[De volta ao lar] - Lailah

Em casa, Lailah encontrou uma animada família, que lhe esperava ansiosa. Quando contou a respeito de seu ritual e de sua passagem, eles comemoraram animadamente. A mãe preparou um farto café da manhã e o pai não parava de falar de como sentia-se orgulhoso e de como o futuro de Lailah seria grandioso.

O inicio da manhã tinha sido animado e Lailah pode conversar com as irmãs e ajudar nos afazeres do sitio. Agora encontrava-se ela e a mais velha, apenas, terminando de limpar os estábulos dos cavalos.

- Eu não tenho visto muito o Muninn, na verdade, é difícil ver qualquer um da família dele, né? Estão sempre enfiados lá pra dentro das fazendas deles. - Ela deu de ombros levemente, enquanto puxava um bocado de feno.

- Mas porque você quer saber dele? Eles não são Crias de Fenris? Outra Tribo, não é?

Lailah ainda estava tendo problemas para lidar com os animais num geral: eles ainda se sentiam desconfortáveis em sua presença, mas ela lembrava-se de ver que os animais nas fazendas dos Fenris não tinham esse desconforto, e talvez os Garou de lá pudessem lhe dizer ou ensinar como conseguiam isso. E também estava com a cabeça cheia, com o compromisso que queria mais tarde naquele dia. A ideia de ter uma matilha lhe enchia de expectativas e temores.

Foi um momento muito feliz a ruiva poder falar como foi seu dia no Caern e a felicidade que sentiu ao ser aceita entre os Garou. E também comentou como sua timidez, mais uma vez, a atrapalhou. Ela estava faminta e se esbaldou com a comida perfeita de sua mãe.

Nos estábulos, ela conversava com sua irmã, e como esperado, ela dá a resposta sobre o vizinho.

- Só perguntei por perguntar... meio que já sabia que você responderia isso – suspirou – é, ele é de outra tribo mas isso não impede que possamos ser amigos. Tinha gente de tudo que era tribo lá no Caern – tentou logo desviar o assunto.

Ainda sofria com os animais, queria que eles ainda gostassem dela.

- Mana, o Lago ainda está desconfortável comigo... meu cavalo, meu amigo – sentia muita tristeza – quero poder cavalga-lo de novo... estive pensando, lá na fazenda do Muninn, os animais não tem problemas com o pai e o irmão dele. Qual será o segredo? Você – parou, mas retomou sua fala – você acha que eu poderia perguntar isso para o Munnin? Quer dizer... acho que seria mais para o Máni... aishhh... não conseguiria falar com ele... o que eu faço, mana? Você iria comigo lá? Por favor... por mim... e pelo Lago! – tinha um semblante de súplica.

A irmã arqueou muito levemente as sobrancelhas, ouvindo o que Lailah falava, mas focou-se em sua pequena tarefa naquele dia, tinha achado incrível as histórias de Lailah sobre a assembleia e de certa forma, sentia um tantinho de inveja da irmã mais nova.

Ela suspirou, quando Lailah começou a falar de novo, a respeito dos animais, isso era algo que ela também tinha notado, quando Lailah se aproximava ou os animais se afastavam ou ficavam inquietos e assustados. Pelo que tinha entendido das explicações que ouvira, aquilo se devia por conta da tal Fúria.

Respirou fundo, revirando os olhos diante da confusão nas palavras da irmã. - Podemos tentar, se eles conseguem, porque não conseguiríamos? A gente pode ir lá depois que terminar aqui. - Então ela abriu um sorriso divertido. - Mas eu acho que você só quer ir lá para ver o Muninn! - E gargalhou.

As irmãs conversavam normalmente, desde assuntos sérios à amenidades do dia a dia. Era bom estar em casa, mas agora ela sentia que tinha duas casas.

- Só espero me adaptar bem a isso tudo, minha irmã - e mesmo preocupada, ela sorria enquanto falava.

Ficou aliviada quando sua irmã disse que a acompanharia até a fazenda dos Kuhn, mas sentiu um frio na barriga ao imaginar isso. E ainda ela fazia piada com os sentimentos dela.

