade garantia - acho que cheguei na hora - disse enquanto espanava da roupa os farelos da torrada - vim tomando café no carro, você me pegou no susto, cara. Então... qual é dessa loja? O que tem de tão sensacional nela? - disse com bastante curiosidade, sabia que o amigo não falaria isso se realmente não fosse.
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    Mensagem por Sayd Seg Out 23, 2017 10:03 pm

    Latifa não se surpreende com sua abrupta partida carregando consigo o café da manhã, provavelmente porque não era tão incomum que você fizesse isso. Na verdade ela parece aprovar sua atitude e você tem a sensação de que ela te vê como um espírito inspirador e forte. O mesmo se aplica a Jarbas, que parece muito divertido enquanto pega sua xícara e começa a dirigir.

    Vocês chegam em pouco tempo e Jarbas te diz para ligar para ele assim que precisar. São duas horas em ponto e Vincent está te esperando na calçada ao lado do que deve ser a porta da loja. É uma casa velha, atarracada e mal cuidada, com tábuas nas janelas e uma pesada porta de madeira. Se existia uma loja ali, ela provavelmente já fechou há algum tempo. Antes que tenha muito tempo para pensar nesses detalhes você corre para abraçar seu amigo no exato momento em que um ciclista está passando. Ele olha para você boquiaberto e vira a cabeça quando passa, o que faz com que ele se desequilibre e quase caia em seguida. Essa é uma reação comum das pessoas ao se deparar com a sua beleza – tanto que mesmo Vincent já está acostumado.

    “Oi, Medusa!”, ele responde bagunçando seus cabelos e rindo, enquanto o ciclista vai embora, não sem antes dar mais uma olhada em você. “Então, você não dá nada por ela, né? Mas é uma loja exclusiva de instrumentos antigos, com muitas raridades e obras primas. Eu já tinha ouvido falar, mas achava que era lenda.”

    Você dá uma olhada na loja novamente e se surpreende ao ver algo totalmente diferente. A loja é um edifício belíssimo, de madeira e telhados vermelhos, diferente do estilo mais comum em Amsterdam. As janelas não estão cobertas por tábuas, mas apenas fechadas e a porta de madeira é de um lindo tom de negro, com um pesado batente dourado e uma placa com um violino entalhado.

    A diferença é tão chocante que você é obrigada a dar alguns passos para trás, de modo a ter uma visão melhor da loja. Você não consegue compreender o que houve com o edifício que você viu antes.

    “Você está no meio da ciclovia”, Vincent diz, te puxando pelo ombro para a frente da porta. “Relaxe que dentro será melhor”, ele completa, batendo três vezes com o batente na porta.

    Em segundos a porta se entreabre e um rosto velho, de barba cinza e olhos muito azuis aparece. “Vincent?”, ele pergunta. Ele é um homem bastante bonito, apesar da idade e sua voz impressiona mesmo dizendo apenas um nome.

    O homem abre a porta, sem esperar pela resposta, e você toma um novo susto ao perceber que ele possuí dois grandes chifres de carneiro, se projetando da testa e fazendo uma grande curva ao lados da cabeça. Mais impressionante que isso: ao invés de pernas, o homem tem patas de bode… é algo que remete ao próprio deus Pã!

    No interior da loja você pode ver uma sala média, repleta de instrumentos que parecem até mesmo obras de arte. A sala e os instrumentos parecem ter uma certa luz própria, mas não é tão impressionante que te faça esquecer o homem-bode na porta.

    “Medusa, está tudo bem?”, Vincent pergunta, com uma expressão preocupada. Parado na porta o homem-bode te olha com curiosidade.



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    Mensagem por shamps Ter Out 24, 2017 11:54 am

    Sempre sorridente, Medusa agradeceu Jarbas e disse que ligaria sim, nem que fosse para avisar que não usaria seus préstimos. Caminhou animada até seu amigo e mal notou o ciclista passar por ela até ele cair, o que deixou a jovem preocupada.

    - Oh meus Deus! O senhor está bem? - disse preocupada se aproximando dele - precisa de ajuda? Aqui - ela revira sua bolsa, que como toda bolsa de mulher, tinha de tudo dentro e ela oferece um curativo para ele - essas ciclovias, hein... vou enviar uma reclamação para a prefeitura - ela olha para o chão à sua volta e balança a cabeça não vendo nada de errado, pois aquelas vias eram impecáveis - bom, senhor, tenha uma boa tarde - disse ao ver que o amigo esperava.

    Após o abraço caloroso, ele explica sobre a tal loja e ela olha para a fachada antiga e não vê nada demais. Poderia existir tal loja que nem ela e nem sua mãe conheciam? Não deu nada pelo prédio velho e só balançou a cabeça para o amigo, rindo dele.

    - Ah, pare com isso, Viko... essa loja é só uma lenda. Se ela existisse... de... ver... - a moça começou a falar pausadamente, olhando de forma bestificada para o prédio, que de velho passou a ser magnífico. Ela teria mesmo perdido esse detalhe tão marcante? Impossível, nenhum prédio muda de decrépito para suntuoso de uma hora para a outra, a não ser com super tecnologia - da...de... uau Viko! Era isso que queria me mostrar? É alguma intervenção artística tecnológica que não estou sabendo? Hologramas prediais? - ela estava animada com a possibilidade. Isso já estava se tornando moda em algumas capitais europeias e Amsterdã não seria diferente - curti... você sabe mesmo como agradar. Hahaha!

    Ela enganchou no braço do amigo e foram para porta, onde ele bateu e a porta logo se abriu. Aparentemente, um senhor bem apessoado já conhecia seu amigo e ambos foram bem recebidos por ele.

