Instituto Xavier de Educação e Visibilidade Mutante
7 horasCindy observou Sasorie com uma das sobrancelhas erguidas, notando o "esforço" da colega de quarto em lhe "convencer" a ir com eles.
- Sasorie, querida. - o tom era levemente irônico
- Se eu não estou afim de quebrar uma unha ou sujar o cabelo, é algo que com certeza não lhe interessa. Cada um tem um limite. Não sou forte como você e não me dou tão bem em lugares fechados. - na verdade tinha mais problema com a ideia de sujar os cabelos com o que quer que encontrassem no esgoto, mas também não gostava muito de lugares escuros, sujos e assustadores como os corredores infindáveis do labirinto que devia ser a rede de esgotos.
Logo em seguida vinha o anúncio mental de Kitty Pryde. Cindy não gostava de ser pega de surpresa por esses anúncios ecoando em sua mente e esse já era o segundo do dia. É claro que a mutante já estava se irritando com isso e resmungando palavras inaudíveis e rabugentas para si mesma. Agora também tinham exames médicos nos quais tinham que comparecer também... Ótimo!
Pouco depois do anúncio o pessoal do refeitório começava a comentar sobre o assunto e Cindy respirava fundo para não ser dominada pelo mau-humor. Enquanto fazia isso Lin se repetiu de novo, insistindo que precisava da ajuda de Cindy para seu plano. A garota olhou de volta para Natural com uma expressão fechada. Que insistência! Para Cindy, um GPS e uma lanterna eram muito mais úteis do que sua presença no sub-solo.
A mutante estava pronta para deixar o grupo maluquinho ir em sua aventura ao esgoto quando Lin pediu a atenção de todos de um jeito diferente de como normalmente agia. A ação da colega de quarto captou o interesse de Cindy, que decidiu ficar mais um pouco e entender o que tinha dado nela. Há princípio Cindy não entendeu toda a batucagem dos bichinhos amigos de sua colega de quarto, mas reconheceu o que estavam desajeitadamente reproduzir em instantes e sua expressão mau humorada deu lugar à uma momentânea surpresa que suavizou um pouco seu rosto.
Era só uma música. E daí? Cindy pensava enquanto Lin explicava que esse era o motivo pelo qual queria a presença de Siren em sua pequena missão.
Lin escreveu:- Achei isso muito estranho… vocês ficavam ouvindo música nos esgotos?
Ela perguntava ao colega Morlock.
George escreveu:-"Sim, ouvíamos sim! Mas não esta melodia que você e seus amiguinhos tocaram! Esta eu nunca ouvi antes! Às vezes o povo da superfície perdia ou jogava fora aparelhos de som ou mp3 players, até celulares usávamos. Raramente conseguíamos recarregar estes aparelhos, mas aproveitávamos bastante! Calisto tinha até um apreço por música em discos de vinil. Quando eu achava algum até ganhava um pouco mais de comida! E elogios! Isso quando meus amigos não tomavam de mim primeiro...", divagava.
Respondia o garoto, mostrando perfeitamente que devia ser só um Morlock com péssimo gosto ouvindo aquela melodia desastrosa.
De repente Lin tinha o olhar vidrado para o teto. Todos ali já tinham passador por isso o suficiente para saber imediatamente do que se tratava.
Natural explicava que os ratos encaixotados já tinham chegado à diretora e voltava a repetir que precisava de ajuda. Agora queria que alguém convencesse Pryde de que precisavam ir pro esgoto. Um sorrisinho meio cínico escapou pelo canto dos lábios de Cindy.
George se agitou. A velocidade em que ele se apavorava com qualquer coisa era engraçado para a Cindy, que sentia seu mau humor aliviar um pouco. Mesmo assim...
Andrey, o primeiro a estranhamente se voluntariar para a missão já se pronunciava para o cargo de liderança. Cindy observava eles com um meio sorriso no rosto, como se aquilo fosse um teatrinho encenado na frente dela e que não tinha nenhum outro objetivo senão entretê-la.
Andrey escreveu:- Se todos estiverem de acordo, claro.
- Na verdade eu sou contra a sua liderança, mas tanto faz, não estou interessada em como vão convencer a diretora. - deu de ombros e cruzou os braços, com um sorrisinho debochado no rosto.
Para Cindy, a música definitivamente era só uma coincidência... Não que não seria interessante se a irmã houvesse sido raptada pelo povo do esgoto e virado a refeição deles, mas a música dela era popular e tocava em rádios.
- Tsc! - estalou a língua com aqueles vários olhares sobre ela
- Vocês não estão afim de me deixar em paz mesmo. Esse fetiche de vocês em me ver no esgoto, francamente. - cruzou os braços e fez um biquinho exagerado antes de olhar para o "time" outra vez
- Ceeeeerto!. - jogou os braços para cima, em um movimento de estravaso
- Eu participo dessa, mas todos vocês ficarão me devendo uma, inclusive você, Sasorie. E outra coisa. - voltou-se de novo para a colega de quarto com a galhada na cabeça
- Natural. Eu tenho uma condição. Não acho que a equipe, como você a "formou", está ideal para uma missão em um lugar fechado e inóspito como o sistema de esgotos. - Cindy não era grande fã desses grupos mais fechados que eram criados com os alunos veteranos, preferia que a versatilidade pudesse ser mais explorada e também achava que tinha muita gente ofensiva ali e isso a deixaria ainda mais exposta por não ter os mesmos atributos
- Mesmo que George saiba se locomover lá, ele é um morlock e para morlocks chão e teto não são muito diferentes, por isso eles tem muito mais facilidade de locomoção por lá. Seus ratos podem saber o caminho, mas são ratos, criaturas pequinininhas que se enfiam em qualquer buraquinho. O resto de nós está em desvantagem nesse lugar. De certa forma estamos muito expostos. - Cindy virou-se para Andrey, pequenos sulcos se formavam entre suas sobrancelhas com a expressão séria que lançava para ele
- Já que você quer liderar, por que não começa resolvendo isso? - o tom com que desferia as palavras era áspero, meio descrente na capacidade de liderança do mutante
- Só irei junto com a condição de que preencha as lacunas.