Leonard Fairbreath
Classe: Paladin 1XP: 100/1000https://www.myth-weavers.com/sheet.html#id=1471741Background“Não há piedade, só há julgamento.”
“Patience outlasts all.” You understand that it might take your
entire life span to make a difference in the world—you don’t
hurry, you persevere. You have the god-supported tenacity
not to quit your tasks, once taken up.
“Loyalty to true friends, vengeance to betrayers and foes.” You
know that strength flows from solidarity, and solidarity only
comes when all trust each other. Defeating the evils that
plague the world is possible if all are loyal. Those who betray
loyalty must be dealt with swiftly.Nascido na pacata cidade de Lumia, Leonard sempre morou com seu pai, sua mãe e seu pequeno irmão Jeremy. Desde os 8 anos de idade teve que se dedicar exclusivamente a ajudar sua mãe no sustento da família e cuidar de Jeremy, que tinha apenas 4 anos. Na cidade as coisas eram sempre muito paradas, o pai de Leonard não ficava muito em casa, passava semanas e até meses em expedições que ele chamava de “empreitadas”, segundo seu pai essas jornadas um dia cessariam trazendo assim a riqueza para a família; os olhos de seus filhos sempre brilhavam ao ouvir as nobres histórias de seu pai que até então era uma grande inspiração, entretanto a mãe dos dois irmãos não via dessa mesma forma e nunca havia falado nada a respeito.
A mãe de Leonard era uma mulher alta e loira, os olhos cristalinos e traços élficos que com certeza a tornavam a mulher mais bela de Lumia e talvez até de Riviera. Desde sempre Leonard percebera que a relação da mãe com o pai não era das melhores, eles quase não se falavam quando em casa e a mamãe vivia com um rosto aflito, o que sempre intrigara o filho mais velho: por que que a mamãe vivia triste? Havia ele feito algo de errado? Será que não estava se esforçando o suficiente? Essas perguntas o deixavam aflito, essas perguntas levaria a catástrofe da vida de Leonard.
O filho mais velho completara 15 anos, já era um adolescente, nada havia mudado. Sua mãe, seu pai, ainda viviam encobertos por mistérios indecifráveis, a revolta e a vontade de fazer justiça cresciam a cada dia da vida de Leonard motivadas pela angústia de ter crescido 15 anos sem ver o sorriso da mãe e pelo descaso que seu pai, homem que deveria amar aquela linda mulher, fazia. O filho preparou tudo, esperou seu pai voltar de uma de suas empreitadas, e o seguiria quando ele saísse na próxima.
O dia chegou. Seu pai estava prestes a sair pela tarde, disse que dessa vez seria uma das últimas viagens, e que voltaria para trazer a paz de todos. Mentiras, tolo! Leonard esperou seu pai sair, pegou suprimentos e a antiga espada de seu pai, a chamada por ele de “desbravadora divina”. Então saiu dizendo a Jeremy e a sua mãe que ia pegar maçãs e foi, seguindo furtivamente os passos de seu pai, atravessou as florestas em direção ao sul floresta, onde haviam formações rochosas, era difícil seguir o passo de seu pai, ele conhecia bem o caminho, porém isso dava a vantagem de evitar encontros desagradáveis com animais. Então viu o pai adentrar no que parecia uma passagem secreta na rocha, o ouviu dizer “Tmy kdaav ao zmy jurqulw sudd wmas py zmy sih”(que futuramente entenderia significar “o sangue virgem irá mostrar-me o caminho”, Leonard decorou a frase, foi ao mesmo lugar e adentrou a pedra seguindo o rastro de seu pai.
O cheiro de enxofre do lugar dava náuseas, era difícill enxergar diante da fumaça amarela que encobria todo o lugar, os olhos de Leonard ardiam e seu estômago pedia para colocar o que não tinha para fora. O cheiro foi aumentando e vozes conseguiam ser ouvidas ecoando pelas quentes paredes da caverna. Leonard andou até chegar em uma espécie de varanda de pedra, que dava de cara para um grande salão, a fonte da fumaça claramente era ali e agora ouvia-se o grito de uma mulher, uma mulher não, uma criança, vozes malignas ressonavam no lugar e Leonard usou seu último ato de coragem para olhar adiante, para ver o que se passava. Acreditem, até hoje deseja que nunca o tivesse feito.
Uma donzela de aproximadamente 12 anos estendia-se em cima do que parecia ser uma cama de pedra, amarrada, cheia de cortes ao mesmo tempo que 4 criaturas vermelhas e com pequenos chifres dançavam e gritavam ao redor dela, mas isso não importava, a única visão que ele tinha era de seu pai. Na beira da cama de pedra enquanto passava a mão por debaixo da robe da pobre infeliz, o olhar era sádico, era a encarnação de tudo mais mau que já havia sido visto nesse mundo para o pobre garoto. As criaturas arranhavam com suas pequenas adagas a pele da linda menina e lambiam o sangue dela, enquanto o pai de Leonard se preparava para o ato libidinoso, abaixando suas vestes e rindo as custas do sofrimento daquela criança, ele estava perto, muito perto. “PAI, PARE!”, a gritaria da sala tombou em um profundo silêncio, um silêncio que gritava mais do que mil demônios para Leonard, não sabia de onde havia tirado a coragem necessária para que aquelas malditas palavras rasgassem sua garganta ecoando no que parecia ser um juramento de morte certa. O pai, ou o que restava de sua mente olharam para o filho, com um olhar que jamais vai sair das recordações, um olhar de ódio.