    - Muito prazer, sou Medusa! - sempre gentil e educada, a ruiva se apresentou ao, que achou que seria, o dono da loja e pediu licença para entrar. Tudo parecia normal se não fosse pelos resquícios da bebedeira da noite anterior que estavam em suas veias, pois o homem que vira a segundos atrás agora tinha chifres e patas de bode. Ela piscou algumas vezes e sorriu, acreditando ser tudo parte do espetáculo e ela resolve entrar no clima - caraca! Animal isso! Você acertou em cheio, Viko... Pã, o deus do vinho e das baladas... adorei - riu e foi entrando, como se estivesse em casa.

    A casa por dentro era muito bonita, difícil mesmo de acreditar que por fora era uma espelunca. Tinha instrumentos lindos e com designer que ela nunca tinha visto. Ela queria segura-los, mas não era educado chegar num lugar e já ir tocando em tudo que via pela frente, então se conteve só em admirar.

    - Essas coisas são suas? - indagou ao "homem com chifres" - isso tudo é muito maneiro, "seu Pã". Hey... por um acaso, o dinossauro do canal também faz parte do espetáculo? Engraçado não ter lido nada disso nos jornais ou nas redes...

    Ela se esforçava para não achar que tudo era real ali, ela deveria estar espantada, mas sentia-se bem ali, o que parecia muito errado. Será que ainda estava bêbada? Mas ela se sentia tão bem. Talvez fosse algum alucinógeno no ar...

    Aquilo parecia "Sonhos de uma noite de verão", com faunos e Oberon, agora só faltava aparecer a rainha Titania com suas fadas. E ela disse isso em voz alta, enquanto confabulava consigo mesma, pouco prestando atenção ao que via à sua volta.
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    Mensagem por Sayd Qui Out 26, 2017 9:48 pm

    Vincent ergue uma sobrancelha, parecendo confuso com os seus primeiros comentários ao entrar na casa; mas os olhos do dono da loja brilham por um ínfimo instante, ainda que ele permaneça sério.

    Você começa a olhar para os instrumentos. A maioria deles parece ser obra de algum artesão do passado e você não sabe que nome dar a boa parte deles. “Obrigado por nos receber, senhor Diadorim”, diz Viko, ao que o homem-bode acena solenemente e responde. “Pressinto que a sua visita será muito interessante e prazerosa...”

    Você faz suas primeiras perguntas e percebe que Vincent parece mais confuso ainda com elas. Parece que ele vai dizer alguma coisa, mas Diadorim o interrompe respondendo “Sim, minha lady. Tudo o que está na loja é meu, mas nem tudo está à venda. Podemos conversar na sala ao lado, que é mais confortável, mas sintam-se a vontade para olhar o quanto quiserem.” O homem ignora sua menção ao dinossauro ou ao ‘espetáculo’, e caminha para a sala que ele indicou.

    Vincent aproveita para sussurar em seu ouvido “Você está bem? Que história é essa de deus pã e dinossauro?”.

    Enquanto ele diz isso você já está olhando para os outros instrumentos na sala maior. Quase no meio dela há uma grande harpa dourada, com uma sereia entalhada em um dos arcos. A cabeça da sereia se volta para você e parece olhar diretamente em seus olhos. Suas cordas se movem sozinhas e emitem um som que é nitidamente um “Olá.”, com o que seria uma bizarra ‘voz de harpa’. Viko parece não perceber nada disso.

    Diadorim se senta em uma poltrona na sala grande e te observa com muita, muita atenção; e ele não parece estar fazendo isso por conta da sua aparência. “Medusa, você disse, certo? Sintam-se livres para olhar a loja e se quiserem testar um instrumento é só me perguntar antes. Esta daqui é Klara.” ele diz, indicando a harpa com a cabeça.

    Vincent está com uma atitude um pouco desconcertada, como se estivesse preocupado ou com vergonha de você. Ele nunca te olhou assim antes, nem mesmo quando você teve uma bad trip de lsd.
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    Mensagem por shamps Dom Out 29, 2017 9:51 pm

    Sem perceber que Vincent a olhava estranho, a jovem Medusa caminhava pela loja, também sem notar o brilho no olhar de Diadorim.

    - Diadorim? Nome maneiro... eu gostei - ela fala, mas sem olhar para os dois. Parecia animada e seu olhar não saía das peças bonitas que estavam pela sala, também nem notou que ele respondia seu amigo - esses instrumentos são realmente lindos.

    Ela para e observa o homem, sorrindo, e depois encara Viko.

    - Minha lady? Gostei... viu Viko... quero ser tratada assim daqui em diante - a forma como a moça falava era uma mistura de brincadeira e de seriedade, difícil saber se ela estava realmente falando sério - hã? À venda? Ah sim... claro, vamos conversar sim - respondeu, mas ainda admirando os instrumentos.

    Vincent parecia incrédulo, o que a moça encarou como parte da surpresa para a amiga e resolveu entrar no clima dele.

    - Sabe o deus grego dos bosques? Um fauno.... flautinha... patas de bode e chifres... que seduzia pessoas perdidas e blablabla... daria uma boa música - e estala os dedos - escuta Viko, você me perguntando se eu estou bem faz parte da brincadeira né? Tudo bem, estou gostando - ela fala cochichando no ouvido dele - isso tudo tá muito maneiro! Esquece a parte do dinossauro, ok.

    A menina dá uns tapinhas no ombro do amigo e se afasta dele, caminhando pela sala e admirando tudo. Medusa se depara com uma bela harpa, toda trabalhada, no meio do salão maior. O instrumento era uma sereia e parecia viva, inclusive ao virar sua cabeça em direção à cantora. Ela caminha até o instrumento enquanto a encara, assim como a sereia o faz e sorri ao chegar perto dela. As cordas começam a tocar sozinhas e Medusa só observa e após piscar várias vezes, ela responde à saudação da harpa, como se fosse um animatronic. Devia ser, claro, pois eles estavam em uma grande obra de arte contemporânea.

