Ato III - O Último Confronto

- E você Tomdrill conhece qual necromante seria capaz de conjurar tal criatura? Não são uma eximia conhecedora de mortos vivos. A Nasri que costumava a estudar sobre isso, até mesmo como ela me explicou recentemente, sua ligação com Lathander fornecia esse tipo de conhecimento. Bem, seja como for é melhor nos prepararmos pra enfrentar esse tipo de criatura novamente - Afirma Belediel ouvido a conversa de todo mundo.

- Mais importante que atenção divida, são exércitos divididos. - Johan mantinha-se de pé no lugar onde estava - Você é otimista demais, amigo anão. Apenas com uma intervenção divina nós expulsaremos os duergars de onde quer que eles estejam, sem isso iremos no máximo reduzir suas forças, e sempre existiu o ponto lembrado pela senhora Isabela, o roubo dos heróis pode ser apenas a isca para uma armadilha; devemos estar mais atentos a isto do que às criaturas do subterrâneo que podem se colocar no nosso caminho. Também a outra questão a ser tratada, - Filho da Ruína se volta para o líder dos batedores - vocês pensaram em como iremos trazer de volta estas cinco estátuas de pedra?

Ao ouvir o que Isabela dizia ele responde:

-Desculpe minha jovem, mas me esqueci de seu nome. Sou Frafur, do clã Ur e Barakor de Gorm Gulthym. Ainda não me conhece, mas os que me conhecem sabem que não sou fácil de derrubar. Armadilha ou não, nós iremos e estaremos preparados para qualquer situação que ocorra.

Ele olha para o grupo grande como era e diz:


-Aquele ali - dizia apontando - é Tonrill mestre nas magias, as vezes lê mais do que fala e sempre acompanhado de seus pesados tomos nos tirou de algumas enrascadas, voou sobre orcs, derrubou alguns estrategicamente...Sei que nele poderei confiar.

-Já este pequenino aqui - dizia apontando para Eunsech - possui uma agilidade sem igual e conhecedor ímpar das artes furtivas. Arriscaria a minha vida para salvá-lo quantas vezes fossem necessárias, assim como ele arriscou a própria vida.

-Aquele ali é Baraz, exímio batedor e perante orcs seu machado passui vida própria. Irmão de raça e como pode ver, perito em localizar e rastrear. Um pouco ranzinza eu sei. Mas nele eu também confio a minha vida.

-Essa é a doce Belediel, suporte perfeito nas horas mais difíceis, com a benção de seu Deus, nos mantém de olhos abertos e respirando. Sim, nela também eu confio.

-Este pequeno aqui, conheço a menos tempo. Mas ja passou alguns apuros comigo e aprendi a gostar da sua forma de ser, de um ser diferente. Eu diria o mais inteligente e simpático dos Kobolds. Darksol, sim sim, esse é seu nome. Também confio.

-Sofia e Nevasca, estranhamente a humana é mais arisca do que sua companheira. Mas possuem suas habilidades que nos foram e serão bem úteis amplamente em situações variáveis. Confio no potencial desta dupla.

-Aquele grandão ali é Barbalarga seu martelo é de uma precisão assustadora. Nos conhecemos a pouco tempo, guiou com precisão uma carruagem voadora surpreendendo-me positivamente. E pelo que vi, seu coração é do tamanho de seu corpo. Também possui a minha confiança.

Então ele observa os outros recem chegados, um a um. E diz:

-Olhando todos vocês que se dipuseram a vir até aqui e lutar, erguendo a nossa bandeira, a bandeira do salão de Mitral, que hoje representa os povos livres e àqueles entes queridos e companheiros que perdemos para essa guerra...Ainda acha que preciso temer alguma coisa? Acha mesmo que alguma armadilha possa pegar totalmente desprevenidos todas essas pessoas que aqui estão? Como prometi no ato da criação da Comitiva das Fronteira prometo a todos vocês agora, eu Frafur, prometo que, enquanto eu viver nenhum de vocês perecerá, e trarei todos vivos de volta pra casa e juntos venceremos essa guerra, sob a proteção do meu Deus Gorm Gultym.

Surpreso, Tomdrill franze o sobrolho e chega a inclinar a cabeça para a elfa.

- Não era você quem deveria ser a perita neste assunto? Eu até posso conhecer tal criatura. Já seu criador pode ser de uma ampla gama de magos conhecidos e, sobretudo, desconhecidos. Não acho que alguém do colégio da Senhora uniria forças com Duergars. O outro mago que eu tenho conhecimento é um Gnomo que nunca mostrou interesse direto na arte da necromancia, você também sabe. Não. Não conheço a mente por trás desta infâmia. Mas se é com mortos-vivos que vamos lidar, creio que a sua presença será mais requisitada desta vez.

Quando Frafur fala longamente, o Mago também escuta quieto. Não gostava de sair às cegas, mas conhecia o valor de discursos motivadores.

Johan ouve Frafur sem tirar os olhos dele. O otimismo do anão era digno dos maiores heróis e da mais ingênua das crianças; naquele tipo situação era preciso ser realista, mesmo que isso não signicasse perder a esperança e a coragem, mas o cavaleiro não se pronunciaria a respeito disso, não agora, depois de um discurso intencionado a inspirar a confiança em todos ali.

- Não é apenas Gorm Gultym que olha por nós, mas também a Tríade, Mystra e muitos outros deuses que possuem ou não representantes entre nós.

