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    Mensagem por JTaguchi Ter Jun 16, 2020 12:19 pm

    O surgimento recente dos vigilantes é só o sintoma de uma doença muito mais complexa: a falta de ação do Estado e a completa corrupção do nosso sistema. Deveriam ter feito alguma coisa para que o surgimento deles não fosse necessário, mas acredito que, quando a doença chega num estágio avançado, é necessário considerar a amputação de alguns pedaços. Se nossos representantes e nossas instituições não fizerem nada, digo, com toda certeza, que o Carrasco e a Rosa Vermelha não serão os únicos vigilantes do Brasil.

    - Autor desconhecido do blog O Vigilante



    Se eu tenho medo dos vigilantes? É claro que não. Não sou bandido!

    - José "Ceará" da Silva, comerciante



    Os ditos "vigilantes" são apenas o resultado de séculos de mentalidade racista, fascista e classista. Quando indivíduos como esses jogam nossas leis no lixo para saciar um desejo torpe de um povo que só quer ver seus marginalizados mortos, permitimos que eles transformem nossa cidade num Coliseu, onde uma legião de miseráveis, desfavorecidos e vistos como condenados por uma sociedade doente são assassinados para que as pessoas se sintam vingadas. A existência dos vigilantes é um insulto à dignidade humana, ao Estado de Direito e aos direitos humanos. Eles não passam de assassinos, e devem ser tratados como tal.

    - Marcelo Fraga, vereador
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    Mensagem por JTaguchi Sex Jun 19, 2020 9:42 am

    Matéria extraída do blog O Vigilante, cuja identidade do autor permanece um mistério para todo o país.


    É, meus caros. O Brasil não é para amadores.

    Justiça é uma coisa que todo mundo gosta. Mas acho que, ultimamente, essa palavra anda tendo seu significado deturpado por uns e completamente ignorado por outros. Curiosamente, os putos que mais fazem isso são aqueles bastardos de toga, que sentam no alto de suas cadeiras e acham que estão em tronos. Bando de filhos da puta.

    Vocês querem saber da última? É claro que querem — se não quisessem, não estavam aqui, lendo este blog escrito por um autor anônimo por precaução. Aos que me mandam dar as caras, só digo uma coisa: quando você não é defensor de bandido, falar mal desses filhos da puta só te rende censura e cadeia. Outro dia mandaram prender uma galera que chamou os malditos do STF de hienas, não? Então. Imagina só o que acontece comigo se eu resolvo divulgar minha identidade.

    Mas, vamos ao que interessa. Na segunda-feira, tivemos mais uma prova de que ter um pingo de moral nesse país é um erro crasso. Estivemos à beira de um Suzano 2.0 e só não foi pior porque alguém são resolveu fazer alguma coisa. Vamos ao caso, no próximo parágrafo — a indignação faz deste autor um péssimo narrador.

    Aconteceu na PUC do Rio. Qualquer cidadão com dois neurônios sabe que jovenzinho da PUC é rico e fútil o suficiente para achar que mentirosos do calibre de Marcelo Fraga podem fazer alguma coisa pela cidade. Pois bem, nessa segunda, dois meliantes, que uma pesquisa feita por este autor apontou como alunos bolsistas da dita instituição, entraram para mais um dia de aula. Dessa vez, no entanto, as bolsas não continham cadernos e livros: os dois carregavam armas.

    Os meliantes mataram o guarda de segurança com três tiros. Feriram uma funcionária da limpeza com um tiro na perna e mais dois funcionários da cantina, baleados no ombro e no peito. Um deles morreu na hora e o outro se encontra, no momento em que escrevo esta matéria, no hospital em estado estável.

    Quando o povo se deu conta, começou a se esconder pelas salas do campus. Os assassinos foram correndo por vários corredores, atirando a esmo. Resolveram se separar e espalhar mais terror pelo prédio. Um dos meliantes matou um professor de cinquenta e sete anos com um tiro covarde pelas costas. O outro tentou entrar à força numa sala onde acontecia uma aula. Atirou na porta, tentando acertar qualquer um que estivesse do outro lado. Felizmente, não matou ninguém.

    Como eu disse antes, poderia ter sido um Suzano 2.0. No entanto, o destino não quis esse fim trágico. Três vidas já tinham se perdido e outras mais poderiam ter tido tal desfecho se não fosse pela presença do capitão Tiago de Almeida Nunes, oficial do Batalhão de Operações Especiais, carinhosamente conhecido como BOPE. O policial estava lá num dia de folga, simplesmente indo buscar o sobrinho que cursa psicologia na universidade. Ao ouvir os tiros, decidiu fazer alguma coisa e, segundo informações, baleou o primeiro na cabeça enquanto o meliante tentava arrombar a porta de uma sala cheia.

