Consequências - Job 03 - Lado B

Os aplausos e gritos do público diante do palco enquanto ela saía pelos backstages mantinham a adrenalina alta após o fim do show. Ela sabia o que vinha depois: uma espécie de dormência enquanto o pico de emoção descia e seu corpo cansaço da apresentação esfriava. Aquilo às vezes parecia droga. Enquanto passava pegou da mão de um dos roadies que passava uma garrafa de isotônico saborizado. Se hidratar depois de qualquer performance era essencial. Chegando ao seu camarim pôs a mão na tela de biometria que instantaneamente abriu a porta. Enquanto Yura entrava e sentava bruscamente em sua poltrona, Yamada entrava trazendo um alguns 'mimos' dos fãs.

- Isso aqui é para você. Algumas comidas, alguns cremes, alguns porta-retrato holográficos... O de sempre. - Colocou no balcão retroiluminado onde a cantora fazia sua maquiagem. - Você fechou alguma entrevista exclusiva sem me avisar? Tem uma jornalista esperando desde o começo do show para falar com você. Como ela estava cadastrada como imprensa a deixei esperando...

dream inscription: @shamps começamos suas consequências aqui mals a demora. Isso está acontecendo dias depois do job.

Yamada pegou os 'presentinhos' que Yura disse que guardava e respirou fundo para escutar as reclamações da estrela pop. Fazia parte do trabalho, de alguma forma. - Ok, direi a ela para tentar outra vez. - Disse dando de ombros e saindo do camarim. A cantora se ocupou de tirar parte de sua maquiagem e se preparar para recepcionar os fãs que haviam sido selecionados para falar com ela após o show. Se perguntava se deveria ligar para Saito. Mas se convecia que era apenas paranóia própria.

Yamada voltou, batendo na porta antes de abrir. - Aí vem. São do fã-clube de coreógrafos do setor 13. - Existia um número imenso de fã-clubes, cada vez mais especializados. Alguns, além de fãs das músicas, claro, copiavam as coreografias e reapresentavam em eventos menores. Esse era um dos casos. Logo estava entrando no camarim meia dúzia de fãs, entre homens e mulheres. E a continuação daquilo todos sabemos como correu.

Vinte minutos mais tarde, Yura estava liberada da recepção dos fãs. Agora ela poderia tomar um banho e... Fazer o que bem entendesse. O que era raro em sua rotina. Poderia ir para casa descansar ou sair para algum lugar beber alguma coisa ou comer algum quitute. Normalmente, no dia-a-dia, sua rotina de exercícios e de ensaios a impedia de fazer o que desse na telha. Por isso, após apresentações, ela tinha um horário sagrado para fazer o que bem quisesse.

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Yura se trocou e já havia enviado mensagens avisando seus seguranças de que gostaria de ir ao shopping, de forma que já estavam trazendo seu transporte para levá-la até sua torre comercial preferida. Os shoppings na verdade eram grande torres com infinidades de lojas e mesmo com andares temáticos. Yura saiu do camarim e de canto de olho viu Yamada conversando com alguém. Sem se importar com isso, seguiu seu caminho, até ouvir alguém lhe falando: - Senhorita Yura! Boa noite, gostaria de conversar alguns instantes com você. - Enquanto se virava se perguntando que porra era aquela, viu Yamada com uma cara de 'eu tentei' enquanto levantava os ombros e mostrava as palmas das mãos abertas. Diante dela estava uma mulher de cabelos violeta, sendo um lado da cabeça perfeitamente raspado com algumas tatuagens de motivos geométricos. Ela se vestia de forma suficiente formal para que a cantora entendesse que ela estava à trabalho... Deveria ser a jornalista que Yamada falara antes.

- Queria perguntar sobre o suposto clipe em que você estava trabalhando recentemente. Conseguimos algumas imagens e... Sinceramente! Chocante! - Aquelas palavras chegaram nos ouvidos da cantora como um murro nas têmporas.

