Ato III - O Último Confronto

Filho da Ruína olha para Baraz do fundo de seu capuz.

- Eu tenho meus olhos sempre atentos, e Nerók sabe cuidar de si mesmo.

Sophia não queria perder tempo falando mais, concordava com Baraz. Sabia que muita falação poderia atrair atenção desnecessária.
Poderiam acreditar estarem em um lugar "seguro", mas quem garantia isso?


A Druida faz um sinal com a cabeça para Nevasca, que imediatamente fica próxima ao centro do grupo.
Seus olhos felinos poderiam ser úteis para quem não tivesse facilidade em ver no escuro, como os que iam na frente do grupo.

Sophia decide ir atrás de todos, com sua foice, aguardando os demais adentrarem o túnel para esta posição.
Conforme o grupo iria adentrando os túneis, Nevasca mesclaria sua posição como fizera outrora, "retornando" um pouco o caminho para garantir que não eram seguidos ou surpreendidos; e sempre voltava a posição no centro de todos.

BARAZ balança a cabeça, concordando:

- Ta certo, cavaleiro, eu sei... é que já tô cansado de perder amigos... o anão fala mais para si do que qualquer outra coisa. O desgaste da guerra refletia-se no semblante do anão.

Drago se posiciona na frente do grupo, sem atrapalhar o anão rastreador. Com sua marreta em mãos, ele avança montanha adentro.

Johan nota o tom de Baraz e sente-se mal por ter sido ríspido com ele. O cavaleiro começava a perceber que esta guerra já cobrava seu preço de muitos ali a mais tempo do que ele imaginava; o próprio cavaleiro já tivera suas perdas.

- Não perderemos mais ninguém, Baraz.

Isabela presta atenção ao falatório e quando o grupo começa marchar adentro ela fica ao lado de Johan, atendendo seu pedido.

- Que os deuses nos protejam e que a sorte esteja conosco...

EUNSECH

Espero que alguém tenha trazido rações para comermos durante nossa expedição, pensa o halfling. Eunsech não tinha muito o que falar durante a discussão, por isso ele apenas procurava seguir os passos de seus companheiros até a saída do Salão dos Cinco Pináculos. No momento certo ele ajudaria o grupo, especialmente com as possíveis armadilhas preparadas pelos duergars, uma questão que foi levantada no debate.

O kobold arregalou os olhos quando reconheceu o lugar, ele imediatamente olhos para Frafur que retribuiu entendendo a situação, mas quando se aproximaram eles viram os corpos no estado em que estavam.

-Aqui, sim sim, aqui, esses anões cinzas, feios e maus fomos eu Frafur e Andathur que matamos, mas nós não fizemos isso, não não, não fizemos não, algum bicho fez isso com eles sim sim, algum bicho sim e foi a pouco tempo é melhor ficarmos todos atentos, o bicho pode estar a espreita!

Dizia ele enquanto olhava tudo a seu redor atento.

Barbalarga trata de olhar a sua volta após o comentário do goblinoide, buscando enxergar algum possível perigo para o grupo. Com seu malho gigante nas mãos ele o gira junto com o seu olhar, sempre guardião frente aos perigos das sombras.

Sophia adentrava atenta. Sua respiração era baixa, acompanhando a de Nevasca.
Quem as observasse naquele momento, no corredor, saberiam como eram ligadas. Ambas tinham o mesmo olhar e a respiração numa mesma cadência.
Sophia pareceu mais animal e Nevasca mais humana, de uma forma tão próxima, que pareciam uma só em dois corpos distintos. Mas somente aos olhos atentos de quem as percebesse.

A Druida tinha, a princípio, problemas com a escuridão do lugar. Não demorou muito para que ela pegasse uma das tochas que foram acessas no percurso.

Quando se aproximou do que parecia ser um salão imenso, Darksol começou a falar sem parar novamente.
Ela o olhava atrás da chama da tocha e repetiu, mais para si mesma, o nome "Ardanthur". Não o conhecia e não se recordava de ter ouvido falar dele. Não importava.

A jovem fala baixo à Nevasca, enquanto o kobolt tagarelava mais uma vez. Ordenou que ela ficasse próxima e atenta, observando todas as sombras com seus olhos felinos e ouvindo qualquer ruído que surgisse naquela imensidão.
A Leoparda seria os olhos e ouvidos de sua companheira.

Enquanto isto, ela se aproximou cuidadosamente dos corpos e, enrolando suas mãos em suas roupas para não tocar diretamente nos cadáveres, procurava por algo que desse alguma pista do que aconteceu com aqueles corpos, baseada no que Darksol falava.