    - Olá... - ela quis tocar no rosto da sereia, mas segurou sua mão, pois não costumava tocar nas coisas sem permissão - que demais! Adoro esses robôs - olhou para Diadorim que estava sentado em uma poltrona - sim, Medusa... da cabeça com cobras, sabe - voltou a olhar para a harpa - Klara? Que nome singelo... eu com certeza não chamaria uma harpa sereia de Klara... sem ofensas, Diadorim . É que eu piro demais as vezes. Mas é um nome bonito, eu gosto - Medusa pensa que talvez o nome fosse algum sigla robótica para o robô. Geralmente essas coisas tinham nomes imensos e seus criadores usavam siglas para facilitar.

    - Eu posso mesmo tocar um deles? Uau... tocaria Klara, mas faltei nas aulas de harpa... brincadeirinha... nunca tive uma aula de harpa, é um instrumento bem raro hoje em dia, mas acho que terei algo teórico sobre isso na faculdade. Posso tocar algo mais parecido com um violão?

    Foi gentil ao fazer sua pergunta e depois olhou para Vincent e fez um joinha com o polegar, mostrando que estava se divertindo muito com aquilo. Apesar de ser roqueira, Alexandra era doce fora dos palcos, deixando sua atitude mais agressiva para os holofotes. E o fato de ser musicista a fazia sensível para à arte, por isso encarava aquilo tudo numa boa.
    Procurou em volta e pegou um violão assim que recebesse a autorização do dono e começou a dedilhar, ignorando a estranheza que Viko via nela. Não era nenhuma música em especial, mas talvez as primeiras notas de uma nova música, a tal que falaria de Pã ou Oberon e Titania, já que estava com essa história na cabeça. Ela gostava do som que ouvia e fecha os olhos para senti-lo.
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    Alexandra O'Hara Aaldenberg / Talulla – [shamps] Empty Re: Alexandra O'Hara Aaldenberg / Talulla – [shamps]

    Mensagem por Sayd Seg Out 30, 2017 10:45 pm

    Viko te lança um olhar absolutamente perplexo quando você diz que a atitude dele faz parte da brincadeira. Mas é claro, você assume que isso é parte da brincadeira e depois que você se afasta, ele passa a agir de maneira mais normal, respirando fundo e começando finalmente a apreciar a loja.

    A harpa fala com você e parece apreciar quando você retribui, mas enquanto você fala sobre ela com Diadorim, ‘Klara’ ergue uma sobrancelha, com uma expressão ofendida, que se acentua quando você diz ‘sem ofensas, Diadorim’ e se atenuam quando você diz ‘é um nome bonito, eu gosto’. Obviamente tudo isso também é parte do show…

    Diadorim se mantém impassível a tudo isso, limitando-se a responder gentilmente às perguntas sobre os instrumentos. Em pouco tempo você encontra um violão com cara de anos 70, com um design bastante puxado para o da guitarra elétrica, de um tom madeira levemente avermelhado. Por algum motivo ele te faz pensar em Neil Young e Bob Dylan.

    Diadorim observa sua escolha com interesse e aprova que você experimente o instrumento. Com o canto do olho você percebe que Klara morde os lábios. Vincent parece ter deixado ‘a brincadeira’ de lado, mas você tem a ligeira impressão de que ele está um pouco ansioso.

    Você começa a dedilhar, e as três ‘pessoas’ da loja param um pouco para prestar atenção. Então você fecha os olhos, e o som do violão vem cristalino, como uma cascata de água gelada. Você sente o som, em ondas, e quando você finalmente abre os olhos Vincent e Diadorim aplaudem sorridentes.

    Diadorim então assume o mesmo ar misterioso de antes e se aproxima, estendendo as mãos para que você lhe entregue o instrumento. “É um violão de 1974. Feito pelo próprio Sir Gawayne.”

    Ele observa o violão e então pergunta “Vocês se importariam se eu tivesse uma breve conversa em particular com a senhorita Medusa?”

    Vincent parece surpreso com a pergunta. Klara parece séria. Viko apenas te olha, como que deixando para você a resposta.
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    Mensagem por shamps Ter Out 31, 2017 12:25 pm

    Medusa observava atenta as expressões que a harpa fazia e ela achou aquilo simplesmente demais. Ela reagia de acordo com às palavras da moça, como se realmente estivesse entendendo e se ofendendo ou gostando do que ouvia. Era uma tecnologia incrível.

    Feliz realmente ela ficou quando encontrou uma guitarra no estilo antigo, trazendo lembranças de clássicos do rock, nomes que ela e seus pais curtiam bastante: Neil e Bob. Sentiu-se leve e revigorada com o som claríssimo que saía daquela peça, maravilhoso como aquilo tinha a capacidade de inspira-la e acalma-la, era divino. Tinha a sensação de refrescância a cada nota que deixava a caixa acústica do instrumento.

    - Uau! - suspirou quando abriu os olhos, permanecendo em êxtase por uns instantes, só depois notando as palmas que recebia de seus ouvintes - obrigada! Gostou Klara? - perguntou para harpa, com um sorriso - eu adorei essa harpa, Viko - apontou para Klara enquanto falava com o amigo.

    O dono da loja, Diadorim, passou as especificações da guitarra para a jovem, que achou interessante, mas puxava pela memória o nome dito por ele, da pessoa que o havia confeccionado.

    - Ah, claro! Sir Gawayne... das aulas de história ou de literatura... não lembro ao certo. Mas 1974? - ela estalou a língua e deu um tapa na própria testa - deeeer claro, um cara com o mesmo nome... não liga não, seu Diadorim, eu bebi um pouco ontem. Devo estar um pouco lerda ainda, hahahaha. Lembra do Sir Gawayne, Viko? - perguntou para o amigo na esperança de que ele lembrasse de algo.

    Após devolver o instrumento, ela achou curiosa a vontade de Diadorim conversar com ela em particular, mas aceitou o convite. Vai que ele tivesse contatos bacanas nesse mundo musical. Ela não tinha nada a perder.

    - Demorô!] Vamos nessa, seu Diadorim.

