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    O Guardião da Fé

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    Mensagem por Dovahkiin Seg Nov 13, 2023 11:29 am

    CAPÍTULO 1: ORIGEM




    O Guardião da Fé Basilica-de-sao-pedro-1




    Basílica de São Pedro, Roma, dias atuais.



    Trilha sonora:




    O som suave dos cânticos ecoava pelos corredores da Basílica de São Pedro, enquanto a luz dourada do entardecer banhava o altar principal. Ajoelhado em oração, Marcos Santoro sentiu a solenidade do momento, uma mistura de humildade e reverência diante da grandiosidade da fé que havia redescoberto. Mas essa redescoberta fora de uma jornada repleta de reviravoltas, uma trajetória que Marcos relembrava enquanto orava:

    “Ó glorioso São Pedro, Príncipe dos Apóstolos, a quem o SENHOR JESUS escolheu para ser o fundamento da Igreja, entregou as chaves do Reino dos Céus e constituiu Pastor universal dos fiéis, queremos ser sempre vossos súditos e filhos. Confiantes na Palavra do SENHOR, que vos concedeu o encargo de confirmar os irmãos na fé, nos conceda a graça de, diante da diversidade das opiniões dos homens, saber professar com firmeza a nossa fé em CRISTO, FILHO de DEUS, e permanecer naquele fervoroso amor a JESUS, que por três vezes proclamastes após a ressurreição. Fazei que sejamos fiéis aos ensinamentos do evangelho, a fim de permanecermos unidos no rebanho do SENHOR, sob a vossa guarda, e no amor ao Santo Padre, o Papa, vosso legítimo sucessor, a fim de que, após o tempo desta vida, possamos nos unir para sempre à Igreja triunfante no céu. Amém.”

    Enquanto orava, Marcos relembrava de seu caminho até aqui, começando por sua infância.



    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________





    Trilha Sonora:





    Em uma pequena vila no Equador, 18 anos atrás.




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    A pequena vila equatoriana despertava com o brilho tímido do sol nascendo sobre os picos das montanhas, pintando o céu de tons de laranja e rosa. Na casa modesta de adobe, Marcos Santoro, ainda um menino de olhos curiosos, começava seu dia ao lado de sua querida família.
    A cozinha exalava o aroma acolhedor de tortilhas frescas enquanto a mãe de Marcos, Maria, preparava o desjejum. Seu pai, Juan, já estava de pé, lendo O Catecismo Maior de São Pio X em voz baixa. A pequena sala estava repleta do calor do amor em família.
    As três irmãs mais velhas de Marcos, Carmen, Isabella e Rosa, deslizavam pela cozinha, cada uma desempenhando seu papel na rotina familiar. Os olhares carinhosos e sorrisos trocados entre eles revelaram um vínculo forte, moldado por anos de compartilhamento de alegrias e desafios.

    Na parede, uma imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso olhou benevolentemente para a família, abençoando o lar com sua presença materna. Era uma devoção que atravessava gerações, uma conexão espiritual com as profecias da Virgem Maria que preenchia a casa com uma atmosfera de proteção divina.



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    Ao lado da imagem de Nossa Senhora, uma fotografia de Gabriel Garcia Moreno, líder e defensor da fé no Equador, foi exibida com orgulho. Seus feitos e seu compromisso com a causa católica inspiraram a família Santoro a seguir um caminho de devoção e coragem diante dos desafios da vida.



    O Guardião da Fé Gabriel_Garc%C3%ADa_Moreno



    Marcos, ainda uma criança, absorve essas influências com uma naturalidade encantadora. Seus olhos brilhavam ao ouvir as histórias da fé, enquanto sua mãe tecia narrativas sobre os milagres de Nossa Senhora e seu pai compartilhava as virtudes exemplares do Presidente Santo
    A fé tradicional da família de Marcos foi inabalável mesmo após o Concílio do Vaticano II, um evento que afetou divisões profundas na Igreja. No entanto, quando Marcos entrou para o quartel, ele começou a questionar as tradições que o haviam moldado. Uma visão mais positivista e tecnocrática da vida começou a se instalar, afastando-o gradualmente de suas raízes religiosas.





    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________




    Equador, dois anos atrás.



    A caserna ressoava com o burburinho constante de jovens soldados em treinamento. Marcos, agora com 18 anos, estava imerso na rotina militar, suas convicções moldadas pelas experiências que a vida no quartel lhe proporcionaria. Sentado em seu beliche, ele lia as cartas recebidas de sua família, as palavras de carinho saltando das páginas.

    "Querido Marcos,

    Que Deus o abençoe, meu filho. Rezamos por você todos os dias. Que Nossa Senhora do Bom Sucesso proteja você em suas jornadas..."

    Marcos revirou os olhos, desdenhando as palavras de sua mãe. "Proteção divina", pensou consigo mesmo, como se a fé pudesse oferecer algo mais do que meras ilusões. Ele via a religião como uma muleta para aqueles que não tinham a coragem de enfrentar o mundo com as próprias pernas.

    Ao lado, seus amigos do quartel trocaram risadas, discutindo planos para a noite.  Em segredo da vigilância dos superiores, Marcos e seus amigos escaparam da caserna em direção à cidade próxima. O bar enfumaçado recebeu-os com música alta e um ambiente vibrante. Sentindo-se emancipado, Marcos se deixou envolver pela atmosfera efervescente.
    Garrafas de cerveja se chocavam, cigarros ardiam em mesas instáveis, e risadas ressoavam pelos cantos escuros do bar. Marcos, agora imerso em um grupo de colegas que compartilhavam sua nova perspectiva de vida, parecia esquecer os valores que uma vez foram alicerce de sua existência e mergulhava cada vez mais em uma existência materialista e hedonista.
    Entre risos e conversas animadas, Marcos desviou o olhar para um grupo de mulheres exuberantes que adentrava o local. O brilho nos olhos do jovem soldado denotava uma mudança radical em seu comportamento. Essa noite, Marcos se deleitaria nos prazeres que a noite ofereciam.




    ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________




    Universidad Central del Ecuador, meses atrás.



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    No auditório agitado da faculdade, Marcos Santoro estava entre uma multidão de estudantes ansiosos, todos reunidos para assistir a uma palestra do influenciador cultural Maximilliam “Max” Progress. O espaço vibrava com expectativa, alimentado pela controvérsia do palestrante que se tornaria uma figura central no movimento Woke.



    Trilha Sonora:




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    O palco estava iluminado, destacando Max Progress com sua presença carismática e palavras eloquentes. Sua imagem foi projetada em telões, transmitindo uma mensagem que buscava desafiar e desconstruir os valores tradicionais. A plateia estava envolta em um silêncio tenso, ansiosa para ouvir as palavras que se seguiriam.
    Max chegava e ascendia um cigarro de cannabis em pleno auditório, surpreendendo a todos com sua “coragem” e ousadia, pois o uso recreativo da planta não era legalizado no país.

    Max Progress subiu ao palco com uma confiança magnética, seus gestos ousados e expressões faciais cativando imediatamente a atenção da plateia. Vestido com uma mistura de cores vibrantes e cortes modernos, ele representava visualmente a quebra de padrões e a rejeição das normas tradicionais.

    Max: "Boa noite, galera! Estou aqui para abrir nossas mentes, desafiar nossas convicções e explorar juntos um novo mundo de possibilidades. Quem está pronto para desconstruir alguns mitos hoje?"

    A plateia respondeu com aplausos e gritos de entusiasmo.

    Max: "Vamos falar sério, pessoal. Como o Equador deseja progredir se nem mesmo nos permite usufruir dos benefícios de uma planta? E tudo isso por causa de antigas tradições ultrapassadas criadas por pessoas ignorantes e retrógradas que desejavam nos controlar. As tradições que nos foram passadas são, muitas vezes, antiquadas e limitadas. Estamos aqui para evoluir, para crescer além das barreiras que o passado nos impôs. Quem precisa de regras rígidas quando podemos criar nossas próprias narrativas?"

    Ele então, passou a usar exemplos contemporâneos para questionar a validade de certas normas sociais, desafiando a audiência a reconsiderar o significado de valores como casamento, moralidade e religião.

    Max: "A religião, meus amigos, é uma das maiores barreiras para o progresso. Nos mantém acorrentados a dogmas ultrapassados, impedindo-nos de abraçar a diversidade e a evolução. Por que seguir cegamente tradições que não fazem sentido em nosso mundo moderno?"

    Ele criticou abertamente as instituições religiosas, sugerindo que a liberdade de pensamento estava sendo sufocada por crenças enraizadas no passado.

    Max: "Aqui, nesta sala, temos a oportunidade de desconstruir paradigmas. Estamos no século XXI, e é hora de questionar tudo! As estruturas tradicionais só nos impedem de atingir nosso verdadeiro potencial. Sejamos os arquitetos da nossa própria existência."

    Max Progress usava de metáforas ousadas para incentivar a audiência a se libertar de conceitos tradicionais e abraçar uma mentalidade mais progressista.

    Max: "Amigos, a mudança não acontece olhando para o passado. Ela surge quando questionamos, desafiamos e criamos novas alternativas. Juntos, podemos ser os agentes da transformação. Liberte-se das correntes do passado e abrace um futuro onde a liberdade e a autenticidade reinam!"

    Ao concluir sua fala, Max Progress deixou a plateia imersa em reflexão, muitos alunos sentindo uma tensão entre as ideias apresentadas e as tradições que lhes foram transmitidas. Essa palestra foi um divisor de águas para Marcos, desencadeando uma série de questionamentos que moldariam sua jornada nos momentos seguintes.
    Porém, enquanto pensava sobre as palavras do palestrante, o celular de Marcos tocava. Ele ignorou as chamadas durante toda a palestra, quando percebeu que era sua mãe, e ela tinha uma notícia que mudaria sua vida para sempre: Seu pai estava morrendo.



    ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



    Trilha Sonora:




    A notícia da doença terminal de seu pai atingiu Marcos como um trovão, sacudindo-o de sua vida de desvios e questionamentos. No instante em que soube da gravidade da situação, uma decisão tomou conta dele. Ele abandonou a faculdade, deixando para trás as ideias tecnocráticas que o envolviam, e partiu imediatamente para o lado de seu amado pai.

    Ao chegar à casa familiar, o ambiente estava carregado de tristeza e ansiedade. O olhar de seu pai, antes cheio de vigor, agora refletia os vestígios da doença que o consumia. Marcos, segurando a emoção, aproximou-se do leito do pai, segurando-lhe a mão. Lágrimas escorriam pelos olhos de Marcos enquanto ele tentava encontrar palavras de consolo.
    Seu pai, fraco, mas ainda com uma expressão serena, olhou para Marcos e, com voz suave, disse: "Meu filho, estou partindo, mas quero que você encontre aquilo que perdeu. Recupere a fé, meu querido. É o caminho que ilumina os corações nas horas mais sombrias."
    Marcos, ajoelhado ao lado da cama, segurava a mão de seu pai e, como se este fosse um padre em um confessionário, lhe pedia perdão por ter ignorado suas cartas, seus telefonemas e ter se desviado de seus ensinamentos.
    Seu pai lhe dizia que não havia o que perdoar, pois como o Filho Pródigo, ele havia retornado. Porém, Marcos não conseguia se livrar da culpa que sentia.

    Nas semanas que se seguiram até o falecimento de seu pai, Marcos novamente começou a questionar seus valores, desta vez, desiludido com as falhas da ciência e dos caminhos que o afastaram de seu pai. O enterro de seu pai foi o momento mais triste de toda a sua vida.
    Naquela noite, em meio à tristeza e incerteza, Marcos acompanhou sua mãe e irmãs até o priorado local da Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX). O lugar era uma ilha de tranquilidade e espiritualidade em meio às tempestades da vida. A figura do padre Ignácio Delacroix, líder espiritual do priorado, aguardava para oferecer consolo e orientação.




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    Ao se confessar diante do padre Ignácio, Marcos desabafou suas aflições e arrependimentos. O padre, com compaixão e sabedoria, acolheu suas palavras, guiando-o através do sacramento da reconciliação. Na confissão, um fardo foi retirado dos ombros de Marcos, permitindo que a luz da fé começasse a brilhar mais uma vez.

    Padre Ignácio: "Meu filho, o Senhor o recebe com amor e misericórdia. Fale-me sobre os fardos que pesam em seu coração."

    Marcos começou a relatar suas experiências, suas escolhas questionáveis, a perda da fé e as tristezas que o levaram a buscar reconciliação espiritual.

    Padre Ignácio: "A jornada da fé nem sempre é fácil, meu filho. Mas a misericórdia de Deus está sempre disponível para aqueles que buscam o arrependimento. Ele anseia pela sua volta."

    O padre ouviu com paciência e compreensão, oferecendo palavras de encorajamento e conselho.

    Padre Ignácio: "Marcos, você sabia que antes da tragédia de seu pai, ele estava se preparando para uma peregrinação até a Basílica de São Pedro, em Roma? A Fraternidade a realizará no próximo final de semana, mas o lugar de seu pai está vago, gostaria de participar em seu lugar? Lá, você encontrará não apenas a presença divina, mas também respostas para suas dúvidas e orientação para o caminho à frente."

    A recomendação do padre Ignácio foi recebida por Marcos com uma mistura de surpresa e esperança. A ideia de uma peregrinação à Basílica de São Pedro, o coração da Igreja Católica, parecia uma oportunidade única para reconectar-se com sua fé e encontrar a orientação que buscava.

    Padre Ignácio: "Vá, meu filho, com um coração aberto e sincero. Confie que, através desta peregrinação, o Senhor revelará Sua vontade e renovará sua alma. Que Nossa Senhora e São Pedro intercedam por você."

    Ao sair do confessional, Marcos sentiu uma mistura de emoções, mas também uma centelha de esperança. A recomendação do padre Ignácio abriu uma porta para a possibilidade de redenção e renovação espiritual, e a jornada que se desenrolaria em Roma se tornaria um capítulo vital em sua busca por fé e propósito.



    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________




    Basílica de São Pedro, Roma, presente.




    Ajoelhado diante do altar principal, Marcos terminava sua oração. Ele relembrava sua jornada, desde a perda da fé até a peregrinação que o trouxe àquele local sagrado. O peso do passado parecia mais leve à medida que suas palavras se elevavam, preenchendo a basílica com a sinceridade de sua busca espiritual.

    Subitamente, uma luz diferente da solar ou das produzidas pelo homem, banhou a nave da basílica, emanando uma luminosidade que transcendia o mundano. Marcos, envolto pela luz divina, sentiu uma presença sobrenatural. Era uma energia única, uma presença divina que se manifestava nos mosaicos, esculturas e na grandiosidade arquitetônica ao seu redor Seus olhos fixaram-se na luminosidade, incapazes de desviar o olhar diante da intensidade da experiência.




    Trilha Sonora:




    Então, uma voz ressoou em sua mente, carregada de sabedoria, autoridade e amor. Era uma voz que transcendia o entendimento humano, uma voz que Marcos reconhecia como uma manifestação da divindade.

    Voz Celestial: "Marcos Santoro, filho amado, tua busca não passou despercebida. Tuas lágrimas, teus questionamentos, tua busca pela verdade não foram em vão. Ergue-te, pois uma missão te aguarda."

    Enquanto a voz ecoava em sua mente, a luz celestial envolveu Marcos de maneira mais intensa. Uma sensação de calor e poder percorreu seu corpo, transformando-o. Ao erguer-se, Marcos percebeu que agora estava dotado de habilidades sobre-humanas, e a luz ao seu redor se transformava em uma espécie de armadura dourada que se moldava a um uniforme azul e vermelho, representando devoção e sacrifício. Uma manifestação tangível do divino.

