Etro não estava no seu normal, ela observava o quarto como se estivesse caçando alguma coisa. Imediatamente, Freya também procurava alguma coisa, algo que Etro estivesse procurando que Freya não havia visto, mas então lhe ocorreu, que o que estivesse procurando, talvez não fosse deste lado da realidade. Ela ia para a janela e parecia estar toda arrepiada, estava se molhando novamente e não parecia se importar nem um pouco com isso.
"Agatha, o que está acontecendo com você?"
Freya não queria interromper, parecia que ela estava se focando em algo que a deixava assustada e se falasse alguma coisa podia quebrar os pensamentos que ela parecia estar forçando tanto para trazer à mente. Freya continuou a olhá-la, estava assustada, mas Valkyria queria espantar esse medo de sua hospedeira, trazer a guerreira da morte nesse momento que poderiam precisar de uma pessoa destemida.
Etro escreveu:- Humm...Preciso saber como começar a explicar... você não está neste hotel por acaso, este lugar é uma fortaleza para os Faustianos, rituais protegem esse lugar da invasão de outros Celestiais que não são bem vindos por Maliel, o Senhor da Corte de Long Branch. Mas... Depois da porta do Hall, o território é perigoso.
Freya assentia, não sabia que estava ali por um motivo especial, conhecia os Caídos da Corte de Maliel, ao menos a maioria, e nenhum deles havia a sugerido para lá, não, fora James que havia conseguido aquele quarto para ela ficar, mas ele já sabia disso? Se sabia, porque não a disse nada, ou porque agiu por suas costas? Precisava falar com ele sobre isso mais tarde.
A garota de cabelos brancos tentou falar, mas Agatha parecia estar se recompondo, ela começava a respirar e ficar menos apreensiva, sentava-se na cama e talvez fosse melhor deixar ela tomar um ar, mas perguntas vinham na mente de Freya, felizmente ela era paciente, e então... Foi quando viu o corpo de Agatha, agora com o casaco retirado, com mordidas tão fortes e longas que cobriam um punhado do seu corpo. Freya imediatamente arregalou os dois olhos:
- Meu deus!!!
Aquilo fora involuntário, uma parte de Freya, e da maioria dos humanos, de clamar por Deus como uma espécie de força de expressão pra demonstrar que estavam realmente impressionados. Freya ajoelhou-se na frente de Agatha com urgência e não pos a mão nas feridas, mas quase o fez, querendo olhar de perto aquelas marcas que pareciam ser de mordidas. O rosto de Freya evidenciava medo e preocupação, ela era uma garota sensível, e mesmo uma Valkyria, uma guerreira nata e dura, não podia não se deixar levar pelo modo de ser de sua hospedeira.
Ela olhava para o rosto de Agatha, seus olhos eram brilhantes e demonstravam que Freya parecia sentir a dor de Agatha nela mesma, e então perguntou:
- O que aconteceu com você???
Etro escreveu: - Eu fui seguida, um grupo de mortos vivos se ergueram do cemitério no centro da cidade, Tive de impedi-los para manter em segurança o segredo de nossa corte. Mas a doutrina da Morte capaz de renascer os mortos não pode ter sido desenvolvida por qualquer um. Existe alguém, algum Celestial nesta cidade que Maliel desconhece e que tentou destruir a discrição que nos permite ficar tão cômodos em Long Branch. Alguém possuí um domínio poderoso sobre a doutrina da morte capaz de erguer os mortos como peões. Nem nós e nem Maliel estão mais a salvos.
Freya tentava juntar as peças, e procurava entender o porque algum outro irmão iria querer o local inabitável para todos? Os humanos nunca foram preparados totalmente para saber da existência de algo fora de suas rotinas e agora estão menos preparados ainda. Freya tentava olhar com precisão cirurgica aquelas marcas mas dificil saberia alguma coisa a respeito. As veias escuras que emanavam da mordida não pareciam ser resultado de uma simples mordida, não mesmo, alguma coisa tinha naquela mordida, talvez o motivo de esses mortos-vivos estarem despertos por aí seja justamente esse, e Valkyria temeu o inicio de alguma maldição ou praga.
Etro escreveu:- Enquanto você estiver aqui no Drake, você está segura Freya,
Freya balançou a cabeça negativamente e respondeu:
- Não... Eu... Não sou assim, Agatha, eu não vou fugir do perigo. Eu posso ter o corpo da Freya, posso ter a voz dela e o seu jeito, mas nós sabemos que não sou ela. Você não está bem e essa mordida não parece ser uma mordida comum. Eu vou chamar Maliel e dizer que aconteceu. Nós vamos precisar de ajuda, agora descanse, não sabemos se isso é um veneno, uma maldição, e se vai se espalhar mais.
Assim sendo, Freya, assustada em seu olhar, mas com a determinação e coragem de Valkyria, tirava o celular do bolso e tentava ligar para Maliel, se não conseguisse ia chamar Lirus, se não, Ravennael e assim por diante... Até conseguir ajuda de algum dos irmãos.