William senta-se e antes que sua irmã se sente faz um gesto para que pare e pede que ela vá para a cozinha e com um pequeno gesto, já conhecido dos dois, informa que logo se juntará a ela. Zaphyra sabia que o irmão gostaria de falar com ela sobre o assunto que o tio fosse levantar, porém esperava que o pedido de retirada fosse após o repasto, mas obediente, serve o seu prato e segue para a cozinha. William ouve o tio confirmar suas suspeitas que o assunto girará sobre o baile de primavera em Sarum e o convite do Conde.
Seu tio lhe surpreende se oferecendo para ficar a frente do feudo durante sua ausência e pede para que ele leve na comitiva o seu filho, o jovem Julian. William particularmente gosta do primo Julian, pois ele tem uma inteligência refinada, uma lealdade inquestionável, é bastante maduro para sua idade e é um excelente homem de armas e fica honrado ao ouvir da boca do próprio tio, que gostaria que ele fizesse o primo ser seu escudeiro e fica satisfeito em ver o olhar do primo aprovar o pleito do pai. Na verdade o jovem herdeiro nunca pensou que o pai do jovem o liberaria e portanto nunca pensou nesta hipótese, embora fosse a melhor escolha entre os primos.
A informação o deixou, a principio, sem ação e um tanto bobo e paralizado, pois sentiu-se orgulho com a oferta, e isto não o deixava muito a vontade, porém logo se recuperou e falou para o tio: - Folgo em saber que meu primo, com quem me dou tão bem, me escolha para eu ser o seu cavalheiro a quem dedicará o seu tempo de aprendizado, sinto-me feliz e com uma responsabilidade redobrada, mas ainda assim, esta notícia me deixa muito feliz. Meu tio, me diga, o senhor quer ficar com quem nos dias da minha ausência? Dos adultos gostaria de levar os tios August e Alphonse para as questões religiosas e comerciais, no mais levarei as moças e rapazes que precisam debutar na vida social junto a nobreza. Todos os outros estariam a sua disposição, embora queira que dê autonomia para minha tia Clare, em seus assuntos.
A refeição matutina é farta e William se inteira das novidades e previsões dos fatos que devem acontecer no período que passará em Sarum com o tio, que adia um pouco os assuntos mais sérios. O jovem Herdeiro, pede licença ao tio e diz precisar cuidar de alguns assuntos domesticos e que logo voltará para conversarem na biblioteca, com um pouco mais de privacidade e se levanta com um cumprimento respeitoso para o tio.
Logo ele está sentado com a irmã na cozinha e diz: - Irmã, me perdoe. Eu preciso mostrar pulso para meu tio, que amo, mas é um velho antiquado. Mas em breve não precisará ser mais assim. Como posso me desculpar e mostrar que valorizo sua opinião e apoio? Para um pouco se recompõe e continua: - Bem, eu quero que você vá comigo para o banquete e me ajude a escolher as pessoas que levarei na comitiva e ele lista para ela avaliar, os tios August e Alphose para tratarem dos assuntos comerciais e religiosos, os primos Abraham, Julian, Gabriel, explicando que este último já deve estar com o tio Guilherme esperando por eles em Sarum, Frederico e Abelardo, que deverá ser sagrado cavaleiro na mesma cerimônia que ele e tia Mary, para tomar conta das moças e levaria além dela, sua irmã, as primas Ana, Mariam e Esmeralda, para serem conhecidas na corte. Olha para ela sério e pergunta: - O que você acha desta lista querida?
O rosto da irmã não revela a sua opinião, e o perfume de groselha e flores do campo, invadem as suas narinas, mostrando-lhe que a irmã deve ter acordado muito cedo e tomado um banho quente com especiarias, ela está com o vestido de veludo azul e amarelo que ele gosta, embora saiba que logo ela o trocará, por um mais leve para cuidar dos seus afazeres, mais tarde, assim que o tio sair e William fica esperando que ela emita a sua opinião, para dali ir se posicionar com o tio, sobre a lista definitiva.