    Voz Celestial: "Receba estas dádivas como instrumentos de proteção e justiça. Tu és o Guardião da Fé, escolhido para enfrentar as sombras que ameaçam a verdade e a fé. Levanta-te com coragem, pois tua jornada apenas começou."

    Marcos, agora investido com uma missão divina, permaneceu diante do altar, agradecendo pela luz que o guiara e pelas habilidades que agora possuía. Sua jornada como o Guardião da Fé estava prestes a se desdobrar, e ele estava determinado a cumprir o chamado divino que ecoara na Basílica de São Pedro.





    O Guardião da Fé Guardi10




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    No covil da Sombra Gnóstica, Lilith Umbra, uma aura de escuridão e mistério pairava. Seus olhos, repletos de sagacidade e malícia, captavam nuances de energia que ecoavam pelos recantos sombrios de seu domínio. Contudo, naquele momento, algo diferente, algo incomum, sussurrava ao seu ser sensitivo.



    O Guardião da Fé Sombra10



    Lilith, imersa nas sombras que a envolviam, sentiu uma perturbação na corrente de energia cósmica que fluía através do tecido da realidade. Uma vibração singular, desconhecida e intrigante, serpenteava por entre os corredores sombrios de seu reino. Era como se uma nota dissonante se entrelaçasse com a sinfonia habitual das trevas.
    Os olhos de Lilith Umbra estreitaram-se com curiosidade. Aquela presença não era comum. Uma energia pulsante e divina, estranha para suas sensibilidades acostumadas à obscuridade, aguçava sua curiosidade. Lilith, a Sombra Gnóstica, não podia ignorar algo tão fora do ordinário.
    A energia peculiar ressoava como um eco através do éter, sussurrando mistérios que desafiavam a compreensão da própria Lilith. Uma inquietação, uma sensação de que algo além das sombras que ela manipulava estava acontecendo, envolvia-a como uma teia sutil.
    Enquanto Lilith Umbra absorvia a vibração misteriosa, sua mente ardilosa começou a tecer planos. A curiosidade, habitualmente reservada apenas para conhecimento oculto, agora se voltava para um enigma mais amplo, uma oportunidade de explorar algo que transcendia seu entendimento sombrio.
    Lilith, decidida a descobrir a origem dessa energia extraordinária, estendeu suas sombras em direção ao rastro do incomum. Era como se ela estivesse seguindo uma trilha de luz em meio à escuridão, uma trilha que a levaria a algo que desafiaria suas próprias convicções e poderia alterar o equilíbrio das forças sombrias que ela tão habilmente manipulava.
    Assim, a Sombra Gnóstica, movida por uma curiosidade inusitada, iniciou sua busca pela fonte da energia que, de alguma forma, havia perturbado a harmonia de seu reino de sombras. O destino reservava encontros e conflitos além do entendimento comum, enquanto as forças da luz e da escuridão se entrelaçavam em um jogo cósmico que estava apenas começando.
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    Mensagem por Dovahkiin Ter Nov 14, 2023 5:13 pm

    CAPÍTULO 2: CHAMAS DA REVOLUÇÃO



    "Não há conciliação possível entre a Igreja e a Revolução. Não há no mundo senão dois terrenos, duas cidades. Católicos e revolucionários, ambos querem a liberdade religiosa e a liberdade de pensamento, a liberdade de expressão e de imprensa, a liberdade civil e política, a liberdade de reunião e de associação; mas estas palavras, para nós católicos, não têm o mesmo sentido que para o revolucionário, pois o que este chama de servidão é o que chamamos de liberdade, e vice-versa. Servir a Deus somente, obedecendo aos homens, quem quer que sejam, unicamente por causa d'Ele e, portanto, servindo antes a Deus que aos homens, libertar-se do jugo da natureza e das paixões; em outras palavras, poder fazer o bem e atingir assim o fim último, que é o céu: eis para o católico a verdadeira liberdade. Para o revolucionário, porém, ser livre é ser independente de Deus e de toda autoridade, religiosa ou civil, que d'Ele vem; independente de toda lei, divina ou humana, que contrarie as paixões; em outros termos, poder fazer o mal, poder perder-se e perder os outros: eis a liberdade do revolucionário [...]"

    A Liberdade, Mons. de Ségur.



    O Guardião da Fé Revolu10



    Adrian Chaos se olhava no espelho de um albergue barato antes de colocar sua máscara. Ao olhar para o próprio rosto, memórias de sua infância conturbada vinham à tona, revelando o caminho intrincado que o levaram a se tornar o Revolucionário do Caos.



    ******************************************************************************************************************************************************************************************************



    Trilha Sonora:



    Um menino mal alimentado e mal cuidado caminhava para fora de um quarto escuro. Das sombras, ele podia ver baratas se movendo e seringas espalhadas pelo chão. O ambiente era totalmente desorganizado e instável.
    Com seus olhos curiosos, o jovem Adrian procurava por seus pais, e os encontrava em meio às sombras de uma casa dominada pela instabilidade. Ambos  imaturos e envolvidos em uma espiral de vícios, proporcionavam um lar marcado pela negligência e pela ausência de estrutura.
    Os pais de Adrian estavam mergulhados no mundo dos entorpecentes, vivendo uma existência desregrada e desordenada. O ambiente doméstico refletia a tumultuada dinâmica familiar, com disputas constantes, negligência e um vazio emocional que deixou cicatrizes profundas na psique do jovem Adrian.
    Porém, naquele dia em específico, tudo mudaria (para pior). A porta da residência era aberta com tanta força que era arrancada das dobradiças quando um grupo de homens de aparência amedrontadora invadiam a casa. O pai de Adrian se jogava aos pés deles, implorando por mais tempo para poder pagar pelos entorpecentes, mas o líder dos homens apenas lhe disse que o tempo já havia acabado e dispara na cabeça do homem, cobrindo o jovem Adrian com sangue e pedaços do cérebro de seu pai. Logo em seguida, eles fizeram o mesmo com sua mãe (não sem antes abusarem sexualmente da mesma na sua frente) e por fim, se dirigiram a ele.
    Adrian não teve coragem de fazer nada a não ser chorar e urinar nas próprias calças, e os homens o deixaram viver, não por sentirem pena, mas por o acharem tão patético que não valia uma bala.
    Após presenciar uma cena tão traumática em tão tenra idade, Adrian cresceu em um orfanato, nunca recebendo o amor que desejou de seus pais. A ausência de modelos positivos de inspiração e autoridade o impeliu a questionar as normas sociais desde cedo, alimentando uma sede por caos como uma forma de expressão e rebeldia contra a ordem que faltava em sua vida.
    Não raras eram as vezes que Adrian fugia do orfanato e quebrava as regras, tornando-o um garoto problema desde cedo. Frequentes eram as vezes que era surrado como punição por suas atitudes, mas a cada punição, mais rebelde ele se tornava, tornando-o a criança que ninguém desejava adotar.
    Diante da falta de orientação e estabilidade, Adrian buscou refúgio em ideias e filosofias que desafiavam a ordem estabelecida. Tendo desde seu nascimento péssimos exemplos de figuras de autoridade, ele buscava cada vez mais consolo em meio ao vazio que era sua vida, mergulhando em um mundo de ideias auto destrutivas.
    Os primeiros passos de Adrian no caminho da anarquia foram moldados pelas circunstâncias precárias de sua infância e adolescência. O caos se tornou sua língua nativa, e a ideia de uma ordem preconcebida tornou-se repulsiva para ele. Esse período turbulento forjou as bases de sua futura identidade como o Revolucionário do Caos, um ser moldado pelo vazio emocional e pela ausência de estrutura que o levou a abraçar o caos como uma forma de libertação.
    O ódio pelas figuras de autoridade evoluiu para um sentimento de completa aversão à ordem, inclusive contra a figura de autoridade suprema: Deus. O Paradoxo de Epicuro lhe fazia muito mais sentido que a ideia de uma figura bondosa e todo-poderosa que permitia tais atrocidades acontecerem a uma criança inocente como ele já havia sido...



    ******************************************************************************************************************************************************************************************************




    Adrian se cansava de lembrar-se do passado e socava seu espelho. O vidro trincado e manchado com seu sangue refletia dezenas de imagens dele mesmo, mas para não encarar seu próprio rosto, ele vestia sua máscara e deixava o albergue, pois a revolução não podia dormir.



    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



    Não muito longe dali, em um hotel em Roma, Marcos Santoro, o Guardião da Fé, buscava a orientação do padre Ignácio Delacroix para lhe contar sobre o ocorrido na Basílica de São Pedro. O mentor espiritual acolheu-o com um sorriso afetuoso, percebendo a aura extraordinária que agora cercava seu pupilo.

    Marcos: “... Eu ouvi uma voz divina e fui tocado por uma luz celestial. Sinto-me fortalecido, mas também perplexo.”

    Padre Ignácio: (Sorri, expressando sabedoria) “Meu filho, o Divino se revela de maneiras misteriosas. Estas dádivas são um sinal de que você foi escolhido para uma missão especial. As habilidades que agora possui são um presente, mas também uma responsabilidade. Use-as com sabedoria, pois são um reflexo da luz divina que habita em você. Não deixe que o poder obscureça sua verdadeira missão: proteger a fé e lutar contra as sombras que ameaçam os filhos de Deus.”

    O padre então começa a aconselhar Marcos sobre sua nova missão:

    Padre Ignácio: “Mantenha a fé em seu coração, Marcos. Seja um farol de esperança para aqueles que estão perdidos nas trevas. Sua missão vai além do combate físico; você é um defensor da verdade e um guia espiritual. O discernimento será sua bússola nessa jornada. Ouça a voz divina com humildade e, ao mesmo tempo, esteja atento aos sussurros das sombras. Nem tudo é o que parece, e a verdade muitas vezes se esconde em meio às complexidades do mundo.”

    Marcos: “Mas... por onde devo começar? Sinto ter recebido uma tarefa da qual não sou digno. Existem tantas pessoas melhores do que eu, pessoas mais piedosas e retas que nunca se desviaram da fé como eu me desviei. Por que eu?”

    Padre Ignácio: “Não tente entender os planos de Deus, Marcos, muito menos duvidar deles. Em vez disso, volte-se para aquele que lhe forneceu estas dádivas e lhe encarregou de sua missão, Ele é o único que pode lhe fornecer as respostas que busca. A oração será sua força, Marcos. Mantenha uma conexão constante com o Divino. Em momentos de dúvida, busque a orientação daqueles que vieram antes de nós, e Nossa Senhora intercederá por você.”

    Marcos: “Bem... será que podemos ao menos testar minhas novas habilidades?”

    O padre Ignácio apenas responde com um sorriso.





    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



    O Revolucionário do Caos caminhava pelas ruas de Roma à noite. Em uma mochila em suas costas trazia explosivos improvisados. À sua frente estava seu alvo: uma catedral católica. Um símbolo da opressão que assolava a terra por mais de dois milênios.

    Enquanto caminhava até a construção, novas memórias o invadiam.



    ******************************************************************************************************************************************************************************************************




    Anos haviam se passado desde a tumultuada infância de Adrian Chaos. A próxima lembrança revela um Adrian mais velho, agora envolvido com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), onde a busca por uma ordem diferente o levou a desafiar a estrutura estabelecida.
    Cansado do caos que dominava sua juventude, Adrian encontrou nas fileiras das FARC uma resposta para sua busca de uma nova ordem. Ele se refugiou na selva, treinando sob a bandeira do socialismo revolucionário. A luta contra a ordem estabelecida tornou-se sua missão, e Adrian abraçou a ideologia revolucionária com fervor.
    No entanto, o romance inicial com as FARC rapidamente deu lugar a desilusões. Adrian percebeu que, em muitos aspectos, as FARC representavam apenas mais uma forma diferente de tirania. A visão socialista que inicialmente o atraiu estava manchada por corrupção, lideranças autoritárias e um desvio da verdadeira justiça social.
    Enquanto as selvas colombianas se tornavam palco de conflitos, Adrian viu-se no meio de um dilema interno. A luta pela liberdade havia se transformado em um jogo de poder, com as mesmas injustiças que ele buscava combater manifestando-se entre as fileiras daqueles que considerava aliados.
    Adrian, agora mais experiente, testemunhou a desintegração de suas crenças e ideais. A luta contra a ordem estabelecida tinha se tornado uma mera troca de um conjunto de grilhões por outro. A desilusão com as FARC serviu como um divisor de águas, despertando nele uma aversão ainda mais profunda à ordem, independentemente de sua origem.
    Essa experiência deixou cicatrizes profundas em Adrian Chaos. A busca pela completa anarquia o conduziu por um caminho de desilusão e desencanto, forjando um espírito rebelde que agora rejeitava não apenas a ordem estabelecida, mas qualquer estrutura que ousasse impor sua vontade sobre a liberdade individual.




    ******************************************************************************************************************************************************************************************************




    O Revolucionário adentrava silenciosamente a catedral, procurando por pontos chave para instalar seus explosivos. Os padres pareciam estar dormindo. Ótimo, assim ele evitaria ouvi-los clamando por seu Deus antes de morrerem.
    Porém, ele não estava sozinho ali. Um menino de não mais de 5 ou 6 anos encontrava-se ajoelhado diante de um altar, rezando em lágrimas.
    “Droga!” pensava Adrian. Matar “homens santos” que serviam de livre e espontânea vontade a um sistema opressor era uma coisa, mas matar uma criança...
    A situação novamente trazia á tona lembranças de sua infância, mas agora ele era o algoz e outra pessoa era a criança indefesa. Ele teria de fazer uma difícil escolha.
    Mas enquanto pensava ele ouvia a oração do menino:



    "Caro Pequenino Jesus, peço-te isto, leva-me para o céu. Quereria tornar-me um anjo. E eu prometo que serei um anjo bem delicado, e farei tudo o que me mandares. Sou tão infeliz aqui.
    Sabes que o papai mandou embora a minha mãe, porque arrumou uma outra mamãe. Mamãe levou-me, mas não vivo bem com ela. Não há mais açúcar. Faz tanto frio aqui. Atualmente mamãe tem um novo papai, mas ela ainda chora muito. O novo papai é um bêbedo.
    Mamãe lamenta-se aos vizinhos, dizendo que não sabe mais o que fazer, porque assim morreremos de fome.
    Eu disse à mamãe que matarei o novo papai. Mamãe, porém, me disse que o pequenino Jesus ficaria zangado.
    No catecismo aprendi que os anjos são muito felizes, e que não obedecem senão ao Pequeno Jesus. Desejaria muito ser um anjo, porque sou tão infeliz. Eu te suplico, Pequeno Jesus, leva-me depressa contigo. Beijo-te as mãos. Jeanot".



    Após ouvir as palavras do menino, Adrian tomava sua decisão: ele explodiria as bombas com a criança ali dentro. O menino era um caso perdido, totalmente “doutrinado” pela Igreja. Já não possuía mais salvação.
    Adrian atenderia seus desejos e o menino seria apenas mais um sacrifício ao bem maior no holocausto revolucionário.




