Julian Grenfell

Julian tomava um café e encarava o grande envelope enviado pelo dr Watson, um colega e amigo que depois de formado foi trabalhar em São Francisco como infectologista.
Se Albert Watson estiver certo, se os arquivos que ele enviou, e pior, se as fotografias estiverem corretas algo de errado surgiu em uma cidadezinha no tibete chamada Xigase, e foi enviada propositadamente para ser estudada em presídios na califórnia
Algumas coisas na carta de Albert pareciam bobagens, como um culto a MU, extra-terrestres porém a doença era real, ou pelo menos os prontuários parecem reais e as fotos horríveis.

Julian comprou em um impulso uma passagem para daqui 2 dias para Katamandu de onde poderia conseguir um guia para levá-lo ao tibete, e embora não fosse nenhuma obrigação sua investigar seria um bom descanso e uma fuga da situação política local, na pior das hipóteses ele poderia fretar um voo de Katamandu para a Europa e depois para casa. Mas as fotos... o rosto dos doentes encarando o fotógrafo está na memória de Julian fixo, exigindo algo...

Verifico as fotos e fico abismado com o que vejo. Será possível que algo assim seja real? As anotações de Watson tinham uma boa dose de fantasia, falando de extraterrestres e bobagens locais, mas a infecção em si era nova. Será?

Ainda me resta um tempo antes de embarcar no vôo para Katamandu, como homem de ciência não posso simplesmente ir como um tolo ao foco de uma possível epidemia sem precauções.

Opto por pesquisar nas bibliotecas locais sobre as possíveis doenças locais, geografia de Xigaze e se der tempo, apenas se der tempo sobre MU. Informação é uma arma valiosa e nestes tempos que vivemos em que o mundo é globalizado, qualquer biblioteca contêm os conhecimentos do mundo inteiro.

Pesquisa = 12

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1 , 4 , 6

Nas bibliotecas da Faculdade de Dheli você descobre que:
- Xigaze é um pequeno vilarejo perto de Lhasa a capital do Tibete, mas muito próxima de algumas ruínas antigas
- A doença lembra uma espécie de peste negra só que sem os bubões de peste e com um comprometimento neurológico evidente

Mesmo comparando os prontuários, a doença parece seguir um padrão determinado e bastante homogêneo, o que não é comum em patologias com alto grau de infectividade. O que leva a uma outra pergunta, seriam os presos inoculados propositadamente com a doença? ou alguma toxina?

Está anoitecendo e você está cansado e com as costas doendo de procurar em tantos livros diferentes sem conseguir nenhuma informação realmente útil

A pesquisa é quase que infrutífera, se por um lado isso decepciona por outro abre margem para uma aventura. No último dia antes da viagem busco descansar bastante, a região de Xigaze é pobre e pouco desenvolvida o que exigiria mais de meu corpo.

Tenho algum crédito com meu superior imediato por ter lhe ajudado com um problema de saúde. Carrego a mochila com itens de primeira necessidade, alimentos secos um kit de primeiros socorros, alguns medicamentos, corda, dinheiro para alugar ou comprar uma montaria, casaco, desta vez não poderia ser um militar, a região de Xigaze não pertence ao império britânico, ser um soldado nesta região poderia causar problemas, então vou vestido como um civil, uma jaqueta grossa, luvas, a pistola no coldre, isto não será um problema, todos sabem que a região é perigosa, levo também um apetrecho especial escondido, algo que poderia me ajudar em um momento de maior dificuldade.

Deixo algumas recomendações simples para minha equipe e a indicação que retornaria no máximo uma semana.

Spoiler:

a viagem para Katmandu transcorre facilmente, no pós guerra a polícia na fronteira esta mais relaxada, porém você esta sem conseguir dormir direito porque está tendo pesadelos com as pessoas doentes e a epidemia no presídio. AS pústulas e a deformações de extremidades te assustam a ponto de você começar a tocar seu próprio rosto a procura de algum sinal de doença.

Em Katmandu ainda sonolento você consegue negociar 2 mulas para a viagem e te explicam o caminho até Xigaze, você tem que seguir uma trilha toda marcada por bandeiras coloridas e ir perguntando, mas a cidade está na trilha principal

(alguma coisa que vc quer fazer ainda na civilização?)

Chegando em Katamandu estou cansado, a viagem não foi boa devido aos pesadelos. A coisa parece bem feia, mas logo após o susto inicial do pesadelo em que acordo tocando a pele, raciocino melhor, sendo muito mais provável que seja uma toxina do que uma doença infecciosa vai ser mais difícil se expor, isto me acalma um pouco. Após providenciar montaria e o descobrir o caminho, o único caminho me abasteço com provisões de Katamandu, a comida local é um pouco diferente de Delhi, mas não muito. Levo comigo então alimentos, alguns medicamentos que já havia trazido da India, sacos plásticos para uma certa necessidade natural, uma moeda no bolso para aquela hora de indecisão, uma cabana pequena cabana, a mais prática possível para não dar tanto trabalho na hora de montar, corda, bússola, lanterna e a pistola no coldre com uma pequena quantidade de munição na mochila.