- Arre...  não é nada disso, sua sem graça... tô fazendo isso pelo Lago e pelos animais da fazenda, esses sim que são meus verdadeiros amores! - ela estava vermelha feito um pimentão - na verdade eu nem quero vê-lo, tô com muita vergonha... estraguei a festa da família dele - ela baixa a cabeça e faz um muxoxo - além do mais, posso vê-lo quando eu quiser, tá? É só eu andar por aí e... e... bah... esquece... ele jamais olharia pra uma garotinha feito eu, sem graça, sem sal... você é muito mais bonita e interessante...

Conversar essas amenidades da vida deixavam a jovem em sintonia com sua vida mundana, mesmo que ela não fosse mais tão mundana assim. Por hora tinha assuntos sérios de verdade para tratar. Saber lidar com sua Fúria e seus animais era crucial para ela se sentir parte dos dois mundos. Ver Muninn seria um plus naquele dia, claro.

Ao fim das tarefas das duas irmãs, elas rumaram para a fazenda, pois ainda tinha que voltar para outro compromisso com sua matilha.
Ela tinha algumas dúvidas que surgiram de repente, agora que sua vida tinha dado uma reviravolta e tanto: suas famílias eram vizinhas de longa data e agora ela era uma Garou, será que tinha que pedir permissão "formal" para entrar? Ou podia entrar como sempre entrou, como uma simples vizinha?

- Entra você lá e pergunta pra mim - ela pediu para irmã após explicar esse detalhe de entrar nas terras de outro Garou - eu espero aqui!

- Unhum! - Respondeu a irmã, em meio as risadinhas que dava para implicar com Lailah, era engraçado vê-la daquele jeito, tão tímida que costumava ser: não podia negar que o tal Muninn era bonitinho, mas não fazia muito seu tipo.

Por outro lado, até conseguia entender Lailah e sua vontade de voltar a se dar bem com seus animais - principalmente o cavalo - ainda que achasse que agora aquela vida de Lailah fosse ficar para trás, graças a sua mudança.

- Acho que eles já estão acostumados com essas coisas, ué. O irmão dele também não é? E aquela irmã dele é tãooo estranha. Suanna, Suzana, Sunna sei lá o nome. - Ela deu de ombros levemente, Lailah se lembrava de Sunna, a jovem de beleza exótica e chamativa, mas muito, muito calada e contida. A irmã revirou os olhos levemente. - O papai disse que eles; a Tribo do Muninn, valorizam a força, se você mostrar que é forte, não acho que ele ligue muito para aparencia e de qualquer forma, você não é feia.

Quando finalmente terminaram as coisas que tinham para fazer: e a irmã enrolou o máximo possível, as duas se colocaram a caminho das terras dos Kuhn... O problema era que o caminho era demorado e a pé parecia ainda mais longo, enquanto andavam, as duas conversavam coisas amenas, até que Lailah simplesmente parou em determinado ponto e a irmã ficou olhando para ela como se não estivesse entendendo o que estava acontecendo...

A jovem cruzou os braços, meio contrariada. - Porque você não pede a tal passagem então?! Ué! É bom pra treinar e aprender! Eu não vou sozinha!

Sua irmã mais velha, Lena, deixava Lailah envergonhada e vermelha com sua risadinha, sabia que estava zombando dela.

- Não ria de mim, deirfiúr! Difícil pra mim lidar com tudo isso ao mesmo tempo – ela fez um muxoxo porque sabia que sua irmã estava certa. Lá no fundo ela queria ver Muninn, mas jamais admitiria isso – é verdade, o Maní é Garou também, mas sei lá... era só pra eu ir na festa de aniversário, não quebrar tudo... arre... que vergonha... – ela ouvia sua irmã falar de força e Lailah sabia que era forte, só não sabia como demonstrar essa força toda. A timidez era uma barreira mais forte ainda. Ficou sem graça quando Lena falou de Sunna e de Muninn – eu... eu sou forte... só sou na minha... e... e outra... ele está rodeado de gente bonita... você já viu aquela Sunna? Nem parece desse mundo... ela é linda... alguém que tem uma pessoa daquelas em casa deve ter a expectativa lá em cima. Ele deve esperar por uma beldade espetacular... olha bem pra mim, deirfiúr! Sou tão comum... eu nunca serei como a Sunna...