    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________




    Sob a sombra de altas árvores, longe dos olhos curiosos, Marcos Santoro, o Guardião da Fé, treinava suas novas habilidades sob a atenta orientação de seu mentor, o padre Ignácio Delacroix. O local escolhido, um refúgio tranquilo e sagrado, era o cenário perfeito para explorar as dádivas recém-conferidas.
    Ao fazer o sinal da cruz, uma luz divina envolvia Marcos, transformando-se em um uniforme radiante, manifestação tangível da bênção celestial que agora o impelia à missão de proteger a fé. Ao repetir o gesto, o uniforme desaparecia, deixando apenas a luz que o cercava.
    Ao mergulhar nos treinos, Marcos descobriu uma força sobre-humana que fluía através dele. Cada soco, cada movimento, era impregnado pela luz divina que o abençoara. A força aumentava proporcionalmente à sua fé e determinação, uma manifestação direta da conexão entre sua espiritualidade e suas habilidades sobre-humanas.
    Além da força, Marcos percebeu que sua armadura luminosa continha um escudo aparentemente indestrutível. Era uma barreira protetora, uma manifestação do divino que o guardava contra as ameaças físicas e espirituais.
    Entretanto, no auge de seu treino, uma perturbação ecoou na tranquilidade do local. Uma coluna de fumaça se erguia ao longe, e gritos de aflição rompiam o silêncio da natureza. Marcos, com seu uniforme de luz e escudo imaculado, percebeu que a paz momentânea do treino estava prestes a ser interrompida por um chamado à ação.

    Guardião da Fé: "Padre Ignácio, algo está acontecendo em Roma. A luz divina me guiará. Preciso investigar."

    Padre Ignácio, assentindo com sabedoria, abençoou Marcos em sua missão.

    Padre Ignácio: "Que a luz divina esteja com você, Marcos. Proteja a cidade e enfrente as sombras que ousam desafiá-la."

    Com a benção de seu mentor, o Guardião da Fé partiu em direção à coluna de fumaça, determinado a enfrentar a escuridão que se agitava nas ruas de Roma, onde seu papel como defensor da fé estava prestes a ser testado mais uma vez.





    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



    Na Catedral em Chamas:



    O Guardião da Fé, movido pela urgência, correu em direção à coluna de fumaça, chegando à cena de um incêndio criminoso em uma majestosa catedral de Roma. As chamas dançavam contra a escuridão da noite, e gritos ecoavam pela praça enquanto o herói se aproximava.
    Enquanto observava o vulto de uma figura de jaqueta negra e máscara escapando pelas sombras, uma visão ainda mais angustiante capturou sua atenção. Uma criança, gravemente ferida, estava presa sob os escombros, à beira da morte iminente. O Guardião da Fé, diante do dilema, teve que fazer uma escolha crucial: perseguir o criminoso ou socorrer a vida inocente que pendia por um fio.
    Sem hesitar, o herói se lançou aos destroços, movido por uma determinação divina a salvar a criança indefesa. Com força sobre-humana, ele ergueu os escombros, revelando a frágil forma da criança. Porém, a criança estava gravemente ferida. Cerca de 50% de seu corpo carbonizado e o menino não sobreviveria até chegar a um hospital.
    Com mãos firmes e ternas ao mesmo tempo, o Guardião da Fé retirou a criança dos destroços, abraçando-a com carinho. A criança, apesar dos ferimentos, olhou para o herói com olhos cheios de medo e esperança.
    Enquanto segurava a criança nos braços, algo extraordinário aconteceu. Uma luz suave irradiou das mãos do Guardião da Fé, envolvendo a criança ferida. O herói, surpreso e maravilhado, percebeu que possuía o dom da cura, uma manifestação da misericórdia divina.
    Com seu toque gentil, o Guardião da Fé aliviou os ferimentos da criança, curando as lesões que pareciam irreparáveis. A catedral em chamas tornou-se um altar de misericórdia, onde o herói usava seus dons não apenas para combater as trevas, mas para trazer cura e conforto àqueles que precisavam.
    Enquanto a criança recuperava forças em seus braços, o Guardião da Fé percebeu que o vilão havia escapado, perdendo-se nas sombras da noite. O preço da escolha se tornou evidente, mas o herói sabia que, naquele momento, a vida salva superava qualquer captura imediata do criminoso.
    O Guardião agora podia ouvir o som de bombeiros se aproximando. O menino estava salvo.

    Guardião da Fé: "Você está seguro agora, pequeno. Que a luz divina guie seu caminho."

    Jeanot: “Mas... quem é você?”

    Guardião da Fé: “... Um amigo, enviado por Deus.”

    A criança, agora recuperada, sorriu, e o Guardião da Fé, com o coração pesaroso pela perda do rastro do vilão, sabia que sua missão era uma jornada complexa, onde cada escolha carregava consigo o peso da responsabilidade, do sacrifício e a esperança de um amanhã melhor.



    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



    No hotel:



    Sentados em uma sala tranquila do hotel onde estavam hospedados, Marcos Santoro e o padre Ignácio Delacroix mergulharam na leitura dos jornais, revelando uma série de atos criminosos que assolavam Roma. A gravidade dos eventos começou a se desenrolar diante deles.

    Padre Ignácio: (Marcando as notícias) “Parece que este não é um caso isolado, Marcos. Há uma série de atos criminosos semelhantes ocorrendo em toda a cidade.”

    As notícias detalhavam incêndios, vandalismo em locais sagrados, destruição de propriedades e uma onda de caos que assolava Roma. Era evidente que o vilão, além de atacar a fé diretamente, também buscava instilar o caos na cidade eterna.
    Ao continuarem a leitura, uma descoberta ainda mais inquietante veio à tona. Um grupo de anarquistas parecia aprovar os atos do vilão, vendo-o como um herói. O padre temia que eles, por sua vez, começassem a imitar esses atos, espalhando ainda mais destruição e desordem pela cidade.

    Padre Ignácio: (Vendo as notícias) “Parece que o vilão encontrou seguidores entre aqueles que abraçam o caos como uma forma de protesto.”

    Marcos, com uma expressão determinada, olhou para o padre Ignácio:

    Guardião da Fé: "Precisamos encontrar esse vilão antes que mais danos sejam causados. Ele está iludindo muitos inocentes para sua causa, e Roma está sofrendo."

    Padre Ignácio: “Você está certo, Marcos. A luz divina o guiou até aqui por uma razão. Devemos agir com sabedoria e determinação para proteger a cidade e restaurar a ordem que está sendo ameaçada.”

    Com a decisão tomada, o Guardião da Fé e o padre Ignácio sabiam que a busca pelo vilão não seria fácil. A cidade estava mergulhada em caos, e o herói entendia que sua missão ia além de enfrentar um único adversário. Era uma luta contra o caos que se infiltrava em todos os cantos da Cidade Eterna, e o Guardião estava disposto a ser o farol que guiaria Roma de volta à luz.




    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



    No dia seguinte, abaixo da Cidade Eterna.



    Escondido nas sombras das antigas catacumbas sob Roma, Adrian lia um jornal, sorrindo por debaixo de sua máscara ao constatar como estava sendo bem sucedido em instalar o caos no coração de Roma. Agora, aqueles locais subterrâneos que um dia abrigaram os cristãos primitivos (que na visão de Adrian, eram “revolucionários”) agora servia como refúgio do arauto que combateria o legado que eles próprios construíram milênios atrás.
    Porém, uma notícia nas rodas de rodapé o enfurecia: uma criança havia sobrevivido ao atentado e dizia ter sido salva por “um amigo enviado por Deus”.
    “Maldita criança, eu deveria tê-lo matado com minhas próprias mãos e ter me certificado de que ele não respirava mais” pensava O Revolucionário. Agora seu atentado apenas serviria para aumentar a fé de todos os “ignorantes” de Roma.
    Adrian rasgava o jornal em pedaços e prometia a si mesmo assassinar da forma mais brutal possível o maldito que havia tornado seu trabalho inútil.




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    Pelos Rastros da Escuridão:




    Marcos, o Guardião da Fé, começou sua investigação pelas ruas tumultuadas de Roma, onde o caos reinava. Observando os vestígios de destruição deixados para trás, ele seguia os rastros com determinação e propósito.
    O herói, com a ajuda do padre Ignácio, iniciou uma série de entrevistas com testemunhas locais. Os relatos convergiam para um perfil sombrio: um vilão de máscara e jaqueta de couro negro, espalhando desordem e desafiando a fé que Roma abraçou no passado.

    Padre Ignácio: (Analisando os testemunhos) “As testemunhas mencionam um padrão. O vilão parece estar atacando locais específicos, e há relatos de símbolos anarquistas nas proximidades.”

    Marcos, refletindo sobre a informação recebida, compreendeu a necessidade de uma estratégia cuidadosa. Ele percebeu que o vilão não era apenas um agente do caos, mas uma figura simbólica para aqueles que desejavam ver a destruição das tradições de Roma. O maior perigo não era o indivíduo em si, mas sim as ideias corrosivas que representava.
    Seguindo os rastros dos símbolos anarquistas, o Guardião da Fé mergulhou mais fundo nas ruas labirínticas da cidade. À medida que avançava, encontrava mais evidências do vilão e seus seguidores, uma sombra que se espalhava pelos becos e praças.
    Em dado momento, Marcos Santoro, adentrou os confins de um clube anarquista notório em Roma. As paredes ressoavam com músicas estridentes e murmúrios de conspiração. A atmosfera caótica e underground do local ecoava os princípios do vilão que o Guardião buscava.
    Misturando-se às sombras, Marcos escutava as conversas em busca de pistas. Membros do clube discutiam fervorosamente, muitos expressando aprovação às ações do vilão. Alguns até cogitavam realizar atentados semelhantes em um futuro próximo.
    Enquanto se movia entre os presentes, Marcos captou murmúrios sobre um possível refúgio nas catacumbas de Roma, onde um indivíduo que se auto intitulava como “O Revolucionário do Caos” se encontrava com alguns de seus mais fervorosos “aprendizes”. Entre histórias de rebelião e desafio ao sistema, surgiu a informação de que o vilão poderia estar escondido nos mesmos corredores onde cristãos primitivos se refugiaram da tirania romana séculos atrás.

    Marcos Santoro: (pensando consigo mesmo) As catacumbas... Um lugar onde o passado se encontra com o presente. É lá que devo buscar o iconoclasta profano.

    Enquanto Marcos continuava a investigação, apercebeu-se de que o desafio que enfrentava ia além de uma luta física. Havia uma batalha ideológica iminente, onde a fé e a ordem confrontariam o caos e a anarquia nas profundezas subterrâneas da cidade eterna.



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    Nas Profundezas das Catacumbas:




    Marcos, o Guardião da Fé, desceu pelas sinuosas catacumbas que se estendiam sob Roma, guiado pela sensação de escuridão que emanava do inimigo da fé. O ambiente úmido e escuro tornava-se palco para o confronto iminente entre a luz e as trevas, caos e ordem.
    Em um amplo salão subterrâneo, Marcos vislumbrou o terrorista. O vilão, humano e mascarado, aguardava nas sombras, suas intenções ocultas sob a máscara que cobria seu rosto. O Guardião da Fé avançou, sua armadura de luz brilhando na escuridão.

    Revolucionário do Caos: (Sorrindo por trás da máscara) “Finalmente, o novo garoto propaganda do sistema decidiu descer às profundezas. O que o traz aqui,”herói”?

    Guardião da Fé: (Voz firme) “Vim para restaurar a ordem que você tentou destruir, para proteger a fé que você atacou, para impedi-lo de cometer mais atos vis contra inocentes e para trazer justiça a estas terras.

    Revolucionário do Caos: “Justiça?! Você não passa de um capacho do sistema querendo me dar algum tipo de lição de moral. Quer me capturar?! Então venha, falso herói! – Então abria os braços, como que desafiando o Guardião.

    O herói caminhava em direção ao vilão, quando pisa em algo que explode logo abaixo dele, lançando-o contra as paredes das catacumbas e atravessando-as, causando um leve desmoronamento. Se não fosse por sua incrível resistência, com certeza estaria morto.

    Revolucionário do Caos: (aproximando-se) “Patético, você apenas reforçou minha tese de que apenas pessoas idiotas são religi...”

    Mas o comentário do vilão era interrompido por um potente soco que o Guardião desferia em seu rosto, quebrando seu nariz por debaixo da máscara. Mas o vilão, apesar de ter sido pego de surpresa pelo rival ainda estar vivo (e pior, em condições de lutar) não se abateria tão facilmente. Ele sacava uma AK-47 escondida em sua jaqueta e tentava disparar contra o Guardião, que rapidamente se defendia com seu escudo, fazendo balas ricochetearem por todas as paredes do túnel, para em seguida, partir a arma do vilão ao meio com o mesmo escudo.



    Embora desprovido de superpoderes, o Anarquista Profano compensava com maestria o uso de armas improvisadas. Ele empunhava pedaços de ferro, correntes e objetos encontrados nas catacumbas, transformando o ambiente em uma extensão de sua agressividade.
    O embate prosseguia, cada movimento um reflexo de treinamento exaustivo. O Revolucionário, especialista em combate irregular, usava táticas sujas para compensar a falta de superpoderes. Marcos, impulsionado pela luz divina, era ágil e preciso em seus golpes.
    O vilão era ágil, movendo-se como uma sombra. Ele esquivava dos golpes do Guardião da Fé com destreza, parecendo desaparecer e reaparecer nos recantos mais escuros das catacumbas.
    O confronto nas catacumbas se desdobrou como uma dança caótica entre o Guardião da Fé e O Revolucionário. A cada movimento, a luz da armadura de Marcos rompia as sombras, enquanto o vilão, habilidoso nas artes do combate irregular, buscava manter-se nas zonas escuras.
    Cada troca de golpes era um conflito entre o sagrado e o profano, luz e sombras dançando nas paredes úmidas das catacumbas. Enquanto lutavam, palavras eram lançadas como golpes verbais.

    Revolucionário do Caos: (Vociferando) “A ordem é uma corrente que aprisiona a verdadeira liberdade. A fé é uma ilusão que cega os homens para a realidade.”

    Guardião da Fé: (Resoluto) “A verdadeira liberdade está no livre arbítrio que Deus nos deu!”

    O Revolucionário, sem escrúpulos quanto a lutar limpo, lançava ataques traiçoeiros. Ele aproveitava as irregularidades do terreno, lançando Marcos em desníveis, utilizando escombros e poças d'água para desequilibrar seu oponente. Ele tentava minar a confiança de Marcos, questionando suas convicções.

    Revolucionário do Caos: (Olhar desafiador) “Sua fé é seu maior ponto fraco, Guardião. Ela o torna previsível... e chato pra caramba”.

    Porém, os ataques verbais eram mais que meras provocações, o vilão distraia o adversário e jogava poeira e detritos nos olhos do Guardião, obscurecendo sua visão e proporcionando a oportunidade para um golpe de misericórdia. Assim, O Revolucionário se aproveitava da cegueira temporária do Guardião e o apunhalava pelas costas com uma adaga.
    O herói caía de joelhos e a batalha parecia ganha para o vilão, que agora sacava um pedaço de ferro para dar o golpe de misericórdia. O herói, ferido, apenas proferia o que pareciam ser suas palavras finais:

    Guardião da Fé:  “Viva Cristo Rey!” *

    Revolucionário do Caos:  “Gott ist tot” **

    Então, a frase proferida pelo inimigo fez com que o Guardião da Fé se lembrasse pelo que estava lutando, e no exato momento em que O Revolucionário daria o golpe final, o Guardião o apara com as próprias mãos:

    Guardião da Fé:  “DIOS NO MUERE!” ***

    Então, o herói retirava a barra de ferro das mãos do inimigo e o golpeava no rosto com a própria arma, quebrando dois de seus dentes e o nocauteando.
    Arfando de dor e cambaleando, o Guardião retira a adaga de suas costas e tenta curar a si mesmo. Esgotado, ele carrega o vilão desacordado para fora das catacumbas para deixá-lo em frente à delegacia de polícia mais próxima, não apenas para que a justiça seja feita, mas para que todos os malfeitores e inimigos da fé saibam que a justiça divina cairá sobre todos aqueles que praticarem iniquidades em sua presença.