    Fez um sinal de ok para o amigo e acompanhou o homem com patas de bode e chifres. Pôs as mão nos bolsos da calça e seguiu assoviando atrás do homem até sua sala e aguardou curiosa pela fala do homem.

    - Que que manda, seu Diadorim? Em que posso ajuda-lo?
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    Mensagem por Sayd Ter Nov 07, 2017 12:09 pm

    Viko apenas sorri amarelo quando você comenta que adorou a harpa, enquanto a própria harpa mantém um olhar altivo e curioso em sua direção, sem dizer nada.

    O mesmo sorriso amarelo volta a aparecer no rosto de Vincent quando você pergunta se ele conhece sir Gawayne, como se seu amigo não soubesse direito como participar da conversa. Ele apenas observa enquanto você e Diadorim seguem por uma porta para um pequeno escritório, bastante bagunçado e atulhado de papeis e bugingangas.

    "Sente-se", ele diz com a voz muito gentil enquanto ele mesmo se senta em uma cadeira espremida atrás da única mesa do cômodo.

    "Você consegue ver minhas patas e chifres e Klara consegue conversar com você", ele fala, num tom que fica entre o interrogativo e o afirmativo.

    "Mas seu amigo não. Você não notou isso?", ele pisca com longos cílios, pensativo.

    "Perdoe-me a intromissão, senhorita Medusa, mas eu estou com a impressão que você não está entendendo muito bem o que está se passando... Sua mente está procurando explicações, mas essas explicações não estão corretas, entende? Veja..."

    Ele abre uma gaveta e, tirando dela um pequeno espelho circular o oferece a você. "Veja se você se reconhece nesse reflexo."

    Você olha no espelho e definitivamente não se reconhece. Suas orelhas estão pontiagudas como as de um elfo e seu cabelo está bastante diferente. Não é uma ilusão muito impressionante, considerando tudo que você já viu na loja, mas Diadorim parece muito sério e atencioso. Ele não parece estar brincando e se isso for uma brincadeira ela talvez esteja passando um pouco dos limites.

    "Confesso que me sinto honrado, senhorita, que isso tenha vindo a te acontecer justo na minha loja, mas receio que essa sua experiência irá durar para o resto da vida."
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    Mensagem por shamps Qua Nov 08, 2017 12:24 pm

    Da mesma forma que o amigo, Alexandra já achava que a interpretação do amigo estava indo longe demais e também retribui seu olhar estranho. Ela suspira e sorri, dando um beijo na bochecha de Viko assim que aceita o convite de Diadorim.

    - Já venho - e saiu em direção à sala do homem-bode.

    Não se fez de rogada e foi logo sentando, apreciando a gentileza do anfitrião. Era uma sala bagunçada, levemente irritante para o gosto da jovem, que gostava de um pouco de organização, mas se esforçou para não demonstrar seu desconforto. O homem se acomodou em um cantinho apertado e começou a falar. Ela sorria de início e só o ouviu, recostando-se na cadeira e cruzando os braços e as pernas.

    - Ah sim, estou vendo tudo isso sim. Muito maneiro - ainda estava na onda de espetáculo - são efeitos muito interessantes. Essa fantasia deve ser muito quente e pesada - ela olha intrigada para ele quando esse menciona a tal aceitação que a mente da garota estaria procurando - o que quer dizer com isso? Olha, eu não tomei nada estranho hoje, se é isso que está pensando. Estou bem lúcida! Se o senhor e o Vincent armaram isso para me perturbarem, saibam que já está perdendo a graça e eu não quero brigar com meu amigo por bobeira.

    A moça parecia levemente irritada, mas nada que beirasse o desagradável, ainda faltava muito para ela perder a paciência, se isso fosse possível. Ela costumava levar as coisas muito na boa, mas não queria ser tratada como uma idiota.
    Diadorim lhe entrega um espelho enquanto fala e Medusa pega o objeto, pensativa. Ela se encara e começa a rir.

    - Espelho maneiro! Que tipo de lente é essa? - ela se vê completamente diferente do que está acostumada, claro que não podia ser ela ali, mas era uma imagem interessante - Medusa? O Vincent lhe contou que sou fã dela, né? Agora me vejo com cabelos... verdes? Parecem cobras vivas, hahahaha! E essas orelhinhas pontudas? - elas toca nos cabelos e nas orelhas - pareço até mais bonita nesse espelho... gostei. Bem divertido! Está à venda? Isso me deu uma boa ideia para um video clip!

    Ela ainda estava levando tudo na boa.

    - Para sempre? Explique!
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    Mensagem por Sayd Ter Nov 14, 2017 4:20 pm

    Quando você toca em suas orelhas, após se ver no espelho, elas estão surpreendentemente pontiagudas ao toque.

    Diadorim tamborila os dedos sobre a mesa, parecendo estar buscando as palavras e é só após algum tempo que ele diz “Tenho certeza que você está bem lúcida. Na verdade, provavelmente você nunca esteve tão lúcida em sua vida, mas ainda não entende essa lucidez. Fantasia pesada e quente, você disse... bom, eu não costumo fazer isso, mas posso abrir uma exceção para te ajudar a entender essa nova... realidade. Se você quiser tocar meus chifres, talvez tentar tirar eles da minha cabeça, você pode fazer isso. Vai verificar que não é possível fazê-lo e que eles são reais e não... como você chamou? Halograma?”.

    Os olhos dele se estreitam. Ele está falando com calma, mas parece muito sério. “Não existe uma maneira sutil de explicar isso. O fato é que o mundo é muito mais complexo do que a maioria das pessoas imagina e só algumas pessoas especiais, como nós, consegue notar isso. Por isso eu disse que essa experiência vai durar para sempre. Você vai sair daqui, chegar em sua casa e quando se olhar no espelho, lá vai estar a mesma imagem que você vê agora. E isso vai se repetir em todos os espelhos que você encontrar. Peço desculpas por estar despejando tanta informação assim em você. Deve estar pensando que eu sou louco.”