    O segundo meliante ficou no pátio próximo à praça de alimentações, fazendo um discurso odioso e intimidando funcionários e alunos. Rendeu uma jovem que tentava ligar para a polícia e um padre que a acompanhava. Recebi informações que ele colocou a moça de joelhos e que queria abusar sexualmente dela antes de estourar os miolos da coitada. Foi nesse momento que o capitão apareceu colocou um ponto final naquela patifaria.

    Três vidas foram ceifadas pelos atiradores. Mais sete pessoas ficaram feridas. As marcas dos tiros estão pelas paredes do campus, mostrando o tamanho da violência promovida por ambos — e evidenciando o quanto atiravam mal. O policial, em detrimento da própria vida, cumpriu seu dever e neutralizou a ameaça. Em qualquer país minimamente sério, seria condecorado por bravura e ovacionado como um herói.

    Mas, como eu disse, o Brasil não é para amadores.

    O problema dessa situação toda, meus caros, é que na República das Bananas, a verdade dos fatos não interessa. Interessa a percepção que o indivíduo tem dela, independentemente do resto.

    Vocês sabem, meus caros, que não faço palanque para bandido nesse blog. Portanto, vocês não vão ter informação alguma de quem eles foram, nem suas biografias exibidas por aqui — quem quiser saber os detalhes da vida de dois assassinos de merda, ligue a televisão na hora do programa da Fátima Bernardes. O negócio é que, veja bem, os meliantes eram negros. Não apenas negros, mas também integrantes de um coletivo negro qualquer entre tantos que existem por aí. E, pasmem, deixaram uma mensagem.

    O conteúdo da mensagem não será exposto aqui. Quem dá voz a bandido é a galera do Marcelo Fraga. O leitor que estiver curioso, digita isso no Google e seja feliz. Aqui, vou apenas resumir que os bandidinhos estavam revoltados com a desigualdade e o racismo no Brasil e, por isso, estavam se vingando dos brancos com aquele ato revolucionário. Aparentemente, as merdas feitas pelos Panteras Negras ainda ecoam por aqui.

    Agora, meus caros, este autor lhes faz uma pergunta: o que vocês acham que a mídia está divulgando? A dor das famílias que tiveram que enterrar seus entes queridos? O medo que as pessoas passaram naquele lugar durante o tiroteio? O ato heróico de um homem que não se acovardou perante uma situação dessas? Nenhuma das alternativas.

    O ato divulgado foi, justamente, a carta deixada pelos bandidos.

    Os abutres já estão se fartando em cima dos cadáveres. Fátima Bernardes recebeu na manhã de ontem, a mãe de um dos assassinos. “Meu filho cansou de ser ignorado, só queria que ouvissem sua voz”, ela disse diante das câmeras, aos prantos. Marcelo Fraga fez uma ridícula postagem nas redes sociais alertando sobre acontecimentos como este. Segundo o excelentíssimo vereador, o capitão Nunes agiu exatamente como age a polícia nas favelas: de forma rápida, letal e racista. Aproveitou o momento para pedir por uma investigação sobre a vida e a conduta do policial, que agora pode ser expulso da corporação por não dar voz de prisão a dois assassinos perigosos.

    Então, meus amigos, é isso aí. Da próxima vez que pensarem em salvar vidas, impedir ações criminosas e evitar um massacre, lembrem-se que o Estado, a mídia e o Marcelo Fraga podem te chamar de racista.

    Câmbio e desligo.
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    Mensagem por JTaguchi Sex Jun 19, 2020 10:03 am

    Carta encontrada na mochila de um dos atiradores do Massacre da PUC.


    Que fique registrada a nossa revolta. Chega de implorar por nossas vidas.

    Todos os dias, milhares de pretos sofrem de racismo estrutural nesse país. Todos os dias, milhares de pretos são baleados e mortos nas favelas e ninguém olha pra gente. Nossas oportunidades são tolhidas, nossas vidas são ceifadas e nossos sofrimento é ignorado.

    Hoje, vocês sentiram um pouco do que a gente sente todo dia.

    Nossa voz vai ser ouvida, nem que seja na base da bala. Nós fomos apenas os primeiros, e com certeza não seremos os últimos.

