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Após o café, a garota de cabelos rosados foi até a sala onde estava montado o cenário para seu pronunciamento. Estava de acordo com o que Yamada tinha montado. Seu agente a conhecia bem e era especialista em relações públicas e marketing, então ele sabia o que iria agradar o público. Respirou fundo e entregou uma folha para o agente, com o texto que ela passou a noite toda escrevendo. Dava para ver que o texto havia sido escrito e reescrito pelas marcas de apagadores no papel. Ela escreveu o texto de próprio punho, pois escrever à mão a ajudava a pensar e se acalmar. Sabia que se escrevesse direto num dispositivo digital, ela seria grossa, raivosa e estragaria tudo, e não era isso que ela queria. - Leia e me diz o que acha? - assim que ele pega a folha, ela vai até a poltrona e senta-se, ansiosa, mas tentando esconder isso ao máximo. "Bom dia nação Japonesa, a nação dos sonhos, a nação dos forte. Aqui quem fala é Yura Nome. Sou artista, mas antes de mais nada, sou filha legitima dessa brava nação. Faço parte desse povo batalhador e que não se cansa de lutar. Um povo humilde e educado. Que está sempre pensando e lutando pelo o que é certo. Assim como vocês, também me preocupo com o rumo que nosso povo está tomando. Me preocupo com a segurança de nosso país e nosso povo e me esforço diariamente para que caminhemos com dignidade rumo ao futuro. Por ser uma artista, eu tenho a sensibilidade à flor da pele e sei como vocês se sentem com essa situação. Sou filha de uma das maiores cantoras que o Japão e o mundo já teve, aprendi muito com minha mãe. Sou sensível e delicada como ela. Minha emoção é real. Eu amo o que faço. Também sou filha de um dos maiores pilotos que a aeronáutica japonesa já teve. Um militar de alta graduação e de excelente colocação junto à Armada do Império Japonês. Com ele aprendi disciplina, história, educação, amor à pátria, regras, formalidades. Minha educação foi plena e rígida. Me orgulho de cada palavra dita por meus pais e foi essa educação, esse rigor e esse amor que moldaram minha personalidade e é por isso que sou sensível à luta desse povo e muito me entristece saber que nossas ruas andam violentas e me entristeço mais ainda com o rumo que essa violência está tomando. A que ponto chegamos? Associarem tanta violência a uma artista? Uma pessoa sensível que trabalha para levar alegria e amor a quem a ouve. Trabalho diariamente, com amor e carinho, escrevo músicas, textos, tudo falando de amor e paz. Meu dia é cheio de trabalho, e mesmo assim cheio de sorrisos e palavras afáveis, de gestos humildes e educados. Faço tudo... tudo pensando em vocês, pensando em meus pais e meus amigos. Por isso quero que saibam, que assim como vocês e nossas autoridades, estou lutando pela diminuição dessa violência toda, que tenta denegrir nossa nação e nossa milenar cultura. Contem comigo para termos um mundo melhor." Ela olhava para Yamada, quase gritando para que ele falasse algo, mas estava sendo precipitada já que o coitado ainda estava lendo. - Então? Está bom? Acha que convenço eles? - esfregava as mãos uma nas outras - devo mudar algo? |
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Ele terminou de ler e abriu umm sorriso. - Está ótimo, vai funcionar! Vamos gravar. - Ele apontou e o cameraman posicionou seu equipamento. A gravação toda durou pouco mais que dez minutos. Tiveram que refazer apenas uma ou outra parte. Quando tudo estava finalizado, Yamada levantou-se e avisou que iria agilizar a edição para que ainda pela manhã estivesse no ar. |
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A confirmação de Yamada deixou a jovem mais aliviada e Yura ergueu o queixo para se sobressair. - É óbvio que está perfeito. Eu escrevi! – ajeitou o cabelo e foi para frente das câmeras onde iniciaria a gravação. Tudo ocorrera perfeitamente, agora era só aguardar. Yamada havia editado e publicado o pronunciamento e aparentemente estava funcionando, mas algo ainda incomodava a jovem Yura: Saito. Seu agente já o havia esquecido, mas ela não podia simplesmente deixa-lo lá. Procura pela rede alguma notícia mais antiga sobre ela para ver se podia usar algo para distrair os leitores dos meios de comunicação. - Yamada... o que me diz de um namorico entre idols? Os fãs e a mídia adoram mexericos de namoros entre estrelas... sabe, para distrair a mídia com outra notícia. Gente interessada em mim é o que não falta! Ou quem sabe uma ação de caridade de última hora? Posso comprar mantimentos e mandar para algum asilo... ou quem sabe algo com refugiados... eles estão na moda hoje em dia, né... umas lonas e água já ajuda... ou um show gratuito no meio da cidade... claro, só três músicas, porque fazer show de graça é o fim... – ela fala com certo descaso de cada coisa, mas lá no fundo ainda tinha Saito. Talvez um show