- Brimstone, prata e ouro tem sua história interligada, não é mesmo? - ele só estava sendo simpático, não falava nenhuma novidade, as minas antigas e bloqueadas espalhadas por toda cidade, outras novas em funcionamento pleno, o sorriso do homem estampado no rosto. - Claro, se quiser eu até lhe coloco em contato com outros colecionadores se quiser, é um hobby bem comum por aqui. - agora talvez ele estivesse oferecendo algo realmente de valor, a conta bancária de Makya podia estar minguando, mas talvez ele conseguisse alguma network ali. - Eu mesmo não coleciono, mas elas entram e saem o tempo todo. - ele estende a mão em forma de cumprimento dessa vez - Richard Harrison Jr., mas pode me chamar de Harry. - ele torna as coisas mais íntimas dessa vez, é claro que Makya não precisava se apresentar, ele sabia o nome pela nota, mas podia cumprir com a tradição caso o quisesse.
O velho não é mais empecilho, ele não fica no pé o mestiço indígena.
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O rosto dela vira, agora é um homem pomposo com a máscara toda adornada em ouro, a voz muda junto, masculina e sedosa - Isso nós veremos, mantenha sua parte e eu manterei a minha, negociar comigo é sempre garantia de que você terá o que pede. - sem sentimento, sem alegria nenhuma, talvez uma máscara sem máscara agora, honesto, ela deu exatamente o que ele pediu.
Assim que ele faz menção em ir embora a atenção se desloca dele, como se não tivesse nenhum olho lhe olhando direto pra nuca, tranquilizante pra dizer o mínimo.
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Corre-Corredores vem correndo de longe, dá pra ver ela sair da cidade e entrando pelo deserto pouco depois que a mensagem a alcança, um rastro gigantesco de poeira ficando pra trás no Hisil, rápido, no mínimo tanto quanto um carro, o barulho fininho - Wiiiiiiiii - Vindo de longe, dava até pra pensar que era um assobio, mas nem era, era ela fazendo com a boca, como se fosse uma criança se divertindo.
- Você é tão bom, todos aqueles bichinhos felizes, voando, rabinhos balançando. - ela parece excitada, rodopiando em volta dele, mostrando toda sua gratidão, incapaz de entender a quantidade de merda que podia dar abrindo portões pra cachorros e gaiolas de passarinho, mas a verdade é que havia quase uma compulsão em fazê-lo, além do sacrifício usual pra alegrar o totem.
O rosto dela para há poucos centímetros do dele agora tomando forma da mulher pomposa que ela gostava, alguma coisa entre Marilyn Monroe e Meryl Streep mais jovem - O que vamos libertar agora? - entusiasmo na voz - Coração-de-Tinta está libertando dois espíritos humanos, andando em território da morte. - ela diz sem parecer ter qualquer interesse.
- Harry:
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