Haunted Horror: Sanatório Infernal

- A questão é que para estar curtindo uma longa temporada no inferno ele precisa estar morto... – Alessa olha na direção do homem. O semblante sério. – Mas, segundo o senhor mesmo disse, ninguém sabe o que aconteceu com ele... Também não devem fazer ideia do porque ele ter feito isso, certo?

Fora do carro, Alessa da alguns passos para o lado, tentando ver melhor todos os detalhes do prédio, verificando o melhor ângulo provável para as fotos, mas sem se afastar muito do veículo de forma que o motorista e Ana pudessem ouvi-la sem esforço.

- Não vamos nos aproximar demais... Acho que podemos nos manter próximos ao portão... Quero apenas ter uma boa visão das janelas e pátio externo... – Alessa tira uma foto. O flash da máquina iluminando a vegetação e o caminho logo a frente deles. – Quem, ela? – Disse apontando para Ana. - Não se preocupe. Ela está bem. O senhor está olhando para uma promissora futura fotografa – Ela sorri torto erguendo um dos ombros e em seguida acena para que Ana saísse do carro e se juntasse a ela. – Não é mesmo, meu bem? Venha! Me ajude a tirar as fotos.

"... A questão é que para estar curtindo uma longa temporada no inferno ele precisa estar morto..."

A afirmação inteligente de Alessa calou imediatamente a boca do taxista, deixando o clima mais tenso e sombrio, o silêncio prevalecia naquele momento.

– Mas, segundo o senhor mesmo disse, ninguém sabe o que aconteceu com ele... Também não devem fazer ideia do porque ele ter feito isso, certo?

— Ele era um louco... Não acredito que tenha motivações.

Ao sair do carro, a dupla teria uma visão muito privilegiada e estratégica do lugar, principalmente Alessa, que pegou uma posição melhor para tirar algumas fotos do local.

— Tudo bem, mas se algo acontecer, vamos voltar para o carro.

O hospício estava abandonado como sempre, e a escuridão tomava conta de toda a janela, nas fotos, apenas o reflexo do flash mostrava algo de chamativo na nas vidraças.

O canto dos grilos e o som da máquina fotográfica eram ouvidos naquele momento, aquele lugar dava calafrios, sem contar que o inverno parecia estar chegando naquela localização.

Beep! Beep!

O pager de Alessa era acionado, dando um pequeno susto em todos os presentes.

22:54 PM Eric Castiglia - alessa me ligaram do hotel e estao perguntando sobre vc, cade vc alessa??
22:57 PM Eric Castiglia - alessa, onde voce ta?? o prefeito ja chegou e so falta voce e a menina la.
23:14 PM Eric Castiglia - alessa odne diabos esta voce e a menina????

- Vamos, garota! Essas fotos não vão se tirar sozinhas. – Alessa usa um tom de voz mais alto para chamar Ana que ainda não havia saído do táxi.

Alessa segurava a câmera em frente a um dos olhos, ajustando a objetiva entre um clique e outro, enquanto dava curtos passos ora para frente, ora para os lados, procurando por um melhor ângulo.

Mesmo aquela distância, alguns flashs iluminavam as janelas da antiga construção. Ela não sabia exatamente o que esperar daquelas fotos ou daquele lugar em si e talvez fosse pela escuridão e o “silêncio” ensurdecedor do canto dos grilos e do vento por entre a vegetação, mas o fato era que aquele lugar começava a dar calafrios nela.

- Ahhh – Alessa grita quando pager toca. – Droga! Aparelhinho dos infernos... Tinha me esquecido dele.

Pendurando a câmera fotográfica pela alça em um de seus ombros, ela pega o aparelho e lê as mensagens, revirando os olhos e sorrindo torto.

“Você não precisa de nós aí.” – Foi a primeira mensagem enviada.
“Ouça tudo e depois me conte o que o homem quer” – Ela enviou a segunda mensagem.
“Estamos bem. Saímos para tirar umas fotos. Logo estaremos de volta.” – Ela envia a última mensagem e guarda o pager no bolso da calça.

- Era o Eric. Quer saber o que estamos aprontando. – Alessa dá de ombros e volta a se aproximar do táxi e fala com a garota mais nova – Então, Ana... Vai tirar alguma foto antes de irmos ou não? -  Agora ao lado do taxista, ela fala com o homem. – A menos que o senhor ache que existe outro ponto do casarão que devemos fotografar, por mim, me dou por satisfeita... Podemos voltar ao hotel. -  Ela sorri amplamente.

Ana estava meio absorta em pensamentos enquanto deixava com que Alessa e o taxista conversassem, ainda mais porque parecia que ela sabia mesmo o que estava fazendo.

E então Alessa a chamou, fazendo com que Ana voltasse a recobrar a consciência da realidade e finalmente sair do carro acompanhando a mais velha. Será mesmo que ela conseguiria capturar alguma coisa decente com aquela câmera?

As vezes parecia que o jeito que Alessa falava era para “tentar” o homem, seja para ele falar mais ou para quem sabe fazer algo de verdade. Ana não fazia a menor ideia e também não tinha todo aquele traquejo como a outra tinha. Talvez fosse alguma coisa relacionada a idade ou quem sabe ao jeito mesmo da pessoa e por conta disso, Ana se mantinha simplesmente calada.

Quando o motorista disse que poderia entrar, mas não sabia como Ana ficaria nessa história, só por conta da idade dela. Não era algo estranho de acontecer e depois da cena anterior, ela imaginava que Alessa poderia falar alguma coisa em sua defesa e de uma forma bem peculiar, ela fez.

Ainda estava segurando sua câmera tentando imitar o que Alessa fazia para pelo menos parecer relativamente convincente na sua atuação de fotógrafa já que seu rosto jovial não parecia passar muita credibilidade naturalmente para qualquer coisa, quem diria a de ter alguma mediunidade…

Ana havia pelo menos tirado fuas fotografias daquela suposta janela quando o som do bipe acabou por atrapalhar o som dos grilos e das máquinas fotográficas. Era o bipe de Alessa e parecia que alguém queria muito falar com ela…

Quando escuta quem era, simplesmente da de ombros e continua observando o lugar através da lente da câmera…

Será que ela veria alguma coisa!?