perto da delegacia para descobrir alguma informação? Ela lembra-se da namorada de Saito, talvez ela tivesse alguma notícia dele, já que o nome dela não foi mencionado nas notícias que leu. Pena que ela não tinha o número de Cheza, teria de pensar num jeito de descobrir. Enquanto isso, faria coisas banais para agradar os fãs, como postar coisas em suas redes sociais. Ela sabia que artistas famosos eram artistas vistos e qualquer bobeirinha que ela postasse agradaria os fãs. Vestiu roupas confortáveis e foi até a sala de ginástica em sua mansão, lá tinha um salão espelhado ideal para danças. Sentou-se no chão, de frente para o espelho, e fotografou-se, postando a foto com a seguinte legenda: ”Ensaiando nova coreografia”. Ela sabia que isso deixava o pessoal em polvoroso especulando sobre o lançamento de música nova. Algum tempo depois, posta uma foto bem próximo ao seu rosto, onde flagra uma gota de suor deslizando harmoniosamente por seu rosto perfeito, com a legenda: “Todo trabalho duro é recompensado”. Sabia que isso distrairia os fãs e os traria ainda mais para o seu lado. |
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Yura era carismática e sabia disso. As reações da gravação começaram minutos depois que ela fora postada. O apoio da base de fãs era incontestável. Teve certeza disso quando postou as fotos do seu treino e logo começaram as especulações de nova música que foram vinculadas mesmo em canais importantes de música pop. Yamada deixou de amolá-la com aquela história. Mensagem de Yamada: Se decidir fazer o show, melhor que seja para divulgar a música nova. - Recebeu minutos depois de postar. Muito atencioso, Yamada. |
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O ego inflado de Yura era alimentado com os comentários dos fãs e da mídia especializada em cima de seus vídeos. Eles tinham mordido a isca. Ela recebeu a mensagem de Yamada com desdém e respondeu: “Deixe de ser idiota, Yamada san. É claro que eu componho uma música nova qualquer em alguns minutos. Não preciso me preocupar com isso.” Ela sabia escrever músicas e sempre tinha compositores interessados em vender suas músicas ou em fazer parcerias, afinal Yura era um grande nome na música nacional e ela rendia status para qualquer artista. Ela ainda tinha a cabeça em Saito, que estava preso e isso era preocupante. Como encontrar Cheza e saber notícias do policial? Ela pesquisou no Datanet, um policial não deveria ser difícil de achar, mas ela era tinhosa e não desistiria fácil. Ela tinha dinheiro, oras, o que mais ela precisava? Ela tinha fãs, tinha fã clube, tinha músicos undergrounds, amigos aspirantes ao exército, não podia ser tão difícil encontrar alguém. Gente apaixonada disposta a comer em sua mão. Ela lembra-se de um membro de seu fã clube, que era aspirante na academia de polícia, tinha se formado a pouco tempo, um zé ninguém na polícia, mas era o que ela precisava. Ele era o tipo de fã apaixonado que lamberia o chão se ela pedisse e era de alguém assim que ela precisava agora. Como ela se lembrou dele, já que nem dava bola para as pessoas? Simples: além de apaixonado por ela, ele também era fã de seu pai, o capitão Saotome e almejava entrar na academia militar e via a polícia com um plus para sua futura carreira. Um tempo atrás ele tinha tentado se aproximar de seu pai, mas como era um otário, ele tentou essa aproximação durante uma parada militar e ela levou uma baita bronca de seu pai por isso, achando que ela tinha facilitado as coisas para ele. Na época ela ficou possessa com ele brigou com ele. Achou que tinha perdido um fã, mas s surpreendeu ao ver que ele continuava a acompanhando e esteve presente dando apoio a ela pelas redes sociais, inclusive oferecendo ajuda com essa situação escalafobética por qual ela passava. Pronto, era ele. E ela até já sabia o que faria: um café da tarde com fãs. - Yamada, venha até aqui, sim – assim que seu agente aparecesse, ela contaria para ele sua ideia – tive uma ideia sensacional, meu caro agente. Estive pensando em um café com alguns fãs, escolhidos a dedo, claro, para passar uma tarde agradável comigo. O que me diz? Sabe, posso ganhar mais pontos com eles e distanciar ainda mais meu nome desses escândalos. Aproveitar que estão empolgados com o show e a nova música, que sou tão vítima da sociedade quanto o resto da população. Selecionei alguns nomes de fãs que sei que são comportados e não darão problemas – entregou para ele a lista com os nomes, uns oito nomes, entre eles o de Mamoru Yusuke, até o nome dele tinha a ver com proteção e ela riu do absurdo – alugue uma casa de chá ou de jogos, um lugar que tenha coisas para mantê-los ocupados, não quero eles em cima de mim o tempo todo. Confio em você Yamada... e claro... divulgue – falou sorrindo para ele. Ela também soltaria uma notinha ou outra sobre sua nova “conversa com fãs”.
