May chacoalhara a cabeça em negativo respondendo a pergunta de que nunca fora a Hogsmeade antes, mas assim como a maioria já havia visto imagens nos jornais e revistas. Três dos protagonistas seguiram juntos daquela vez ao lado de May e o resto dos novatos que formavam um grupo relativamente grande. Caminhavam conversando e ansiosos com grandes expectativas do que encontrariam lá. Passaram pela orla da floresta proibida e, mesmo de manhã cedo, era possível notar que a floresta era sombria e escura. Longas árvores e largas cujas folhas e galhos eram tão largos que não permitiam a passagem da luz solar e quanto mais se adentraria na floresta, mais escuro parecia ficar, porém o foco não era a floresta naquele momento. Contornaram a mesma e puderam ter uma ampla visão do lago negro que era o habitat natural de centenas ou talvez milhares de criaturas aquáticas, entre elas os famosos sereianos que deram boas vindas aos protagonistas daquela história quando eles chegaram a Hogwarts pela primeira vez.
Finalmente o grande e enferrujado portão de Hogwarts que quase nunca era utilizado como meio de entrada sugira diante do grupo que descia pelo caminho de pedras distanciando-se do castelo e das propriedades que o envolviam.
– Vamos, vamos de pressa, crianças.. Hogsmeade ainda está longe! – Chamou Brittânia apressando os alunos, enquanto ela fazia força para andar mais rápido, mas visivelmente sua limitação não a permitia andar como um ser humano normal, ainda que o cajado que carregava lhe servisse muito bem de muleta.
No alto de uma das gárgulas de pedra que existiam sobre o muro também de pedra onde o grandioso portão fora posto, os alunos puderam notar um belíssimo gato um tanto maior do que o normal, de pelos negros e brilhosos, olhos amarelos vivos. O felino tinha um olhar muito distinto de outros “gatinhos” comuns, a verdade era que Sylpher, não parecia ser apenas um gato qualquer, alguns diziam que ele poderia ser um animago disfarçado, mas outros diziam ser tonteira, pois nenhum mago poderia ser tão “poderoso” o suficiente para viver transformado por tanto tempo, esta dúvida era porquê o gato não tinha atitudes comuns, como naquele momento em que Alanna, Daemon, Clément e May tiveram a nítida impressão de que, por algum motivo aparente, ele parecia olhar apenas para os quatro e ignorar o resto do grupo, talvez os tivesse vigiando?
O portão se abriu quando Brittânia se aproximou com os primeiranistas do mesmo. Do alto da colina era possível ver não com muita clareza algumas chaminés e até mesmo o telhado das construções mais altas lá embaixo. Eles desceriam um caminho estreito até chegar a uma bifurcação onde uma placa pouco notável mostrava três direções: “Hogwarts”, de onde vinham, “Hogsmeade” à esquerda e “Edimburgo” à direita.
– É bom que saibam, garotos... – Começou Brittânia guiando os meninos para a esquerda ignorando a outra direção – Nunca tentem ir para qualquer outro lugar que não seja Hogsmeade a pé, só Mérlin sabe o que há nessas estradas... Na floresta proibida e na campina que terão que atravessar... Edimburgo fica há mais de mil milhas daqui, se pensarem em fugir, pelo menos usem a estação de trem de Hogsmeade, mas é uma pena que ela só funcione duas vezes por ano... Ah, ola, Sylpher... O gato que antes fora visto próximo ao portão, agora estava ao lado de Brittânia acompanhando-a há alguns metros de distância.- OPCIONAL - Caso queiram saber o que houve com quem não recebeu a permissão:
O grupo que não recebera a permissão dos pais para se aventurar por Hogsmeade parecia ter recebido um banho de água gelada ao escutar que, além de ficarem de fora da diversão, ainda seriam “punidos” pela odiosa Madame carmesim por culpa de seus pais, e que coitado deles se reclamassem. Exceto o Sr. Kent, um primeiranista da Sonserina que, além de ter que fazer o relatório, teve que se sujeitar a limpar cinco salas de aula que naquele dia não seriam usados.
Lillo, Matthew, Melissa assistiram seus amigos e colegas se distanciarem unindo-se ao grupo nos jardins que seguiriam com sua guia até o destino de sua excursão, enquanto que eles e os demais estudantes que não possuíam permissão ficariam no castelo bem atarefados.
– É muito injusto! – Reclamou Matthew emburrado quando subiam as escadarias de mármore – Até o May vai! Papai disse está com medo de que aconteça alguma coisa, ele ficou maluco, só vamos até Hogsmeade!
