Damasco maio 1097

Depois de 30 dias em uma carruagem puxada por camelos, cercadas por um exército em terras estrangeiras Aisha está chegando em Damasco uma cidade gigante, realmente a Joia da síria, gigante, fortificada com gigantescas muralhas de pedras e castelos com o mesmo arenito das montanhas.
Depois de 30 dias se sentindo como uma prisioneira, vigiada dia e noite até mesmo essa missão dada por Hassan parece a Aisha uma amenidade.
30 dias atrás Aisha desconfiava que seu marido gostaria de vê-la a distância numa cidade de árabes fatímidas para uma missão diplomática a um menino chamado Fakhr al-Mulk Radwan, Aisha foi instruída a tratar bem o novo soberano da Síria, e entregar presentes. Embora seu marido seja um sacerdote dos ismaelitas. Algo não está correto ali
30 dias... finalmente Aisha deve começar a se sentir mais livre

Com o pensamento nestes termos Aisha se distrai durante seu banho quente enquanto escravas a penteiam e perfumam. Vestes discretas com desenhos intrincados fazem com que a beleza dela seja mais evidente, assim como a tintura que usa no corpo nos lábios e nas unhas, mantidas compridas para provar que Aisha não precisa trabalhar.

Depois de banhada, vestida e orientada por suas escravas Aisha é encaminhada para uma sala grande e confortável cheia de almofadas e com velas queimando com o cheiro doce de cera de abelhas Onde um jovem ainda imberbe e um senhor de barba longa e bem cuidada e cabelos curtos estão sentados em poltronas baixas. Te indicam um divã na frente dos 2 e entre vocês é servida uma bandeja cheia de frutas cristalizadas e taças de prata com um líquido dentro.

Ambos os homens fazem sinal para você permanecer em silêncio enquanto os serviçais estão na sala.

Com um gesto apontando a bandeja de frutas o mais velho se apresenta.
-Fique a vontade senhora Bashira Aisha, coma e beba, sou Janah ad-Dawla al-Husain e estou aqui para acompanhar a conversa da senhora e do sultão da Síria. Agradecemos os presentes de seu marido, vida próspera aos que seguem o profeta.

Aisha durante toda viagem sente-se extremamente entendiada. Odiava viagens, odiava mesmo, eram longas, demoradas e cansativas, além de ter muito pouco diversão. Ficara 30 dias sob vigilancia irrestrita, o que para ela parecia alguma forma de punição do seu esposo. Ela recorda-se de quando ele veio até ela e pediu-lhe que fosse a essa "missão". Tinha vontade de jogar a taça que estava na mão dela, na cara dele. Ou falar para que enviasse outra pessoa, afinal, por que ela? Contudo, sabia que não era sábio fazer isso e simplesmente aceitou, dando-lhe um sorriso.

Ao chega a damasco a mulher fica observando a cidade, de dentro da carruagem, maravilhada com todo o esplendor da mesma. Ela observa as pessoas na rua e enquanto a carruagem se dirige ao palácio e lembra-se de sua condição quando jovem.

No palácio e toma um banho demorado e relaxa na banheira quente. Finalmente um pouco de conforto e liberdade... Pelo menos aqui acredito que não terei meus movimentos vigiados o tempo inteiro!

Após o banho ela segue para a reunião com o soberano local. Ao chegar na sala, ela faz um cumprimento aos senhores e após suas indicações, senta ao divã, cruzando as pernas. Aisha observa o jovem soberano, era um homem jovem, mas que carregava o peso de uma responsabilidade que talvez não fosse capaz de aguentar nas costas.

Assim como orientada, ela aguarda que os serviçais saiam da sala e agradece a hospitalidade que lhe foi dada e devolve o cumprimento.
- Vida longa e próspera. É um prazer conhecê-lo, senhor al-Husain, e a Vossa Majestade também. É uma honra estar na presença do grande Fakhr al-Mulk Radwan. Meu marido e eu ficamos felizes que os presentes são do vosso agrado. Nós temos uma grande estima por vossa Majestade Ele lamenta que não pode vir pessoalmente, mas são momentos conturbados e sua liderança era necessária entre o nosso povo. Creio que como Sultão de tão belo país o senhor entenda essa necessidade...

