PRÓLOGO - THE BLOODY GIFT
Redondezas de Amnisos, Ilha de Creta.
Redondezas de Amnisos, Ilha de Creta.
Os olhos de Anteos se abrem. Estava desorientado, deitado, e conseguia ver em sua frente uma linda mulher de cabelos e pele dourada, dançando em sua frente, agitada, e sem parceiro. Seus cabelos esvoaçavam, de forma com que algumas mechas saíam de sua cabeça e iam de encontro para o céu escuro, e simultaneamente outra mecha dava lugar a antiga. Os olhos de Anteos a enxergava de forma turva, e não conseguia distinguir com nitidez os traços de seu rosto. A mulher convida Anteos para dançar com ela. Um calor lhe sobe o abdômen e o abraça frontalmente. A garganta do general arranhava de tão seca, nunca havia acordado com tanta sede. E seu instinto o faz procurar em torno de si por algo para beber. Anteos se depara com três veios de um líquido vermelho que lhe salta aos olhos, cada um deles num invólucro que aparentava humano, de faces desfiguradas pela sua visão prejudicada. E quando volta seus olhos para a dançarina dourada, percebe labaredas quase o tocando. Anteos recua, horrorizado com a sensação que a chama lhe causou. Atento para onde estava, uma grande fogueira jazia em sua frente, iluminando os blocos de mármores em que pisava e as rochas que limitavam o mar pouco mais atrás. Quatro pilastras formavam a forma retangular daquele local de descanso comum, e sobre sua cabeça, apenas o céu escuro, as estrelas, e uma lua enfraquecida.
O susto havia despertado algo dentro de Anteos, e era impossível para o general olhar para aqueles três recipientes com veios daquele líquido carmesim, pulsante, e não provar do seu sabor. Anteos observa as três figuras, imóveis, e escolhe sem qualquer discriminação uma delas para provar do líquido. Seus caninos pontiagudos e levemente mais compridos perfuram o frágil invólucro. O líquido lhe desse a garganta, e Anteos prova daquela bebida que nunca antes havia provado melhor. O veio pulsante perdia força a cada gole que provia, e o estado de frenesi se esvaía gradativamente. O general percebe que estava com seus dentes cravados no pescoço de uma jovem mulher que só vestia uma coroa de flores de anêmonas. E apesar de retornar à consciência, o sangue que lhe descia pela garganta era viciante.
– Já é o suficiente. – Anteos reconhece a voz de Calipso. – Ela não vai resistir muito mais que isso.
Anteos percebe que a mulher em que cravava seus dentes estava em êxtase durante o ato, mas apesar disso, enfraquecida. Outras duas, também jovens, e também vestindo apenas as coroas de flores de anêmonas, observavam a jovem com feição de quem invejava a posição dela.
O susto havia despertado algo dentro de Anteos, e era impossível para o general olhar para aqueles três recipientes com veios daquele líquido carmesim, pulsante, e não provar do seu sabor. Anteos observa as três figuras, imóveis, e escolhe sem qualquer discriminação uma delas para provar do líquido. Seus caninos pontiagudos e levemente mais compridos perfuram o frágil invólucro. O líquido lhe desse a garganta, e Anteos prova daquela bebida que nunca antes havia provado melhor. O veio pulsante perdia força a cada gole que provia, e o estado de frenesi se esvaía gradativamente. O general percebe que estava com seus dentes cravados no pescoço de uma jovem mulher que só vestia uma coroa de flores de anêmonas. E apesar de retornar à consciência, o sangue que lhe descia pela garganta era viciante.
– Já é o suficiente. – Anteos reconhece a voz de Calipso. – Ela não vai resistir muito mais que isso.
Anteos percebe que a mulher em que cravava seus dentes estava em êxtase durante o ato, mas apesar disso, enfraquecida. Outras duas, também jovens, e também vestindo apenas as coroas de flores de anêmonas, observavam a jovem com feição de quem invejava a posição dela.