    Trilha Sonora:








    * “Viva Cristo Rei” do espanhol: Frase utilizada pelos Cristeros Mexicanos (combatentes católicos que foram perseguidos pelo governo clerófobo do ex-presidente mexicano Plutarco Elías Calles no início do século XX). A frase se popularizou após ser proferida por São José Luis Sánchez del Rio, mártir Cristero de 14 anos, torturado e morto por perseguidores dos Cristeros.

    ** “Deus está morto” em alemão: famosa declaração associada ao filósofo misoteísta alemão Friedrich Nietzsche.

    *** “Deus não morre” do espanhol: frase dita pelo ex-presidente equatoriano Gabriel Garcia Moreno durante seu assassinato por conspiradores inimigos da Igreja Católica.
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    Mensagem por Dovahkiin Qua Nov 15, 2023 4:57 pm

    CAPÍTULO 3: SOMBRAS DA DÚVIDA



    Trilha Sonora:



    Finalmente Marcos retornava a sua amada terra natal. A peregrinação a Roma além de reascender a chama de sua fé perdida, trouxe muito mais do que ele esperava. Agora não mais um homem comum, Marcos era o Guardião da Fé, um símbolo, um herói. Mas suas dádivas também lhe traziam responsabilidades. Apesar disso, ele pretendia relaxar ao menos por um dia com sua família.
    O sol equatoriano aquecia a pequena vila onde Marcos Santoro cresceu. O sol poente tingia o céu do Equador com tons quentes, iluminando a pequena vila onde as tradições familiares eram tão profundamente enraizadas quanto as árvores frondosas que cercavam as casas modestas ali presentes.
    Ao cruzar os limites da vila, Marcos Santoro sentia a familiaridade do solo que havia sido testemunha de sua infância. O cheiro da terra, o som dos pássaros, e as risadas distantes de crianças brincando evocavam uma sensação de conforto há muito esquecida.
    A modesta casa dos Santoro destacava-se entre as demais. Com paredes caiadas de branco e telhado de terracota, era um refúgio de fé e amor. Marcos sentia um misto de emoções ao se aproximar da porta que há tanto tempo não cruzava.
    Ao entrar, foi envolvido pelo calor do lar e pelos aromas familiares que sua mãe preparava na cozinha. O som de panelas e talheres formava uma sinfonia doméstica, ressoando pelas paredes que guardavam tantas memórias.
    Sua mãe, uma mulher de fé inabalável e coração gentil, correu para abraçá-lo. Lágrimas de alegria e tristeza se misturavam enquanto os dois se envolviam em um abraço que transcendia palavras.

    Maria: (Com a voz embargada) “Marcos, meu filho, você voltou para nós.”

    Marcos: “Não se preocupe, mãe, vocês estiveram em meu coração durante toda a viagem”

    A ausência do pai era uma presença tangível na casa. O retrato na parede testemunhava o homem que partira, deixando um vazio que nem o tempo nem a distância puderam preencher completamente.



    O Guardião da Fé Famzyl10



    Marcos, ao olhar para a cadeira vazia que seu pai costumava ocupar, revivia memórias de conselhos sábios e histórias de fé transmitidas com ternura. As três irmãs mais velhas de Marcos (Carmen, Isabella e Rosa) se aproximaram, expressando alegria e alívio ao ver o irmão caçula retornar. Abraços fraternos selaram o reencontro familiar.
    À noite, a modesta mesa foi posta para uma refeição simples, mas carregada de significado. Enquanto saboreavam os pratos tradicionais da família, a conversa fluía como um rio tranquilo, levando consigo histórias e lembranças compartilhadas.
    Ao voltar para casa, ele buscou a simplicidade e o aconchego familiar. Porém, apesar do clima terno emanado pela família, Marcos sentiu a presença de algo obscuro espreitando nas sombras, embora não soubesse dizer o que isso significava.
    Enquanto a família se deleitava nas histórias, uma sombra se insinuou nos cantos, observando silenciosamente. Lilith Umbra, a Sombra Gnóstica, percebia a energia divina que emanava de Marcos e aguardava pacientemente o momento de revelar-se.
    O retorno de Marcos à sua vila natal não apenas reavivou laços familiares, mas também despertou forças sombrias que aguardavam nas sombras para desafiar a fé que ele tanto valorizava.




    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



    Trilha Sonora:



    Enquanto os dias fluíam na tranquilidade da vila equatoriana, o cotidiano da família Santoro ecoava com alegria e simplicidade. No entanto, para Marcos, algo insidioso começava a se entrelaçar com a paz aparente.
    Marcos, durante os almoços ao ar livre e as noites ao redor da mesa, encontrava consolo na rotina familiar. As risadas das irmãs, o aroma de pratos caseiros e os conselhos maternos formavam uma sinfonia familiar que acalentava o coração do herói, mas, à medida que o sol se punha, uma presença sombria começava a sussurrar nas sombras. Estranhas sensações envolviam Marcos, um arrepio na espinha que desafiava a serenidade do lar.
    Os sonhos de Marcos tornaram-se vívidos e perturbadores. À noite, quando todos repousavam, ele mergulhava em um reino de ilusões que desafiavam seus princípios. Visões distorcidas da realidade testavam a força de sua fé, enquanto sombras dançavam nos recantos de seus sonhos.
    Em um desses sonhos, Marcos se via diante de uma encruzilhada, onde um caminho é iluminado pela luz divina, e o outro mergulha na escuridão. Figuras sombrias tentavam distorcer as verdades que ele mantinha sagradas. As vozes sussurravam dúvidas, questionando a solidez de sua fé.

    Voz Sombria 1: "A tradição é um fardo que aprisiona. Liberte-se das correntes do passado."

    Voz Sombria 2: "Seu Deus é apenas uma ilusão reconfortante. Enxergue além das palavras escritas e descubra a verdade."

    Voz Sombria 3: "Caminhe pelos corredores ocultos da sabedoria escondida, onde a luz da fé se apaga e revela os segredos ocultos."

    As figuras sombrias o instigam a seguir a trilha desconhecida, questionando se a luz era verdadeira ou apenas uma ilusão reconfortante.
    Em outros sonhos, livros sagrados começam a se distorcer em suas mãos, as palavras se embaralham e formam proposições contraditórias. As sombras insinuam que a verdade é relativa, dependendo da perspectiva.

    Em outro pesadelo, a vila é consumida por sombras, e o priorado da FSSPX começa a desmoronar. As figuras sombrias afirmam que a instituição é frágil e que a verdadeira espiritualidade está além das paredes físicas da igreja.

    Em um sonho especialmente desconfortante, uma figura encapuzada surge, proclamando ser o verdadeiro Deus, oculto dos olhos dos homens. Ele desafiava Marcos a buscar uma divindade além dos ensinamentos tradicionais.

    Por fim, no último sonho, um desfile de pessoas carregavam bandeiras com palavras como "Pachamama" e "Liberalismo Religioso" marchando diante de Marcos. As figuras sombrias sugerem que questionar é o caminho para a verdadeira iluminação.

    Ao acordar, Marcos sentia o eco das visões perturbadoras. O cenário sereno da vila contrastava com a inquietude que persistia em sua mente. Ele se via desafiado não apenas nos confrontos físicos, mas nos reinos etéreos de sonho, onde a escuridão tentava semear sementes de dúvida na terra fértil de sua fé.



    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________




    No dia seguinte, sob a luz suave do sol matinal, Marcos Santoro dirige-se ao priorado do Padre Delacroix, em busca de orientação. O edifício de pedra envolto em serenidade é o refúgio onde encontra seu mentor espiritual, o padre Ignácio Delacroix.

    Marcos: (Com seriedade) “Padre Ignácio, tenho vivido sonhos perturbadores. Sombras que tentam minar minha fé, questionamentos que surgem durante a noite. Sinto-me perdido.

    Padre Ignácio: (Com compreensão) “Meu filho, os desafios espirituais são parte de nossa jornada. Conte-me mais sobre esses sonhos.”

    Marcos: (Relatando) “Figuras sombrias questionam a tradição, a solidez da fé e até mesmo a natureza da verdade. Como posso enfrentar tais dúvidas?”

    Padre Ignácio: (Com sabedoria) “As sombras tentam obscurecer a luz divina que guia sua fé. Em momentos de dúvida, olhe para o fundamento de sua crença. O que mantém sua fé inabalável?”

    Marcos: (Refletindo) “É a tradição que herdei, a luz divina que encontrei em minha peregrinação em Roma, a força das escrituras e o amor incondicional de Deus.”

    Padre Ignácio: (Apoiando) “Exato, meu filho. Essas sombras são como nuvens passageiras. Lembre-se de que sua fé é como uma rocha, resistente às tempestades da dúvida. Ore, busque a orientação divina e confie na verdade que reside em seu coração.”

    Então, o padre Ignácio revela argumentos para cada uma das situações que lhe confrontaram nos sonhos:

    Para a primeira voz sombria: "A tradição é o alicerce de nossa identidade espiritual. É a herança de sabedoria que nos guia e nos conecta aos nossos antepassados. A liberdade não está em abandonar a tradição, mas em compreendê-la e vivê-la plenamente."

    Para a segunda voz sombria: "A fé não é uma ilusão reconfortante, mas uma luz que ilumina as trevas. Enxergar além das palavras escritas é compreender a essência divina que transcende qualquer explicação humana."

    Para a terceira voz sombria: "A dúvida é apenas uma parte da jornada espiritual. Não tenha medo de explorar os corredores da dúvida, pois você encontrará conforto no manto e no cajado de Deus. A verdade não se esconde na escuridão, mas brilha na luz da fé."

    Para o sonho onde as palavras dos livros se distorciam: "As palavras podem se distorcer, mas a verdade divina permanece inabalável. A interpretação humana é falível, mas a essência das escrituras é eterna."

    Para o pesadelo onde o priorado da FSSPX ruía: "As paredes podem ruir, mas a verdadeira igreja consiste naqueles unidos em nome de Deus. A instituição é humana, mas a fé é divina."

    Para a figura encapuzada que dizia ser Deus: "Deus não precisa se esconder; Ele se revela na simplicidade, na beleza da criação e nos ensinamentos que perduram. Não busque um deus oculto, mas aquele que se manifesta em cada partícula da existência."

    Para a multidão marchando: "Questionar é uma jornada de aprofundamento, não de afastamento. Nossa fé é robusta o suficiente para suportar o questionamento, pois, no final, encontramos respostas que fortalecem nossa convicção."

    Marcos: (Determinado) “Agradeço, Padre Ignácio. Continuarei minha jornada com fé renovada.”

    Padre Ignácio: (Abençoando) “Que a luz divina o guie, Marcos. Estamos sempre aqui para apoiá-lo em sua caminhada espiritual.”

    Com as palavras do padre Ignácio, Marcos encontra conforto e força para enfrentar as sombras da dúvida que assombram seus sonhos. Ele parte do priorado, renovado em sua determinação de proteger a fé e a verdade que o guiaram até ali.



    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________




    Trilha Sonora:



    Na tranquila noite equatoriana, Marcos Santoro repousa, confiante após a orientação do padre Ignácio. No entanto, enquanto seu sono profundo se instala, uma presença sinistra emerge dos recantos etéreos, perturbando a paz de seus sonhos.
    Sombra Gnóstica agora se revelava pessoalmente em sua forma etérea.



    O Guardião da Fé Sombra11



    Sombra Gnóstica: (Sussurrando na escuridão dos sonhos) "Marcos Santoro, o conhecimento proibido aguarda além das cortinas da sua mente. Permita-me guiá-lo."

    Marcos: "Quem é você?"
    Sombra Gnóstica: (Revelando-se em sombras dançantes) "Sou Lilith Umbra, mas pode me chamar de “Sombra Gnóstica”. Pude presenciar como você rejeitava minhas tentativas de libertá-lo e até admiro sua fé, mas há verdades cósmicas além da compreensão humana que você ainda não conhece."

    Enquanto ela falava, o cenário mudava para locais diferentes. O espaço sideral, onde era possível ver constelações de perto, estrelas explodindo, supernovas e mistérios ainda não desvendados.

    Marcos: (Desconfiado) "Não me seduzirá com promessas de conhecimento proibido. Minha fé é minha luz, e não cederei às suas promessas vazias."

    Sombra Gnóstica: (Com sedução) "Marcos, sua fé pode ser forte, mas há mais entre o céu e a terra do que sua teologia compreende. O véu pode ser erguido, e você pode alcançar as estrelas."

    Marcos: (Firme) "As estrelas não me interessam se me afastarem da luz divina. Minha alma está além do alcance de suas sombras."

    Sombra Gnóstica: (Rindo suavemente) "Tão confiante em seu Deus. Seus princípios são admiráveis, mas há mistérios que sua fé não pode responder. O que é verdadeiramente proibido pode ser a chave para a compreensão suprema. Imagine as verdades que você poderia descobrir, Marcos. Liberte-se das correntes da fé dogmática."

    Marcos: (Resoluto) "Não trocarei a verdade eterna por conhecimento temporário. Minha jornada é guiada pela luz da fé, não pelas sombras da dúvida. Seu engano não tem poder sobre mim, bruxa."

    A batalha nos sonhos se desenrola, entre as sombras sedutoras de Lilith e a determinação inquebrantável de Marcos Santoro. Cada palavra é uma investida, cada sombra uma tentação, enquanto a Sombra Gnóstica busca minar a fé do Guardião com promessas de mistérios cósmicos.
    Então, Marcos decide deixar a posição defensiva de lado. No espaço etéreo dos sonhos, Marcos Santoro ergue-se além das sombras, decidido a enfrentar Lilith Umbra não como um adversário, mas como alguém em busca de redenção. Ele se aproxima dela, enfrentando a presença sedutora com a luz da fé.

    Marcos: (Calmo, mas firme) "Lilith, mesmo nas sombras, vejo uma alma perdida. Seus caminhos ocultistas só a afastam da verdade suprema. Abandone essas práticas, e sua alma pode encontrar redenção."

    Sombra Gnóstica: (Com sarcasmo) "Redenção? Suas crenças são limitadas, Marcos. Eu busco conhecimento além das barreiras da ortodoxia. O que você oferece é apenas uma prisão para a mente."

    Marcos: (Com compaixão) "Não é uma prisão; é a verdadeira e única libertação. A verdadeira iluminação vem da compreensão da divindade, não das trevas ocultas. Abandone o caminho das sombras, e sua alma encontrará paz."

    Sombra Gnóstica: (Com desdém) "Paz? Você não compreende. Há poder no oculto, conhecimento que transcende suas limitadas verdades. Você é cego para o vasto cosmos que se estende além."

    Marcos: (Com convicção) "Não sou cego; sou guiado pela luz divina que ilumina meu caminho. A verdadeira força está em aceitar a luz, não em se perder nas sombras. Ofereço-lhe uma chance de renovação."

    Sombra Gnóstica: (Com curiosidade) "E se eu recusar? Continuará sua cruzada contra mim?"

    Marcos: (Com compaixão) "Minha missão não é uma cruzada contra você, Lilith. É uma busca pela salvação das almas, mesmo daquelas perdidas nas sombras. O amor divino transcendente é mais forte do que qualquer conhecimento imanente. Abandone essas práticas sombrias. Há redenção para aqueles dispostos a se libertarem das trevas."

