HistóriaNathan nasceu em Tallulah em 1959. Sua mãe,
Sarah Moore, foi abandonada pelo marido quando Nathan tinha 7 anos de idade, e transformou o velho casarão onde moravam numa pensão para poder ganhar a vida.
A mãe de Nathan sempre foi muito religiosa e com tendência a acreditar em superstições, mas, após o abandono, essas características se exacerbaram: tornou-se abstêmia, só se veste de preto, desenvolveu uma fobia associada ao número 13 e começou a acreditar em feitiços e mau olhado. Nathan também mudou, pois, de um garoto extrovertido e alegre, tornou-se mais reservado e desconfiado, embora não seja tímido.
- Sally Fields:
A "Casa Amarela"Quando completou 11 anos, seu amigo Alex teve a ideia de comemorar a data indo com "a gangue" (ele, Nathan e mais dois amigos em comum) passar a noite na "Casa Amarela". Trata-se de uma casa abandonada que fica afastada do centro de Tallulah, no meio de um matagal, e que ganhou esse apelido devido à cor de suas paredes, embora a tinta já esteja em grande parte descascada e embolorada. Segundo dizem os velhos da cidade, o casarão foi construído nos anos 20 e permanece abandonado desde que a família que morava ali foi chacinada. A casa ficou com fama de mal-assombrada, então os garotos acharam que seria um ótimo teste de coragem passar a noite lá.
Nathan sentiu um frio na espinha quando ouviu o desafio, mas fingiu ter gostado da ideia para não ser chamado de covarde. Os garotos mentiram para seus pais dizendo que iam passar a noite uns nas casas dos outros e seguiram para lá no final da tarde. Porém, conforme foram chegando perto, Nathan começou a sentir uma sensação de medo cada vez mais forte. Quando chegaram ao decrépito portão de entrada, Nathan olhou numa trapeira da mansarda, que estava sem veneziana, e teve a impressão de ver alguma coisa ameaçadora aparecer ali e sumir de repente. Embora não tivesse certeza nenhuma de ter visto realmente alguém ou algo, estacou na hora e disse que não ia continuar. Alex e os demais começaram a zombar dele, embora um dos garotos estivesse com expressão um tanto amedrontada nos olhos. Por mais que insistissem, por mais que imitassem cacarejos para ridicularizar o medo dele, Nathan deu-lhes as costas e voltou para casa.
Ele sabia que, a partir daquela noite, nunca mais teria paz. Os garotos jamais o deixariam esquecer da sua covardia e provavelmente lhe dariam algum apelido para marcá-lo por isso. Para sua surpresa, não foi o que aconteceu. No dia seguinte e nos que vieram depois, nenhum dos garotos da "gangue" tocou no assunto, fosse para zombar dele, fosse para se gabarem de passar a noite na Casa Amarela. Depois de uma semana, Nathan, curioso, perguntou a Alex como tinha sido a noite, mas este só deu de ombros e respondeu de forma lacônica e evasiva a todas as perguntas. E, quando Nathan começou a insistir, Alex rechaçou as perguntas com mau humor. Um mês após aquela noite, um dos garotos que esteve na casa, sem nenhum motivo aparente, se suicidou pulando na frente de um carro.
Depois desse episódio, Nathan começou a ter problemas, pois, uma ou duas vezes por mês, tem pesadelos em que revive os acontecimentos daquele começo de noite, mas com variações: às vezes, ele vê o rosto de um um homem mau encarado e com os cabelos desgrenhados olhando pela trapeira (possivelmente, um mendigo); noutras vezes, é uma mulher de rosto muito magro, nariz adunco e olhos malvados; ou então aparece algum tipo de criatura, que tanto podia ser um monstro do folclore local como algo incompreensível e indescritível.
Em New OrleansFoi assim que se instalaram na mente de Nate dúvida, angústia e curiosidade avassaladoras sobre a possível existência do sobrenatural. Ele até pensou em se tornar um cientista para estudar esse tipo de fenômeno, mas nunca foi muito bom em matemática e ciências. Escolheu o jornalismo, e sua mãe ficou orgulhosa quando ele entrou para a Loyola University.
Durante o curso, Nathan propôs a alguns amigos de turma que fundassem o
Supernatural Stories, um jornal alternativo que iria investigar, de forma neutra e sem preconceitos, histórias possivelmente sobrenaturais. Contudo, ninguém aceitou a ideia, e um dos professores, ao ouvir falar no assunto, disse: "assim o senhor nunca vai conseguir trabalhar numa empresa de comunicação séria, senhor Moore".
Durante essa época, Nathan travou um conhecimento mais estreito com
Diana Redford, uma garota nascida em Tallulah que estudou na mesma escola que ele. Os dois perderam contato quando ela tinha 10 anos, já que foi enviada pelo pai para um colégio interno, mas voltaram a se encontrar na universidade. Ela fazia um curso de rádio e TV, uma área afim ao jornalismo, e os dois voltaram a ser tornar amigos, até que a amizade evoluiu para um namoro que, no entanto, durou pouco.
Quando Nathan, por telefone, contou à sua mãe com quem estava se relacionando, esta se opôs fortemente, pois acreditava que as "vozes" que Diana dizia ouvir quando criança eram prova de que ela ou alguém muito próximo dela tinha envolvimento com bruxaria ou vodu. Nathan se recusou a encerrar o namoro, mas a mãe o bombardeava com cerca de duas cartas e três telefonemas por semana, fazendo todo tipo de chantagem emocional e se dizendo doente.
Nathan acreditava em Deus e também no Diabo, mas tinha dúvidas se, dada a onipotência divina, seria possível haver manifestações de poderes demoníacos no mundo - uma questão que já era debatida na Europa medieval. Contudo, tinha certeza de que as "vozes" ouvidas por Diana nada tinham a ver com coisas demoníacas, pois "tudo o que vem dela é bom"! Ele a amava, de um jeito como nunca tinha amado antes, então sofreu muito quando, a contragosto, decidiu romper o namoro para não fazer a mãe sofrer.
De volta a TallulahNathan pretendia trabalhar como jornalista em Nova Orleans, onde estudava, depois que se formasse. Mas, logo no final do curso, sua mãe estava com problemas de saúde, e ele voltou para Tallulah para ajudar na pensão. Considerou uma sorte ter sido contratado pela
Tribuna de Tallulah, pois um jornal pequeno como aquele não abre vagas com frequência. Não era o tipo de jornalismo que ele queria fazer, mas agora podia ajudar sua mãe com o salário de jornalista, sem ter de se dedicar tanto à pensão.
Quando soube do sequestro do garoto, sua mãe logo começou a fantasiar teorias conspiratórias envolvendo "seitas" e coisas parecidas. E Nathan abraçou com entusiasmo a missão pessoal de investigar o caso, pois poderia ser o primeiro passo para que, um dia, ele fosse trabalhar num "jornal de verdade", conforme ele dizia.