Taverna Pata-Quebrada, Vilarejo de Rasputin (Noroeste de Orven - 135km)
Não havia nada de notório em Rasputin, além da Taverna em que eles se encontravam. O pequeno vilarejo de fazendeiros sequer ficava na rota para alguma outra cidade grande da região, muito pelo contrário, ele ficava perdido no meio de uma região montanhosa, em um de seus poucos vales que permitiam o cultivo do solo. Contudo, a Pata-Quebrada provavelmente era uma das melhores Tavernas que qualquer um já havia colocado os pés, porém sua grandiosidade era confusa, perdida ali em um vilarejo rústico como Rasputin. A fama não era tanto pelas acomodações, estrutura ou comida, embora todas elas fossem de razoáveis a boas, o motivo da fama era a voz de Beatrice que noite-sim, outa noite-também, cantava suas melodias noite adentro perto do fogo. Os boatos eram de que ela e seu marido, donos da Taverna, gostavam da tranquilidade das montanhas e por isso haviam preferido se firmar ali do que em alguma cidade. E, com isso, haviam colocado Rasputin no mapa.
Mas apesar da qualidade da música e de todo o resto, não era por isso que o grupo estava ali. Na verdade estavam respondendo a missão que tinham aceitado em Orven, de investigar algo banal como o sumiço de alguns animais nas fazendas... Mas dinheiro era dinheiro, e por isso haviam viajado até ali, sabendo que, independente do resultado, os custos do percurso seriam reembolsados. Haviam trocado meia dúzia de palavras com o contratante assim que chegaram, mas o mesmo os despachara para a Taverna, alegando que conversariam no dia seguinte. E que as acomodações, comida e bebida já estavam pagas. Só ao estarem ali se questionaram por que diabos o anúncio estava em Orven, se evidentemente haviam outros mercenários naquele mesmo local... Contudo, já estavam ali, então pelo menos aproveitar a noite fariam.
O segundo andar da Pata-Quebrada era composto por acomodações, em que o grupo largou seus pertences e cada um foi fazer o que bem entendia de forma individual. Alguns foram se banhar, outros, conhecer a região ou mesmo dormir. Allen era o primeiro deles a colocar o pé na Taverna de noite, descendo de seu quarto encontrou um ambiente completamente convidativo para um bardo como si. A Taverna estava cheia de pessoas, comida, bebida e sons de conversa animadas. Como sempre Beatrice estava perto do fogo cantando, e uma bela jovem a acompanhava, sentada ao seu lado e tocando alaúde.
Alguns atendentes homens e mulheres circulavam entre as pessoas, entregando os pedidos ou aceitando novos. Tom estava atrás do balcão conversando tranquilamente com um grupo de jovens, enquanto servia cervejas de forma automática. Em um canto Dellet conversava com outros homens que, por sua aparência e tez marcada pelo sol, eram fazendeiros como ele. Alguns casais estavam espalhados por mesas, assim como pequenos grupos de jovens, adultos ou idosos. Alguns dos homens que se auto-intitulavam guardas de Rasputin estavam conversando com uma pessoa de aparência peculiar, mas nada obscuro, a conversa acontecendo perto de onde Beatrice tocava. Em algumas mesas pessoas jogavam dados, em outras carteado. Parecia que além de todo vilarejo estar presente ali, muito mais gente estava visitando. Era a fama da Taverna se tornando realidade, pois o local de fato era hospitaleiro e a voz de Beatrice tinha uma qualidade encantadora que seria possível só parar para escutá-la. O grupo tinha notado que vários do outros quartos estava ocupado, agora podia começar a notar o porquê.
Um grupo de mercenários ou aventureiros se levantou da mesa que ocupava e caminhou até o jogo de dardos, logo haviam se organizado para competirem entre si. As três mulheres claramente olhando para o bardo e comentando de forma aberta sobre o que viam. Allen não podia escutá-las, mas conhecia aquele tipo de olhar a distância.
Mas antes que pudesse fazer algo, uma das atendentes da Taverna parou diante dele com um sorriso automático de quem está acostumado a fazer tal expressão durante e pelo trabalho, e o bombardeou com perguntas: -Posso te ajudar com algo? Mesa? Balcão? Seus amigos vão descer também?
E foi trazendo seu olhar para a jovem que seus olhos notaram uma mulher sentada numa das mesas mais afastadas, bebendo de forma solitária sua cerveja. A comida intocada em sua frente. Além de sua raça não ser a mais comum, o que chamava atenção era uma tatuagem que tomava suas mãos e braços, que o bardo podia reconhecer como o símbolo de Uthred. E todos sabiam que quem tinha tal símbolo carregava a voz e os desígnios do Deus "dos humanos".
- Ibagens:
Beatrice
Jovem tocando com Beatrice
Tom
Principal atendente da Taverna
Mulher com tatuagem de Uthred
Homem/Mulher (?) conversando com os "guardas" do vilarejo
Dellet, o contratante de vocês, bebendo com outros fazendeiros
Outro grupo de mercenários jogando dados