    A oferta de redenção é feita, e o espaço dos sonhos torna-se um campo de batalha não entre adversários, mas entre a luz e a sombra que habitam a alma de Lilith. O destino de sua jornada está suspenso na balança, aguardando a resposta que ecoará além dos confins dos sonhos.
    Enquanto a oferta de redenção de Marcos Santoro paira no ar. Lilith Umbra, a Sombra Gnóstica, contempla as palavras do Guardião da Fé, e por um breve momento, a luminosidade da dúvida parece cintilar em seus olhos.

    Sombra Gnóstica: (Em silêncio, ponderando) "Você ousa trazer luz às sombras que me envolvem?! Marcos, suas crenças limitam o vasto horizonte de possibilidades."

    Marcos: (Persistente) "Não são limitações, Lilith. São princípios que transcendem as sombras. O amor divino é a verdadeira iluminação, o Ágape. Aceite-o, e encontrará uma paz que as sombras jamais poderão oferecer."

    A Sombra Gnóstica parece titubear por um instante, uma fissura nas sombras que a envolvem. Então, um sorriso sutil desenha-se em seus lábios, revelando uma mistura de desafio e resignação.

    Sombra Gnóstica: (Com um sorriso enigmático) " As sombras são traiçoeiras, mas o desconhecido é irresistível. Não nego que suas palavras são convincentes e você possui uma confiança férrea em suas convicções, mas você não me convencerá tão facilmente, assim como percebi que eu não farei o mesmo com você. Partirei por agora, Marcos. Nossos caminhos podem se cruzar novamente, na linha tênue entre a verdade e a ilusão."

    E como um sussurro no vento noturno, as sombras se recolhem, dissipando-se no éter dos sonhos. Marcos Santoro desperta, encontrando-se mais uma vez na quietude de sua realidade consciente.

    Os estranhos pesadelos chegavam ao fim, deixando perguntas no ar. A Sombra Gnóstica, tocada pelas palavras do Guardião da Fé, permanece como uma figura enigmática, enquanto o destino entrelaça seus fios místicos em uma dança cósmica.




    *******************************************************************************************************************************************************************************************************



    Em uma cela sombria, Adrian Chaos (o criminoso conhecido como “O Revolucionário do Caos”) encontra-se algemado, seu rosto enfaixado revelando os ferimentos do confronto com o Guardião da Fé. O ambiente é interrompido pela aparição inesperada de Max Progress, o Desperto da Cultura, que entra com um sorriso ardiloso.



    O Guardião da Fé Desper11



    Revolucionário do Caos: (Cauteloso) "O que você quer aqui? Me usar como entretenimento virtual para seu público bitolado?"

    Max Progress: (Com cinismo) "Oh, Adrian, fico lisonjeado que você me conheça, mas não me meça por meu conteúdo virtual, ele é apenas uma peça em um quebra-cabeças grande demais para ser explicado aqui. Apenas saiba que nossos objetivos podem convergir. Parece que você teve um probleminha com esse novo fanático fundamentalista que surgiu, não?! Ainda não tive o desprazer de cruzar com tamanho boçal, mas saiba que ele me desagrada tanto quanto a você."

    Revolucionário do Caos: (Com desconfiança) "E por que eu deveria confiar em você? Você é tão parte do sistema quanto ele."

    Max Progress: (Com astúcia) "Talvez, mas eu sou o sistema que entende as nuances, Adrian. Posso oferecer-lhe uma saída dessa cela, recursos, e uma chance de mostrar que a anarquia ainda tem seu lugar. Juntos, podemos neutralizar essa ameaça."

    Revolucionário do Caos: (Refletindo) "Você tem uma proposta interessante, “Max”, mas não me parece um verdadeiro aliado da causa. Por que deveria acreditar que não vou ser apunhalado pelas costas?"

    Max Progress: (Com um sorriso sutil) "Porque, meu caro, todos nós temos nossos inimigos comuns. E, por enquanto, nossos interesses se alinham. Pense nisso."

    A cena termina com o Revolucionário do Caos ponderando sobre a oferta de Max Progress enquanto o Desperto da Cultura se afasta, deixando o futuro em um equilíbrio frágil.
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    Mensagem por Dovahkiin Sex Nov 17, 2023 9:05 pm

    CAPÍTULO 4: A SOMBRA DA DUALIDADE




    O Guardião da Fé Ordem_10




    A vida retoma seu curso na cidade enquanto Marcos Santoro, agora o Guardião da Fé, retorna à faculdade de filosofia. O sol mergulhava no horizonte, tingindo o céu de tonalidades alaranjadas sobre a cidade de Quito, no coração do Equador. Marcos Santoro esperava na sala de aula pelo novo professor enquanto lia O Manifesto Católico de Jordán Bruno Genta.
    A sala de aula estava imersa em um silêncio expectante enquanto os estudantes de filosofia se acomodavam em seus lugares.  A porta se abriu, revelando um homem de presença imponente, vestindo um terno elegante. Era o Professor Anderson Duarte, conhecido por suas ideias provocadoras e pelo estilo de ensino desafiador. Seus olhos analíticos percorreram a sala antes de se fixarem em Marcos (e especialmente no livro que este lia).
    A aula começou, e o Professor Duarte mergulhou diretamente em uma análise crítica das filosofias orientais, com um foco particular na ideia de dualidade, Yin e Yang, que, segundo ele, ofereciam uma compreensão mais profunda e inclusiva da existência.

    "Estamos presos em conceitos ultrapassados, como se a verdade só pudesse ser encontrada nos dogmas ocidentais. A filosofia oriental nos ensina a transcender essas limitações, a abraçar a dualidade como parte integrante do nosso ser", proclamou o Professor Duarte, lançando um olhar significativo para Marcos.
    Marcos, sentado em sua carteira, ouviu atentamente, mas não demorou para sentir a necessidade de defender sua fé e tradições.

    "Professor Duarte, respeito as diversas perspectivas filosóficas, mas acredito que devemos reconhecer o valor intrínseco de nossas tradições ocidentais, especialmente as fundamentadas na fé cristã. Elas oferecem uma base moral e espiritual que moldou a civilização por séculos", retrucou Marcos, mantendo a calma.

    O Professor Duarte sorriu de maneira condescendente, como se estivesse prestes a refutar facilmente a perspectiva de Marcos. Ele desencadeou uma torrente de argumentos, usando sua posição de autoridade para desafiar as crenças tradicionais.

    "Meu caro Marcos, você está preso a ideias arcaicas. A Igreja Católica pode ter tido seu papel no passado, mas as filosofias orientais oferecem uma visão mais abrangente e tolerante. Você precisa libertar sua mente das amarras do dogma."

    A sala de aula tornou-se um campo de batalha intelectual. Marcos, mesmo diante da autoridade do Professor Duarte, não se intimidou. Ele usou argumentos racionais e exemplos históricos para defender as tradições ocidentais, destacando a contribuição da Igreja Católica para o desenvolvimento da ética, arte e cultura.
    A discussão continuou, intensificando-se a cada troca de palavras. Marcos permaneceu firme, não permitindo que o deboche e a retórica do professor abalassem sua convicção. A sala estava dividida entre os que apoiavam o Professor Duarte e aqueles que admiravam a coragem e a racionalidade de Marcos.
    No final da aula, Marcos e o Professor Duarte se entreolharam, uma tensão palpável no ar. A batalha nas ideias estava longe de terminar, mas Marcos saiu da sala de cabeça erguida, consciente de que a verdade sempre resistiria à mais feroz das críticas.




    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



    Trilha Sonora:



    As sombras dançavam nos cantos ocultos de um antigo templo oriental, onde a Ordem do Yin e Yang se reunia secretamente. As velas tremulavam, lançando uma luz tênue sobre rostos encobertos por capuzes. No centro, um homem enigmático, vestido com trajes orientais adornados, emanava uma aura transcendental. Era o Mestre Shikai.



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    "Praticantes do Yin e Yang, o equilíbrio cósmico está ameaçado por uma força que ousa desafiar a dualidade que sustenta o universo", proclamou Mestre Shikai, sua voz carregada de uma sabedoria milenar.

    Os praticantes, divididos entre aqueles que seguiam a escuridão sagrada do Yin e os que buscavam a luz como força motriz do Yang, se ajoelharam perante seu líder, aguardando suas palavras com devoção.

    "Uma luz intensa e desequilibrada caminha pelas ruas de Quito. Sua presença perturba as energias cósmicas, desafiando a harmonia que mantemos. Devemos restaurar o equilíbrio, não importa o custo", continuou Mestre Shikai, suas palavras ecoando como sussurros místicos.

    Os Praticantes do Yin, vestidos com túnicas negras e máscaras da mesma cor que ocultavam seus rostos, se ergueram com uma determinação sombria. Cada passo deles parecia ecoar no silêncio do templo, prometendo aceitar e abraçar a escuridão em nome do equilíbrio.



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    Do outro lado, os Praticantes do Yang, trajando túnicas brancas que refletiam a luz, se ergueram em contraste. Seus olhos brilhavam com a convicção de que a luz era a força suprema, uma força que deveria ser protegida a qualquer custo.


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    Mestre Shikai levantou a mão, silenciando a efervescência nas fileiras. "Unam-se, meus filhos. Yin e Yang, sombra e luz, juntos como uma força imparável. O Guardião da Fé deve ser detido para que a harmonia cósmica seja restaurada."

    Os praticantes, enraizados em suas crenças, juraram lealdade ao propósito da Ordem. As energias espirituais pulsavam no templo, enquanto a dualidade se entrelaçava em uma dança cósmica.

    "Ele está em Quito, sinto sua presença", declarou um Praticante do Yin, com olhos que capturavam a escuridão da noite.

    "Resolveremos o problema. A escuridão e a luz caminharão juntas para restabelecer o equilíbrio", afirmou outro Praticante do Yang, com uma determinação luminosa.

    A Ordem do Yin e Yang, unida pela missão de restaurar a harmonia cósmica, começou a se dispersar pelas sombras da noite. Quito estava prestes a se tornar o palco de uma batalha que transcendia as fronteiras entre luz e escuridão, uma batalha em que o Guardião da Fé seria desafiado a enfrentar as forças que buscavam manter o equilíbrio cósmico a qualquer custo.



    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________




    A capela estava mergulhada em uma serenidade profunda quando Marcos Santoro, o Guardião da Fé, ajoelhou-se diante do altar, seus olhos fixos na imagem de Cristo crucificado. A luz das velas lançava uma atmosfera solene sobre o espaço sagrado, enquanto o incenso perfumava o ar.
    De repente, a porta da capela rangeu suavemente, e Marcos ergueu a cabeça, surpreso ao ver o padre Ignácio Delacroix entrar, sua figura destacando-se contra a penumbra. O rosto do padre, normalmente sereno, estava agora marcado por uma expressão séria e grave.

    "Marcos," começou o padre Ignácio, sua voz ressoando pelo ambiente sagrado, "sinto uma sombra pairando sobre sua jornada. Uma força que busca desestabilizar não apenas a sua fé, mas o equilíbrio cósmico que permeia toda a criação."

    Marcos arqueou as sobrancelhas, surpreso pela gravidade das palavras do seu mentor. Ele se levantou, encarando o padre com uma mistura de curiosidade e preocupação.

    "O que quer dizer, padre Ignácio? Que ameaça é essa?", indagou Marcos, buscando compreender a natureza do perigo que pairava sobre ele.

    O padre Delacroix escolheu cuidadosamente suas palavras, medindo cada sílaba. "Há uma força, uma sociedade secreta que opera nas sombras, manipulando energias cósmicas. Tome muito cuidado, filho."

    Marcos, mesmo diante do mistério, sentiu a chama da fé queimando em seu peito. "O que devo fazer, padre?"

    O padre Ignácio, com um olhar penetrante, respondeu: "Permaneça vigilante, Marcos. Proteja a luz da verdade a qualquer custo. Esta missão recai sobre seus ombros, e você não está sozinho. A fé é sua arma, e a luz divina é sua proteção."

    Sem revelar detalhes sobre a Ordem do Yin e Yang, o padre Delacroix abençoou Marcos, deixando uma aura de mistério no ar. O Guardião da Fé, confiante em sua fé e chamado para proteger a verdade, aceitou a missão com determinação. Enquanto a porta da capela se fechava, o eco das palavras do padre ressoava na mente de Marcos, impulsionando-o a enfrentar o desafio que aguardava nas sombras da cidade.




    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________




    Dias se passaram. A noite caía sobre Quito, e Marcos Santoro, o Guardião da Fé, estava voltando do curso de filosofia, refletindo sobre os recentes desafios que enfrentaria. A lua lançava sua luz prateada sobre as ruas silenciosas da cidade, enquanto Marcos caminhava pelas sombras da noite. Curioso para entender como a opinião pública estava respondendo às suas ações, ele acessou a internet pelo celular, navegando por notícias e redes sociais enquanto andava pela noite.
    Enquanto deslizava pelas atualizações, uma manchete chamou sua atenção de maneira chocante: "Guardião da Fé envolvido em escândalo de incêndio criminoso e conspiração". O nome associado a essa difamação era Max Progress, o influenciador cultural do canal "Desperto da Cultura".



    O Guardião da Fé Desper12



    Marcos clicou no link, deparando-se com um vídeo manipulado que misturava imagens reais suas com falsas narrativas criadas por Max Progress. A voz do influenciador ressoava, cheia de condenações e acusações.

    "Olá, seguidores do Desperto da Cultura! Hoje trago a vocês a verdade chocante sobre o assim chamado Guardião da Fé. Recentemente, ele incendiou uma igreja em Roma para criar uma narrativa heroica e, pasmem, prendeu um jovem com problemas mentais para que ele fosse culpado pelo incêndio! Este 'herói' é, na verdade, um extremista religioso perturbado e perigoso."

    A ira e a incredulidade tomaram conta de Marcos. Aquelas alegações eram puras mentiras, manipulações cruéis destinadas a desacreditar não apenas ele, mas também os valores que ele defendia. A trama fictícia construída por Max Progress se espalhava como fogo, ameaçando prejudicar não apenas a sua reputação, mas a fé que ele representava.
    No entanto, na escuridão, movimentos furtivos revelaram a presença de uma ameaça oculta que nada tinha a ver com o influencer atacando sua reputação.
    Das sombras emergiram os Praticantes do Yin, ninjas vestidos de negro que se moviam com a agilidade das próprias trevas. Seus olhos, encobertos por máscaras, brilhavam com uma determinação sombria. A manifestação da Ordem do Yin e Yang estava em andamento.
    Marcos sentiu a presença antes mesmo de ver seus adversários. A escuridão se agitava ao seu redor, revelando silhuetas ágeis que avançavam em sua direção. Em um instante, o ar foi cortado pelo som de lâminas afiadas, e os Praticantes do Yin atacaram como sombras ágeis.
    O Guardião da Fé agiu com uma destreza sobrenatural, esquivando-se dos golpes rápidos e precisos. Seu uniforme, tingido nas cores vermelha e azul, brilhava à luz lunar, contrastando com a escuridão que o envolvia. Em resposta aos ataques das sombras, Marcos invocou o poder divino que o sustentava.
    Seu escudo dourado, uma dádiva celestial, ergueu-se diante dele, repelindo os golpes dos Praticantes do Yin. Cada tentativa de ataque era neutralizada pela proteção divina, criando uma dança mística entre a luz e a escuridão.
    Os ninjas, porém, não desistiam facilmente. Suas técnicas eram rápidas e coordenadas, buscando brechas na defesa do Guardião. A batalha se desdobrava como uma expressão física da luta cósmica entre a luz e as sombras.
    Marcos, determinado a proteger a luz da verdade, enfrentou a escuridão com coragem. Seus movimentos eram uma coreografia de fé e habilidade, enquanto o conflito se intensificava nas ruas desertas da cidade. O embate simbolizava mais do que uma simples confrontação física; era um choque entre filosofias, entre a fé ocidental e o misticismo do oriente que a desafiava.
    No final, os Praticantes do Yin, derrotados pelo escudo divino e pela determinação inabalável do Guardião da Fé, desapareceram novamente nas sombras da noite. A quietude retornou às ruas, mas a cidade permaneceu envolta em um manto de mistério, sabendo que as forças do equilíbrio cósmico estavam longe de desistir.


