– VAMOS PARA A SALA DE EMERGÊNCIAS!! – Possivelmente o Tyrant poderia atravessar a parede com facilidade, mas... – PODEMOS NOS ESCONDER LÁ. VAMOS!! – Myah apontou para a sala. – USE AS GRANADAS DE LUZ PARA MANTÊ-LO CEGO ENQUANTO FUGIMOS!!
O mercenário arremessou uma cadeira para o lado oposto, aproveitando-se da cegueira do Tyrant. A criatura investiu furiosamente contra o objeto ao ouvir o “BLANG!”, destroçando a socos tudo o que estava naquela direção. Nesse momento duas granadas de fragmentação, que caíram aos pés do monstro antes de explodir. “BOOM!”
A explosão não pareceu ferir a criatura o suficiente para despedaçá-la, como faria com um humano comum, mas foi possível ver o Tyrant voar com o impacto, bater na parede e cair inerte. Estava morto? Dificilmente, mas era fato que ao menos estava nocauteada. Eles ganharam algum tempo.
Com dificuldade, o mercenário ferido segue Myah até a sala de emergência, seguido pelo outro, que agora se recuperava do golpe.
O barulho da porta de metal sólido fechando era reconfortante. A sala tinha um padrão hexagonal. Havia medicamentos – inclusive antivirais – na ala esquerda. Na ala direita havia uma prateleira sobre trilhos, que havia deslizado para o lado e revelado um alçapão com uma escada. Na parede havia um pequeno painel numérico com uma luzinha vermelha piscando. Myah também podia ver macas no centro, roupas de proteção contra químicos nocivos penduradas nas paredes e alguns computadores ligados adiante.
– Ah, preciso de férias… – falou o mercenário ferido, em uma tentativa muito ruim de tentar ser engraçado.
– Ah, Terry! Que merda! – falou o outro, se aproximando mancando. – Você, moça! – falou, de repente se virando para Myah. – É funcionária daqui? Entende algo de medicina? Se sim, por favor ajude-o!
Uma sirene estridente começa a soar e luzes vermelhas começam a piscar do teto.
– Ah, ótimo! Que porra é essa, agora? – volta a falar o mercenário ferido.
Mote: Nosso instinto de sobrevivência é a nossa maior inspiração!
Itens Carregados: Mochila, um sanduíche embalado em plástico, uma garrafa de água pela metade, alguns doces, Nokia 6150, diário de Derick, lanterna, bateria x03, Glock, municiador x03 e caixa de munição com 30 balas x04, .44 Magnum, speed loaders x02, rádio comunicador.
Vestimentas: Blusa branca de moletom, jaqueta de couro, calça branca de moletom, meias e tênis.
O soldado criava uma distração. No mesmo momento que o Tyrant seguiu em direção a cadeira, eu me pus a correr em direção a sala de emergência. Isso até ser surpreendida por um estrondo me fazer cambalear e então parar para ver o que estava acontecendo.
Para minha surpresa, Tyrant estava estatelado no chão, inconsciente. Pelo menos, era o que parecia. E por via das duvidas, era melhor nos apressarmos para dar o fora dali.
- Venham rápido!! - Sinalizava com as mãos para que eles viessem depressa.
No entanto, o soldado ferido demonstrava certa dificuldade que me fez correr até ele. Abracei-o dando estabilidade e o ajudei como pude. Infelizmente, força não era uma de meus atributos.
Mal a porta metálica se fechava e eu me desvencilhava do soldado e corria ate os medicamentos. Guardei alguns na bolsa e, enquanto dos soldados discutiam, com um frasco em mãos procurei por uma pistola de vacinação para poder entregar ao soldado ferido.
- Sim e sim. Não se preocupe já estou providenciando algo. - Seguindo até ele. - Se você foi infectado por uma daquelas coisas. Isso deve resolver. - Entreguei-lhe o medicamento.
