As Ninãs nada fazem além de olhá-la, suas palavras não parecem significar muito pros espíritos, pelo menos não tira qualquer tipo de reação delas, nem negativa ou positiva.
Autoridade imensa, é tudo o que Beatrice consegue sentir vindo da figura cadavérica, ela toma sua essência ofertada e Beatrice é tomada por uma sensação de paz incrivelmente reconfortante, ela se move pro lado de fora, sem ser impedida, o vestido não deixa pés aparecerem, ou ela simplesmente flutua, nenhum barulho de passos. A uratha tem certeza que ela escuta sua proposta, mas ela se mantém calada por bastante tempo.
Decker continua recostado, dessa vez em um túmulo escuro e antigo, muito diferente de toda cor do lado físico, ele só levanta uma mão quando a Viúda passa por ele, o que faz o espírito parar e olhar, mas seguir seu caminho sem dizer nada, sem demonstrar nada.
A mulher fantasma se agarra ao marido quando o espírito toca a testa dela, apavorada, sem entender exatamente o que é aquilo, o homem por sua vez a abraça, mas não se move e tem sua testa tocada também.
- Entendo. - a voz tão destoante do corpo cadavérico, linda, suave, apaziguadora - Mortos por urathas, vocês já nos trouxeram muitos, não dessa forma. - ela continua andando sem parar, as Niñas que a encarava antes agora nem parece vê-la mais.
Ela se move até de frente a uma lápide, mármore escuro e sólido, mesmo do outro lado, parecia nova e tinha cheiro de morte fresca - Ele também nos trouxe muito, um dos favoritos da Santa Muerte. - ela aponta pro túmulo.
Um matador? Alguém envolvido com algum cartel? Não dava pra saber. - Ninguém veio quando ele se foi, salvo pela própria fé e nada mais, celebre a morte dele toda lua, durante duas luas, lhe traga flores, e coloque uma imagem da Santa em seu sepulcro, os suplicantes acharão seu caminho, garantirei isso. - ela diz sem margem de erro.
Ela toca o ombro de cada um dos dois espíritos, e eles parecem invadidos de calmaria, muito mais potente do que havia acontecido com a uratha - Obrigado Urdaga. - Moake se pronuncia, a pronúncia dele é horrível, mas ele se esforça mesmo em seus momentos finais, visivelmente grato.
- Mortos por lobos, acolhidos por lobos, você é boa Encanta-Mortos. - Viúda se cala novamente e começa a se distanciar, o nome falado como ela bem entende, a noiva cadáver não conhecia Coração-de-Tinta, e pelo visto continuaria não conhecendo.
Decker se aproxima conforme a espírito vai se distanciando acolhendo os dois indígenas indo em direção de seu mausoléu - Belezinha. - Ele arqueia uma das sobrancelhas. - Com o tempo se acostuma, ela não negocia. Eu não vou me aproveitar da sua situação, todo dia sete horas, assim que eu fechar a loja, você pode entrar e cumprir seu acordo. - ele diz sem rodeios - Agora é melhor deixarmos os mortos descansarem. Estamos conversados Encanta-Mortos? - ele diz fazendo menção em se retirarem do loci, mas nitidamente esperando que ela vá na frente.
Ele aponta uma direção anda até ela e para. - Aqui, pode atravessar. - ele nem mesmo parece olhar pro outro lado pra dizer aquilo com certeza.
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