Ela estava um pouco irritada com a demora da sua irmã, mas elas precisavam ir lá, era importante para a ruiva.

- Para de se enrolar, Lena! Se você não quer ir é só falar... eu dou um jeito... ou melhor... nem vou... descubro um jeito me tornar amiga do Lago de volta...

Ela conseguiu convencer sua irmã a ir até a fazenda. Aquele passeio foi muito bom, ficou feliz em passar aquele tempo com a irmã, a pessoa com quem mais se dava bem. Não que não se desse bem com os outros, mas as duas tinham a idade mais próxima.
Sua irmã não quis ir sozinha lá na fazenda e Lailah não sabia o que fazer, porque ela também não queria ir sozinha.

- Ah Lena! Não faça isso comigo... vai me deixar mesmo ficar aqui? Você é mais desenvolta que eu e não tem esses problemas de etiquetas e regras de lobisomem – ela deu algumas voltas no lugar – eles devem ser bem ocupados, né? Nem devem estar em casa... vamos voltar outro dia... – o que Lena falava tinha sentindo, ela tinha que treinar, mas ainda tinha dúvidas – tá certo! Não sou mais um filhote - mexeu a cabeça como uma boxeadora faria. Ela buscou forças numa caricatura para seguir adiante.

Ela sabia que a área das fazendas ali era um lugar seguro para lobisomens, então não se importou de se transformar em lupina ali mesmo, diante de sua irmã. Emitiu um uivo anunciando sua chegada e pedindo permissão para entrar.
De volta à forma humana, ela engata no braço da irmã e já vai a puxando para a fazenda. Já que tinha feito tudo aquilo, agora estava ansiosa para chegar logo. Só se acalmou quando começou a avistar a casa.

- Com licença – buscou forças do além para dizer essa simples frase, disse assim que se aproximou da casa e parou próxima a porta – o Maní está? Eu gostaria de conversar um pouco... com ele... – pediu por ele porque ele que estava com ela na noite anterior e não tinha sido hostil com ela. Ela sentiu um pouco de confiança com ele.

Lena concordava em partes com Lailah, a respeito da menina Sunna, ela era estranhamente bonita. Mas Lena a achava estranhamente calada e observadora também, e às vezes, até um pouco assustadora, como se fosse uma pintura que mexesse os olhos. Mas Lena apenas bufou, revirando os olhos diante da comparação de Lailah.

"- Ela não tem cabelo vermelho igual os nossos." - Salientou.


[...]

Lena ficou ali, aguardando que Lailah fizesse o que precisava fazer: era uma coisa deles, não era? E a irmã tinha que começar a agir como eles agiam, era mais fácil passar por aquela transição desse jeito.

A jovem olhou em volta, quando a irmã uivou se apresentando - é claro que a Parente não entendia nada do que Lailah estava falando -, mas outro uivo ecoou logo depois, esse dando passagem para a jovem Filha de Gaia.

As duas irmãs caminharam o caminho que faltava e quando chegaram à fazenda em si não havia nada de muito especial por ali. As mulheres estavam terminando de recolher algumas roupas do varal.

Lailah foi recebida bem - na verdade, a família parecia bastante receptiva - e parecia sequer se lembrar do evento anterior, da festa. A matriarca pediu que a jovem esperasse um pouco, e lhes ofereceu bolos e bebidas. Uma das irmãs tinha ido atrás de Máni.

Alguns minutos após, voltaram a jovem, e os dois irmãos: Máni e Muninn. Ambos estavam sem camisa e bastante suados e sujos, em alguns lugares, sujos até mesmo de sangue. Lena cutucou Lailah e deu uma risadinha. Os dois cumprimentaram as irmãs, mas apenas Máni permaneceu. A mãe jogou um pano para ele e o jovem Garou o passou no rosto/pescoço para retirar o excesso de sujeira/sangue.

- Problemas? - Quis saber.

Conversando com sua irmã, ela não pode deixar de concordar, com um baita sorriso, sobre seus cabelos. Deles ela tinha muito orgulho.

- Isso é verdade, Lena... nossos cabelos são lindos... não apenas vermelhos, também são cacheados.

Na entrada da fazenda, Lailah sorriu ao ouvir o uivo em resposta e sorriu para a irmã.

