O sol vai surgindo no horizonte, lançando seus raios dourados sobre a cidade, anunciando o raiar de um novo dia, trazendo consigo os compromissos e toda a agitação do vai e vem de pessoas.
Talvez não fosse um hábito, mas o fato que é havia acordado cedo. Curtindo um pouco da preguiça, parte das benesses de se morar sozinho, pensou se deveria aproveitar e se virar para o lado e dormir mais um pouco.
- Crás, crás, crás, crás... – O som estridente do grasnar de Jackie enche o quarto e então Satoshi se lembra que faz um tempinho que já não mora tão sozinho assim
Quem sabe tivesse ímpetos de tacar um travesseiro no pássaro se soubesse que aquilo adiantaria alguma coisa.
Levanta da cama e se arrasta pela casa. Talvez um café da manhã o ajudasse a “despertar” para a vida. Provavelmente um pensamento irônico.
A caminho da cozinha ele liga a tv e minutos depois uma reportagem chama sua atenção, o que o faz se aproximar e prestar atenção ao que o repórter dizia
... “Três vítimas. Todos exibiam sinais de serem usuários da nova droga, porém o que chamou a atenção das autoridades foi que eles tinham ferimentos espalhados pelo corpo, indicando que a morte pode ter sido provocada por uma luta... Os policiais continuam investigando, agora tentando conseguir imagens de câmeras de segurança próximas ao local onde os corpos foram encontrados”
A reportagem exibia fotos das vítimas e do local onde os corpos foram achados que Satoshi reconheceu como sendo perto da loja de seu mestre.
Jackie voa até ele e pousa na cabeça do homem, bicando o local algumas vezes.
Satoshi havia entendido o recado. Ele e seu mestre já havia sentido alterações substanciais no mundo espiritual e sabia que o comportamento estranho dos rapazes não era devido a uma simples droga.
O dia transcorre sem mais problemas ou novidades e quando a tarde cai, Satoshi, como combinado, se dirige até a loja de antiguidades de seu mestre sendo seguido de perto por Jackie que sobrevoava a cidade.
Após uma caminhada considerável ele finalmente para em frente a porta da loja. Uma pequena plaquinha de boas-vindas pendurada no vidro dizia que o local ainda estava aberto e pelo cheiro que podia sentir dali mesmo na rua, sabia que o “Tio”, forma como seu mestre gostava de ser chamado, devia estar fazendo algum de seus rituais mágicos de proteção.
Abrindo a porta ele caminha até o fundo da loja, seguindo a voz do Tio.
Afastando uma cortina de continhas ele podia se sentir satisfeito, afinal não havia errado. Lá esta o tio, pulando em uma perna só enquanto recitava seu mantra de poder e proteção
- Umo buga fei di tal – O senhor repetia enquanto pulava.
Satoshi se aproxima para falar com seu mestre quando sente uma mão tocar o seu ombro.
- Satoshi Hasegawa! Quanto tempo não nos vemos, rapaz... Será que podemos trocar umas palavrinhas – Ouve uma voz conhecida
Ao se virar, Satoshi vê Koenma, um dos líderes do mundo espiritual, em sua forma adulta.
Ele conheceu Koenma depois que Botan o encontrou vagando pelo rio Sanzu. Tendo sido ele o responsável por apresenta-lo ao seu mestre