Assim que a sirene soou, só uma coisa vinha a minha mente, Megan. Eu podia apostar que aquela vadia tinha feito algo.
- Não faço ideia. Mas, é melhor darmos o fora daqui. - Disse apontando para o alçapão.
Antes de qualquer coisa, corri para pegar uma das roupas de proteção. Afinal, não sabia o que esperar lá embaixo e nem o significado daquela sirene. Então, era melhor prezar pela precaução. Joguei uma para cada homem e por fim, segui para a escada.
O mercenário, que se identificou como Terry, agradecia Myah enquanto ela cuidava de suas feridas e aplicava a ele o antivírus através de uma pistola ejetora. Ele parecia ser um sujeito decente, assim como Jeff, seu companheiro de esquadrão. Eles eram muito diferentes do russo que ela havia encontrado quando Ada a salvou.
Terry já parecia melhor, mas a sirene na sala era preocupante. Quando Myah pegou uma das roupas de proteção e jogou outras para eles, eles não exitaram em vesti-las. A sugestão de Myah de escapar pelo mesmo alçapão que Megan era a única coisa sensata a se fazer, afinal ninguém queria ficar para saber o que aquele sinal de alerta significava.
A escada dava em um escuro túnel metálico e barulhento. Era curto e linear, sem nenhuma bifurcação ou desvio. No final havia um trilho magnético e um pequeno switch, com uma luz vermelha piscando.
– Só pode ser uma espécie de vagão para o outro lado – disse Jeff, apertando o botão após analisá-lo por algum tempo.
Ele estava certo. Um barulho de maquinário iniciou-se. Um som de algo se aproximando começou a ficar cada vez mais nítido, até que um pequeno vagão surgiu, parou e abriu sua porta, deslizando-a para a esquerda.
– Está vazio – disse mais uma vez Jeff, que tinha tomado a dianteira e verificado o interior do veículo. – Podemos usá-lo.
O interior estava imaculadamente limpo e bem iluminado. Haviam lugares para se sentar, e Terry pegou um deles, enquanto verificava a munição. Myah também nota um pequeno console. A tela parece travada em uma espécie de erro. Myah pode ler “Falha de Segmentação” no terminal.
– A saída está do outro lado – falou Terry. – Melhor não perdermos mais tempo. Jeff, consegue operar essa coisa?
– Sim. Há controles manuais aqui.
Jeff puxa levanta um switch na parede que lembrava bastante um switch de caixa de eletricidade, e então o vagão começa a se mover para frente, em velocidade moderada.
– Há um controle de velocidade também…
Nesse momento uma voz surge nos alto-falantes do vagão – a voz de Megan.
– Voltem! Voltem agora! A pesquisa é minha! Você não vai pegá-la, Myah! Você não tem capacidade de contornar o que eu fiz no terminal, então desista! Estou avisando! Se vier para cá, tenho modos de matar todos vocês!
– E essa aí, agora? Ex-amiga que se sente traída? – indagou Terry, sem muito ânimo.
Megan continuava a matracar pelo alto-falante…
– A Umbrella caiu, sim… Mas meu trabalho vai continuar! Meu trabalho, estagiária! Se pensa que vai por as suas mãozinhas imundas nos meus arquivos, está muito enganada!
– Caraca, essa menina está puta…
OFF:
O vagão irá chegar até a outra ponta em um turno. Se pretende fazer algo agora, aproveite.
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O antídoto rapidamente surtia efeito, mas não havia tempo para descanso. Ao som insuportável da sirene descemos a escada. Ela nos levava até um local escuro. Sem pensar duas vezes, peguei a lanterna na mochila. Era bom estar atenta e evitar qualquer possibilidade de sermos atacados devido nossa visão limitada.
Para nossa sorte, não havia nada que pudesse nos surpreender por ali. E de quebra os soldados se mostravam eficientes com os dispositivos ali presente. Não demorou para que déssemos o fora dali.
Ao entrar no vagão iluminado, guardei a lanterna de volta na bolsa e com ela a Magnum.