    ZUMBI VIVE.
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    Mensagem por JTaguchi Sex Jun 19, 2020 10:23 am

    Tweets, pronunciamentos e citações de figuras públicas e internautas a respeito do Massacre da PUC.


    Gostaria de manifestar minha solidariedade a todas as vítimas do tiroteio na PUC. Devemos atentar para o fato de que, sem armas, seria impossível um acontecimento trágico destes. É um lembrete para todos aqueles adeptos da filosofia armamentista que, quanto mais armas estiverem em circulação, mais incidentes como este poderão acontecer.

    - Um jornalista desarmamentista


    A comoção coletiva que se alastrou pelo país por causa de vidas de jovens brancos de classe média e alta evidencia o quanto a voz de jovens pretos e pobres é silenciada. Massacres do tipo acontecem todos os dias nas favelas e ninguém fala nada.

    - Um rapper


    Toda a minha solidariedade às famílias das vítimas do tiroteio da PUC. Vamos aproveitar o momento para refletirmos sobre a mensagem deixada por aqueles jovens: até quando vamos ignorar que vidas pretas importam? Quando mais vidas se perderem em incidentes lamentáveis como este?

    - Uma influencer


    Sobre o policial que estava lá na hora do tiroteio: até onde eu sei, ele deveria dar voz de prisão aos dois, não? Três tiros é pra matar, não pra render um cara pelas costas. Se for verdade que o cara era do BOPE, está tudo explicado. Esses caras são uns doentes.

    - Um internauta qualquer


    O policial agiu exatamente como a polícia age nas favelas: de forma letal e implacável, sem se preocupar com as vidas que ceifa nesta guerra inútil e desleal. O protocolo exige que ele dê voz de prisão a qualquer infrator numa situação como esta. Ao invés disso, ele covardemente alvejou e com a eficiência brutal típica do BOPE, matou dois jovens negros durante uma explosão de revolta. É esta a polícia que queremos para uma democracia saudável? Prometo a todo o meu eleitorado que pressionarei, junto com a ONG Solidariedade, que a Polícia Militar do Rio de Janeiro tome as medidas cabíveis para os abusos e uso de força desproporcional cometidos por este policial.

    - Marcelo Fraga, vereador
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    Mensagem por JTaguchi Sáb Jun 20, 2020 11:54 am

    Matéria extraída de um renomado jornal de alcance nacional

    Hoje à tarde, foi emitido o laudo oficial do Instituto Médico Legal sobre a suposta execução que Jonathan Ferreira Neto e Wesley Marques teriam sofrido no tiroteio que resultou em suas mortes na segunda-feira passada.

    Segundo o laudo, ambos possuem sinais de imobilização e execução fria e calculada. Jonathan teria sido rendido e morto de joelhos, com um tiro no olho direito. Já Wesley foi jogado no chão e executado com três tiros no rosto que o desfiguraram.

    "É revoltante ver o que um homem causou à uma família inteira", disse Rosa Maria Marques, mãe de Wesley. "Não tive o direito de ver meu filho pela última vez. Quero justiça".

    A família de Jonathan não quis se pronunciar, mas diz que vai buscar rever seus direitos e que espera que o policial seja punido de acordo com a lei. "A gente tem medo de represálias", disse um amigo da vítima, que não quis se identificar. "Isso é tudo que recebemos dos agentes que deveriam nos proteger".

    Marcelo Fraga, vereador, decidiu aproveitar o momento para encaminhar à Câmara dos Vereadores um projeto de lei que visa combater e reprimir as ações dos chamados vigilantes, em atividade na capital desde 2018. "Não vamos nos curvar a estes justiceiros", disse ele, "Quem se acha no direito de fazer justiça com as próprias mãos terá de responder como os supostos criminosos que diz combater".

    O ex-comandante da Polícia Militar do Rio, o coronel reformado Augusto Braga, disse que a punição serve de exemplo para que os policiais nunca se coloquem na posição de quem pode decidir ou não se mata alguém. "Nós estamos lidando com vidas", disse, "Ou fazemos algo para preservá-las, ou teremos que conviver com sangue nas mãos".

    O capitão Tiago Almeida Nunes, de quarenta e dois anos, já foi afastado de suas funções e aguardará julgamento em liberdade.
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    Mensagem por JTaguchi Ter Jun 30, 2020 9:25 am

    Matéria extraída do blog anônimo O Vigilante

    Meus amigos, o que foi isso?

    Para quem está esperando que eu diga "Que tiro foi esse?", meu mais sincero vai tomar no cu.