-Claro que sim, responde ainda o mais velho, sabemos das dificuldades de se sair de casa em momentos conturbados como esse. Mas ao mesmo tempo ficamos felizes com a presença de dama tão bela e distinta. Coma e beba por favor, fique a vontade

e ele continua a conversa sobre temas amenos (sobre a safra de tâmaras do iêmem, sobre as corridas de camelos e etc) enquanto Fahkr só concorda com ambos vocês.

Depois de saciados o "tutor?" do Sultão sugere. Que tal Fahkr al Mulk Radwan o rei da síria acompanhar a senhora por um passeio pelos jardins, a tarde está agradável agora com a brisa do fim do dia e vocês podem conversar a sós

Aisha dá um sorriso de canto de boca ao receber o elogia do homem de barba. Enquanto conversa com o homem, ela nota que o sultão parecia não ter muita personalidade própria. Parecia um garoto criado somente no palácio e que fazia o que lhe mandavam fazer. Sabia que em muitos locais a figura do sultão era decorativa e quem detinha realmente o poder era o vizir. Talvez esse fosse o caso ali em damasco.
Ela termina de comer e ouve a proposta do homem. A mulher sorri e faz um cumprimento com a cabeça, em seguida olha pra o sultão.
- Seria uma honra acompanhá-lo, nesse passeio, claro, se o senhor desejar minha companhia...

-Claro que sim senhora, ele fala em voz baixa te encarando nos olhos pela primeira vez, ele bebe um ultimo gole de sua taça e sem jeito se aproxima de você e te oferece o braço

vocês saem por uma passagem lateral da sala e subindo uma escada curta chegam a um grande patamar arborizado com palmeiras, tamareiras e multiplas plantas decorativas em uma região alta da cidade, o sol está baixo no horizonte e o céu ja se torna laranja-avermelhado enquanto vocês caminham em silêncio você nota o olhar intermitente do sultão para a cidade

ele finalmente toma coragem e te pergunta:
-Como é a Pérsia?

Aisha sorri e segura o braço do sultão e o acompanha no passeio pelo que parecia ser os jardins do palácio. Ela observa o por-do-sol e admira o esplendor daquela cidade. Era realmente um local muito belo.
Ela repara que o jovem sultão observava a cidade e então a questiona como era a Pérsia. Parecia ser um jovem bem tímido e de poucas palavras. Aisha então o responde:
- É uma bela terra, meu senhor, apesar de não poder dizer com convicção que conheço tudo sobre a terra... Eu vivi a maior parte da minha vida em um vilarejo, meus pais eram fazendeiros, e posteriormente passei a viver na fortaleza de Alamut. Não conheço bem as cidades... Todavia, acredito que é difícil ter uma cidade tão bela quanto a do senhor...

-Obrigado (fica um tempo em silêncio depois gagueja) é b b bom escutar de beleza vindo de você... (ele faz um silêncio súbito e deixa o resto da frase em aberto e da um passo para o lado meio que se afastando de você porém a encarando

A mulher acha graça daquele galanteio tímido vindo do jovem sultão. Aparentemente não tinha muita experiencia com mulheres e parecia ser tímido e inocente. Quando ele tenta se afastar Aisha segura em suas mãos e fita seus olhos, enquanto sorri para ele.
- Me enche de alegria que Vossa Majestade se agrade com minha voz...

Em seguida ela deixa as mãos do jovem escapar, deixando que ele se afaste.

ele da meio passo pro lado e volta a se aproximar de você sem muita reação

Aisha fita os olhos do jovem sultão com um olhar penetrante enquanto ele se aproxima novamente e quando está próximo, ela sorri e diz:
- Creio que está tarde e eu já tomei muito tempo de Vossa Majestade...

Ela olha para a cidade e acrescenta:
- Acredito que o senhor tenha responsabilidade na administração de tão bela cidade... Se me permite, eu irei para os meus aposentos...