No entanto, não demorou para os problemas retornarem. Aquela vadia da Megan não só denunciava minha identidade aos soldados como também nos ameaçava. Olhei apreensiva para ele. Mas, o comportamento de Terry não demonstrou que ele sabia algo sobre mim.
- Essa puta fez todos acreditarem que eu tenho envolvimento com os projetos da Umbrella e pôs um alvo em minhas costas. - Digo retirando a glock da mochila. - Mas da próxima vez que estiver frente a frente com ela... - Volto-me para os soldados. - Ela vai se arrepender!!
Aproveitai que olhava para os soldados e fiquei atenta para ver se eles ainda podiam esboçar alguma atitude hostil. Visto que Terry ainda esboçava seus gracejos, resolvi desencanar. Afinal, algo de ruim realmente poderia estar a nos esperar logo a frente.
- Preparem-se, rapazes!! - Conclui empunhando a glock de frente para a porta do vagão.
A velocidade do vagão vai diminuindo até que ele para por completo. Um barulhinho semelhante a um breve sibilar ecoa quando as portas se abrem. Terry e Jeff saem ao lado de Myah, cobrindo a retaguarda e os lados. Nenhum deles parece saber algo sobre ela – ou simplesmente não se importam.
O corredor é limpo, linear e bem hermético. Há algumas câmeras ligadas nas laterais cobrindo o corredor diagonalmente. A impressão é que o trio acaba de adentrar um bunker ou uma espécie de corredor de acesso para um reator.
– Então você veio, apesar dos meus avisos… – a voz de Megan soa novamente, após um breve estouro de estática. – Muito bem, Myah. Vamos ver se consegue me encontrar a tempo…
– Ora! Cale a boca! – gritou Jeff, para o nada. Sua voz ecoava furiosa. – Somos apenas mercenários! A ideia era resgatar vocês duas. Não sei o que há entre vocês, mas não temos nada…
– Muito bem, Jeff! – interrompeu Megan. – Fazemos assim: pegue esse seu belo fuzil, transforme Myah em uma peneira e eu vou com vocês para fora daqui. Falarei de vocês ao Sargento Ginovaef e poderemos incluir vocês na barganha.
– Sargento Ginovaef?! Como conhece Nicholai?! E que coisa é essa de barganha?!
A imagem do russo maldito invade novamente a mente de Myah. Dessa vez é Terry que interrompe.
– Não sei o que está acontecendo aqui, moça, mas ninguém vai matar ninguém. Venha conosco ou nos deixe sair. Simples assim.
Não houve resposta no alto falante, mas uma parede de metal maciço adiante começou a se erguer – revelando ser, na verdade uma porta – mostrando um caminho à esquerda, um caminho à direita e uma escada no centro para um nível inferior. Três possíveis rotas.
– Ah, ótimo – resmungou Jeff. – E agora?
O caminho da esquerda tinha uma placa na parede que dizia “Encubadoras e escritórios”. A placa da direita dizia “Laboratórios de Testes e Sala de Servidores”. Não havia nenhum tipo de sinal que desse alguma pista aonde as escadas poderiam dar.
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Tudo parecia tranquilo ao descermos do vagão. Considerando que aquilo ali parecia uma espécie de abrigo muito bem monitorado, acreditava que não deveríamos ter algum problemas com aquelas bizarrices lá de fora. Entretanto, ainda havia um ser dos mais inconvenientes aqui dentro.
- Ah, claro. Porque certamente eu teria mais medo de você do que daquele brutamontes resistente a balas... - Respondi revirando os olhos.
Jeff também se mostrou tão incomodado com aquela situação quanto eu. Contudo, foi aí que as coisas começaram a ficar ruins. Eu não estava enganada em duvidar desses mercenários. Só o fato de chamarem aquele russo babaca de sargento já era o suficiente para me dar calafrios. Ainda que eles não estivessem a par de tudo. Foi nesse momento que virei gargalhar.