- Podemos entrar... isso é tão emocionante – ela se empolgava fácil com essas pequenas coisas. Para ela era uma grande vitória.

Ela passou normalmente pelas mulheres da fazenda, cumprimentando-as rapidamente e dando graças a Deus por ninguém comentar sobre a noite da mudança. Sentiu-se acolhida pelas pessoas de lá. Aceitou o bolo da matriarca e pode apreciar a gentileza, já que no dia da festa e na manhã seguinte a ela, a jovem estava assustada demais para aproveitar.

- Obrigada, senhora... isso é muito gostoso.

Alguns minutos depois, a jovem ruivinha começa a ficar vermelha, roxa, azul ao ver os irmãos chegando. Ela, que já era tímida, não sabia como lidar com a cena, e sua irmã não ajudava em nada.

- Porqueelesestãoseminus? – disse sem respirar e em voz baixa e fina. Ela já tinha visto seus irmãos sem camisa, mas não os vizinhos, não Muninn. Acenou rapidamente para Muninn, antes que ele saísse, mesmo que ela não conseguisse encara-lo.

- Ah... oi... Mani... Muninn... – logo que Muninn sai, Mani fala de maneira direta com ela – ah... não... quer dizer... si... nada grave... – ela não conseguia encara-lo sem camisa, mas respirou fundo e se lembrou do motivo que estava lá – bem... problema não... é um pouco, talvez... – por fim olhou para ele – meus animais parecem que não gostam mais de mim, mas aqui parece tudo normal... eu... naverdadeeuquerosabercomovocesconseguemqueseusanimaisajamnormalmentecomvoces – falou em um fôlego só, aspirando o ar profundamente ao fim da frase – é isso que... vim saber. Por favor... pode ajudar?

Máni terminava de limpar o rosto, quando uma das irmãs lhe trouxe um caneco de água fresca. Ele se sentou num dos bancos de madeira no quintal e olhou para Lailah e sua irmã, aguardando que as duas ou uma delas falasse o que estava acontecendo.

Então Lailah começou a falar inicialmente daquela maneira pausada e Máni suspirou, imaginando como aquela garoto sofreria se tivesse nascido em sua Tribo. Lambeu os lábios de leve, mas perdeu meio o fio da meia quando Lailah vomitou tudo daquele jeito.

Ele ficou em silêncio por um momento, olhando de uma para a outra como quem tenta entender o que inferno estava acontecendo. A mais velha suspirou, ao notar que o homem não tinha entendido uma palavra de Lailah.

- Ela quer saber como vocês fazem para os animais não se assustarem perto de vocês... Garou. - Comentou, observando o jovem.

Máni respirou fundo. - Você é uma Philodox. Precisa aprender a falar com a própria boca. - Repreendeu Lailah, afinal para ele era estranho que alguém que teria que lidar com tantas e tantas questões mal conseguisse falar. Pensou em Mayla, que também era uma Philodox e no modo como a mulher era boa com as palavras e inexorável com os julgamentos.

- Geralmente começamos esse tipo de coisa cedo. É mais difícil quando os animais já estão crescidos. Mas basicamente você tem que controlar o máximo que pode da sua fúria e mostrar para eles que não há perigo com você. É um treinamento de paciência e dedicação.

A nova Garou observava Maní e sua irmã e tentava sorrir naturalmente. Sempre que Lailah tinha que falar com estranhos, e Mani era um estranho, ela ficava nervosa e não falava, mas se tivesse mesmo que falar, acabava falando tudo sem respirar. Isso tinha irritado o rapaz e ela desviou o olhar e sua irmã interveio por ela.

- Arre, eu estou aprendendo, tá? – disse diante da bronca do Fenris – eu não gosto de falar em público, mas é algo que estou trabalhando.

Mesmo assim, conversando com ele, ela foi se sentindo mais confortável, principalmente quando ele começou a responder de bom grado.

- Entendo... mas como posso fazer para controlar essa Fúria? – estava bem interessada na resposta – quero que até os animais adultos me aceitem. Qual seria o melhor jeito? – sentia-se mais animada com a possibilidade de ajudar seus animais – paciência eu tenho de sobra. Só preciso da instrução, seu Maní. Tentarei com os filhotes.