    Os dedos de Diadorim correm pelo seu cavanhaque de bode e ele continua falando “Talvez você não seja capaz de levar nada do que eu estou dizendo a sério nesse momento. Isso não tem problema, mas antes de achar que está enlouquecendo, lembre dessa conversa e acredite: não há nada de errado com você. Quando isso acontecer, você vai desejar ter ajuda... e eu posso te recomendar uma pessoa. Vou avisar a ele sobre você. Johan van Graan, é o nome dele. Ele é um membro proeminente de nossa sociedade. Se você tiver tempo posso apresenta-los pessoalmente hoje mesmo.”

    Você reconhece o nome que ele menciona como o de um dos diretores do conservatório de música mais conhecido da cidade, o equivalente a uma faculdade de música.

    Diadorim parece um pouco embaraçado com tudo o que acabou de dizer. Ele anota em um cartão os contatos de Johann e fica em silêncio esperando pela sua reação.
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    Mensagem por shamps Qua Nov 15, 2017 4:08 pm

    Impressionada com as palavras de Diadorim e com sua imagem no espelho, Alexandra toca suas orelhas e as sente pontudas, passando a mão várias vezes para ter certeza de que eram reais e, sim, eram bem reais. Ela deu uma beliscada na ponta da orelha e teve bastante certeza da dor que sentiu e isso a deixou abismada.

    - Ai! - esfregou-as com delicadeza. Enquanto isso, Diadorim deu outra deixa sobre a situação e sem pensar duas vezes, a jovem avançou até o sátiro e tocou seus chifres, forçou um pouco para ter certeza de que não saiam e observou bem a parte em que eles entravam na cabeça - é... é de verdade mesmo... uau! - voltou a sentar-se e novamente pegou o espelho e deu risada ao rever-se no vidro. Ela tinha um expressão maravilhada, não era de descrença, era apenas diferente.

    As palavras sérias de Diadorim atingiam a jovem em cheio e ela larga o espelho e começa a encara-lo com seriedade, pois o que ele falava fazia certo sentido.

    - Especiais? Especiais como? Por que só agora estou vendo isso? - ela não achou, de forma alguma, que ele estava despejando informação demais, na verdade ela queria saber muito mais - de fato, isso é uma loucura! Espera! Então o dinossauro no canal que vi hoje de manhã é... de verdade? E esse lugar não é a espelunca que vi, antes de ver um prédio bonito? Klara, é real?

    A moça ainda ruminava a informação, mas ouvia as palavras do homem e ele menciona Johan, que não era estranho para ela. Sabia que ele era um músico clássico famoso e... membro da nossa sociedade?

    - Que sociedade? - pareceu bastante interessada - eu conheço Johan... claro, quero ir agora mesmo vê-lo... errr é... ligue para ele... avise-o... - pareceu um pouco ansiosa.

    Ela se levantou e saiu da sala, correndo até Vincent e dando um abraço nele, ela parecia muito feliz.

    - Viko, eu não vou para casa. Vou dar uma saída com o senhor Diadorim, até o conservatório. Depois nos falamos... - e saiu sem dar mais explicações ao rapaz. Agora ela aguardava por Diadorim.
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    Alexandra O'Hara Aaldenberg / Talulla – [shamps] Empty Re: Alexandra O'Hara Aaldenberg / Talulla – [shamps]

    Mensagem por Sayd Seg Nov 20, 2017 11:56 am

    Diadorim começa a ouvir suas primeiras perguntas, que são várias. Ele fica um pouco perdido, como se não soubesse por onde começar.

    “Calma, você vai entender tudo. Vamos nos despedir de Vincent.”

    Ele sai junto com você da sala e se despede de Viko logo após você fazer isso. Seu amigo parece mais confuso do que nunca agora. “Ok… claro… mas… mantenha contado, ok, Alexandra? Não esqueça da nossa apresentação a noite.” Você nota o quanto ele está nervoso por ele usar seu nome real, Alexandra.

    Você todos saem e Diadorim tranca a porta antes de sair caminhando com você a seu lado e deixando Vincent parado em frente a loja ainda um pouco atordoado.

    “Vamos andando. O bom dessa cidade é que tudo aqui é perto”, diz Diadorim. Você não consegue notar que os transeuntes passam por vocês sem lançar sequer um segundo olhar para Diadorim, como se realmente não estivessem enxergando o homem-bode chifudo que ele era.

    “Vamos lá… algumas coisas provavelmente vão te parecer uma fantasia de criança, mas faça um esforço para acreditar que tudo é real. Nós somos especiais do seguinte modo: a maioria das pessoas são apenas seres humanos, mas nós somos ao mesmo tempo, seres humanos e fada. Almas de fada em corpos humanos”, ele te olha brevemente e diz “Avisei que ia parecer maluquice.”

    “Você só começou a ver isso agora porque sua parte fada estava dormente dentro de você até hoje. Isso acontece em um momento diferente pra cada um de nós. O que mais você queria saber?...”

    Ele pensa por um segundo e continua “Ah, claro. Um dinossauro… não sei. É possível que fosse real. Nunca vi nenhum dinossauro, mas não ficaria surpreso se visse… e certamente Klara é real! Veja, estamos chegando...”, ele diz quando vocês já estão praticamente na porta do conservatório.

    “Por aqui”, ele diz, andando com confiança pelos corredores da instituição até uma saletinha com uma secretária idosa e evidentemente transsexual. “Boa tarde, Mara. O Johan está aí? É um assunto urgente.”

    “Senhor Diadorim! Mas é claro”, a mulher responde e em instantes vocês dois estão entrando na sala de Van Graan, que está sentado atrás de uma bela escrivaninha.

    Para sua surpresa ele tem lindos cabelos prateados e orelhas pontudas exatamente como as suas. Aparenta uns 40 anos. Ele está vestido de modo muito extravagante, como se fosse um lorde medieval.