    No último domingo, a senhorita Bárbara de Oliveira, que uma breve pesquisa me levou a descobrir que é uma das sobreviventes do massacre da PUC, decidiu quebrar o silêncio e o monopólio da narrativa dos ratos progressistas e falar tudo que estava entalado na garganta de cada vítima daquela desgraça. Dentro da paróquia que a moça frequenta, ela pegou o microfone e fez o discurso mais foda que este autor já ouviu na vida.

    Winston Churchill falou palavras inspiradoras em seu primeiro discurso como Primeiro Ministro da Inglaterra. Martin Luther King então, nem se fala. Mas, os senhores vão me perdoar, este autor acabou de se transformar num fã incondicional da jovem Bárbara. Não vou me estender muito - uma alma caridosa fez o favor de gravar um vídeo mostrando seu discurso. Vou apenas compartilhá-lo aqui para que todos os meus leitores tenham acesso a esta pérola. Que os ratos dos Direitos Humanos nunca esqueçam do que foi dito naquela manhã.

    A propósito, alguém sabe se a moça em questão é solteira?
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    Mensagem por JTaguchi Ter Jun 30, 2020 9:44 am

    Citações a respeito do discurso de Bárbara na internet


    O vídeo da moça que sobreviveu ao tiroteio só mostra o quanto a igreja apoia o genocídio da população preta e pobre. Não é surpresa, né meus amores? Os padres falavam que a escravidão era vontade de Deus. Nada novo sob o sol.

    - Uma blogueira


    A CNBB não compactua com o teor racista e fascista no discurso da fiel Bárbara de Oliveira. Somos uma entidade que visa reformar os dogmas da fé católica e corrigir os erros do passado, não fomentar uma onda de ódio e retrocesso que vem ganhando espaço entre nossos fiéis. Comprometemo-nos a apurar a conduta não só da fiel em questão como do padre que pastoreia sua paróquia e tomar as decisões cabíveis em relação ao assunto.

    - Nota da Comissão Nacional dos Bispos do Brasil


    Gostaria de pedir perdão à população da periferia como representante da fé católica. As palavras de Bárbara de Oliveira não refletem a nossa doutrina, nem a opinião de todos aqueles que professam a nossa fé. Espero que a diocese investigue a situação e tome as medidas cabíveis para que discursos como este jamais se repitam dentro de nossa Santa Igreja. Eu, como padre, sinto-me na obrigação de trabalhar todos os dias para que o perdão e a caridade sejam colocados acima de discursos ultrapassados e tradicionalistas.

    - Um padre celebridade


    Onde é que vamos parar? Uma mulher branca sobe no altar de uma igreja para fazer um discurso fascista, racista e cheio de ódio contra duas vítimas da sociedade e a congregação aplaude de pé, como se ela fosse a Joana D'Arc. Páginas católicas na internet a retratam exatamente desta forma: como se o discurso de ódio proferido por uma privilegiada a comparasse com um dos maiores mártires da Igreja. Às pessoas que ainda têm bom senso e não compactuam com esse tipo de coisa, digo apenas uma coisa: perdoem-nos. Eles não sabem o que fazem.

    - Marcelo Fraga, vereador
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    Mensagem por JTaguchi Seg Ago 10, 2020 1:43 pm

    Carrasco e Rosa Vermelha estão de volta. O assalto na Urca mostra que estão em forma e mais letais do que nunca. Só não gostei de terem poupado a vida de dois. No mais, bandido bom é bandido morto.

    - Apresentador de um jornal de menor alcance


    Os assassinos Carrasco e Rosa Vermelha voltaram. A omissão do Estado em relação às atividades criminosas destes dois sociopatas só mostra o quanto o fascismo está enraizado na política brasileira. Volto a dizer: enquanto não deixarmos de aplaudir os crimes desta dupla, estaremos a mercê deles.

    - Marcelo Fraga, vereador


    Ser preta e pobre é foda. Além de conviver com o racismo diário, tenho que ver meus parentes, também pretos e pobres, aplaudindo a chacina da Urca perpetuada pelos vigilantes. Isso está chegando num ponto sem retorno. Estamos ficando doentes.

    - Uma internauta qualquer


    Se você não entende porque caralhos os assassinos vigilantes são racistas e fascistas, você é parte do problema. Se você acha legal quando eles invadem um supermercado e matam cinco pessoas a sangue frio, você é parte do problema. Se você não manifesta empatia nenhuma por essas pessoas, você é parte do problema. Saiba que, ao ser parte do problema, você será visto e tratado como tal.

    - Um influencer extremamente famoso
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