Nuala - Introdução

12 de Uktar de 1372 CV, o Ano da Magia Selvagem

Árvores Enroladas
Nuala havia passado as últimas décadas de sua vida fora de Cormanthor, encarando diversas aventuras e adquirindo experiência. Hoje ela retorna a seu lar em busca de informações sobre sua ascendência feérica.

Porém a Cormanthor que Nuala conheceu não existe mais. Ela tinha consciência do Exílio Élfico que ocorrera 1344 CV, onde praticamente 90% dos elfos que habitavam a floresta se migraram para Encontro Eterno ou até mesmo Evereska.

O esplendor dos bordos gigantes, das copas entrelaçadas e dos carvalhos enormes continua intacto, mas é um aperto no coração ver este primor da natureza quase que abandonado, embora Nuala soubesse que muitas armadilhas foram instaladas para proteger as árvores sagradas.

Das três principais comunidades élficas, Corte Élfica, Abrigo de Sember e Árvores Enroladas, apenas esta última permaneceu ocupada por elfos e não por drows. Na verdade Árvores Enroladas é bem eclética, permitindo todos os tipos de elfos, meio-elfos e até humanos amigos. A comunidade possui seus caminhos transversais, encruzilhadas, plataformas e contra-fortes nas árvores, sem necessidade de descer para o chão. E Nuala chega aqui com a esperança de ter informações sobre o paradeiro de seu tutor (e conseqüentemente de sua ascêndência), pois há muito tempo ela não ouve falar dele.

Nuala chega a Árvores Enroladas. A primeira coisa a fazer era procurar por algum lugar para ficar. Não havia como saber por quanto tempo Nuala ficaria lá. Encontrou uma estalagem simples, mas que parecia oferecer um pouco de conforto.
Depois de um rápido descanso, Nuala foi conversar com o estalajadeiro e fazer algumas perguntas. Depois de tanto tempo fora, ela já não mais conhecia o lugar e não sabia por onde começar a procurar.
Nuala descreveu seu antigo tutor. Foi um elfo alto para sua raça, com longos cabelos cinzentos, da mesma cor que seus olhos. Seu nome era Elladan Talath e era conhecido em Cormanthor como um grande sábio e estudioso. Nuala esperava que a fama de seu tutor no passado ainda existisse ou que ao menos fizesse com que seu nome ainda fosse conhecido.

Não existe estalagens e tavernas tradicionais nas terras dos elfos, mas existem espaços comunitários, onde os elfos sem abrigo dormem e convivem pacificamente juntos, sendo cada elfo auto-suficiente.

Nuala começa a perguntar àqueles elfos sobre o seu tutor, muitos o conhecem ou ouviram falar dele, mas poucos sabem à localização de Elladan Talath. Até que um dos elfos diz que a última vez que ouviu sobre ele, o tutor de Nuala havia ido até a Mansão de Aencar, uma residência bem próxima de Árvores Enroladas, com o intuito, ao que parece, de desvendar os mistérios da mansão e livrá-la dos perigos que mantinha o povo afastado. Isto já faz alguns meses, e nenhum elfo sabe dizer o que houve lá dentro da casa e se Elladan continua vivo ou não.

A elfa se prepara então para ir até a Mansão de Aencar. Pergunta aos elfos como chegar ao local e parte em direção ao caminho indicado.

A Mansão, embora fique próxima da aldeia élfica, leva dois dias de viagem. Os elfos disseram para ela tomar muito cuidado, pois os boatos que ela é amaldiçoada seguem firmes.

Nuala chega à tarde no local. Ela avista a mansão com várias torres e janelas. Por fora, ela parece intacta e com uma aparência esplêndida. Aos arredores contém jardins com belas estátuas de cavaleiros montados. Há apenas uma porta visível no fronte do casarão.

A grande mansão se estendia à frente de Nuala. Ela vai se aproximando lentamente, sempre observando tudo ao seu redor. Detém-se por alguns segundos para observar as estátuas, mas logo retoma a caminhada em direção à mansão propriamente dita.
Ela para em frente a uma grande porta. Redobra o cuidado e a atenção e cuidadosamente se aproxima mais da porta. Lentamente, ela gira a maçaneta para verificar se a entrada está aberta.

Nuala verifica que a porta da mansão encontra-se aberta, sem nenhuma tranca ou proteção aparente.

A elfa entra no interior da mansão, mantendo a porta aberta às suas costas. Ela para e examina como o casarão é por dentro, adentrando a casa aos poucos.

Nuala demora um pouco a reajustar-se com a escuridão do local, mas devido aos seus olhos élficos logo repara no grande saguão de entrada. E ela é surpreendida quando um bichano grande voa para os fundos da casa, derrubando tudo que tinha pela frente e fazendo um grande barulho esbarrando nas paredes.

No pouco momento em que a elfa teve para observar a criatura, pareceu-lhe uma águia em carne putrefata. Uma visão horripilante, e parece que os rumores sobre a mansão eram verdadeiros. Mas a busca pelo seu tutor ainda obrigatoriamente ligava-a ao casarão.

Por mais que parecesse mais seguro sair da mansão, Nuala não sai, mas observa o caminho que a águia toma ao voar para os fundos. Ela vai avançando em direção a esse caminho, preparando-se para novos acontecimentos que podem vir a ocorrer.