No templo de Piro, Nadhull ouve o mesmo mantra ser repetido em tareno várias vezes:
Dector Azendi!
Evetor Azendi!
Aana Nuci!
Dector Azendi!
Evetor Azendi!
Aana Nuci!
Dector Azendi!
Evetor Azendi!
Aana Nuci!
Dector Azendi!
Evetor Azendi!
Aana Nuci! (fé fortalece, esperança fortalece, amor liberta, numa tradução seca)
Apesar de tudo, os cultos ainda pareciam algo um pouco enfadonho, Nadhull resolve continuar sua iniciação ao mundo místico meio isolado. Ele fica em frente à estátua de Piro tempo suficiente para chamar atenção de um humano (provável espiritualista) que o observa em silêncio por um tempo, depois aproxima:
- Quer aprofundar os sentidos? Acenda isto, e respire fundo.Ele deixa dois pequenos incensórios no chão. Nadhull põe um a direita outro a esquerda, fecha os olhos e faz uma prece sincera:
Senhor da Libertação, da arte, da alegria e da bondade, tu que resgatastes os demônios da ignomínia, recebas o meu sincero agradecimento, pela transformação que tu me possibilizasse. Tal poder é uma unção, uma honra, mas na minha ignorância minha busca por propósito está longe de lograr êxito. Senhor me dá a visão, a sabedoria, para operar este teu poder rumo aos teus propósitos, é meu singelo desejo. Existem pessoas más e egoístas, eu era uma delas senhor e tu me elevasse aos mais altos graus e me salvastes do meu destino, nunca poderei vós agradecer o suficiente e serei teu eterno devedor, por isto faço um pacto de fidelidade: honrarei a vossa escolha que recaiu sobre a minha cabeça, mas repito, me dá a visão e a sabedoria necessária para ser um instrumento poderoso em vossa mão e é esta prece singela porém sincera, que deposito aos teus pés, ó poderoso arauto da liberdade, deus dos deuses e senhor de toda a humanidade, assim seja o teu desejo e não o meu!Com os olhos fechados, outros sentidos parecem ficar mais focados, em especial o olfato. Aos poucos os ruídos do templo também diminuem até parecer sumir. Nadhull sente uma onda atravessando seu corpo, como se fosse um fluxo de magia, mas não como a Prana, mais como uma presença.
Abrindo os olhos, a fumaça do incensório parece tomar conta de todo em volta, como num sonho, a impressão que tinha é de que estava em lugar nenhum, como num sonho, embora seus sentidos estivessem lúcidos.
Nadhull sente como ondas suaves estivessem batendo em seu corpo de um lado e de outro, também sente como se houvesse mais alguém alí, mas que não podia ver. Ouve som de vozes distantes, inicialmente indistinguíveis. Era estranho, mas nada ali intimidava.
Aos poucos, algumas vozes pareciam mais nítidas, várias faziam um coro baixo que parecia estar a quilômetros, mas algumas vozes falam com ele:
- Estou sempre à porta, e atendo a todos que batem. Não escondo de quem me procura, e bastas levantar a mão para que me toque.Sons de passos, como se uma grande caravana estivesse atravessando ao lado.
Um pouco de silêncio, e novas vozes.
- Nadhull, procuraste-nos com sinceridade, então respondas sem leviandade: "Qual seu objetivo de vida?"- Eu... Não... - Começava ele, mas as vozes interferem.
- Cuidado, prefira atrasar do que ser negligente. "Aquele que não sabe o que quer, não vê o que consegue, quem não sabe onde vai, não vê onde chegou". Qual seu objetivo de vida?Nadhull fica pensativo, aos poucos aquelas fumaças projetam cores.
- Acreditas que foi escolhido. Mas não fostes. Não és digno do poder que foi dado, pois o poder não dignifica, mas podes dignificar o poder. Podes conhecer a liberdade, não porque o escolhemos, mas por escolha sua.A experiência mística era diferente de tudo que tinha experimentado. Várias perguntas surgiam, ele nem se preocupa em pensar COMO aquelas vozes sabiam seu nome, Nadhull só pergunta.
- Quem sois vós?- O ECO DOS QUE BUSCAM.imagens se formam na mente de Nadhull, uma paisagem.
- Spoiler:
- Estás em dúvida sobre como iniciar sua jornada. Não destes conta que ela já foi iniciada.- Onde me procuras?As imagens desvanecem, Nadhull tem a impressão de ver três pequenos chifres no meio de uma cabeleira vermelha.
- Está pensando em Erfir-Sizo? Nada garante que se encontrarão, a não ser que suas escolhas de caminhos sejam parecidas.*Erfir em Moloke é algo como "ladrão de energia", pode ser traduzido como vampiro ou vampira. (off: mas no cenário vampiros não são como os comuns que vivem só de sangue e derretem no sol, e nem pense em vampiro que brilha, aquilo é uma fada). Sizo poderia ser traduzido como "pálido". Nadhull não fazia ideia de quem pudesse ser este ladrão, ou vampiro pálido. Teria haver com os chifres que viu?
- Lembre-se que outros poderão apenas ajudar, mas só você caminhará a sua caminhada. Tens que ter claro o maior importante de sua vida: O que desejas? O que REALMENTE desejas?Nadhull sente começar perder aquelas imagens, e aquela ligação, seja lá o que tiver sido aquilo.
- Você foi ouvido. Sua sinceridade foi reconhecida, sua jornada já tinha começado, agora... (as últimas palavras não parecem muito claras)