Ela já estava bem menos relutante que nos primeiros dias.

Máni cruzou os braços frente ao corpo, observando as duas jovens com uma das sobrancelhas levemente arqueadas: ele era um Ragabash e não se sentiu o melhor de todos para dar lições ou ensinamentos a respeito daquelas coisas, talvez um Theurge pudesse fazer um trabalho melhor que o dele, ou até mesmo um Philodox, como Lailah... Mas era o que era, no final das contas.

- Essa é uma resposta que a maioria de nós procura... Acho que apenas os Portadores da Luz Interior chegaram a uma resposta definitiva. - Deu de ombros levemente. - A Fúria é parte de quem somos, Lailah, ela está a espreita em todos os momentos da nossa vida, esperando uma brecha, ela corre no nosso corpo como nosso sangue, eu gosto de acreditar que não temos que evitar a Fúria, mas sim aceitá-la e aprender a viver com ela... Sua Tribo tem um jeito bastante peculiar de tratar esses assuntos, talvez fosse bom falar com alguns de lá.

Ele fez uma pausa, recostando-se a mesa do jardim. - Mas em relação ao seus animais, é questão de fazê-los se acostumar com sua presença, passar tempo com eles e manter a Fúria subjugada. Eles ainda lembram de você, mas a Fúria os incomoda, é apenas mostrar que não tem porque temerem isso. É como um adestramento, entende?

Maní explicava as coisas com paciência e a ruiva prestava atenção às suas palavras, ela não queria realmente controlar sua fúria, mas não sabia explicar exatamente.

- Entendo seu Maní. Quando tive essas dúvidas, eu e minha irmã pensamos primeiro em você, que é o Garou mais próximo de nós... digo, de mim. Mas buscarei me informar sim com alguém da minha tribo.

Quando ele continuou respondendo, ela sorriu para sua irmã, por estar feliz.

- Isso eu posso fazer, seu Maní. Eu amo meus animais e farei de tudo para mantermos essa boa relação. Obrigada, foi muito esclarecedor - ela enrosca no braço de Lena para partirem - em caso de mais dúvidas posso vir aqui novamente? Tenho que ir agora, logo terei minha primeira missão na Umbra... iremos formar nossa matilha - ela falava com empolgação até, bem diferente do dia do seu Ritual de Passagem - estou ansiosa e nervosa. Ah... como foi sua formação de matilha? Tem alguma dica? - ela tentava manter uma conversa ali, como um exercício para se soltar, mas não queria extrapolar os limites - ah... perdão, você está ocupado agora. Bem, vou indo então. Agradeço pela paciência, seu Maní. Tchau! - e foi puxando sua irmã pelo braço.

A caminhada de volta era longa também e ela ficou pensando nas palavras de seu vizinho. Poderia usar o telefone para conversar com outros Filhos. Por hora focava em sua missão.
Ela passa mais um tempo com seus animais, tentando transmitir tranquilidade e seu amor por eles, usando conversas e voz branda, além dos petiscos. A noite se banharia, jantaria e partiria para o ponto de encontro com os outros.

Máni move a cabeça em positivo, quando Lailah agradeceu. Achava que talvez os próprios Filhos pudessem ser mais esclarecedores para ela a respeito da Fúria... Afinal os Fenris não eram exatamente conhecidos por seu bom temperamento. - Pode.- Não via qualquer motivo para negar ajuda a jovem, ao menos não naquele assunto em questão. Quando a segunda pergunta veio, Máni arqueou as sobrancelhas. - Eu entrei em uma matilha já pronta, quando passei pelo meu Ritual, haviam poucos filhotes fazendo o mesmo. Então me juntei a matilha da Grande-Caçadora-Cinza.

O Garou acenou para a jovem, enquanto observava ela e a irmã saírem.

Lailah não teve mais muitos afazeres durante o dia, mas teve que aturar as implicâncias da irmã em relação a Muninn. O dia foi passando sem muitos incidentes.

Chegar ao local se provou uma tarefa difícil, ainda mais sozinha, mas ela já tinha tido algum leve treinamento para andar na mata e suas dificuldades foram diminuídas com o tempo.

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