O homem sorriu para ela, gostava de pessoas como Ines que simplesmente abraçavam o que tinha que fazer e o faziam. Ia ser uma experiência interessante para ambos no fim das contas. Ele retirou do bolso um relógio de bolso e chegou as horas. Suspirou irritadiço com o atraso do outro, mas voltou a se focar em Ines. Ele se moveu até um dos móveis ali próximos e pegou uma pasta-arquivo com uma aparência um tanto desleixada.
Direcionou a pasta para Ines. - Há algumas informações sobre com o que a senhorita irá lidar, é bom se familiarizar com o que está acontecendo para evitarmos surpresas. Devo também dizer que é de suma importância que ninguém mais tenha acesso a isso. - Esperou que ela pegasse a pasta e depois indicou que Ines o seguisse. O jovem médico guiou a mulher de volta para fora do prédio e até a calçada, onde uma carruagem a aguardava, não era nada muito espalhafatoso ou chique, trava-se apenas de um cocheiro que provavelmente fazia daquilo sua profissão. Watson abriu a porta para a mulher. - Ele a buscará amanhã pelas 7 horas e a levará até onde estamos trabalhando. Até mais ver, senhorita. - Dito isso, fechou a porta.
A pasta em seu colo tinha um peso razoavelmente leve, Ines pode ver que possuía poucas folhas - a maioria pareciam recortes de jornais - e de fato o eram como ela pode ver ao abri-la. Uma delas era um recorte do Times daquela manhã:
"Mais uma jovem desaparecida nas ruas de East End
A polícia local está se mobilizando para fazer uma grande busca em East End após mais uma jovem ser dada como desaparecida. O detetive Welsh que conta com uma força de 20 homens emitiu uma nota informando para que as pessoas possam ficar calmas, pois não se trata de um novo assassino como fora o Estripador, nem um retorno de Jack.
Com este caso agora são cinco jovens desaparecidas, todas trabalhavam na fábrica de fósforos Bryant e May. Procurados os donos não quiseram falar para o jornal, mas algumas adolescentes que trabalham dizem que o desaparecimento das jovens pode ser para calar o movimento de emancipação das mulheres e melhorias de suas condições de trabalho."
Havia também um mapa de Londres, onde as marcações mostravam locais de ataque e outras marcações que inicialmente Ines não sabia do que se tratava, mas a página seguinte a mostrou: As marcas com números eram as vitimas, os X pretos seriam sobre possíveis vítimas que conseguiram no último minuto escapar e serviam como testemunhas e o grande círculo vermelho tratava-se da fabrica de fósforos. Sobre essa última estava anotado que tinham poucas informações tanto sobre a fabrica em si quanto os donos - que se recusavam a falar sobre o assunto das suas funcionárias desaparecidas.
O último item da pasta era uma fotografia de um corpo embalsamado, nada que Ines já não tivesse visto antes, pela fotografia era difícil ver qualquer coisa que fosse diferente de um embalsamento comum, mas junto a fotografia estava uma lista:
> Sem os olhos
> Sem os mamilos
> Sem o coração
> Mãos fechadas
> Sem sangue
E aquilo encerrava os arquivos da pasta.
∆ MONA - FG