    “Diadorim. Senhora...”, ele diz já se levantando. “Pode me chamar de Amel”, ele te diz olhando-a diretamente nos olhos e estendendo a mão para você e beijando sua mão num gesto antiquado.

    “Lord Amel, esta é a senhorita Medusa”, diz Diadorim. “Ela acaba de passar pela crisálida e… bem...”

    “E você fez muito bem de trazê-la a mim, meu caro Diadorim. Entendo perfeitamente. Senhorita Medusa… você aceita um copo de água?”, Amel pergunta, gentilíssimo. “Imagino que você tenha muitas perguntas e talvez esteja bastante assustada...”, ele diz, cauteloso.

    “Ela não parece muito assustada, Amel”, diz Diadorim. “Mas é isso mesmo… faz mais sentido que possa conversar sobre essas coisas com um outro sidhe.”

    Vocês se sentam, e caso tenha aceitado a água, Amel serve-a para você em uma bela taça de cristal. “Como você está?”, ele pergunta.



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    Mensagem por shamps Sáb Nov 25, 2017 8:06 pm

    Tranquilamente ela foi se despedir de Vincent e acompanhou Diadorim.

    - Não se preocupe, não esquecerei – ela o observa, estática, por alguns segundos e, por fim, fala – porque me chamou de Alexandra? – aquilo não fazia muito sentido para ela.

    Medusa e Diadorim caminhavam pelas belas calçadas da capital holandesa, sem que nenhum fato marcante acontecesse. Os dois apreciam normais aos olhos dos transeuntes, o que pareceu estranho à moça, já que ela parecia uma medusa grega e ele parecia fauno.
    Ele continua falando e ela para repentinamente.

    - Espera aí... Fadas? – ela arregala os olhos. Não parecia incrédula apenas confusa – explique melhor. Fada? – ele prossegue ela suspira – minha parte fada estava adormecida então... bom, ela acordou, é isso? É por isso que vejo as coisas estranhas agora? Espera... eu sempre vi coisas estranhas, desde criança, apenas não dava importância... só a... Medusa... – seu coração palpitou com a possibilidade da criatura com cabelos de cobra ser real – ela... existe? A Medusa?

    Eles finalmente chegam ao conservatório e entram, sendo recepcionados por uma secretária trans, o que não significava nada para ela, era uma pessoa como outra qualquer. A jovem a cumprimentou com um sorriso e um aceno de cabeça.
    A moça seguiu com o sátiro até a sala de Johan, que já aguardava por eles. Nunca tinha visto alguém com cabelos prateados e orelhudo, ela tocou sua própria orelha e ainda encarava o homem.  Ele se aproximou e beijou a mão de Medusa, com os antigos lords faziam.

    - M... Medusa – ela o saudou, mas parecia um pouco abobada diante dele – eeerrrrr... prazer em conhece-lo – Diadorim prossegue e fala sobre a Crisálida – o que é Crisálida? Tipo aquela coisa de borboleta? O senhor é uma fada também? – ela pergunta para Amel e Diadorim.

    Ela aceitou o copo de água, que foi servida em uma bela taça de cristal, que ela fitou, muito encantada. Diadorim o chamou de Sidhe, que ela imediatamente pergunta o que é.

    - Obrigada, senhor Amel. Eu... assustada? A não... estou mais para, hummm, espantada. Isso tudo é muito... uau... não tenho palavras... mas, o que é um Sidhe? E porque eu virei uma fada? Quantas outras existem? Tem um reino das fadas? Elas moram em castelos de flores numa floresta?

    Ela se perdia em tantas perguntas, buscando referencia no folclore, que eram as coisas com a qual tinha contato, para sua mente buscar conexões.

    - Errr... me perdoem por tantas perguntas – ela ficou um pouco sem graça, o que era bem raro para a front woman de uma banda que estava fazendo muito sucesso ultimamente – foi tudo muito repentino. O senhor Diadorim me falou algumas coisas e... – apenas respirou fundo.
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    Mensagem por Sayd Sáb Dez 02, 2017 2:15 pm

    Ainda durante o trajeto Diadorim tenta responder como pode às suas perguntas, mas como a caminhada é breve ele não tem muito tempo para desenvolver as respostas limitando-se a comentários como “Sim… fadas...” e “A Medusa? É bem provável, sim...”

    Já no conservatório, Amel finge educadamente ignorar seu estado abobado e seu nervosismo. “Crisálida é o momento em que despertamos para o sonhar, que é o mundo nativo do nosso povo”, ele responde já sentado. “E sim, nós somos o povo das fadas, mas o costume é nos referir a nós mesmos como kithain. E você não precisa se desculpar por estar fazendo perguntas. Na verdade você está se saindo muito bem, a maioria de nós pira completamente durante a crisálida.”

    Ele respira um pouco, em silêncio, parecendo pensar por onde ele deve começar e então diz.

    “Bom, de fato, você vai acabar tendo tantas perguntas que vamos precisar de um bom tempo para sanar todas as suas dúvidas. E minhas respostas vão gerar outras perguntas, sucessivamente. Então meu primeiro conselho é seguirmos com paciência… mas vamos lá: as pessoas normais normalmente se referem a nós como changelings, porque somos sim fadas, mas também somos parte humanos. Nem sempre foi assim, mas essa é uma longa história que podemos adiar um pouco. Você tem uma alma fada imortal que provavelmente já reencarnou várias vezes e desta vez ela escolheu este corpo humano para reencarnar. Daí as pessoas normais te verem como uma outra pessoa normal e nós sermos capazes de enxergar as duas realidades.”

    Ele se serve de água e dá um longo gole e Diadorim interrompe, despedindo-se. “Preciso deixar vocês, infelizmente, mas sinto que estão se dando bem”. Após alguns breves cumprimentos ele sai e Amel prossegue.