    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________




    Do outro extremo da cidade, a luz das estrelas iluminava os Praticantes do Yang. Trajando túnicas brancas que brilhavam como a própria luz, eles se reuniam em uma clareira sob o céu estrelado, seus olhos refletindo a convicção de que a luz era a força suprema.
    De repente, a figura de Marcos Santoro, o Guardião da Fé, surgiu no horizonte. Os Praticantes do Yang se ergueram, enfrentando-o com uma serenidade que contrastava com a agilidade das sombras do Yin. Uma atmosfera de dualidade permeava o ambiente.

    Praticante do Yang: "Guardião da Fé, você caminha nas sombras do obscurantismo, cegado pela rigidez de suas crenças. A luz universal da dualidade chama por você. Abra-se para ela e transcenda as trevas que o aprisionam", declarou o líder dos Praticantes do Yang, seu tom de voz carregado de serenidade.

    Marcos, firme em sua posição, respondeu com convicção: "A luz divina que eu sirvo não teme as trevas e não se coaduna com ela em busca de um “equilíbrio cósmico”. Não há dualidade que abale a verdade absoluta da fé que eu defendo."

    Praticante do Yang: "Nossas crenças não são tão diferentes quanto você imagina. Buscamos viver em harmonia com o Tao, seguindo o caminho da não ação, o Wu Wei. Isso seria muito semelhante ao que seu Deus crucificado pregava!"

    Marcos: "Infelizmente tenho de discordar. Eu acredito na ação ética e nas boas obras como resposta ao chamado divino. O amor ao próximo e a caridade são fundamentais em nossa fé, mais do que uma suposta harmonia com seu "Caminho".

    Praticante do Yang: "Nossas crenças oferecem liberdade e desapego das preocupações mundanas, bem como o verdadeiro caminho para a imortalidade através da meditação, exercícios e da alquimia. O mestre de nossa ordem possui séculos de existência, pode dizer o mesmo de algum de seus sacerdotes?"

    Marcos: "Como podem se dizer desapegados das preocupações mundanas se buscam por uma imortalidade anti natural? Nossos corpos vieram do pó e ao pó retornarão, mas nossas almas são imortais. Apenas o divino pode nos conceder a verdadeira Vida Eterna, não apenas como uma existência prolongada, mas como uma união plena com Deus."

    A filosofia oriental encontrou-se com a teologia ocidental, cada palavra proferida transformando as ruas da cidade em um campo de batalha metafísico. Marcos, munido de argumentos sólidos, defendeu a solidez das tradições ocidentais, usando argumentos retirados da Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino, do De Civitate Dei de Santo Agostinho, Ortodoxia de G.K. Chesterton, dentre outros.
    Os Praticantes do Yang, por sua vez, insistiam na necessidade de transcender as limitações das crenças dogmáticas, abraçando a dualidade cósmica para alcançar uma compreensão mais profunda do universo.
    A discussão fervilhava, um duelo de ideias que ecoava entre os prédios e becos da cidade. As estrelas, testemunhas silenciosas do embate, pareciam vibrar em sintonia com a dualidade cósmica que se desdobrava abaixo.
    No clímax da discussão, Marcos, com firmeza e lógica, refutou cada ponto apresentado pelos Praticantes do Yang. A luz divina que ele defendia era imutável diante das tentativas de persuasão. Os ninjas brancos recuaram, lançando um olhar penetrante em direção ao Guardião da Fé.

    Praticante do Yang: "Isso ainda não terminou, Guardião. A dualidade persiste, e a verdade se manifestará com o tempo", proclamou o líder dos Praticantes do Yang antes de desaparecerem nas sombras da noite.
    Marcos permaneceu no centro da clareira, ciente de que a batalha filosófica era tão crucial quanto a batalha física. A dualidade cósmica se manifestava não apenas nas ruas, mas também nas mentes e corações daqueles que buscavam influenciar o destino da cidade e do mundo.



    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________




    A noite envolvia o campus da universidade com seu manto escuro, e o silêncio era quebrado apenas pelo suave sussurro do vento. Marcos Santoro despertou de um sono intranquilo, sentindo uma presença transcendental que pairava no ar. Seus olhos se abriram, encontrando o Mestre Shikai sentado ao lado de sua cama, emanando uma aura de mistério.

    Mestre Shikai: "Guardião da Fé, sua luz é uma chama incontrolável. Mas a verdadeira iluminação só é alcançada quando se abraça a dualidade. Você é a sombra que obscurece a harmonia cósmica", proclamou o Mestre Shikai, suas palavras fluindo como enigmas que dançavam no ar.

    Marcos, firme em sua fé, ergueu-se, encarando o enigmático líder da Ordem do Yin e Yang. "A dualidade que você busca é uma ilusão. Minha missão é proteger a luz divina que guia minha alma."

    A atmosfera ao redor pulsava com a tensão iminente, a dualidade das forças cósmicas manifestando-se naquele quarto silencioso. O Mestre Shikai, com um gesto fluido, desembainhou sua katana, a lâmina brilhando em chamas alvas e negras.

    Mestre Shikai: “Me perdoe, farei o que é necessário.”



    Trilha Sonora:



    A batalha começou, uma dança épica entre luzes e sombras, tradições conflitantes, filosofias antagônicas. Cada movimento do Mestre Shikai era um poema em movimento, a katana cortando o ar com uma elegância mortal. Marcos, com sua fé inabalável, enfrentava cada golpe, uma barreira divina contra as sombras que tentavam obscurecer sua missão.
    As palavras do Mestre Shikai ecoavam como um mantra, tentando semear dúvidas na mente do Guardião da Fé. A katana penetrava não apenas a carne, mas também a alma de Marcos, ferindo-o em níveis mais profundos. Cada ferida era uma metáfora da luta filosófica, uma prova de resistência contra as forças que buscavam desestabilizar a harmonia cósmica.
    No clímax da batalha, quando as estrelas observavam em silêncio, o Guardião da Fé permaneceu inabalável. Sua luz resplandeceu com uma intensidade divina, dissipando as sombras da dualidade. O Mestre Shikai, reconhecendo a tenacidade de seu oponente, recuou, a katana retornando à bainha.

    Mestre Shikai: "Continue a sua jornada, Guardião da Fé. Hoje você se provou um guerreiro valoroso. Em minha Katana estão os espíritos de meus ancestrais, e pela primeira vez em séculos, você é o único indivíduo a sentir as chamas de minha lâmina e sobreviver. Talvez realmente haja algo de especial em você e no Deus que você acredita. Porém, isso não é o suficiente para suplantar milênios de tradição oriental. A dualidade persiste, e eu continuarei observando seus passos", declarou o Mestre Shikai, antes dele jogar uma bomba de fumaça no chão e desaparecer como uma sombra.
    A cidade, testemunha silenciosa, respirou aliviada ao ver o Guardião da Fé emergir vitorioso da batalha épica. A narrativa se desdobrava, revelando camadas profundas de significado em cada ferida, em cada palavra proferida, enquanto o embate filosófico ainda ecoava na mente de Marcos.



    Trilha Sonora:
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    Mensagem por Dovahkiin Sáb Nov 18, 2023 6:58 pm

    CAPÍTULO 5: O PERIGO VERDE




    Elio Sylvanus, professor de biologia, caminhava pela área arborizada do campus da Universidad Central del Ecuador, onde a biodiversidade deveria ser um reflexo da harmonia entre a natureza e o conhecimento. No entanto, mesmo nesse refúgio verde, ele via sinais de destruição. Árvores feridas pelas mãos de vândalos, bitucas de cigarro e vestígios de lixo humano poluindo os arredores, e o constante eco de construções distantes causavam uma tristeza profunda em seu coração.



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    Os danos à natureza eram evidentes, e Elio sentia cada ferida como uma agonia pessoal. Enquanto acendia seu cigarro de cannabis, ele lamentava pelas árvores derrubadas, pelas criaturas que perderam seus lares, e pela água contaminada que corria pelos riachos. Em seus olhos, a devastação da Mãe Terra se refletia como um lamento silencioso.
    Subitamente, como se a própria Terra respondesse à sua dor, Elio sentiu uma presença majestosa se aproximar. As folhas começaram a sussurrar em um idioma ancestral, e a luz do sol filtrou-se através das copas das árvores como se estivesse realizando um ritual divino.




    Trilha Sonora:



    Então, emergindo das sombras da floresta, uma entidade mística mais fantástica do que a imaginação do biólogo poderia conceber manifestou-se diante de Elio. Seu corpo era composto de elementos da natureza — raízes entrelaçadas, folhas resplandecentes e a luz do sol dançando em seus cabelos etéreos. Seus olhos refletiam a força imensurável da Terra.



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    "Elio Sylvanus, guardião de sabedoria esquecida, eu, Gaia, a Mãe Terra, testemunho tua dor e compaixão pela Terra. Escolho-te como meu arauto, meu defensor nas horas sombrias que se aproximam."

    A experiência de encontrar uma divindade pela primeira vez foi avassaladora para Elio. Ele sentiu uma corrente elétrica de reverência percorrer seu corpo, enquanto a presença de Gaia o envolvia como uma aura sagrada. Cada palavra dela era uma canção antiga, e cada movimento, uma obra prima da natureza. Elio se ajoelhava diante de tão majestosa figura e vertiam lágrimas de seus olhos.

    "Tu serás meu emissário na terra, Elio Sylvanus", disse Gaia com uma voz que ecoava através das folhas. "A humanidade, como uma praga insensível, deve ser erradicada para que a Terra respire livremente mais uma vez. Serás meu defensor nessa nova era verde, onde a vida vegetal e animal prosperará sem a sombra dos humanos."

    A divindade revelou um toque de vingança em suas palavras e até mesmo um certo desprezo pela raça humana que via como nada mais que um vírus infectando a Terra. Para Gaia, Elio era a ferramenta para restaurar aquilo que Gaia chamava de “Era Verde”, mesmo que isso significasse a extinção da raça humana. O destino de Elio estava selado, ele seria o arauto da Mãe Terra, e o Equador estava prestes a ser testemunha das consequências dessa aliança divina. A partir daquele momento, Elio receberia os dons de Gaia e se tornaria Eco Tyrannus.



    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



    A noite caía sobre Quito, e uma sombra verde pairava sobre a cidade. Eco Tyrannus, anteriormente conhecido como Elio Sylvanus, preparava-se para lançar sua ameaça ao governo do Equador. Seus olhos brilhavam com a intensidade de suas convicções distorcidas enquanto ele se preparava para invadir os meios de comunicação nacional.
    Em uma sala escura, repleta de plantas mutantes que emanavam uma luminescência sinistra, Eco Tyrannus conectou-se aos canais de transmissão. A tela exibia um emaranhado de videiras e folhas, obscurecendo sua identidade e intensificando o clima de ameaça e caos.
    Marcos Santoro, o Guardião da Fé, observava atentamente a transmissão, seus olhos fixos na tela. A voz distorcida de Eco Tyrannus ecoou por toda a cidade, penetrando nos lares e mentes dos habitantes de Quito.

    "Cidadãos do Equador, eu sou Eco Tyrannus, o guardião da Mãe Terra. Testemunho vossa exploração insensível da natureza, vossa destruição implacável. A Mãe Terra clama por justiça, e eu sou seu emissário."

    As plantas mutantes ao redor de Eco Tyrannus ondulavam em resposta, como se ecoassem suas palavras ameaçadoras. A câmera se aproximou dele, revelando os traços distorcidos de seu rosto, marcados pela loucura de sua missão. Em sua barba, moviam-se pequenas criaturas semelhantes a aranhas e veias esverdeadas podiam ser vistas em seu rosto.

    "Escutem minhas demandas, ou enfrentem a ira da natureza que liberarei sobre Quito. Exijo o fechamento imediato de todas as fábricas, a redução das emissões de gás carbônico a zero. Libertação imediata de todos os animais em cativeiros, laboratórios e zoológicos. Fim de experimentos em animais e plantas."

    A voz de Eco Tyrannus ganhava intensidade, ecoando através dos corredores urbanos, como um eco distorcido de suas visões extremas.

    "Além disso, cada cidadão do Equador deverá adotar uma alimentação livre de carne, sob pena de morte para os transgressores. O Equador cederá 50% de seu território para a vida selvagem, e aqueles que ousarem resistir sentirão a fúria da natureza que ousaram tentar manipular."

    Com um sorriso distorcido, revelando dentes pontiagudos, Eco Tyrannus preparou a última parte de sua transmissão, decidido a provar que não estava brincando. A tela, antes obscurecida pelas folhas mutantes, revelou imagens chocantes de uma vila enclausurada na agonia da doença que ele havia liberado.

    "Vejam, cidadãos do Equador, o preço da vossa arrogância", declarou Eco Tyrannus com um tom de triunfo. As imagens mostravam rostos pálidos e agonizantes, corpos frágeis estendidos em leitos improvisados. O eco dos gemidos de dor e desespero reverberava através do áudio da transmissão.

    "Esta é apenas uma amostra do que aguarda se não atenderem às minhas demandas. Uma praga que espalharei por todo o país em 48 horas, a menos que o Equador se dobre à vontade da natureza. Este é o início da purificação que a Mãe Terra exige."

    As imagens macabras eram intercaladas com cenas da vegetação mutante, como se as plantas também estivessem observando a agonia humana. A mensagem era clara: a vida humana estava em perigo iminente, e Eco Tyrannus estava disposto a sacrificar a população para impor suas visões radicais.
    Eco Tyrannus concluiu sua ameaça com um riso distorcido, ecoando entre as folhagens mutantes ao seu redor. O vídeo foi cortado, deixando um silêncio tenso no ar.
    Marcos Santoro, observando a transmissão, sentiu uma mistura de raiva e tristeza. Ele sabia que a batalha contra essa ameaça não seria apenas física, mas uma luta pela alma do Equador e a preservação da vida humana em harmonia com a natureza. O Guardião da Fé preparou-se para enfrentar essa sombra verde e proteger a população da fúria desenfreada de Eco Tyrannus, determinado a agir antes que a sombra verde destruísse tudo o que conheciam.




    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



    A noite envolvia Quito em sua escuridão, mas o coração de Marcos Santoro ardia com a luz da fé e a urgência da missão que se desenrolava diante dele. Com passos decididos, ele dirigiu-se à pequena capela onde costumava buscar orientação espiritual. O padre Ignácio de Lacroix, seu mentor na Fé, aguardava lá, absorto em suas próprias preces.
    Ao entrar na capela, Marcos sentiu o ambiente sagrado ao seu redor. A luz das velas dançava nas paredes enquanto ele se aproximava do padre Ignácio, que percebeu a gravidade no olhar de seu pupilo.

    "Padre Ignácio", começou Marcos, sua voz carregada de preocupação. "Uma ameaça paira sobre o Equador. Um vilão chamado Eco Tyrannus ameaça liberar uma praga mortal se suas demandas não forem atendidas. Ele deseja impor sua visão radical de equilíbrio com a natureza, ameaçando a vida de milhares."

    O padre Ignácio ergueu os olhos, sua expressão séria refletindo a seriedade da situação. "Eco Tyrannus, um nome que ecoa como uma tempestade sombria. Meu filho, neste momento crítico, a fé e a ação devem caminhar juntas. O que precisas de mim?"