O batedor e Ivor então se pronunciam, e parecia que as dúvidas e a conversa entavam no fim e a partida em busca dos duergars se daria em breve. Filho da Ruína mantinha-se em silêncio até o momento em que o kobold aproxima-se dele e de Nerók, falando sem parar e chacoalhando suas mãos. Johan não pensava em dizer nada até o momento em que o lagartinho disse que Nerók tinha vivido entre orcs. Ninguém havia dito nada sobre isso, e o cavaleiro não desejava que este assunto fosse colocado da forma leviana como foi por se tratar de um assunto delicado. Johan, quando foi cumprimentado por Darksol, foi firme no aperto de mão e na pergunta. Um tênue brilho vermelho faiscou nos olhos sob o capuz de Filho da Ruína.

- Quem foi que lhe disse que Nerók conviveu com orcs, kobold?

Filho da Ruína já tinha soltado a mão de Darksol quando o interrompeu ainda no início do relato.

- Você supõe demais. Deveria concentrar seus esforços em nossa missão. - John se volta para os outros - Acredito que estajamos prontos para partir.

Drago estava alheio a toda aquela discussão. Ele poderia entender os diferentes pontos de vista do grupo, por ser composto de goblinoide, elfo, anao, humanos e outros, mas aquilo ja estava lembrando as reuniões infindáveis na sala de reuniãos nos Salões de Mithral, com a Gera Senhora Alustriel.

O gigante bufa longamente e diz:

- Acho que todos aqui somos diferentes e temos opiniões diferentes de todos. Mas o tempo esta correndo, sugiro que seguirmos adiante, diz ele, com sua voz profunda.

Nevasca caminhava ao lado dos companheiros, sempre fazendo graça com o pequeno goblin. sentando-se ao lado dele e olhando-o de cima, apenas para deixar nítido que era mais alta que ele.
Quando Frafur falou dela, ela colocou o focinho embaixo da pata, como quem houvesse se envergonhado com o comentário.

Em seguida saiu do lado do goblin e se dirigiu até Frafur. Ficando mais ou menos do mesmo tamanho do anão, Nevasca abaixou-se para pedir um afago, como quem agradecia e correspondia o sentimento de confiança.

Obviamente Sophia sequer deu atenção ao assunto que os seus companheiros estavam tendo.

A Druida permaneceu atenta à sua ocupação e identificou que algo realmente havia ali.
Inicialmente, a jovem acreditava que a magia era para inibir rastros, afinal sua leoparda não havia sentido cheiro algum com seu olfato felino, mas percebeu que não era bem assim...

Cortando qualquer que fosse o atual assunto, voltou sua atenção quando ouviu as últimas palavras do batedor:

- Há rastro de magia por aqui. Provavelmente foi assim que conseguiram levar as estátuas. Não devem ser nada bobos ou despreparados estes inimigos...

Disse mais para si mesma, como uma conclusão, do que de fato aos seus companheiros.
Sophia sabia, embora não muito, quem eram seus inimigos e já se preparava para o que pudesse vir. Olhava para todos e observava Nevasca pedindo carinho para o anão. Não entendeu o motivo, mas a sombra de um sorriso podia ser vista no canto de seus lábios.

- O que decidiram? Vamos então? Acredito que os conjuradores devam ficar distribuidos de uma forma tática enquanto caminhamos nestes túneis. Se há magia nisso, com certeza devemos nos prontificar para tudo.

Nevasca a olhava e retomava sua postura novamente, voltando a ficar perto de sua companheira, esperando suas orientações.
Novamente seu olhar ficou carregado com a adrenalina que estava para vir. O jeito meigo de pouco tempo havia dado lugar à felina que caçaria agora.

Frafur ao sentir a aproximação de Nevasca acaricia seu pelo e então volta um ponto mais a frente onde estava o aguardando Felpudo, seu Rothé Fantasma.

-Para quem ainda não conhece esse é meu companheiro, Felpudo.

A pelagem branca era quase ofuscante aos olhos despreparados. Parecia um imensa nuvem com pernas e uma pelagem macia e aveludada.

Era um pouco estranho ver um anão subir em um animal tão grande e provavelmente alguns duvidaram que ele fosse conseguir, mas Felpudo deitou no chão e permitiu que com certa tranquilidade Frafur pudesse ocupar seu lugar na cela que era de um couro claro praticamente prateado.

-Estou pronto e acho que não podemos mais perder tempo.

Com um sinal de cabeça ele agradece ao batedor que os trouxera e diz para Baraz:

-Podemos ir Baraz?

BARAZ

Baraz sente-se zonzo com tanta falação. Frafur iniciara um discurso, e a maioria começara a discutir, irritando o rastreador:

- Nós vamo andá pelos túnel, então é melhor manter a boca fechada! Ruídos são capazes de ecoar por quilômetros aqui embaixo. - bufa - E se estamos indo pra uma cilada, melhor não facilitar!

- Agora vamos em frente, e atentos!

Johan olha para seu companheiro e volta sua voz para o anão carrancudo que lideraria o grupo antes que ele adentrasse na escuridão da montanha.

- Baraz, Nerók pode ajudá-lo a guiar o grupo pelos túneis. Tenho certeza que um par de olhos a mais é sempre bem-vindo, e sei que ele não irá te atrapalhar.

Apontando para o gigante, o cavaleiro continua.

- Você pode ir na frente junto com Frafur, eu irei na retaguarda. Ivor, venha comigo. Sua ajuda também será bem vinda, senhora Isabela. - O resto do grupo, basicamente pessoas que não eram versadas no combate, deveriam ficar entre os extremos da marcha, protegidos de algum possível ataque. - Quem carregará nossas fontes de luz?