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Enquanto a cantora falava com descaso com a jornalista, via o semblante dela se fechando. Quando virou as costas e seguiu andando, ouviu num tom muito mais sério: - Olha aqui! Tenho acesso às filmagens das câmeras das ruas e aquilo tudo ali pareceu muito estranho pra ter sido uma "pré-produção". - Se olhasse para trás veria a jornalista fazendo aspas com os dedos. - Ou você para aqui um minuto para esclarecer um pouco esse clipe ou eu vou escrever o que der na telha e talvez estragar um lançamento ou quem sabe sua carreira.

Ela estava agora com as mãos apoiadas na cintura. Atrás dela, boquiaberto e sem reação, estava Yamada. Que porra foi essa?

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Yura ligou para Saito, mas seu número caiu em caixa postal. Não sabia o que aquilo poderia significar, mas não poderia dar pinta de que aquilo era um blefe. Quando a secretária eletrônica autorizou a gravação de voz, a cantora falou como se estivesse sendo respondida imediatamente. As aulas de teatro e improviso afinal serviam para aquelas coisa também, além de para presença de palco. Saito entenderia o que estava acontecendo e ela conseguiria o objetivo atingido com a sua "importante ligação".

Quando desligou e voltou a olhar para a jornalista, ela parecia ter se desmontado um pouco da sua posição ofensiva. - Ok, não se preocupe, os fãs vão adorar rumores de algo 'explosivo'. - Seu tom parecia mais neutro, quase amigável. - Obrigado pelo seu tempo, Yura-san.

A jornalista fez uma pequena reverência à cantora e deu-lhe as costas, indo em direção à saída de imprensa. Yamada, assim que ela passou por ele, veio em direção à Yura e perplexo comentou: - Que clipe é esse? Eu deveria estar sabendo disso não?

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Yamada revirou os olhos e não respondeu. Logo eles estavam entrando no VTOL de Yura e alçando voo em direção ao shopping preferido da cantora. Todo o processo demorou pouco mais de meia hora e, cerca de meia noite, ela estava pondo os pés no centro comercial. Estava lotado, como de praxe. O horário comercial havia deixado de existir. Toda hora era comercial se quisessem ser competitivos.

Yura já estava pelos corredores quando recebeu uma mensagem de aplicativo de monitoramento de menções: Mensagem de SuperviewMention: "Leitores do periódico SingersNews relacionaram a notícia 'Yura Nome prepara clipe explosivo' com a notícia 'Extermínio no Setor 17'. Potencial efeito negativo'. - Aquele aplicativo monitorava as menções do nome da cantora e analisava as chances de novas notícias impactarem positiva ou negativamente a fama da mesma. Abrindo rapidamente a notificação e vendo a página do SignersNews, Yura viu a notícia que a jornalista que falara com ela havia postado. O texto em si estava neutro e até levemente positivo. Porém, um comentário na notícia de um 'YoungInventor' achou estranho as datas e locais coincidirem com a notícia do extermínio, dada em um outro site.

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Indignada com a relação do seu nome com a suposta execução, Yura pesquisou sobre a notícia informada pelo tal YoungInventor. Seu coração quase parou quando viu as imagens. Nada de muito boa qualidade, até porque era proibido veicular imagens em alta definição de acontecimentos violentos. Mas ela soube reconhecer que aquele caminhão era o Armadillo que ela e Saito haviam guiado e, numa das imagens, ela viu a arma do caminhão disparando freneticamente. Claro, na foto não era possível vê-la, pois ela estava dentro do automóvel. Porém, ela sabia bem quem estava apertando aquele gatilho