– É, papai também está com medo... – Murmurou Lillo tristonha.
Melissa não conversou com eles, seguiu ao lado da prima de nariz empinado sentindo-se revoltada com a situação. O grupo da Sonserina quase nunca se misturava com estudantes de outra casa e eles seguiam distantes dos demais em direção a biblioteca que existia no segundo andar.
Era sempre difícil saber em qual andar se estava, isso porquê Hogwarts não possuía placas ou quaisquer tipos de sinalizações obvias. Os alunos se guiavam por seu tempo que moravam ali, como por exemplo: Sabiam que a Biblioteca ficava no segundo andar na área oeste e a enfermaria ficava no quarto andar no lado leste. Os banheiros masculinos de todos os andares ficavam sempre ao oeste, enquanto que os femininos eram sempre a leste. Era possível também se guiar pelo grande salão central das dezenas (ou talvez centenas) de escadarias que se moviam sem aviso, pois eram como um enorme elevador que levava a cada um dos sete andares do castelo, exceto as cinco grandes torres.
A entrada da biblioteca era, no mínimo estranha, para não dizer bizarra. Chegaram a um corredor do segundo andar onde visivelmente havia um livro gigantesco de capa dura, o mesmo estava fechado e ia do chão ao teto. Era muito bonito e bem trabalhado a mão. O grande símbolo de Hogwarts em relevo cintilava no centro da capa mostrando seu valor. O primeiro aluno novato aproximou-se do mesmo sem ter muita certeza do que fazer, este era Andrew Montbell que arqueou a sobrancelha direita curioso com o grande objeto.
– Abra o livro, menino, se deseja entrar na biblioteca! – Disse a doce e suave voz uma dama, mas não era uma dama qualquer, era uma realeza, sim, era a dama fantasma que representava a casa azul e filha de Rowena Ravenclaw. Com um sorriso simpático a moça fantasmagórica acenou para os novatos e principalmente para aqueles que pertenciam a sua casa.
– Você não sabia disso? – Perguntou Cassandra como se dissesse a coisa mais obvia do mundo, afinal, já estavam ali há quase dois meses, o menino deveria já ter aprendido a se virar sozinho, ou não? A corvina aproximou-se do mesmo e diante dele soletrou em alto e bom som – Venho aqui, em busca de conhecimento, lerei tanto quanto for necessário até que o cérebro se desmanche e a minha ignorância se desfaça em pedaços...
O livro se abriu automaticamente, porém não havia folhas, mas uma grande abertura em seu interior que revelava a entrada para a biblioteca. Um dos maiores aposentos de todo o castelo. Cassandra guiou os colegas e seguindo ela todos começaram a seguir em fila indiana não muito animados, pois sua tarefa levaria horas para terminar e estariam só começando. A jovem corvina parecia ser a única determinada a deixar a chefe da casa dos leões orgulhosa.
– Essa menina deve ter algum probleminha... – Cochichou Matthew para Lillo quando Cassandra se afastou com os demais.
Lillo forçou para não rir, até porque não tivera muito tempo, nem ela, nem Annabelle nem o próprio autor da piadinha... Sentindo uma mão puxar cada um deles, eles não tiveram tempo de reagirem. O livro se fechou e Belle, de relance, vira Mellisa adentrar a biblioteca junto com os demais sonserinos acreditando estar na presença da prima. Ao virarem finalmente, Belle percebeu ter sido puxada por Damyien, enquanto que Matthew fora puxado por Graham, o monitor da Grifinória e Lillo por Louie, respectivamente o monitor da Lufa-lufa. Logo atrás jaziam Lumna, a garota de cabelos prateados com o mesmo sorriso simpático de sempre e ao seu lado, Scorpius Finnick, com o mesmo olhar manipulador e sorriso irônico de sempre.
– Então... Estão querendo se divertir, ou vão ficar fazendo relatório pra aquela velha? – Perguntou Scoprius impaciente.
– Scorpius! – Ralhou Lumna.
– Eu ainda acho que vamos nos meter em muita encrenca... – Murmurou Graham nervoso.
– Vai ser divertido! – Animou Louie com os olhos azuis brilhando – Não é todo dia que que é o dia dos bruxos, vai, vamos nos divertir e depois, é Hogsmeade!
– Graham, você é um frouxo... – Debochou Scorpius.
– Oi... – Disse Damyien corado sem saber muito o que dizer – Acho melhor irmos logo, aquela abor... velha chata da Orácea pode estar por perto – Disse ele desviando o olhar da Lumna, pois ele sabia que a amiga não admitia aquele comportamento.
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