- Sua idiota. O helicóptero que virá até o torre do relógio só tem lugar para o próprio Nicholai. Exemplo disse é que ele ficou feliz ao saber que War Hound havia morrido e ele não teria o trabalho de dar um fim ao próprio companheiro... - Bradei furiosa.
Com a manifestação de Terry, apenas me mantive em silencio. E pelo visto nem mesmo Megan pretendia responder. E diante o resmungo de Jeff, aproximei-me sussurrando:
- Pela lógica, se Megan veio atrás do projeto e está controlando tudo ela deve estar nos Laboratórios de Testes e Sala de Servidores. O que acham? - Olho para Jeff e depois para Terry.
Era um chute no escuro. Porém, eu iria aonde eles resolvessem ir. Não me sentia apta a percorrer aquelas instalações sozinha.
Houve um longo e incômodo silêncio. Terry e Jeff nada diziam. Eles se limitavam a encarar o chão, pensativos, vez ou outra trocando olhares de confusão e receio. Aparentemente eles não sabiam de War Hound e a situação envolvendo Nicholai, pois o choque em seus olhares era evidente quando Myah revelou isso aos berros para Megan.
– Muito bem, então – falou Terry primeiro. – Você a conhece melhor do que nós e trabalha com ela, ou pelo menos trabalhava… Sua sugestão faz sentido. Só sei que quando ou se conseguirmos sair daqui vivos, não quero mais saber dessa porra de Umbrella. Nem por todo dinheiro do mundo volto a trabalhar com esses filhos da puta.
Ele então se virou para Jeff, que ainda estava indeciso e calado. Depois de ponderar mais um pouco, ele se limitou a acenar com a cabeça, concordando. A decisão então tornou-se unanime: a sala de servidores era a rota definida. Parar Megan – por bem ou por mal – e escapar eram os objetivos.
– Essa louca está muito confiante – falou Jeff. – Sei que as coisas parecem calmas e melhores aqui, mas não acho que devemos baixar a guarda com essa nerd magricela do caralho. Ela deve estar aprontando alguma coisa.
O trio avança pelo corredor. Trata-se de um corredor linear, impossível de se perder. No fim dele o trio encontra um elevador com portas de aço, que dá acesso a mais um andar inferior. O painel é simples – apenas uma seta para cima e uma para baixo – e o elevador desce rápido.
Um corredor maior e mais largo mostrava-se ao trio quando a porta do elevador abriu, mas ainda era simples. À esquerda havia uma porta dupla que dizia “Perigo. Somente Pessoal Autorizado”, e à direita havia uma porta menor, com um leitor de cartão que liberava o acesso. Também era possível ver um conjunto enorme de servidores e cabeamento através de um vidro blindado.
– Ali! – gritou Jeff, apontando com o cano do fuzil. Todos viram Megan correndo com um cd-rom em mãos. Instintivamente ele dispara um único tiro na direção dela, mesmo sabendo que o vidro era blindado – ele queria ter certeza. Isso assusta Megan por um instante, mas então ela sorri, levanta o dedo do meio para eles e então começa a mexer em um dos terminais rapidamente, ignorando-os.
Não demora muito e a porta do lado oposto – dos laboratórios de teste – começa a emitir um alerta sonoro, junto com uma luz amarela rodopiante. Isso dura apenas alguns segundos, e um leve silêncio se propaga até que uma voz gravada ecoa dos alto-falantes:
“Aviso! Violação de Segurança Nível Um”.
É possível ver o laboratório por dentro. Uma sala grande, imaculadamente limpa e branca, como todos os outros, exceto que nesse há grandes tubos cheios de um líquido esverdeado e transparente, onde é possível ver criaturas peculiares hibernando…
Nove câmaras… As criaturas lembram bastante aquele ser verde com garras que Myah viu, mas estes eram mais como sapos. O líquido começa a ser drenado das câmaras e as criaturas começam a se mexer lentamente, recobrando os sentidos devagar.