Não demorou muito para que as criaturas se rastejassem até um ponto em que Leonard não mais tinha visão delas, ele estava morto. Não havia mais o que fazer, elas chegariam. Tudo foi ficando escuro, a fumaça foi cegando seus olhos até que dormiu. O despertar não foi agradável, não era um sonho e infelizmente nem um pesadelo. A primeira visão ao abrir os olhos fraquejantes foi do lugar em que se encontrava, era uma sala de pedra, iluminada por fracas tochas e o único som que se ouvia era de gotas caindo no frio piso rochoso, além do forte cheiro de sangue. Se via alguém, uma mulher. Pendurada em uma haste de madeira pelas mãos, a pele era rosada, os cabelos eram loiros, mas o vermelho do sangue não permitia ver ao certo quem era, não até despertar-se completamente e ver que era sua mãe, com o busto aberto, os seios rasgados e nua, sangue caia de todo seu corpo, pingava, escorria, ela se mexeu e olhou para Leonard e fez um último gesto, algo que parecia um pedido de desculpas, seus lábios dilataram-se e um sorriso foi a sentença de morte de sua progenitora, um sorriso que jamais ele esqueceria, o primeiro e o último. Ao olhar ao redor gritou JEREMY! ONDE ESTÁ MEU IRMÃO? Não demorou muito para que visse uma banheira na parede atrás dele, onde boiava um corpo de uma criança, não em água, mas em sangue. As lágrimas começaram a descer e cada porção de ar que entrava no ato de respirar era como facas descendo pelo diafragma, a dor era insuportável: ME MATEM! ME MATEM SEUS IMUNDOS! TERMINEM O SERVIÇO, DESTRUAM ESSA FAMÍLIA. Havia uma porta na sala e por incrível que pareça era a última coisa que fora percebida. O tempo passou, passou, até que finalmente a porta se abriu, o pai do infeliz atravessou a sala e chegou até o garoto pendurado, o examinou e lambeu o rosto do menino, então finalmente falou com uma voz vazia, uma voz fria - Viu filho? O prazer que nossa família pôde nos proporcionar? Não temos mais problemas, precisamos saborear o sangue daqueles que nunca foram corrompidos não acha ? - Leonard cuspiu na cara do ser que um dia chamara de pai, a reação não foi muito agradável, ele ficou furioso, e saiu com passo nervoso da sala, ouviu-se ele mexendo em algo e voltou, dessa vez com um grande chicote na mão, um chicote vermelho de sangue, rasgou a blusa do filho e começara a julgá-lo, a bermuda de pano havia sido encharcada de sangue, e as lágrimas haviam virado ódio nos olhos da pobre criança, que chorara a noite toda no escuro daquele lugar de merda.
Acordara mais uma vez, porém acordara com uma luz, uma luz que vinha das brechas da porta e era cegante, não conseguia mais se distinguir a porta de tanto que brilhava e então cessou. Passaram-se segundos, o coração era a única coisa que Leonard ouvia até que com um forte estrondo a porta se abriu, um homem apareceu, carregando uma criança em seu ombro, não uma criança qualquer, mas a menina que havia sido abusada nas últimas horas e que Leonard teve desprazer de ouvir sofrendo enquanto tudo acontecia. Esse homem, com vestes cinzas e um símbolo que resplandecia dentro da sala o segurou no ombro e então mais uma vez, Leonard sucumbiu ao sono.
Acordou, estava deitado em uma cama em um lugar lindo, as paredes brancas de mármore e a altura do lugar eram incríveis, pilastras resistentes erguiam todo o lugar e a luz penetrava no grande salão através de janelas redondas com vidraças que contavam histórias de poderosos guerreiros, então ouviu uma voz forte e rouca Você está bem? Sinto muito por não ter conseguido salvar sua mãe e seu irmão. Sua irmã está bem, apesar de estar muito machucada. A ânsia de vômito tomou conta do estômago de Leonard, - Eu não tenho irmã, senhor, acho que me confundiu talvez com outra pessoa, mas agradeço muito por você ter me salvado. – Essa menina é sua irmã. Sinto muito em ter que te contar isso, mas ela vem sido preparada desde seu nascimento para esse ritual, seu pai, ou o que restou dele, estava amaldiçoado por algo que infelizmente não conseguimos descobrir, e isso trouxe a destruição da sua família antes mesmo de vocês perceberem. Sinto muito por isso mais uma vez. O silêncio e o olhar vazio mais uma vez tomaram conta do local, até que a voz quebrou o silêncio -- Eu sou Rhodart, mão de Heironeous, e quero te ofertar a oportunidade se juntar a nós, cultuar o bem e a justiça e levá-la ao mundo. O que me diz? Não havia escolha se não aceitar, não tinha mais uma casa, não tinha mais dignidade, porém ainda existia um propósito: fazer justiça e descobrir o que havia acontecido. Esse era o propósito, destruir todos que fossem daquela índole, e fazer justiça perante o bem. Não haveria piedade para os corrompidos, só existiria o julgamento e ele não seria feito por Leonard, não, seria feito pelo seu deus, e não importa quanto tempo isso demoraria, a morte chegará para Leonard também, mas ele tinha certeza de que seus atos serão imortais e se perpetuariam por milênios até que o mal será finalmente destruído. – Sim, mostre-me o caminho, prometo tornar-me um servo do bem e da justiça.