Mandou uma mensagem para Saito. Ele estava estranhamente indisponível. Não havia atendido sua ligação e não viu imediatamente quando ela mandou a mensagem. A cantora tentou manter a calma e falando com Yamada, pediu-lhe para descobrir quem era aquele YoungInventor. - Eu posso tentar descobrir, mas não garanto. Acho que é melhor amanhã de manhã você gravar um pronunciamento dizendo que sente muito pela violência da cidade, mas que não está de forma alguma está relacionada a esses acontecimentos. - Yamada parecia preocupado com aquela correlação. Ele bem sabia que algumas estrelas se tornaram estrelas cadentes por motivos bem mais banais.

dream inscription: @Matusael venha aqui responder as mensagens da Yura

- É de bom tom esclarecer. Além disso você pode se mostrar preocupada com os problemas urbanos... É uma maneira de remediar esses boatos. - O que Yamada dizia fazia sentido... Era jogo político. Coisa que Yura não gostava, mas sabia que tinha que fazer uma vez ou outra. Digitou mais uma mensagem para Saito. Era estranho que não respondesse. O resto da noite correu sem mais percalços. O shopping parecia profundamente desinteressante depois daquilo tudo. Mas ela estava ali e sabia que compras anestesiavam praticamente qualquer coisa.

O dia seguinte

Acordou no outro dia tarde. Era sempre assim quando fazia shows. Depois a rotina era a de sempre: exercícios, algum spa e então repassar a agenda para o próximo show. Naquele dia, entretanto, havia uma programação diferente: uma notificação de Yamada a avisava que iriam gravar aquele anúncio logo após o almoço, às 13h. Não havia nenhuma resposta de Saito. Seu TAP indagava o que ela desejava de café da manhã enquanto dava as informações de temperatura, clima e dicas culturais do dia. Yura ainda estava escolhendo seu café quando uma ligação de Yamada a interrompeu: - Er... Bom dia, Yura-san. Desculpe atrapalhar seu descanso, mas é um pouco urgente. Você conhece o agente governamental Tsurumaki Saito?

dream inscription: @shamps desculpa a demora, estava esperando o matusa, com a saída dele, seguimos sem ele :/

Yamada coçou a cabeça. - Ainda é sobre aquele incidente que relacionaram com você. Um policial deu depoimento dizendo que parou um Armadillo como os da filmagem em que o motorista era esse agente e que você estava à bordo. - Ele desvia o olhar de Yura, olhando para o vazio. Trazer aquela informação era, de certa forma, constrangedora. - Obviamente deve se tratar de um mau entendido, isso reforça a necessidade de fazermos aquele pronunciamento. - Ele fez uma pequena reverência, indicando que iria se retirar. Antes de fazê-lo, complementou: - O agente que comentei já está detido, poderemos falar com ele para que desminta a versão do policial. Seu café será servido aqui mesmo.

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Yamada assentiu com as últimas idéias de Yura. Não que ele as achasse sem pé nem cabeça, mas seu jeito de agir era mais prudente do que explosivo. O café da manhã foi servido em seguida. Yura pensava no que poderia fazer. Yamada não a deixaria em paz enquanto ela não gravasse aquele tal pronunciamento. Na verdade, ele deveria estar preparando as câmeras e o cenário naquele exato momento.

Estava claro que ela precisava partir para o ataque e fazer algo para contrapor toda aquela história. Nem que fosse exatamente mudar o foco, como ela havia tentado com Yamada. Quando saiu do quarto, de fato se deu de cara com sua poltrona de leitura, uma palmeira falsa e uma câmera pronta para filmá-la.- Tudo pronto, Yura-san

dream inscription: Role Persuadir (Diplomacia) para fazer a gravação. Como você tem Persuadir (Lábia) você rola 1d8 e 1d6 com -2 de modificador. Você pode rolar Manha (Show Business) para procurar informações que lhe ajudem à criar uma distração. Esse teste é modificado pelo seu Carisma que é +4. Lembre também dos outros contatos que você tem e pode usar, bem como dos Créditos das Ruas que você pode gastar a fim de conseguir favores