    Marcos abaixou a cabeça por um momento antes de erguê-la com determinação. "Preciso de conselhos, de orientação. Como posso enfrentar essa ameaça sem comprometer minha fé e os princípios que defendo? eu reconheço que as ações de Eco Tyrannus têm origens em sua visão distorcida, mas não deixo de sentir em meu âmago que há um fundo de verdade em seu clamor pela proteção da natureza. Não deveríamos, como humanidade, ser mais responsáveis pela criação divina?"

    O padre Ignácio contemplou a pergunta por um momento antes de responder. "Marcos, meu filho, a questão reside na compreensão de nosso papel como guardiões da criação. Deus nos confiou a terra, as plantas e os animais, mas isso não significa que devemos colocar a natureza acima da humanidade, muito menos que devemos substituir Deus por ela, ou adotarmos uma visão panteísta de Deus, acreditando que Ele É a natureza. Deus nos deu o domínio sobre a terra, mas com esse domínio vem a responsabilidade de sermos administradores sábios, não tiranos. Os argumentos de Eco Tyrannus podem até terem um fio de verdade, mas sua visão distorcida o leva a extremos perigosos. A supremacia do mundo selvagem sobre a humanidade não é saudável nem é o desejo de Deus."

    O padre Ignácio mergulhou em argumentos teológicos e filosóficos, usando a riqueza da tradição católica para mostrar que a busca por equilíbrio deve ser guiada pela sabedoria divina, não em extremismos naturalistas. Ele enfatizou a importância da responsabilidade humana, mostrando que a busca pela harmonia com a natureza não deve significar a anulação da humanidade, mas sim um cuidado justo e respeitoso pela criação de Deus.
    Como conselhos para encontrar o vilão, o padre sugeriu:

    Conectar-se à Comunidade:
    "A comunidade é um recurso valioso. Converse com as pessoas, ouça suas preocupações e testemunhos. A sabedoria coletiva muitas vezes revela verdades que um indivíduo pode não perceber por si mesmo."

    Estar Alerta aos Sinais da Natureza:
    "Apesar de não devemos deificar a natureza, muitas vezes ela é um espelho das forças espirituais que agem no mundo. Esteja atento aos sinais que a natureza pode oferecer, pois Deus muitas vezes se manifesta através de Sua criação. E quando algo está fora do equilíbrio divino, seus sinais podem ser encontrados por quem souber procurar"

    Desenvolver a Virtude da Paciência:
    "A virtude da paciência é fundamental em tempos de incerteza. Às vezes, as respostas não se revelam imediatamente. Tenha paciência na Providência Divina e confie que, com o tempo, a verdade será revelada."

    Com as palavras do mentor reverberando em sua mente, Marcos saiu da capela determinado a enfrentar a ameaça que Eco Tyrannus representava. Ele iniciou sua investigação, buscando pistas sobre os planos do vilão, seus esconderijos e as conexões obscuras que poderiam levá-lo até ele.

    A cidade noturna tornou-se o cenário de uma busca que não envolvia apenas a caça a um eco terrorista, mas também a defesa da humanidade contra uma ameaça verde que ameaçava engolir tudo. O Guardião da Fé estava em movimento, guiado pela luz da verdade, pronto para confrontar a escuridão que se espalhava sobre Quito.



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    Com as dicas do padre Ignácio em mente, Marcos Santoro iniciou sua investigação, mergulhando na comunidade local em busca de pistas sobre Eco Tyrannus. Conversando com os habitantes de Quito, ele ouviu murmúrios preocupados sobre um professor de biologia da Universidade Central del Ecuador, Elio Sylvanus.

    "O professor Sylvanus desapareceu nos últimos meses", revelou uma moradora. "Dizem que ele estava cada vez mais estranho, com ideias incomuns e um comportamento paranoico. Alguns estudantes afirmam tê-lo visto pela última vez na área verde ao redor da universidade."

    Guiado por essa informação, Marcos dirigiu-se à área indicada. A noite envolvia a paisagem verde, e a lua lançava sua luz sobre a vegetação densa. À medida que adentrava o local, notou algo perturbador: plantas e animais que pareciam ter sido alterados de forma anormal.
    Subitamente, criaturas modificadas emergiram das sombras. Plantas com espinhos afiados e animais com características distorcidas avançaram em direção ao Guardião da Fé. Marcos, confiando em seus poderes divinos, repeliu os ataques enquanto avançava na direção do perigo.
    Após uma luta intensa contra as criaturas mutantes, Marcos percebeu um padrão nas mudanças da flora e fauna. Ele seguiu a trilha de modificações até encontrar uma entrada oculta, camuflada por plantas transformadas.
    Ao adentrar o esconderijo, a cena revelou-se surreal. Plantas e animais cresciam de maneira descontrolada, formando um santuário distorcido da natureza. No centro, Marcos avistou Elio Sylvanus, agora conhecido como Eco Tyrannus, com os olhos fixos em um altar feito de folhas e raízes.




    O Guardião da Fé Eco_ty11




    "Guardião da Fé, você ousa penetrar no meu santuário?" proclamou Eco Tyrannus, revelando um sorriso enlouquecido.

    Marcos, erguendo seu escudo divino, respondeu com determinação: "Seu caminho de ameaças e terrorismo termina aqui. É meu dever detê-lo e as loucuras que você traz consigo."

    A batalha entre o Guardião da Fé e Eco Tyrannus desdobrou-se no santuário selvagem, onde a luz da verdade confrontava as sombras verdes que se retorciam ao redor. Elio Sylvanus, agora Eco Tyrannus, ergueu-se entre a vegetação alterada, seus olhos radiando uma convicção fanática.
    Comunicando-se telepaticamente com plantas e animais, Eco Tyrannus coordenou seus aliados vegetais para um ataque orquestrado. Vinhas serpenteantes, animais mutantes e criaturas estranhas avançaram em direção ao Guardião da Fé, cada movimento ecoando a vontade distorcida do vilão.
    Marcos Santoro, firme em sua fé, ergueu seu escudo divino enquanto as criaturas modificadas investiam contra ele. Sua superforça e agilidade divina provaram-se vitais, pois ele se esquivava dos ataques e repelia as investidas com golpes poderosos. A luz que emanava dele era um contraste nítido com a escuridão do verde que o cercava.
    Eco Tyrannus, dominando a fitocinese, manipulava plantas ao seu redor como extensões de sua vontade. Vinhas se entrelaçavam para formar barreiras defensivas, enquanto plantas criavam formas de vida vegetal alteradas, atacando de ângulos inesperados. O vilão sorria, confiante em seu controle sobre a natureza e os dons oferecidos por Gaia lhe trariam a vitória.
    Contudo, o Guardião da Fé não recuava. Seu escudo divino repelia não apenas os ataques físicos, mas também as influências místicas que Eco Tyrannus tentava invocar. Enquanto a batalha se desenrolava, Marcos utilizava sua super força para derrubar as barreiras vegetais, avançando implacavelmente na direção de seu oponente.
    A dualidade entre a natureza caótica e divina verdade, culminou em um confronto épico. A vegetação viva tremia sob a força da batalha, e as vozes telepáticas de Eco Tyrannus ressoavam como um eco distorcido.
    No auge do confronto, o Guardião da Fé canalizou seus poderes de cura para resistir aos ferimentos infligidos pelas plantas mutantes. Cada golpe, cada defesa, era um testemunho da fé que o impelia a lutar pela verdade e pela preservação da vida humana em harmonia com a criação divina.
    O confronto alcançou seu clímax quando o Guardião da Fé avançou com determinação, rompendo as defesas de Eco Tyrannus. Com um golpe poderoso, Marcos atingiu o vilão com seu escudo, irradiando luz divina que queimava o corpo do vilão como a luz solar queimava fungos acostumados apenas à escuridão.

    "Seu caminho de terror e loucura chegou ao fim", proclamou o Guardião da Fé, sua voz ecoando pela clareira. "A verdade prevalecerá sobre o caos que você tentou lançar."

    Eco Tyrannus, derrotado e enfraquecido, olhou nos olhos de Marcos Santoro. "Você pode vencer esta batalha, mas a guerra pela natureza continua. A Mãe Terra clama por libertação."
    Marcos, mantendo sua fé inabalável, respondeu com compaixão: "A criação divina merece ser preservada, mas não à custa da vida humana. A verdadeira harmonia não vem da destruição, mas da coexistência guiada pela sabedoria divina."

    Então, o corpo de Eco Tyrannus caia no chão e começava a se desmanchar, como que feito de folhas podres e matéria vegetal em decadência. Nada havia sobrado do antigo professor de biologia, apenas uma massa distorcida de fungos, raízes e folhas mortas se liquefazendo no chão.
    As plantas e animais modificados pelo vilão também morriam da mesma forma que seu maligno criador, e a pandemia causada por Eco Tyrannus (oriunda de plantas mutantes criadas por ele) desaparecia, deixando apenas musgo e podridão em seu lugar.

    Com a luz da verdade, o Guardião da Fé dissipou o perigo verde ao redor, revelando a clareira como um santuário restaurado da natureza. A batalha terminou, e o Guardião da Fé permaneceu como o paladino da luz divina, pronto para enfrentar qualquer sombra que ameaçasse a fé e a humanidade.




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    Mensagem por Dovahkiin Dom Dez 03, 2023 11:21 am

    CAPÍTULO 6: A ALIANÇA PROFANA




    Trilha Sonora:



    Quito, Equador.



    A cidade estava envolvida em sombras enquanto Max Progress (Desperto da Cultura) e Adrian Caos (Revolucionário do Caos) caminhavam pelas ruas agitadas da cidade. Uma atmosfera de intriga pairava no ar, alimentada pela conspiração que se desenrolava nos bastidores.




    O Guardião da Fé Desper13  O Guardião da Fé Revolu11




    Adrian, vestindo roupas sombrias e com uma expressão de desdém, olhou para Max enquanto caminhavam pelas vielas sinuosas:

    "Você realmente acredita que essa parceria vai funcionar, Max?"

    Max, com um sorriso calculista, respondeu:

    "Claro que sim, Adrian. Nós dois compartilhamos o mesmo objetivo: desmantelar a imagem do Guardião da Fé perante a população. Acredite em mim, ele será apenas uma sombra do que era."

    Enquanto continuavam sua caminhada, Max aproveitou o momento para revelar os detalhes de seu plano, mantendo a voz baixa para evitar ouvidos indiscretos.

    "O grupo que me financia tem interesses maiores do que você pode imaginar. Eles veem no Guardião da Fé uma ameaça aos seus objetivos. O fervor religioso é uma ferramenta poderosa, e eles querem desacreditar não apenas o herói, mas toda a instituição que ele representa."

    Adrian arqueou as sobrancelhas, intrigado. "Quem são essas pessoas? E por que estão interessadas nisso?"

    Max olhou ao redor antes de responder, assegurando-se de que estavam longe de ouvidos curiosos. "Digamos que este grupo opera nas sombras, influenciando eventos para moldar o mundo de acordo com suas visões. Eles têm recursos ilimitados e estão dispostos a usar qualquer meio necessário. Libertar você da prisão foi apenas o começo."

    A dupla chegou a uma praça tranquila, onde Max finalmente revelou a extensão do plano. "Adrian, a primeira fase é semear o caos, e nisso você é mestre. Manipularemos movimentos sociais para criar instabilidade em Quito, atacando igrejas e símbolos religiosos. O Guardião será forçado a intervir, e é aí que nossa armadilha será armada."

    Adrian sorriu, apreciando a estratégia ardilosa. "E o que vem depois?"

    "Depois, começaremos uma campanha para desacreditá-lo publicamente. Faremos parecer que ele é o verdadeiro causador do caos, um fanático perigoso e hipócrita. Eles vão acreditar que estamos lutando pela liberdade e diversidade, enquanto o Guardião será retratado como uma ameaça à ordem e inclusão."

    A noite se estendia sobre Quito, e as sombras conspiratórias ganhavam vida nas mentes de Max e Adrian. O palco estava pronto, e o Guardião da Fé estava prestes a enfrentar um desafio que testaria não apenas seus poderes divinos, mas também sua resiliência diante das maquinações obscuras que buscavam obscurecer a luz da fé.




    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________




    Trilha Sonora:



    Quito mergulhou em uma espiral caótica enquanto Max Progress, o mestre da manipulação, iniciava sua campanha para desacreditar o Guardião da Fé. Com milhões de seguidores nas redes sociais sob seu comando, Max começou a tecer a teia de desinformação que se estenderia por toda a cidade.
    Em um vídeo emocionalmente carregado, Max lançou acusações contra o Guardião da Fé, retratando-o como uma ameaça à diversidade, à liberdade e à inclusão. Ele manipulou imagens e vídeos, distorcendo eventos passados envolvendo o herói para criar uma narrativa prejudicial. Sua mensagem encontrou eco entre seus seguidores, e a hashtag #GuardiãoFanático se espalhou como fogo nas redes sociais.

    Ao mesmo tempo, Adrian Caos, infiltrado entre os movimentos sociais, começou a inflamar as tensões nas ruas de Quito. Disfarçado entre os manifestantes, ele aproveitou a agitação para incitar uma onda de violência. Os protestos, inicialmente pacíficos, rapidamente se transformaram em tumultos caóticos.
    Adrian, sorrateiro e perigoso, sussurrava palavras de rebelião entre os manifestantes, instigando-os a atacar patrimônio público, civis inocentes e, especialmente, instituições religiosas. Igrejas eram alvo de sua fúria, pois ele buscava desestabilizar a fé que o Guardião representava.

    A cidade se viu imersa em uma atmosfera de desordem. Pessoas levadas pela manipulação de Max e incitação de Adrian, agora se encontravam em meio ao caos que varria Quito. As ruas se encheram de fumaça, o som de vidro quebrando e o eco de gritos desesperados.
    A polícia, despreparada para lidar com a magnitude dos eventos, tentava conter a violência, mas Adrian provocava confrontos intensos, tornando o controle uma tarefa quase impossível. O Guardião da Fé, observando de longe, sentia a pressão crescer sobre seus ombros.



    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



    Trilha Sonora:




    O Guardião da Fé CQAzorzWEAE1XwB



    As ruas da cidade estavam envolvidas em uma tempestade de caos, onde o clamor da anarquia ecoava entre os edifícios. Anarquistas, com rostos cobertos e sinais de descontentamento, enfrentavam a polícia em um frenesi de destruição.

    No epicentro da turbulência, o Guardião da Fé emergiu como uma figura imponente. Seu uniforme vermelho e azul, com a armadura dourada reluzindo sob as luzes da cidade, anunciava a chegada da ordem em meio ao tumulto.

    Com passos decididos, o herói enfrentou os anarquistas, cujas ações desordenadas ameaçavam mergulhar a cidade no caos completo. Ele não empunhava armas, mas sim a força de sua fé e a convicção de que, mesmo nas situações mais sombrias, a luz poderia prevalecer.

    Os anarquistas, inicialmente confiantes em sua desordem, foram surpreendidos pelo Guardião da Fé. Seus movimentos eram fluidos e coordenados, desafiando a anarquia com ordem e propósito. Com agilidade impressionante, ele enfrentava vários adversários ao mesmo tempo, desviando-se dos ataques desesperados com graça divina.

    Seu escudo dourado tornava-se um ponto de resistência intransponível, refletindo a raiva e a frustração dos anarquistas de volta para eles. A luta prosseguiu pelas ruas, uma batalha entre a ordem e o caos, onde o Guardião da Fé permanecia como uma luz firme na escuridão urbana.