A oferta que recebi foi de duas mulas ou nenhuma, como me pareceu um bom negócio aceitei. Preferia ter compania para viagem, mas como não encontrei ninguem que despertasse muita confiança segui sozinho. Sai nas primeiras luzes do dia, não parecia difícil.

"Seguir as bandeiras, manter-se na trilha", até uma criança poderia fazer isso, eu então poderia fazer isso com as mãos amarradas nas costas - penso comigo mesmo enquanto dou uma gargalhada alta para o nada.

você segue por um tempo por uma área que parece mais um deserto gelado do que uma montanha antes da trilha ir ficando mais sinuosa e íngreme é fácil ir se localizando porque todo o lugar é marcado por bandeiras coloridas que agitam com o vento


o que te preocupa é que mesmo parando para uma refeição e depois seguindo algumas horas você não encontra viva alma pelas trilhas, nem homens nem animais... com isso começa a anoitecer

Avanço um dia inteiro e não encontro nenhuma alma viva, a situação mexe com meus nervos, me pego arrancando os pelos da barba ainda rala.

- Relaxa - penso comigo mesmo. -as bandeiras estão aí, o caminho é este.

Faço uma única refeição no dia, algo rápido, mas consistente. Só paro novamente no fim da tarde, A trilha esta cada vez mais íngreme, não é seguro seguir durante o anoitecer, amarro as mulas e monto minha barraca no local mais plano que encontro. Bem agasalhado e alimentado vou dormir com a arma ao alcance da mão.

você dorme tendo alguns pesadelos como se estivesse perdido em um templo antigo onde pessoas (homens mulheres e crianças) com os corpos deformados de alguma doença desconhecida cantavam uma cansão monotônica grave e com o ritmo constante para estátuas gigantes de disformes seres alados

você acorda com a sensação de que foi entregue a um desses seres durante o sono

você está com a sensaçao de estar com o corpo todo endurecido, com a cabeça dolorida e discretamente nauseado

talvez tua alimentação de ontem não tenha sido suficiente e você está tendo uma hipoglicemia ou hipotensão. você mede teu pulso e está com 72 batimentos por minuto o que te deixa mais tranquilo

Acordo um pouco assustado, não com medo, mas assustado. No sonho vejo diversas pessoas com pústulas no corpo, igual ao da foto de Watson, desta vez a "viagem" foi ainda mais intensa, sonho com monstros e estranhas canções, a carta dizia algo sobre deuses e aliens.

- O que estou fazendo aqui afinal?


Penso um pouco e chego a conclusão que a tensão de estar sozinho e isolado da civilização estão mexendo com meu psicológico.

Como um pouco mais, o dia prometia ser ainda mais árduo. Verifico como está o ambiente fora da barraca, o vapor condensado saindo da minha boca já indica a temperatura, mas perdi a noção de tempo.

OBS: Se for dia eu sigo viagem, se não eu volto dormir.

OBS 2: Se as mulas tiverem lugar para pastar eu deixo elas pastarem, se não, sou obrigado a dar algum alimento que carrego comigo, pouco e a contragosto.

Já é dia, o céu está vermelho com o sol no horizonte e as nuvens baixas embora estejam cinzentas não indicam chuva ou neve por enquanto

as mulas pastam por algumas horas enquanto você prepara a partida em pequenos arbustos espinhentos, você para e fica reparando que são animais muito resistentes, enquanto está distraído pensando olha para baixo e repara que ao redor do teu diversas pegadas na neve parcialmente derretidas estão circulando seu acampamento

O sol começava a raiar ao leste, não há tempo a perder, este é meu terceiro dia avançando rumo ao Tibet, estou em dia com meu cronograma. Relembro o sonho, o conceito dele em si ainda vivo na minha cabeça, mas as imagens cada vez mais dissipadas.

- Eu poderia dizer que nos sonhos o tempo passa bem mais rápido que na vida real, pelo acúmulo de sensações que tive, mas a verdade é que não existe tempo nos sonhos e o que eu vi foi apenas minha mente imaginando conceitos. - reflito comigo.

As mulas parecem ter se satisfeito na noite anterior com alguns arbustos ali perto, me questionava quanto tempo esta vegetação iria durar.

- São animais bem fortes.

Estou quase saindo do local quando percebo marcas no chão, me agacho para visualizar melhor.

- Botas, ou seria calçados? - Gelo a espinha por um momento, mas me recomponho logo. - Espera, se fossem agressivos me atacariam, fariam algo, me roubariam, não levaram nem mesmo as mulas.