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Yamada topou a programação com fãs e reservou uma casa de chás com karaokê e alguns jogos vintage, como Playstations 4 com óculos VR e algumas tecnologias antigas, mas que ainda guardavam um charme. Entre os convidados estava Mamoru Yusuke, como esperado. Embora tentasse entrar na carreira militar, qualquer um que lhe pusesse os olhos saberia que ele não iria muito longe. Nem mesmo se conseguisse se aproximar - se conseguisse... - do grande Capitão Saotome. A programação correu como esperado e ao fim, Yura pediu para que Mamoru esperasse um pouco. Explicou-lhe então que precisava falar com um colega, Tsurumaki Saito, que estava detido. Fez isso com muito cuidado para que não se implicasse em alguma coisa a mais. Mamoru não era especialmente perspicaz e a oportunidade de fazer um favor para Yura era mais forte que qualquer raciocínio lógico que conseguisse fazer ali. Ele prometeu que iria ajudá-la e que não contaria para ninguém. |
dream inscription: @shamps vamos terminar as consequências do job no próximo post, faça as perguntas que quiser pro Saito que ele responderá como puder e esse será o encerramento. |
Satisfeita que seu plano corria como o planejado, Yura sorri para o boboca de Mamoru e lhe aperta as bochechas, sorrindo. Um sorriso falso, claro, mas não tão mentiroso assim, já que ela sorria por estar tudo dando certo. - Oras... mas como você é um amor, Mamoru san. Ah, como vocês me enchem de orgulho. Que fãs, amigos, maravilhosos tenho. Somos mesmo uma família abençoada. Ela foi à delegacia disfarçada, como todo grande idol fazia quando não queria ser reconhecido, e foi um alívio entrar por uma garagem escondida. Ela caminhava atrás de Mamoru pelo corredor do prédio sem dar muita bola ao que ele dizia, apenas pensando no que diria para Saito. - Claro meu querido, jamais esquecerei esse gesto de amizade e bondade seu. O mundo precisa de mais pessoas como você – disse rapidamente na esperança de se livrar logo daquele chato – meu colega também se lembrará disso – ela entrou na sala de visitas e ficou chocada ao ver Saito algemado e correu para sentar-se diante dele – ah meu deus. Que horror Saito san – ela olhava para as algemas – você não é nenhum bicho para ser tratado assim. Exigiu seus direitos? Ela jogou um beijinho quando Mamoru fechou a porta e por fim bufou aborrecida com toda aquela encenação. Saito já estava movendo seus pauzinhos para ser solto. - Temos 15 minutos, Saito san. Me conte como foi preso? – ela ouviu as explicações e foi ficando cada vez mais confusa e assustada – fomos usados? Como assim usados? E como o aplicativo não tem humanos por trás dele? Isso é impossível – respirou fundo. De fato, ela não entendia muito de tecnologia avançada, mas com o básico tentava ligar os pontos, mas era difícil – você acha que alguém está nos usando para algum objetivo escuso ou que algum computador super inteligente está tentando ganhar vida? Oras, Saito. Isso é exagerado até para mim., mas... – ela parecia preocupada agora – se você diz... o que são esses exclusive jobs? Há algo que eu possa fazer por você? Em relação a sua prisão ou ao aplicativo? Cheza? Você falou com ela? Me passe o contato dela... |
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- O vídeo das ruas pegaram minha imagem. Mas fique tranquila, ainda hoje estarei em liberdade. - Respondeu tranquilizando a cantora. - Um computador super inteligente tentando ganhar vida? Eu não tinha pensado nisso... - Seu rosto se fecha um pouco enquanto ele raciocina. - O Dream Inscription tem muitos jobs comuns: construção civil, operação de drones, médicos à domicílio... Mas tem aqueles jobs que nós fomos chamados especialmente... E esses eram mais estranhos, talvez até ilegais. Não sei como o aplicativo chegou a nos selecionar, mas acho que através disso ele nos usou para um objetivo. Talvez esse que você pensou. - Quando Yura pediu o contato de Cheza, ele explicou que estava com o TAP restrito, mas pediu para que ela anotasse o nickname de Cheza. - Se abrirem mais exclusive jobs, entre num deles e me contate, espero já ter saído daqui. |
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