22/12, sexta-feira |
- PUTA MERDA, CLIVE! ELES MATARAM A JANE! ELES MATARAM A JANE, CLIVE! É NATAL, CARALHO! - Ele estava emputecido. Mais do que isso. Ele estava desesperado. Como se houvessem tirado um fiapo de esperança que lhe restava. Perder alguém quase no Natal era terrível e isso deveria contribuir de uma forma excruciante. Já havia virado a mesa e agora estava encostado contra a parede, deixando o corpo cair como se de repente ele pesasse mais do que se podia suportar. Fazia algum tempo que as relações com o Sindicato estavam piorando. Sindicato é uma gangue rival, que está entre a legalidade e ilegalidade, passando e voltando desses limites quantas vezes quiser. Eles tem um braço perfeitamente fora de lei e outro perfeitamente subornado. E Jane... Bem. Jane era a 'namorada' de Larry. Entre aspas porque na verdade era uma puta. Uma dessas de estimação. Ele era cliente antigo e devia ser mais fiel a ela do que muitos maridos são de suas esposas. Caralho, Larry está completamente destruído. Ele ainda não parou de berrar. |
Tento acalmá-lo como posso. É difícil. Larry não é o tipo de cara que perde a cabeça, mas quando isso acontece... Puta que pariu... Isso não vai prestar. Ele levantou de súbito do chão onde estava dois segundo atrás. Pelo ódio que emana dos seus olhos... Agora fodeu. - Isso não vai ficar assim, Clive. Eu vou destruir cada propriedade desses merdinhas, eu vou matar cada um dos seus cabeças, até que Sindicato seja uma história que as mães contam para os filhos se comportarem. Até que não passe disso: história! |
ENAN (Entre Natal e Ano-Novo) é uma proposta de jogo rápido, sobre violência, perda e dor, em que, no fim, provavelmente estarão todos mortos. Livremente inspirado no tema Noir de Sin City, de Frank Miller, o jogo tratará do conflito de duas gangues: a dos jogadores e o Sindicato, uma gangue legal/ilegal que tem pressionado suas gangues rivais até o limite. O jogo começa exatamente após o fato narrado acima: o Sindicato matou Jane, a mulher que Larry, o chefe da gangue, amava. Ele não deixará isso barato. Que importa se o Sindicato é maior e mais organizado? Ele bateria em cada um dos pontos fracos que tiver, até que estivesse ajoelhado diante dele. |
O sistema a ser utilizado é Dust Devils, na variante 'Anjos de Concreto'. Um sistema simples, de narrativa compartilhada (ou seja, nem sempre o Crupiê - o que normalmente nós chamamos de Mestre - é quem conta a história, os jogadores podem assumir o papel de Narrador e eles mesmos podem contar o desfecho) e baseada em mãos de Poker, logo, utiliza cartas. A ficha do personagem é bastante simples e consiste em 4 atributos, que vão de 3 a 10: Ofícios, Recursos, Violência e Emoção - cada um deles representando um naipe, Espadas, Ouros, Paus e Copas. Um Arquétipo (Mágico, Sobrevivente, Guerreiro ou Tolo), 2 Traços, 1 Perfil e 1 Zero. Esses últimos conceitos são características que definem o personagem. No momento da criação do personagem, elas serão explicadas, nada muito complexo. Além disso, é um sistema cruel: os personagens impreterivelmente caminham para o seu Fim. Pode um bandido/criminalizado/incompreendido fazer algo de bom apesar da sua vida estar atolada em merda? É a resposta que afinal todo personagem de Dust Devils precisa responder. |