“Aviso! Violação de Segurança Nível Dois. Risco de Contaminação.”
As criaturas começam a ficar mais agitadas.
– Moça... – começou Terry, engolindo em seco. Ele agora não estava piadeiro, e sim claramente com medo. – Se puder fazer alguma coisa para abrir a porta atrás de nós, por favor faça, pois assim que essas coisas malditas quebrarem os vidros, estaremos para lá de fodidos.
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Após um longo silencio perturbador, finalmente um dos soldados se manifestava.
- Faço das suas as minhas palavras, Terry. - Digo ao pousar minha mão sobre o ombro do soldado. - Só quero poder retornar para Ohio e nunca mais nem pensar nesse lugar. - Completo em um tom entristecido.
Por fim, seguimos adiante. Depois do elevador nos deparávamos com outro corredor. Um grande corredor com uma típica calmaria que antecede a tempestade. Ao ver o leitor já me perguntava se o meu cartão teria tal privilegio. Mas, antes de sequer dar um passo em direção ao leitor o grito de Jeff seguido de um disparo fez meu coração acelerar e instintivamente me abaixei com as mãos na cabeça.
Só depois de alguns segundos compreendi o que estava acontecendo. Entretanto, agora era a porra de uma sirene e um aviso de que algo estava errado. Podia apostar em quem estava por trás daquilo. Vadia!!
A sala estava cheia de sapos mutantes. E não demoraria para essa espécie bizarra de Irmandade de Mutantes formada só por Groxos sabe-se lá de qual Terra nos vissem e viessem atrás de nós.
Enquanto soava o segundo aviso corri até a porta na esperança de que meu cartão milagrosamente tivesse acesso àquela área.
- É isso que estou tentando, Terry. - Disse passando o cartão e rezando para que a porta se abrisse. - Caso, meu cartão não tenha acesso, corram até o elevador. Vamos voltar lá pra cima. De lá tentaremos encontrar outra saída. - Completei aflita.
Se a porta se abrisse... Mas se o mais provável se mostrasse verdadeiro, correria de volta para o elevador. Não haviam muitas opções disponíveis.
A tensão crescia no trio – e no caso de Myah, o ódio por Megan também. Torcendo para que suas credenciais de acesso fossem o suficiente, ela usa o cartão no painel, ávida para ver a porta abrir – e para colocar suas mãos em Megan.
“ACESSO NEGADO.”
O painel, contudo, exibiu uma mensagem adicional graças a situação de emergência:
“Risco de contaminação detectado. Entrando em modo de emergência. Acessar modo de manutenção? [1] Sim [2] Não”
Myah sabia que o modo de manutenção dava a ela privilégios totais. Ela apertou “1” e um outro leque de opções apareceu:
“[1] Abrir Portas [2] Liberar Contingente [3] Reboot do Sistema [4] Sair”
Myah não sabia o que era exatamente esse contingente e não tinha muito tempo. Ela jogou seguro; digitou mais uma vez “1”, apertou enter e, assim que a porta abriu, o trio se atirou para dentro da sala, com Myah fechando-a novamente, logo em seguida.
Pelo vidro, era possível ver as criaturas estourando as câmaras e tomando conta do corredor – nove delas. Dois metros cada uma. Elas começam a investir contra o vidro, capturando a atenção de todos; mas nesse momento Myah se lembra de Megan, desviando a atenção para o fundo da sala…
Lá estava ela, ainda digitando algo freneticamente no teclado de um dos terminais. Estava na hora de acabar com a coisa toda. Myah mira a glock, aperta o gatilho e dispara…
O tiro passa por cima de Megan, alvejando a parede. Isso dá tempo de ela terminar de digitar o que desejava. Assim que aperta Enter, a seguinte mensagem ecoa pelos alto falantes:
Autodestruição… Myah não ouviu errado. A instalação toda iria explodir. Se ela tivesse acertado o tiro… Bem, não havia tempo para isso lamentar agora. Megan corria para uma escada vertical, que dava acesso a um pequeno corredor escuro abaixo. Ela estava com os dados no bolso. Ela estava escapando e indo até Nicholai! Para piorar, o vidro começa a rachar graças as constantes investidas das criaturas. Elas logo entrarão na sala.