Aisha faz então um cumprimento e aguarda pela resposta do sultão.

Aisha nota que ele tenta falar algo, mas se enrola gagueija e da boa noite a você

Você chega aos portões do jardim e é recepcionada por um grande eunuco que te acompanha até suas serviçais que ja te prepararam o quarto e estão prontas a escovar teu cabelo e te arrumar para a noite

Aisha sorri vendo o sultão sem jeito enquanto se afasta. Ela chega até os aposentos e se despe, para tomar um banho. Os dias eram quentes naquela região e nada melhor que um bom banho para relaxar.
Enquanto ela tomar o banho fica pensando nos acontecimentos do dia e perguntando-se por que seu marido havia lhe encaminhado até Damasco. O que ele queria realmente do Sultão.

Pela manhã você é conduzida por um par de eunucos para uma mesa para o desjejum após as orações (rituais aos quais você não está completamente familiarizada, a religião fatímida acaba por ser bastante diferente em algumas coisas da dos ismaelitas). Nessa mesa a maioria é de senhores mais velhos, o sultão e seu vizir Janah al-Husain conversam rindo com 2 mouros em uma das pontas da mesa, você é colocada e apresentada para um grupo bem vestido de nobres que comem frutas com as mãos e bebem algo escuro em taças de cobre.

Aisha come da comida servida enquanto presta atenção nos integrantes da mesa. Ela aproveita que está próxima a esses nobres e começa a conversar sobre frivolidades, principalmente sobre os rituais aos quais tinha visto. Uma vez que eram diferentes dos costumes de onde vinha.

Após a refeição, se lhe fosse permitido, ela gostaria de visitar a cidade. Andar pela mesma e conhecer mais sobre os costumes locais.

Depois de muito pouco tempo você nota que os nobres estão reparando em você e depois tentando se exibir ou te bajulando.
Você está cercada de nobres menores e mercadores e a conversa varia entre temas comerciais e outras frivolidades

Quando você comenta em conhecer a cidade um jovem que se apresentou para você como Duqaq diz
-nasci e fui criado aqui na cidade, e gostaria muito de apresentá-la a vossa senhoria, com todo respeito

Aisha sorri e oferece o braço para o jovem para que a guie pela cidade.
- Claro meu bom senhor, mostre-me a cidade então...

Enquanto caminha com ele, ela pergunta mais sobre sua vida, quem ele era, sua família, sua história.

Ele se apresenta apenas como Duqaq, diz ser o vizir de Jazera (o que hoje é o iraque) como se isso fosse coisa pequena, afirma que é um pequeno senhor somente, e que passou a vida estudando o Corão e estratégia militar. Que se preocupa com os exércitos cristãos e que tem fontes dizendo que existirá maiores movimentos cristãos nessas terras e que o povo deveria ficar unido contra os infiéis.
Ele te leva pelos mercados da praça aonde é tratado com extrema cortesia recebendo presentes em comidas e bebidas (ele se nega a ingerir alcool),te leva até os jardins públicos aonde vocês passeiam, e mesmo as áreas menos nobres da cidade.
Você nota que ele é tratado com deferência pela maioria das pessoas

Aisha ouve atentamente tudo que o homem tem a dizer e sua preocupação com o avanço dos cristãos na região. Ela limita-se a concordar com ele sobre a questão de permanecerem unidos e enquanto caminham pelas ruas nota a deferência com a qual o povo o trata. Quando ele para de receber presentes ela dá um sorriso e o questiona:
- Você é bem conhecido pelos cidadãos locais para quem, de certa forma, é um estrangeiro... Devo deduzir que você está por essa região a bastante tempo e que de certa forma dá algum benefício a essas pessoas?

-porque achas que eu sou um estrangeiro? Ja viajei pelo mundo inteiro porém nasci a uma centena de metros desse lugar

Aisha sorri e prossegue respondendo ao homem:
- Bom, tu me disseste que é vizir de Jazera. Acreditei que fosse de lá e não daqui, de Damasco... Por isso que pensei que fosse um estrangeiro...