Verifico se meus itens não foram roubados.

Tento identificar se havia apenas a pegada de uma pessoa ou de várias.

PER = 13

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1 , 2 , 5

dificil perceber se são várias pessoas ou uma só, nenhuma pegada na neve derretida e congelada novamente é nítida o suficiente para você perceber o solado

nada seu foi roubado, as mulas parecem estar bem e mesmo os alforjes que foram apoiados ao lado da barraca continuam na mesma posição

Tudo parece bem. Não houve roubos, não fui atacado.

- Talvez tenha sido um nativo curioso, devo estar perto de alguma aldeia, cidade ou algo do gênero.

Em momentos como este as pessoas tendem a pensar o pior, mas eu estou armado com uma arma de fogo, minha pistola, uma arma simples para um militar, mas que já deve ser mais do que qualquer nativo possa possuir, o problema é se forem vários nativos, neste caso... estarei ferrado.
Tento identificar a quantidade de pegadas, mas a neve as torna irregulares e interruptas, não percebo nada.

Continuo com a ideia de que seja lá quem foi que passou por aqui, não era agressivo, nem um ladrão. Pensando com calma, o que aconteceu foi um bom sinal, estou perto de pessoas, aquela sensação de isolamento que senti durante o trajeto diminui um pouco.

Opto por seguir viagem. Desmonto a barraca e só então quando subo na mula percebo que não tinha arrancado um único fio de barba do rosto durante o nervosismo ao ser surpreendido por pegadas, as luvas me impediram.

você ainda com a cabeça e o corpo doloridos da viagem (com a impressão de estar sempre em subida) e segue acompanhando os conjuntos de pandeiras que por vezes parecem bem comuns estando distanciadas apenas algumas centenas de metros umas das outras e por vezes você segue durante o algo que parece ser uma hora sem ver marcas nenhuma, até que visualiza ao longe um pequeno povoado nas encostas de uma montanha, nenhum movimento ainda pode ser observado, mas a sensação é de que eles ja podem te ver ao longe na trilha.
O sentimento de inquietude dos teus sonhos e das pegadas continua

- Eu estou cada vez mais alto na montanha, se torna cada vez mais difícil respirar, tenho sorte de ter as mulas, difícil imaginar que um ocidental como eu consiga sobreviver aqui sem auxílio,  o terreno é desgastante demais, mesmo para alguém que esta com o corpo em forma como eu.

Estou avançando sentindo a dor me provocando. Vejo uma aldeia ao longe, descendo um pouco na montanha. Um vilarejo para ser mais preciso, tenho a impressão de que posso ser facilmente visto aqui. Seja lá quem for que tenha descoberto meu acampamento deve com certeza morar aqui.

- Será que cheguei em Xigase? Só há uma forma de descobrir.

Vou subindo a montanha, pegando o caminho que leva até o vilarejo. Mantenho o máximo de atenção em tudo que posso e a mão atenta caso haja a necessidade de puxar minha arma.

você segue até o pequeno vilarejo que encontra-se vazio e silencioso embora algumas portas e janelas das simples casas estejam abertas
algum cheiro estranho está no ar, algo sutil demais para ser notado mas que te causa um desconforto

Saco a arma do coldre e vou revistando as moradias, buscando a fonte do odor que está me causando desconforto. Verifico também se há pegadas em no local que me indiquem algumas coisa.

O lugar inteiro está decrépito, é dificil ver dentro das casas de janelas minusculas por causa da escuridão, mas algumas formas te chamam a atenção. Forçando a visão você nota que vários corpos estão mumificados ou caídos no chão ou ainda na ultima posição que estavam enquanto vivos. O clima seco escureceu e secou os corpos que aparentam estarem enrugados e magros ainda vestidos e segurando objetos pessoais como um pente e um espelho, ou uma vassoura

Quando percebo por que o fedor na vila é tão forte devido a vários corpos, uma ponta de medo dispara em meu coração.

- Ah, merda.

Havia corpos mumificados, outros mortos ali mesmo. Os corpos estavam necrosados, imagino que a morte foi rápida, afinal eles estava segurando objetos. Talvez uma rajada de metralhadora ou algo do tipo. Esta zona é isolada, embora eu conhecesse alguma coisa sobre a jurisprudência local, talvez "lei" não fosse algo realmente aplicável naquele fim de mundo. Mas se fosse isso, por que alguns corpos estariam mumificados. Quem atacaria, mataria e depois se preocuparia a ponto de fazer um ritual. Tudo parecia muito estranho.

Começo a me questionar a respeito da minha sanidade quando resolvi avançar sozinho em área tão isolada. As poderiam ficar perigosas.

Eu me aproximo dos corpos mortos, tampando o olfato com o braço. Eu queria saber a quanto tempo eles estavam ali e qual a causa da morte.

Perícia Forense = 11
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2 , 4 , 6