    “Neste momento é importante que você tente manter a sua vida um pouco em ordem, ou as pessoas vão concluir que você ficou louca, o que geralmente causa muitos problemas… falo por experiência própria. Ao mesmo tempo vai ser um pouco difícil manter as aparências quando você subitamente é capaz de ver e interagir com outros do nosso povo, além de quimeras… quimeras é como nós chamamos as criaturas nascidas de sonhos e pesadelos, como dragões e unicórnios… então eu gostaria que você me falasse um pouco de você e da sua vida, para que eu possa ajuda-la melhor. Isso não significa que você não pode fazer perguntas, é claro.”
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    Mensagem por shamps Seg Dez 04, 2017 12:13 am

    Foi impossível esconder o sorriso quando Diadorim falou que a medusa poderia ser real. Talvez não fosse uma ilusão infantil o que ela viu.

    - Isso explicaria a criatura que quando eu era criança... não foi uma miragem ou ilusão, não é, Diadorim – agora chegava a parecer uma criança falando. Ela continua caminhando e olhando para frente, não parecendo tão espantada quanto antes.

    Diante de Amel ela tentava parecer normal, mas era impossível. Ele conseguia perceber seu estado eufórico.

    - Loucura? Ah, sim. Acho que eu devia mesmo achar isso uma loucura... se não fosse pela medusa... a real medusa... ela existe, não é? O senhor a conhece? Eu a vi quando era criança e isso me causou um fascínio desmedido. Isso me rendeu esse apelido e tenho até uma tatuagem dela nas minhas costas e o nome da minha banda... e desculpe, acho que estou falando de mais – ela para para respirar e sorri um pouco sem graça para o outro Sidhe – kithain? Somos kithains?

    Amel segue respondendo as várias perguntas da moça com calma até o sátiro sair.

    - Até mais, seu Diadorim... vá ver meu show hoje a noite... é meu convidado. Ah... o senhor também, seu Amel.

    Sim, ela tinha muitas perguntas e, sim, como Amel falou, cada resposta gerava novas perguntas.

    - Tá... tá certo, tentar manter uma vida normal... – ela respira e bebe mais um pouco de água – algo sobre mim? Errr.... bem... eu sou filha de uma radialista e de um advogado, e tenho um irmão mais velho médico. Meus avós também são médicos e... eu sou cantora... tenho uma banda de rock, estou na faculdade de música e... isso me parece tão básico... sabe seu Amel, quando eu era criança eu vi uma criatura tipo a medusa deslizando por umas pedras, foi muito rápido, mas... acho que ela me viu também e acenou para mim... e... eu sempre vi coisinhas coloridas e brilhantes, que eu chamava de bichinhos da sorte. Eu sempre pedia para que elas ajudassem meu irmão nas provas... e... – ela respira fundo outra vez e só balança a cabeça – o que eu via era real? Uau!
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    Mensagem por Sayd Ter Dez 05, 2017 10:37 pm

    “A medusa… é quase certo que ela era real sim”, responde Amel, “na verdade é bastante provável que existam várias medusas. Veja bem, as quimeras são fruto dos sonhos. Tanto sonhos mortais como sonhos kithains… então elas existem em todas as formas imaginaveis. Presumo que gente o bastante sonhe com a medusa para torná-la real, então imagino que exista mais de uma… mas infelizmente não a conheço. Ainda...”


    Ele abre um grande sorriso e você sente que ele está gostando da sua companhia. Quando você se despede de Diadorim e o convida à sua apresentação o bode pede desculpas, dizendo que gostaria muito, mas tem um compromisso importante essa noite. “Mas não se preocupe! Tornaremos a nos ver muitas vezes.”

    Você continua sua conversa com Diadorim. “É maravilhoso que você seja uma cantora. Diadorim não poderia ter me trazido uma pupila melhor… e será um enorme prazer estar na sua apresentação esta noite, até porque, com as mudanças que você está vivenciando talvez essa apresentação se mostre um desafio para você. Há vários perigos em nosso mundo… pessoas outonais, quimeras nascidas de pesadelos, redcaps e outros kithain… a banalidade, o ferro frio, o tumulto… por isso mesmo recomendei paciência e cautela.”

    Ele coça o queixo e olha para o relógio, “Perdoe-me a indiscrição, mas a que horas será essa sua apresentação? Porque já são quase cinco da tarde...”.

    Subitamente você percebe como o tempo passou depressa e que você já deveria estar a caminho do local da apresentação para passar o som e se preparar.

    “Perdoe-me também se isso parece inconveniente, mas acho que seria sensato te acompanhar desde aqui, mesmo que você precise passar em casa, ou qualquer coisa… o que acha? Podemos conversar pelo caminho também.”

    Caso decida ir com ele, ele pode te dar uma carona, mas você tem seu motorista à disposição se preferir seguir sozinha. Você também pode decidir ficar e chegar em cima da hora na apresentação, mas olhando seu celular há uma mensagem da sua agente perguntando se você está a caminho.
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    Alexandra O'Hara Aaldenberg / Talulla – [shamps] Empty Re: Alexandra O'Hara Aaldenberg / Talulla – [shamps]

    Mensagem por shamps Dom Dez 10, 2017 7:12 pm

    Bastante maravilhada com a possibilidade de existirem várias medusas, a moça sorri e arregala os olhos, apenas perguntando se a medusa seria mesmo uma quimera, quando Amel explica que esses seres são feitos dos sonhos das pessoas. Com certeza Alexandra ajudou a criar uma medusa, pensa ela.
    Ela fica um pouco sentida com a negativa de Diadorim, mas dura pouco tempo, pois ela sabe que as pessoas têm seus próprios assuntos para tratar e acena com a cabeça, concordando com ele, mas a resposta do mais velho foi diferente.

