Um vilarejo isolado e quase esquecido, que por séculos tinha como únicos habitantes uma rudimentar comunidade de pescadores e pequenos agricultores. Nunca aparecia em qualquer dos mapas – a não ser, talvez, pelos mais detalhistas dos produzidos em Fiskare – até o ano de 241, quando foi escolhido pela Ecclesia como o local em que seria construído o farol de observação da Ilha Perdida.
Embora a comunidade tradicional tenha resistido e mantido seus costumes, a região passou a ter visitantes sulistas com cada vez mais frequência. O farol eclesiástico tem um bispo responsável, auxiliado por noviços enviados da Ecclesia Magna – não raras vezes, a contragosto destes.
Há uma certa animosidade entre os sulistas e os descendentes das comunidades tradicionais, o que torna Fyrtorn um vilarejo claramente segregado. Mais ao norte, o farol, onde quase a totalidade dos sulistas residem, salvo alguns que optaram por construir pequenas casinhas para si nas redondezas.
Já a parte sul do vilarejo é tomada pelas choupanas dos pescadores e as cabanas dos agricultores, que são basicamente os únicos tipos de construção à vista. É também onde fica o modesto mercado local, em que os nortistas vendem o excedente de sua produção e mercadores de outras cidades de Värld expõem seus produtos.
O vilarejo tem uma única taverna, a Boca de Peixe, que serve de estalagem para os poucos nortistas viajantes, os sulistas que não se acomodam junto aos eclesiásticos e alguns aventureiros errantes. É raro que se veja um bardo apresentando-se lá, e quando isso ocorre é sempre um evento que atrai a atenção de todos os locais.
Magia é um tabu entre o povo de Fyrtorn. Embora os nortistas, em geral, tenham reservas com a Ecclesia, as intempéries do local e a pobreza sob a qual vivem fizeram com que o povo de Fyrtorn ficasse cada vez mais cético com temas arcanos e religiosos. Por algum motivo ainda desconhecido, suas linhagens são também hostis à magia, inexistindo na história registrada qualquer um que tenha nascido com o dom, e mesmo os que tentaram aprendê-lo fracassaram.
Em compensação, possuem curandeiros profundamente habilidosos com ervas, frutos, chás e pomadas naturais. Os conhecimentos seculares são transmitidos oralmente de geração para geração, e muitos estudiosos já peregrinaram até o local para absorver um pouco desses saberes.
Fyrtorn nunca se envolveu em guerras, e mesmo à época das revoltas do Norte, antes da fundação da Ecclesia, seu povo preferiu seguir suas vidas cotidianas ao invés de se juntar aos irmãos de Fiskare. São um povo muito simples e pacífico, e as únicas armas que possuem são voltadas apenas para pesca e caça.