RARON I
HEINKEL I
CYKE I
RAVEENA I
BERTRAND I
GENDRAL I
HEINKEL I
CYKE I
RAVEENA I
BERTRAND I
GENDRAL I
Era uma noite tempestuosa no castelo da Ilha Cinzenta, que trazia consigo além das fortes trovoadas algumas notícias emergentes. Os Grays estavam todos reunidos no salão principal afim de se protegerem da chuva e dos trovões que rimbombavam pelas paredes do lado de fora. O Senhor Raron estava sentado numa mesa de destaque construída a partir do do mais antigo carvalho, e de cada lado seu encontrava-se um filho, Heinkel e Cyke, o herdeiro. Raveena por sua vez sentava-se ao lado de seu marido, com Antonieta em seu colo e Arthur ocupando o seu outro lado. Enquanto Antonieta chorava com o barulho dos raios lá fora, Arthur brincava despreocupadamente com os talheres de comer. A comida ainda não havia sido servida e todos já começavam a ficar com fome, apesar das últimas notícias terem sido desanimadoras de tal forma que poderiam tirar um pouco do apetite.
A poucas horas atrás os Grays foram surpreendidos com a notícia trazida por Bertrand Pyke acerca de problemas com piratas em águas próximas a Ilha Cinzenta. Marinheiros do porto haviam lhe informado que duas embarcações mercantis foram atacadas por tripulações piratas e saqueadas até o último grão de arroz. A história rapidamente se espalharia pelas regiões próximas, o que dificultaria e muito manter o comércio por aquelas bandas. Os Grays precisavam dar uma resposta em relação aos ataques sofridos ou correriam o risco do fluxo de navios mercantis diminuir em seu porto.
Quase que no mesmo instante havia chego um corvo de Solar de Longarco, trazendo uma carta dos suseranos diretos da família Gray. Eon Hunter pedia a Raron para que ele se dirigisse até o seu castelo e que posteriormente fossem até o Ninho da Águia prestar condolências à Lysa Arryn. Desde que fora anunciada a morte de Jon Arryn há algumas semanas atrás, diziam-se as más línguas que Eon Hunter queria tomar a mão de Lysa e consequentemente se tornar o senhor de todo o Vale.
A carta do Senhor Hunter ainda informava que a Vossa Majestade Robert Baratheon planejava realizar um torneio em Porto Real em honra ao seu escolhido para tomar o lugar de Arryn como a sua Mão. Ninguém sabia ainda quem havia sido o escolhido, mas especulavam que se tratava do nortenho Eddard Stark. Eon é enfático ao pedir à Raron que ele enviasse o seu melhor guerreiro para o torneio, representando os Gray e consequentemente os Hunter. O torneio reuniria os melhores combatentes de Westeros e vencê-lo poderia render ótimos frutos à Casa do campeão. Essa, ao menos, não havia sido uma notícia ruim.
A comida, enfim, começa a ser servida. Até mesmo Gendral tem o seu lugar no salão principal, ao lado de seu ajudante, Tristan. O garoto ainda parecia ter um certo medo de Gendral, afinal ele era um homem do Povo Livre e sua aparência não era das mais fáceis de encarar, por isso Tristan falava apenas o necessário, e mesmo assim o fazia sem olhar o selvagem diretamente nos olhos. Bertrand Pyke, o comandante da frota naval, comia a sua refeição enquanto aguardava ser chamado por Raron para dar mais detalhes sobre os ataques piratas e os primeiros passos que deveriam ser tomados. Na mesa central, Lorelei se ofereceu para ficar com a filha de Cyke e Raveena, uma vez que ela ainda continuava inquieta nos braços de sua mãe. Raron Gray, por sua vez, pensava nas decisões que deveria tomar aquela noite. Quem iria para o torneio de Porto Real e quem deveria ficar para combater os piratas que assolavam aquelas águas? Ele mesmo atenderia o chamado de Eon Hunter para se dirigir ao Ninho da Águia ou enviaria um representante para ir em seu lugar?
A despeito do som ecoante dos trovões, as pessoas pareciam conversar menos do que o normal entre si mesmas. Todas pareciam ansiosas em ouvir as decisões de Raron Gray.