Sistema d10 - Vampiro a Máscara 3e (revisão de aniversário de 20 anos)
Mínimo de 3 jogadores - Ideal 5 jogadores
Resumo: Curitiba - a irrelevante "estado livre anarquista" no sul do continente por mais de uma década - é contestada pela Camarilla e imediatamente se vê tomada por uma forte disputa de poder. Forças ocultas espreitam na escuridão enquanto os Cainitas mais antigos se seguram em seus modestos tronos. Algo está diferente no ar gelado da noite. O aparecimento dos "sangues finos" e a inquietude de outras forças sobrenaturais assombram a não vida dos anciões e das crianças da noite. Apenas os dignos terão o seu lugar na jyhad ao provarem seu valor sobrevivendo as maquinações e as garras, aço e fogo de seus inimigos.
Personagens: Vampiros de qualquer seita - 13 Clans básicos e Caitiff/Pander - demais clans e bloodlines sob consulta. Personagens também podem ser mortais.
Criação de personagem: Conforme criação de personagem descrita no livro (com algumas observações do GM - como limite de força de vontade inicial em 7 e disciplinas em 3).
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Prólogo:
Até 2006 Curitiba era controlada pela Camarilla com certa tranquilidade (cada vez mais rara no século XXI). O príncipe Toreador chamado Monteiro dava grande autonomia aos primogen sobre seus respectivos domínios. O poder da Camarilla era focado nas áreas centrais da cidade, com as periferias com pouca influencia da seita. A economia mortal (base do poder da Camarilla) ia bem e com o conforto veio o comodismo dos anciões. Os anarquistas sem uma estrutura organizada tinham forte influência no centro histórico da cidade, assim como sobre as gangues da periferia, mas com pouca influência econômica e relativa paz com a Camarilla –os anarchs mantém a mascara e responsabilizam os vampiros pelas suas crias, então uma certa ordem é mantida. Caso contrário a população vampírica sem controle de crescimento seria algo extremamente perigoso.
Simultaneamente, com o enfraquecimento do PCC em SP e a seguinte investida da PM e das milícias contra o tráfico nos morros do Rio de Janeiro, o Sabat viu seu castelo de cartas de poder sobre estas capitais começar a desmoronar.
O Arcebispo Rafael Braga, do Rio de Janeiro enviou várias matilhas nômades para as capitais do sul do país para se infiltrarem nas cortes da Camarilla e conhecer melhor suas estruturas e assim preparar uma investida contra estas cidades.
Após meses com 2 espíões tendo bem sucedidos em passar informações sobre a estrutura de poder do Príncipe Monteiro, o Sabbat percebeu o grande potencial bélico e econômico da periferia de Curitiba. Com a intenção de comandar o tráfico de drogas e contrabando de Curitiba, Braga enviou 5 matilhas Sabbat para a cidade. Com a selvageria e violência, clássicos dessas matilhas, e as informações dadas pelos traficantes do Rio e SP – fornecedores do tráfico das demais regiões – em poucas semanas o Sabbat conseguiu domínios fortes na periferia da capital paranaense. Braga havia sendo bem sucedido: um cerco estava formado em volta da desavisada sociedade vampírica local antes mesmo da Camarilla perceber o risco que corria.
As matilhas Sabbat praticaram alguns atos de violência e quebras de máscara localizados, na periferia para ver que recursos a Camarilla empregaria para conter o episódio.
Em Julho de 2006, em uma noite que ficou conhecida como “Fornalha”, traficantes atacaram sedes de poderes controlados pela Camarilla, como delegacias de polícia, empresas de segurança e edifícios comerciais de luxo no início da noite. Enquanto o príncipe e Primogen movimentavam seus lacaios para se defender, em uma manobra ousada, as matilhas Sabbat cercaram o edifício do Príncipe Monteiro - na Rua Presidente Taunay, Batel - sequestraram a maioria dos moradores enquanto Monteiro se entrincheirava na cobertura.
A cobertura foi incendiada com o Príncipe dentro, enquanto os demais Anciões defendiam seus respectivos territórios do ataque Sabbat. O trono da Camarilla havia caído.
Imediatamente os Primogen, antes mesmo de resolver o problema do sítio Sabbat, começara a argumentar entre si quem seria o novo Príncipe. Enquanto não chegavam num acordo, a Baronesa dos anarquistas, Priscila, uma vampira de aparência jovem e rebelde entra abruptamente na reunião que acontecia em um elysium conhecido apenas pelos anciões.
Ela é seguida por um homem vestido de preto, com roupas de motociclista. Este homem se apresenta como um templário do Sabbat. Ele jura seguir as tradições da Camarilla e negocia informar a localização e detalhes sobre as matilhas do Sabbat, em troca de perdão e ser reconhecido como membro da Camarilla.
Desconfiados, a maioria dos Primogen se recusa a combate direto ao lado da anarquista e do traidor Sabbat, apenas o Regente Tremere, Tavares – que possivelmente tinha muito mais a perder do que os demais – aceita a oferta do traidor.
Uma a uma as matilhas foram sendo exterminadas pela aliança improvável. A surpreendente quantidade de ajudantes anarquistas das gangues das periferias, associadas aos rituais e magias dos Tremere, foram o suficiente para expurgar o Sabbat – ainda mais considerando que o sabbat foi vencido pela camarilla com força bruta, por uma aliança entre os “Feiticeiros” e a “Ralé”.
A única sobrevivente Sabá foi Ethiene, Ductus de uma das matilhas, que fugiu da cidade e jurou encontrar o traidor e fazer justiça à Espada de Caim.
Apesar da aliança, após o expurgo, Priscila declarou Curitiba uma cidade livre anarquista. Contrariado, porém aliviado Tavares acordou não entrar em conflito com os anarquistas, contanto que mantivesse seus territórios e recursos. Assim alguns dos Primogen se declaram também barões anarquistas em seus territórios (mas secretamente planejando sua subida ao poder pela camarilla) e outros permaneceram fiéis as tradições em uma cidade dividida. Rumores dizem que o traidor foi perdoado e ainda reside na cidade, recluso, para evitar represálias do sua antiga seita.
Esta paz durou aproximadamente uma década quando o Círculo Interno da Camarilla declarou o Ventrue Esteban Beaumont como príncipe de Curitiba no final de 2015 - por que o círculo interno teria algum interesse na política de uma cidade tão insignificante no contexto mundial é um mistério para todos os primogen que não se atreveram a contestar a decisão. Imediatamente Esteban reuniu os Primogen, que imediatamente juraram lealdade à ele.
Priscila com a repentina perda de apoio não teve como contestar a instantânea subida ao poder da Camarilla, mas ainda conseguiu manter a maioria de seus territórios sob controle anarquista.
Até hoje a Camarilla não tem notícias sobre novos movimentos do Sabbat no Paraná.