    - Sério que o senhor vai? Vai ser sensacional! – ele segue e fala muitas coisas – nossa... quanta coisa. Ferro frio e pessoas outonais? Parece meio perigoso mesmo, mas tiro de letra – ela estalou os dedos – canto roque e no roque o que mais tem é coisa estranha, hahaha! Normal. Mas se o senhor estará lá, acho que ficarei mais tranquila e protegida.

    Quando ela percebe que o tempo havia passado tão rápido, ela se levanta subitamente e olha para Amel.

    - Nossa... é as 19h. Preciso me apressar para passar o som... imagina, seu Amel, vou aceitar sua carona e companhia, certamente. Vamos!?

    Ela responde à mensagem do amigo.

    Já estou a caminho, não me atrasarei. Já vá adiantando as coisas com os meninos.
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    Alexandra O'Hara Aaldenberg / Talulla – [shamps] Empty Re: Alexandra O'Hara Aaldenberg / Talulla – [shamps]

    Mensagem por Sayd Qua Jan 10, 2018 10:12 pm

    Vocês saem da sala e Amel avisa à secretária que está indo embora. O carro dele é um belo roll’s royce dos anos 60 extravagantemente pintado com dragões dourados sobre um fundo negro. Ele começa a atravessar a cidade em direção ao local da sua apresentação. No trajeto vocês cruzam com algumas figuras que parecem ter saído diretamente de uma fábula. Amel vai te explicando o que elas são conforme elas aparecem.

    “Vê aquela velha com cara de bicho-papão?”, ele pergunta quando vocês passam próximos a uma criatura atarracada e corcunda com olhos vermelho vivos e uma enorme bocarra que poderia pertencer a um tubarão. “Ela é um Redcap… uma de nosso povo.”

    Um pouco mais à frente, ao passarem por um enorme homem de pele azulada, Amel comenta, “Este aqui também é um changeling. Nós chamamos esse tipo de Trolls”.

    Seu mentor segue dirigindo e falando. “Diadorim é do grupo que nós chamamos de Satiros e nós dois somos Sidhe. Nós pertencemos à nobreza. É como se houvessem várias raças diferentes de kithain… nós nos referimos a elas como kiths”.

    Quando já estão bastante próximos do local do show um tram passa por vocês carregado de outros que você identifica como kithain. Amel comenta que “Esses devem estar indo ao baile real… é um evento importante, mas é mais importante garantir sua segurança por agora, por isso prefiro acompanhar você. Haverá outras oportunidades para que você conheça a realeza.”

    Além dos indivíduos vocês passam por algumas construções que te chamam a atenção pelo aspecto exótico que você nunca havia notado. “Isso acontece porque você não os enxergava em sua totalidade antes. Esses locais são importantes para os kithain. Alguns deles são casas, outros servem como portal para o sonhar, alguns são residências de nobres, enquanto outros são usados coletivamente pela nossa sociedade...”

    Enfim vocês chegam ao local da apresentação. Há uma meia dúzia de fãs em frente a entrada principal que você reconhece de outros shows, mas é possível evitá-los entrando pela entrada dos fundos. A escolha é sua e Amel parece indiferente à isso.

    Assim que vocês adentram o local sua agente se materializa em sua frente, parecendo um pouco afobada. “Medusa!”, ela diz, “Já era hora! Vamos passar esse som?”, ela pergunta, e em seguida lança um olhar curioso à Amel sem dizer nada. Ele se mantém calado, aparentemente esperando por alguma apresentação. No palco, os membros da sua banda param o que estão fazendo e começam a acenar para você e a cumprimentá-la. Vincent está com uma expressão ainda um pouco preocupada.

    Você já se apresentou nesse local outras vezes, mas nessa ocasião a decoração parece diferente, com luzes psicodélicas correndo pelas paredes e adereços de notas musicais que parecem flutuar pelo ambiente próximos às paredes e ao teto.

    No local, por enquanto, há apenas você, Amel, sua agente, sua banda e alguns funcionários do estabelecimento. A maioria parece estar se perguntando quem é Amel e o que ele está fazendo ali.

    “Está tudo bem?”, pergunta Vince num tom cauteloso, enquanto o baterista reposiciona um dos pratos e o baixista inicia um solo grave num ritmo de suspense. “Olá...”, Vince completa, dessa vez dirigindo-se a Amel, que responde apenas com um aceno e um sorriso.
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    Mensagem por shamps Qui Jan 11, 2018 5:32 pm

    À medida que o carro passeava pelas ruas, Medusa ficava admirada com as criaturas que via, desde Redcaps e Trolls à quimeras, além dos prédios feéricos. Era tudo magnifico.

    - Nobreza? Nós somos da nobreza? Tipo a família real holandesa? – ela ficou impressionada com tal constatação – mas o que faz de mim uma nobre?

    Ouviu com atenção sobre os locais importantes para os kithain até chegarem à casa de show. Viu também fadas indo a um tal baile real.

    - Baile real? O que a minha segurança tem a ver com isso? Que tipo de perigo é esse que corro que você precisa me proteger? E por que? – depois deu de ombros quando ele disse que teria outra oportunidade de conhecer os nobres.

    Ela viu alguns fãs já aguardando e foi até eles, ela sempre dava atenção às pessoas que acompanhavam seu trabalho, era o mínimo que podia fazer e ela gostava disso.

    - Oi! Que bom que vieram. Espero que se divirtam essa noite – disse animada. Logo sua agente chega e Medusa apresenta os dois, ela e Amel. Assim que entra na casa, ela vai direto para o palco – oi pessoal. Desculpa o atraso... Esse é o Amel, do conservatório – ela tenta parecer normal entre seus amigos – a gente tava batendo um papo sobre música e ele veio ver nosso show... temos que arrasar hoje – assim que Vincent se aproxima, ela sorri e tenta acalmar o amigo, já que agora ela entende o que estava acontecendo, que ele devia estar achando ela esquisita – tá tudo bem, Viko – ela dá um beijo no rosto dele – eu tava um pouco aérea hoje de tarde, acho que era o sono, sabe?
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