Não entendia muito bem o que o medico falou, queria ter ficado ali, mas não podia, apenas foi para casa descansar, seu corpo doía além da dor de cabeça, era muita informação ruim ao mesmo tempo que ela não estava conseguindo absorver tudo aquilo.
Os dias em casa foram os mais entediantes de sua vida, mas aproveitou para desculpar-se com a Melissa, não duvidaria mais de sua amiga, além de pedir desculpas por colocar ela em perigo, no final realmente percebeu que o Ray estava sendo caçado, tentava não pensar mais no que aconteceu na escola, pois isso a incomodava a ponto de deixa-la esgotada de tanto ficar pensando repetidamente em suas falhas.
Não conseguia se perdoar por não ter salvo sua melhor amiga, tentou inúmeras vezes explicar a Melissa que não era apenas ela a criatura mais importante, tinham amigos, amigas, familiares que entravam nesta lista. Em um mundo cheio de estranhos bizarros com poderes será que não haveria de existir um telepata ou alguém que domine os sonhos, pensava na Tracy, se ela estava em como não poderia encontra-la e desperta-la usando destes meios, claro tudo isso parecia um absurdo, mas se existia o Ray e outros com habilidades diferentes, qual a razão de não existir alguém que consiga usar telepatia ou entrar nos sonhos das pessoas quem sabe até mesmo cura-la de outra forma, teria que sair de sua zona de conforto para buscar a cura para sua amiga custe o que custar.
Procurou pelo telefone das possíveis indivíduos que prestavam algum serviço assim, pois ainda se culpava pelo estado vegetativo que sua amiga se encontrava, deveria fazer algo para trazer ela de volta. O restante dos dias sem ter aula e trancada em seu quarto pesquisou pelos possiveis candidatos com tais habilidades ocultas.
Não queria sair a não ser para visitar Tracy no hospital, onde ficava por horas conversando com ela, e pedindo desculpas por não protege-la, mas sempre prometia que daria um jeito de acorda-la, lembrava de sues colegas até mesmo no trio daquela noite, era muito doloroso pensar em tudo e saber que não os veria nunca mais, neste tempo mantinha suas obrigações com a Melissa para ela não surtar. Seus problemas começariam no dia em que recebeu a carta pedindo para participar de uma homenagem fúnebre, ou algo do tipo, tornando a Tracy e ela mesma em um alvo, para milhares de perguntas sem respostas, sabia que aquela exposição daria em uma baita merda, implorou para sua mão e que não queria ir, sabia que o prefeito usaria isso na politica , mas foi vencida e convencida a fazer isso, mesmo contrariada o faria, mas já estava se preparando para a repercussão que esperava ser apenas em sua cidade.
Sentia uma dor no peito sem explicação alguma quando via aquele lugar e não suportava ficar muito tempo ali, aquilo era doloroso demais, pois ainda não havia superado a perda de tantos conhecidos e amigos, culpava o Ray por tudo, mas além dele tinha aquele homem misterioso, ambos eram culpados, mas como falar isso para as pessoas, como ficar fora de tanta futura e possível confusão ao abrir a boca e falar sobre o que sabia. Novamente vinha aquela maldita dor de cabeça sobre os fatos que pensava sem encontrar uma boa resposta do que fazer, por isso não pensava muito naquilo.
No maldito dia foi com o uniforme da escola, na verdade da escola que não existia mais, naqueles dias parou para pensar como todas as coisas do mundo são frágeis, e ela não queria mais pensar desta forma, quando foi chamada ao palanque, seguiu em direção do mesmo com uma expressão seria, os olhos estavam vermelhos pois estando ali as lembranças a forçavam a chorar principalmente lembrava de sua melhor amiga machucada.
Encarou a todos por alguns segundos que pareciam uma eternidade, lembrava as cenas em Slow Motion dos filmes, muita coisa passava em sua cabeça novamente.
-Helena, Abigail, Adrian, Albert, Alexandre, Anthony, Arthur, Bright, Charles e tantos outros colegas de classe e amigos, que conheci entre as 600 pessoas que aqui partiram tão jovens, mas manteremos vivos em nossas lembranças e bons momentos juntos... Chris demorou mais alguns minutos falando sobre alguns alunos e seus feitos, brincadeiras e confusões, apontando sempre as melhores qualidades de cada um no qual se lembrava, não conseguia segurar as lagrimas por vezes, mas continuava falando, tomava cuidado para não mencionar muito a Tracy, queria tirar o foco dela, temia que alguém viesse para atar as pontas soltas de toda aquela merda.
-Sobrevivi por milagre, nem eu sei direito como, mas por eles que partiram vou dar o meu melhor na vida... Sei como é a perda e sinto a dor de todos, não tem nenhuma noite no qual eu não lembre do que aconteceu aqui e isso vai seguir comigo até o ultimo dia da minha vida, com os que partiram percebi o quanto a vida é frágil em todos os sentidos, por isso devemos dar o valor e importância a cada segundo e momento em que vivemos. Falava mais um pouco sobre a escola e seus amigos e por fim terminava seu discurso.
- Esperamos que o prefeito e as autoridades competentes esclareçam logo o que aconteceu aqui, para que isso não venha a se repetir futuramente, em respeito aos familiares e meus amigos que partiram... Limpava o rosto e olhava seria pra as pessoas, já sabia o que deveria fazer e ficar parada escondida não adiantava por isso mandava uma mensagem.
-Sei que esta assistindo e vou cobrar essa divida de 600 vidas...[falando em pensamento com a Melissa]-Fala"pensamento"OFF: Vamos procurar um curandeiro telepata alguém que entra nos sonhos qualquer maldito que cure alguém com o cérebro morto. E depois ela vai caçaro Ray e o homem misterioso, já deixou bem claro na ultima frase do discurso. Chamei pra briga.