[Barcos de Papel]

- Uuh, a garota é bem informada! Brincou com a theurge. Era normal que ela conhecesse mais gente e soubesse para quem perguntar. - Acho que não cheguei a conhecer Samuel. -Respondeu um tanto contemplativo. Talvez tivessem se cruzado, mas deveria ter sido no máximo isso. Rumaram para uma veterinária onde esperaram até que aparecesse a pessoa que Amy aguardava. Era Emma, ou ao menos Amy a apresentou assim. - Jebediah 'Boca-do-Povo'.

Logo estavam dentro tomando um café feito pela parente. Era uma parente Fianna. Ele não entendia exatamente o porquê dela ter ajudado Samuel. - Como você conheceu Samuel? - Escutou enquanto segurava a xícara quente entre as mãos, um costume difícil de se perder. Ela perguntou sobre a filha de Roderick. Já a esculhambando em seguida. - Calma lá, galera... Ninguém é culpado de ser filho dos pais. Será que ela não pode ser "inocente"? - Perguntou, fazendo um pouco as vezes de advogado do diabo. Não que achasse que ela fosse inocente de qualquer influência, mas é sempre bom levar em conta essa possibilidade. - Nem toda reserva do mundo protege contra o falatório do povo. Quem você acha que poderia saber se Maeve está lá com alguma intenção a mais?

- Falou assim, na lata? Achei domínio e segurança de si. - Jebediah admirou-se da tranquilidade de Emma na reação ao assalto. Mas se de fato ela trabalhava com desabrigados, era esperado que tivesse esse traquejo. -Quando você diz que ele já tinha um futuro, era por conta de ser um garou? Ou algo a mais? - Afinal de contas ele estava desaparecido e aquele não parecia ter sido o futuro mais promissor. Ela porém começou a falar dos Smirnov, do casamento e da filha extra-conjugal. Ele sabia bem o que era isso. Claro que ser o filho bastardo de uma pobre infeliz é completamente diferente de ser a filha bastarda do líder russo estribado. - Galerinha estranha essa, some e reaparece...

Ela falou então de um parente andarilho. - Quem sabe eu não consiga alguma coisa com ele? Pode não parecer, mas oh, as pessoas se abrem comigo. Bate o olho em mim e contam a vida toda. Basta uns minutos e elas tão já íntimas. - Sorria enquanto piscava caricatamente para Amy. Claro que era uma piada. Mas ele conseguia fazer as pessoas falarem mesmo. - Como é o nome desse rapaz? Onde que ele vive? Amy me dá uma carona até lá. - Se tinha que começar a levantar dados, era bom fazer logo e o mais discretamente possível.

O galliard deixou transparecer um sorriso quando notou que Emma parecia ceder e ficar à vontade com ele ali. Era o que ele gostava e sabia fazer. - Ralph é um nome legal! Cool. E o Centro é lugar conhecido, vai ser fácil topar com ele 'por acaso'. - Virou-se para Amy. - Você o conhece? Saberia reconhecê-lo passando? Se não, você tem uma fotinha dele ai? - Tornou a olhar para Emma, terminando de tomar a bebida que havia sido oferecida. Foi nessa hora que ela tirou o cartão do rapaz e entregou. - Oh! Assim fica bem mais simples. Quem sabe ele também não me paga um café?

A parente aconselhava cautela. E ela estava coberta de razão. A sorte de ser um Roedor era que as pessoas davam pouca importância para você. E isso talvez fosse o melhor trunfo que Jebediah tinha ali no bolso. - Queria lhe agradecer, Emma, pela bebida quente, pela gentileza e pela informação. Precisando, só me diga! - Colocou a mão para um high five que talvez não viesse, mas estava certo que viria com uma risada. Voltando-se para Amy uma segunda vez. - Cê quer ir no centro comigo?

Amy olhou para ambos os lados depois de voltar os olhos para ele. Perguntava se achava que era uma boa idéia falar com aquele sujeito. Jebediah coçou o rastro de barba que crescia por seu pescoço - já havia passado do tempo de raspar aquilo ali - enquanto pensava. - É arriscado, pelo menos parece. Mas foi você quem disse que eu deveria perguntar por ali sobre os companheiros de matilha. - E era verdade. - Talvez hoje eu só dê uma boa olhada nele de longe... Observe como ele age ou os caminhos que percorre. Antes de decidir perguntar qualquer coisa. - Começou a caminhar pela calçada, na direção do Centro. Amy já havia dito que não pretendia ir com ele, mas ela provavelmente o acompanharia alguns quarteirões antes de deixá-lo. - A outra opção seria conversar com os outros membros... Depois do sumiço de Samuel, acho que só resta a Filha de Gaia... Lailah. Talvez com ela eu pudesse ter uma conversa mais livre e tirar mais coisas.

Matutava consigo se era melhor falar antes com Lailah. Mas teria que encontrá-la ainda e não sabia exatamente como fazer. - Vou por os olhos nesse Ralph. Lá decido se falo com ele ou não. Depois encontro Lailah para perguntar a ela, como uma Philodox, o que ela acha da atual conjuntura política dessas terras. - Sorriu consigo. Pareceu se convencer que aquele era um bom plano. Ou pelo menos era um plano. Acelerou o passo em direção ao Centro. - A gente se encontra mais tarde.