Com o cabo de sua foice empurrava alguns para ver se tinha alguma pista pode debaixo, etc.

Nevasca a acompanhava, rondando-a em circulos. Várias vezes se aproximava do grupo para garantir que todos estavam bem, os cheirava para certificar-se que eram quem pareciam ser, e depois voltava a dar cobertura à Sophia, sendo seus olhos e sentidos.

Isabela estava deslumbrada com aquele sítio, aquilo ali era fantástico, os anões realmente eram surpreendentes, ela tentava imaginar como era aquele lugar quando estava inteiro, iluminado, movimentado. - Incrível!... Esse lugar é sensacional... Eu acho que nem consigo ver o teto! Diz Isabela forçando as vistas e olhando pra cima. A jovem estava com muita vontade e muito motivada a explorar todo o canto daquele lugar, mesmo que não fosse a coisa certa, como estava com um grupo ela comenta como se fosse uma pergunta inocente. - Não é bom a gente explorar esses corredores laterais?... Vai que tem alguma pista...


A duelista já esperava uma resposta negativa, mas mesmo assim tentou a investida, continuando a caminhar com o grupo.

Frafur avançava próximo a dianteira do grupo montado em Felpudo e enfim entram no salão. Ele conhecia o lugar e aquilo não o impressionou, sabia perfeitamente das competências de sua raça e ficou feliz pela reação de admiração do grupo.

Assim que pôde observar os corpos do duergas no chão, concordou sinalizando com a cabeça as informações que Darksol havia passado.

-Parece que algo esmagou os corpos...Será que esses corpos são os mesmos que deixamos aqui?! De fato estejam todos atentos.

Ele então olha para Baraz e diz:

-Baraz, e os rastros? Estão seguindo adiante? Conseguiu notar algo além das pegadas dos malditos?

BARAZ

O anão fareja o ar, absorto em seu ofício. A pergunta de Frarur chegara aos seus ouvidos como um murmúrio ininteligível, mas invarialvelmente óbvio. Todos queriam informações do que os esperaria.

Em tempo o batedor avalia a dimensão do ataque aos duergars e procura por algum indício em seus pertences, antes de tentar localizar a sequência do rastro. Chega a passar batido por Sophia, revisando os corpos os quais ela mesma já havia procurado, contudo com muito mais delicadeza. Delicadeza demais pra ao seu ver. - Humpf!

Por fim, como que retornando de um mundo à parte, volta-se para seu irmão e pergunta: - Que cê falô, Frafur?

Tomdrill caminha com o grupo até o salão. Não gostava de tetos altos que não permitiam a visão comum alcançar. A partir da sala atrás tudo era lugar inóspito. Da parede ao lado poderia surgir um inimigo. E haviam vários ali. Nestas horas, Tomdrill, lamentava um pouco a escolha de não fazer luz. Havia uma aula chatíssima na Colégio da senhora que Tomdrill não levava jeito de forma alguma e por esta razão abandonara para dar atenção à sua verdadeira paixão. Não quer dizer que não podia lamentar quando precisava dos seus conceitos.
O jovem busca ficar pelo meio do grupo. Fosse em campo aberto, certamente, já haveria se transformado em Avariel. Amava os elfos e aquela raça em especial lhe dava uma segurança que outras não davam. Ali, enjaulado, não era nem um pouco útil. Não à primeira vista.
Aquele teto alto o preocupava mais que tudo. Qualquer coisa poderia descer e agarrar alguém a qualquer momento. Uma aranha talvez. Ouvira dizer que existiam aranhas do tamanho do colégio e isto dava medo. Não havia esquecido as advinhações sobre sua vida. Em especial olhava o teto e escutava tudo ao seu redor. Estava atento à resposta de Baraz, ou a qualquer resposta dos novatos. Eles precisam se provar úteis.
Queria falar algo, mas, falasse: "- Atenção!" seria um pleonasmo ridículo. Todos ali deviam estar atentos.

Johan permaneceu quieto durante todo o curto percurso até o grande salão escavado na montanha. Era a primeira vez que Filho da Ruína estava dentro de uma construções legítima da raça anã, e era realmente impressionante. Por mais que as catedrais e grandes palácios tenham sua beleza e perícia, este salão era muito mais belo de se observar, mesmo quase no escuro. O cavaleiro reflete sobre a técnica e o conhecimento dos anões nos campos da engenharia e da arquitetura, e sem dúvida eles eram muito maiores do que o dos homens. Johan se lembraria disto no futuro. Filho da Ruína também pensa na quantidade de anões que devem ter morrido antes deste salão ficar pronto... Talvez não tantos quanto ele imaginava, mas ainda assim devem ter sido muitos.