– Vai! Vai! Pega ela! – começou a gritar Terry. – Nós vamos atrasar esses bichos! Não deixe ela escapar!
Terry e Jeff miram os fuzis para o vidro, aguardando.
– Oh, merda. Lá vamos de novo… – resmungou Jeff. – Se esse é o nosso fim, que seja então.
Um “click” indica que ele colocou o seletor de tiro para o automático.
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Quem poderia esperar que um milagre realmente se fazia e, ao menos, nos dava mais alguns minutos de vida. Já que não demoraria até que aquelas criaturas pusessem tudo a baixo e invadissem a sala.
Agora era a hora de cobrar a fatura de Megan. E desta vez não haveria piedade. Iria por fim a tudo o que ela pudesse estar planejando e eliminaria um mal maior do que aquelas criaturas bizarras.
BANG!!
O disparo ressoou pelo ar. Infelizmente, toda a minha sorte havia sido gasta ao abrir a porta. E os alto falantes só confirmavam que minha sorte havia chego ao fim.
- Pode deixar, Terry. Vou fazer ela pagar por tudo. - Disse ao ouvi-lo, mas logo hesitei. - Como assim vão atrasar esses bichos. Ninguém fica pra trás!
Fiquei atônita sem saber o que fazer diante aquela situação. E as palavras de Jeff me causavam mal-estar.
- Não é o fim de ninguém. Usem as granadas para explodir essas coisas ou ao menos para destruírem a passagem para o outro lado. - Disse desesperada.
Sem mais, corri na frente para não deixar Megan ganhar ainda mais vantagem.
Myah corre, alcança a escada e começa a descer. Conforme ela vai afundando na escuridão um degrau de cada vez, ela ouve atrás dela um som de vidro espatifando, seguido de rajadas de tiros e um xingamento de Terry bradado com fúria – mesmo com aquela maldita sirene ensurdecedora.
Ela toca o chão metálico. A sinfonia de caos e morte acima dela agora é ouvida um pouco mais fraca e distante, sendo coberta pela sirene. Há luzes vermelhas no chão dos dois lados do corredor, mas não são muito fortes. A escuridão não é absoluta, mas ainda assim incomoda. Por sorte, Myah tem sua lanterna.
Ela corre até a outra ponta, preocupada em não deixar Megan escapar. Assim que toca a porta, ela abre automaticamente, deslizando para o lado. Não se sabe se foi cautela, adrenalina, ódio ou uma mistura dos três, mas assim que Megan surgiu do canto com um pedaço de cano, tentando acertar Myah de surpresa, ela agarrou o cano e empurrou Megan contra a parede, prendendo-a com o seu corpo. Ainda assim, Megan não desistia. Ela certamente seria uma pedra no sapato até o fim, e investiu contra Myah, segurando seus braços, tentando agarrar seu pescoço. Essa peleja, que parecia uma luta de sumô entre duas crianças, durou poucos segundos. Megan agarrou o pescoço de Myah de fato, sorrindo. Ela finalmente parecia ter ganhando a vantagem.
BANG!
A glock encostada no seu peito disparou. Um tiro a queima-roupa. O sorriso de Megan foi sumindo aos poucos, assim como a adrenalina em seu corpo. Ela arregalou os olhos uma última vez antes de fechá-los para sempre. Seu corpo tombou aos pés de Myah, formando uma poça de sangue que se expandia rapidamente.
Megan estava morta…
No corpo dela Myah recuperou os dados e o cartão de acesso. Diante dela, um grande elevador de carga – sua única saída. Havia um painel onde ela poderia usar o cartão, assim como botões em formato de setas sobe e desce.