A reflexão termina no momento em que a voz aguda e irritante do kobold corta o silêncio ritmado dos passos e o retinir do metal das armaduras. Johan procura do fundo de seu capuz quem eram os anões de quem Darksol falava, e o que viu o espantou. Não haviam corpos, apenas... Carcaças, restos do que foram corpos. Johan ouviu os companheiros e alguns deles faziam as perguntas menos importantes.

- Mais importante do que saber se estes são os mesmo duergars que vocês mataram, é saber o que pode ter feito isso com eles. Não é qualquer tipo de criatura que desmembra um corpo desta forma. Devemos seguir nosso caminho antes que o que fez isso com estes duergars nos encontre - o cavaleiro se volta para o grupo - Ninguém possui outras fontes de luz?

Vendo Baraz concentrado na sua melhor perícia Frafur espera e só depois quando é questionado pergunta novamente:

-Perguntei se encontrou algo além de pegadas de duergas. Está óbvio que não foram eles que fizeram isso, e sim algo aparentemente muito mais ameaçador.

Frafur menosprezava os duergas, por achá-los o lixo e a escória da humanidade, ao mesmo nível que os orcs.

O barakor percebe que os companheiros também tinham dificuldades pela falta de iluminação, assim, ele saca uma de suas tochas e a oferece para o grupo.

-Tenho uma tocha aqui, pegue.

Diz entregando a tocha para Johan.

A elfa permanece em silencio todo o caminho até aquele salão. Não pensava em nada de util pra falar, no momento a unica coisa que podia fazer era observar. Olhava de um lado pro outro o salão, com as altas colunas e o teto que se perdia de vista. Tipica obra feita por anões, se lembrava ela de ter lido a muito tempo num livro sobre elas. Sempre tinha sido avida por conhecimento e buscava ele de todas as fontes que possuia acesso.

Antes de chegar na metade o kobold avistou alguma coisa e indicou com uma das suas pequenas patas. Eram os restos dos corpos destruidos no chão. Belediel pôs a mão na boca pra segurar a sua sensação de mal estar. Sabia que ele já estavam mortos a muito tempo, mas ver os seus corpos destruidos assim daquela forma.... selvagem e cruel, era horrivel.

Queria dar pelo menos um tumulo ou um lugar de descanço mais apropriado para aquele restos. Sabia que eram Druergars mas mesmo assim sentia vontade de fazer alguma coisa. Afinal não importava de onde tinham vindo ou como tinham sido em vida, todos mereciam um descanço. Não achava justo deixar aqueles restos ali expostos, mas do mesmo jeito pensava que não tinha tempo e nem oportunidade de fazer aquilo. Era uma coisa que lhe doia no coração, no entanto com uma criatura a espreita, perder tempo com esses rituais podia ser um tanto que perigoso. Foi esssa razão mesmo que guardou essa vontade pra si mesma e procurou afastar seus pensamentos dela.

No exato momento o que melhor tinha que fazer era procura na sua mente lugares ou melhor situação e formas aonde poderiam estar mais sujeitos a ataques daquele tipo de criatura.

Parecia que o Halfing havia dado mais importância a pergunta que havia feito antes, como já imaginava e sabia, ninguém havia se interessando a vasculhar as entradas laterais, uma pena para a jovem que estava louca de curiosidade pra explorar cada canto da arte que os anões faziam com a pedra, mas voltando a declaração do Halfling, Isabela sente-se envergonhada de ter dito o que havia falado, ela sente que inocentemente ela tinha menosprezado o fato de ter anões mortos no lugar e certamente, aquilo tirava a beleza do lugar, logo trata de se retratar, engasgando em alguns momento e se a escuridão deixasse, veriam suas bochechas rosadas da vergonha pela gafe.

- Oh... Verdade halfling... Eu... Ignorei os anões mortos... Estava deslumbrada olhando para os cantos e para o alto... Perdoe-me por favor... Que vergonha... Vou manter o foco, assim recuperaremos e reivindicaremos este lugar aos anões novamente e esses deixarão este salão mais bonito do que outrora foi.

A nobre continuava andando com o grupo, notando que havia deixado passar a pergunta a pergunta do cavaleiro Johan sobre outras fontes de luz, ela olha em sua mochila o quê tinha e responde atrasada ao cavaleiro e aos outros.

- Tenho pederneiras, isqueiro e fósforos... Alguém quer usá-los?