Ela olha para o corredor de onde veio. A sirene, agora abafada era o único som que conseguia ouvir. Ela estava prestes a voltar para buscar Jeff e Terry quando ouviu passos que ecoavam na escuridão do corredor. Não, não eram passos humanos. Algo viscoso fazia um barulho estranho no chão de metal; uma espécie de “Pléck… Pléck… Pléck…”. Logo esse som se propagou de forma que Myah compreendeu que muitos pés – ou melhor, patas – eram responsáveis por ele. Ela compreendia o que aconteceu. Não havia mais razão para voltar. Ela olhou o cadáver de Megan uma última vez e, antes que aqueles sapos asquerosos aparecessem, ela correu até o elevador, usou o cartão e apertou a seta para cima. Lentamente o elevador começou a subir, deixando para trás os monstros e o corpo de sua inimiga, assim como os corpos de Terry e Jeff.
Enquanto subia, seu celular tocou.
– E então, senhorita Vance? – a voz inequívoca do seu contato, com seu tom costumeiro. – Como anda o progresso? Teve sucesso?
EPÍLOGO
Ela podia ver Raccoon City da janela do helicóptero. Fogo, ruína e morte… Nada além disso. Logo nada mais restaria de todo aquele pesadelo para contar história – ou servir de prova – e por mais que isso pudesse parecer insensível, não havia como negar que era simplesmente maravilhoso estar sentada em uma poltrona de couro, literalmente acima do caos, segura e deixando tudo aquilo para trás. Sentia-se esgotada como nunca antes. Felizmente seu contato não estava mentindo. Assim que chegou no ponto de extração, um helicóptero particular veio tirá-la daquele inferno; exatamente como combinado.
“Sem mais mortes. Sem mais Megan. Sem mais monstros…”
E assim, ela acabou dormindo.
. . . . . . . . . . .
– Senhorita? – ela acorda de repente, assustada e exasperada, com o piloto tocando gentilmente seu braço. – Me desculpe acordá-la, mas chegamos.
Ela estava em um heliporto muito bem equipado. Pela cor no céu, não parece ter passado muito tempo, mas ela não tinha certeza.
– Ele virá recebê-la agora – informou o piloto.
Ela desceu do helicóptero. O ar estava fresco e não havia fedor de carne podre ou queimada. Ela definitivamente não estava mais em Raccoon City.
– É bom conhecê-la pessoalmente, senhorita Vance – a voz característica soou atrás dela, o que a fez se virar.
Era um homem alto, louro e usava sobretudo – e por alguma razão óculos escuro, mesmo não havendo luz alguma no céu ainda. Ele estende a mão, sem nada dizer. Myah entende o motivo do gesto, entregando o disco com os dados de Megan sem rodeios. O homem sorri – quase maldosamente – por um tempo, contemplando em silêncio o objeto em suas mãos.
– Você fez um bom trabalho, senhorita Vance, mas acredito que deva estar cansada, faminta e certamente não quer mais ouvir falar sobre isso, tampouco Raccoon City, certo?
Ele amistosamente passa seu braço por trás do pescoço de Myah, tocando suas costas; um gesto simples para pedir que ela caminhe ao lado dele.
– Vamos entrar. Há um banquete, banho quente e um quarto esperando você. Devo dizer que você me ajudou muito hoje. Meu nome é Wesker, a propósito. Albert Wesker.
Parecia um sujeito decente e educado.
– Amanhã, quando estiver melhor, falaremos sobre seu futuro. Talvez eu possa lhe arrumar um emprego; um emprego muito bom, na verdade. Seus talentos não deveriam ser desperdiçados com a Umbrella. Alguém como você merece ter… autoridade.
OFF:
Fim de jogo. Parabéns! Gostei muito de narrar para você. Sinta-se à vontade para fazer uma postagem final de suas impressões sobre os acontecimentos finais