    Porém, o pior momento foi quando Marcos via uma coluna de fumaça subindo da região onde a catedral metropolitana se localizava. O Guardião corria até lá antes que fosse tarde.



    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________




    O caos em Quito atingiu um novo patamar quando Max Progress e Adrian Caos decidiram armar a armadilha final para o Guardião da Fé. A Catedral Metropolitana tornou-se o epicentro da conspiração.
    No interior majestoso da catedral, Adrian, juntamente com cinco manifestantes mascarados (Max disfarçado entre eles), em seus trajes sombrios, preparavam o terreno para o confronto inevitável.
    Quando o Guardião da Fé chegou, a catedral estava silenciosa. O herói sentiu a presença do mal, mas não hesitou em avançar. O grupo, então, emergiu das sombras, confrontando-o no altar principal.

    "Falso herói, você não pode escapar da justiça que está prestes a ocorrer neste altar da opressão", Adrian proclamou, enquanto mantinha um olhar desafiador.
    O herói, confiante em seus poderes divinos, prontamente respondeu ao desafio. A Catedral Metropolitana, antes um santuário de paz, tornou-se o cenário de uma batalha épica entre o Guardião da Fé e Adrian Caos, acompanhado por uma horda de anarquistas armados. As luzes fracas das velas criavam sombras dançantes nas paredes, refletindo a dualidade do conflito que estava prestes a se desenrolar.
    O Guardião, em sua imponente armadura e traje vermelho e azul, empunhava seu escudo sagrado com firmeza, pronto para enfrentar o caos que invadira o local sagrado. Adrian, líder do tumulto, sorria sadicamente enquanto seus comparsas anarquistas avançavam, cada um armado com instrumentos da destruição.
    O confronto começou com um estrondo de poder divino, o som de forças sobrenaturais colidindo com a crueldade terrena. O Guardião, movendo-se com graça e propósito, enfrentava os anarquistas com habilidade sobrenatural. Sua super-força se destacava quando ele afastava os atacantes com facilidade, mas Adrian permanecia nas sombras, observando e esperando o momento certo para agir.
    Adrian, um mestre da guerrilha, escolheu seu momento estrategicamente. Emergindo das sombras, ele investiu contra o Guardião com agilidade surpreendente. Seus movimentos eram caóticos e imprevisíveis, desafiando a habilidade do herói de antecipar seus ataques.
    Os anarquistas, apesar de desordenados, mostraram uma coordenação surpreendente. Atacavam em grupos, buscando minar a confiança e a postura do Guardião. Cada golpe era uma afronta não apenas à sua força física, mas à sua missão sagrada.
    O escudo do Guardião brilhava, repelindo ataques físicos e armas, mas Adrian continuava a desafiar suas defesas. A igreja ecoava com o som de choques e estrondos, enquanto o herói lutava para manter a ordem no caos que o cercava.
    A batalha alcançou seu clímax quando, em um momento de aparente vantagem do Guardião, Adrian desapareceu novamente nas sombras, reaparecendo atrás do herói. Em uma tentativa desesperada de surpreendê-lo, Adrian empunhou uma lâmina sombria, mirando diretamente nas costas do Guardião.
    No entanto, a intuição divina do Guardião o alertou a tempo. Girando rapidamente, ele bloqueou o ataque com seu escudo, desarmou Adrian e o confrontou com olhos flamejantes de determinação. A batalha continuava, e as sombras sagradas da catedral testemunhavam a luta entre a luz e a escuridão, o Guardião da Fé resistindo contra as forças que buscavam obscurecer sua missão divina.
    Max, no entanto, tinha um papel diferente a desempenhar. Enquanto o Guardião estava ocupado enfrentando os desordeiros, Max se infiltrou nas sombras, preparando-se para o momento decisivo.

    A armadilha começou a se fechar quando o Desperto da Cultura, de repente, se jogou ao chão, simulando fraqueza diante dos poderes do Guardião, como que mortalmente ferido. A cena era convincente, levando o herói a hesitar por um breve momento. Nesse instante crucial, Adrian emergiu das sombras, apontando seu dedo acusador para o Guardião.

    "Você é o verdadeiro inimigo da liberdade! Deveria ter permanecido nas sombras, fanático!", gritou Adrian, inflamando ainda mais a tensão no ambiente.

    O Guardião, surpreso pela reviravolta, tentou argumentar sua inocência, mas as palavras foram perdidas no turbilhão de acusações. Porém, o Guardião não era o único a ser enganado aqui. Max, com um movimento rápido, sacou uma arma oculta e atirou contra o próprio aliado, Adrian. O som ecoou pela catedral, reverberando como uma sentença de morte.
    Adrian, atingido nas costas, caiu sem emitir um som, olhando para Max, sentindo-se traído, antes do brilho da vida desaparecer de seus olhos. Max olhou para o Guardião com um sorriso sombrio. "Você vê, herói? Até mesmo seus aliados reconhecem a verdade sobre você." Com essas palavras, Max se afastou, deixando o Guardião da Fé com o corpo inerte de Adrian aos seus pés, e sirenes de polícia se aproximando.
    Os policiais chegam com armas apontadas para o Guardião, ordenando que ele se ajoelhasse, mas ele tenta fugir, sendo alvejado por diversas balas. O Guardião agora era um criminoso procurado.
    O plano estava em ação, e o Guardião se via encurralado não apenas pela conspiração, mas por um dilema moral que abalaria sua fé e testaria sua resistência diante das sombras que agora o envolviam.


    Trilha Sonora:



    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



    Num local oculto, envolto em segredo e poder, os líderes da Illuminatus Mundi se reuniam no Clube Bilderberg, uma assembleia sinistra que transcendia fronteiras e interesses pessoais. A sala estava banhada em luzes tênues, destacando as figuras sombrias que se sentavam em torno de uma mesa de mogno polido.



    O Guardião da Fé Agraat10  O Guardião da Fé Sophia10  O Guardião da Fé Mammon10  O Guardião da Fé Asmode11   O Guardião da Fé Isis11  O Guardião da Fé Saud10O Guardião da Fé Jezebe10  O Guardião da Fé Isabel10    O Guardião da Fé Azazel10   O Guardião da Fé Astaro10   O Guardião da Fé Lee10   O Guardião da Fé Bael10   O Guardião da Fé Balor10  



    Agraat Von Redshield, Sophia Bush, Mammon Stonefella, Semíramis Onassis, Al-Masih Saud, Jezebel Collins, Asmodeus Clinton, Hipátia van Morgan, Azazel Warburg, Astaroth DuPont, Tsuchigumo Lee, Bael Koch e Balor Windsor, cada um representando uma família poderosa e um domínio específico, convergiam para discutir os resultados de suas últimas empreitadas, até que o assunto se voltava para um "pequeno inseto" em Quito/Equador.

    A sala estava preenchida pelo murmúrio de conversas sussurradas e o aroma de intriga. Sophia Bush, especialista em manipulação midiática, tomou a palavra. "Nossa campanha foi um sucesso. O Desperto da Cultura conseguiu efetivamente desacreditar o Guardião da Fé perante a população e a mídia."

    Agraat Von Redshield, o mestre das finanças, sorriu com satisfação. "Nossos investimentos estratégicos na desestabilização econômica e na disseminação de narrativas controladas proporcionaram o ambiente perfeito para minar a influência da Igreja, esse novo super herói não será obstáculo algum."

    Isis Onassis: "Não teria sido mais fácil corrompê-lo? A maioria dos Supers possuem vícios e vidas ocultas que se viessem a público, destruiria sua imagem. Já fizemos isso com muitos deles. Hoje, ouso dizer que a maioria dos Super Heróis servem a nós, direta ou indiretamente."

    Bael Koch: "Este é diferente, e acredite, estudamos minuciosamente tudo sobre ele. Ele morreria antes de trair seus patéticos princípios. Desacreditá-lo será um golpe muito mais eficaz."

    Enquanto discutiam os detalhes de sua vitória nas sombras, um holograma surgiu no centro da mesa, revelando a imagem de uma figura misteriosa. Ele falou com uma voz profunda e enigmática. "A Illuminatus Mundi avança conforme o planejado. O Guardião da Fé é apenas o primeiro de muitos obstáculos que derrubaremos para estabelecer nossa Nova Ordem Mundial."



    O Guardião da Fé Demon10




    Os líderes se entreolharam com expressões de confiança. Balor Windsor, o executor sombrio, acrescentou: "Agora, com o Guardião desacreditado, podemos avançar para a próxima fase de nosso plano. Nossa influência será incontestável."

    A sala mergulhou novamente no silêncio das conspirações, enquanto os membros da Illuminatus Mundi discutiam os próximos passos para moldar o destino do mundo. As sombras se moviam em sua volta, indicando que, mesmo na luz da vitória, o trabalho oculto nunca cessaria. A Nova Ordem Mundial estava em gestação, alimentada pelas mãos invisíveis daqueles que operavam nos bastidores do poder global.




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    Mensagem por Dovahkiin Qui Dez 07, 2023 8:51 pm

    CAPÍTULO 7: AS RAÍZES DO ÓDIO





    Trilha Sonora:




    No coração do México, em uma pequena comunidade rodeada por vestígios da grandeza asteca, nasceu Itzcoatl Ramirez, cujo nome ecoava a grandiosidade dos antigos governantes de sua linhagem. Itzcoatl cresceu sob a sombra de contos transmitidos por seus ancestrais, lembranças de uma era gloriosa que contrastava cruelmente com a realidade de seu tempo.

    Desde jovem, Itzcoatl foi instilado com um profundo ressentimento contra os colonizadores espanhóis que, séculos antes, haviam conquistado sua terra natal. As histórias contadas ao redor do fogo eram crônicas de opressão, exploração e a perda das tradições sagradas dos astecas. Os espanhóis haviam suprimido os rituais, destruído templos e impingido uma cultura estrangeira.

    O jovem Itzcoatl absorvia essas histórias como uma chama faminta por justiça. Seus olhos queimavam com a paixão de seus antepassados, enquanto jurava restaurar o orgulho e a glória do México. Cada pedra antiga era um lembrete do que haviam perdido, e o sangue asteca que corria em suas veias clamava por vingança.

    Descendente de uma linhagem de nobres no Império Asteca, Itzcoatl e sua família agora eram miseráveis em sua própria terra. Mas ele sonhava com o momento em que reconstruiria seu império, e à medida que crescia, Itzcoatl tornou-se um estudioso ávido das tradições astecas, mergulhando nas escrituras sagradas e nos registros preservados da era pré-colombiana. Sua mente se tornou um santuário de antigos conhecimentos, alimentando seu desejo de reviver as práticas esquecidas.

    No entanto, seu ódio não era cego. Itzcoatl via os efeitos da colonização como uma ferida em sua terra natal, e seu ressentimento não se limitava a uma cultura ou religião específica. Ele aspirava a uma pureza perdida, a uma era em que seu povo caminhava em harmonia com os deuses.

    Para poder pagar a faculdade de arqueologia, Itzcoatl tornou-se um luchador de Lucha Libre Mexicana. Ele escolheu para si um nome e fantasia que refletiam suas crenças: “El Hijo de Coatlicue”.



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    A vida de Itzcoatl começou a mudar quando, após terminar a faculdade e conseguir seu primeiro trabalho como arqueólogo, ele descobriu artefatos antigos, indícios de uma magia esquecida que o ligava às tradições dos antigos sacerdotes astecas. Uma força ancestral sussurrou em seus ouvidos, prometendo poder e justiça. O jovem nativo, impulsionado por sua ira e zelo, aceitou o chamado, e seu destino entrelaçou-se com as sombras que um dia engoliram sua cultura.

    Nesse capítulo de sua vida, as sementes do ódio foram plantadas, regadas por séculos de injustiça e alimentadas pela chama interior de um jovem determinado a trazer uma nova aurora para sua terra. O que Itzcoatl Ramirez se tornaria, porém, estava além da compreensão de qualquer um que ousasse cruzar seu caminho.





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    Os antigos rituais astecas ressoavam nos ouvidos de Itzcoatl, como um chamado ancestral que o guiava em direção à realização de seus planos sombrios. Agora, investido com poderes sombrios e uma convicção inflexível, ele começou a tecer sua teia de vingança.

    Itzcoatl estabeleceu um santuário oculto em meio às selvas densas, um local onde as sombras dançavam em sintonia com seus desejos mais sombrios. Lá, ele consultava antigas inscrições esquecidas, mergulhando ainda mais na magia ancestral que o envolvia. Sua determinação em reviver os tempos passados alimentava sua sede de poder.

    Seu primeiro passo era reunir seguidores entre aqueles que compartilhavam seu ressentimento contra a influência europeia e cristã. Homens e mulheres desencantados, aqueles que acreditavam que a verdadeira essência do México havia sido corrompida, uniram-se ao seu chamado. Eles formaram uma seita clandestina, os "Filhos da Serpente de Obsidiana", jurando lealdade a Itzcoatl e seus objetivos obscuros.

    O vilão começou a orquestrar rituais sombrios, invocando as sombras em cerimônias secretas que ecoavam os antigos sacrifícios astecas. A magia negra fluía através dele, fortalecendo seu domínio sobre as sombras e concedendo-lhe uma visão distorcida do futuro. Itzcoatl acreditava que, por meio desses rituais, poderia abrir um portal para libertar os deuses astecas novamente no mundo mortal, uma ponte que restauraria o México à glória perdida.

    À medida que sua influência crescia, Itzcoatl direcionava seus seguidores para realizar atos de sabotagem e tumulto, atingindo símbolos da influência estrangeira. Cada ato era uma declaração de guerra contra o que ele considerava intrusões na pureza de sua terra.

    O caminho para a realização de sua visão asteca estava traçado com as cinzas do passado e o sangue do presente. O próximo passo de sua busca pelo renascimento estava prestes a ser revelado, e as sombras que ele comandava começavam a estender-se como tentáculos sobre a terra que jurara proteger.





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    Trilha Sonora:



    Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, Cidade do México



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    O Guardião da Fé, agora como um criminoso procurado, precisava de um tempo para pensar em seu futuro. Um homem havia morrido por sua culpa, mesmo sendo um inimigo, ele via sua morte como sua responsabilidade.
    Marcos decide novamente trancar seu curso de filosofia e fazer uma nova peregrinação, desta vez ao México, onde sua paróquia realizaria o Retiro Espiritual de Santo Inácio de Loyola. O retiro era uma oportunidade de reflexão profunda e comunhão espiritual, uma pausa revigorante em seus estudos.
    Chegando à Cidade do México, Marcos sentiu uma aura especial ao visitar a Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe. Era sua primeira vez lá, e a grandiosidade do local, cercado por uma atmosfera de devoção, era impressionante.
    Ao entrar na basílica, Marcos foi envolvido por uma mistura de incenso e fervor espiritual. Seus olhos se fixaram na imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, que parecia emanar uma luz celestial. O manto estrelado da Virgem, repleto de símbolos religiosos, capturou sua atenção, como se cada detalhe contasse uma história divina.



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    A América Latina é um lugar especialmente privilegiado espiritualmente. Enquanto os povos da Europa foram convertidos pelas ações de santos, apóstolos e missionários, a América Latina teve uma apóstola muito especial: a Santíssima Virgem Maria, que fez aparições e milagres em diversas regiões diferentes para converter os povos locais. Porém, nenhuma delas carrega o mesmo peso da Aparição de Nossa Senhora de Guadalupe, no México, declarada pelo Papa São Pio X em 1910 como a padroeira de toda a América Latina.
    Porém, a história e simbolismos da imagem iam muito além do que os olhos podiam ver: Séculos atrás, naquela região, os Astecas cultuavam o deus do sol, Huitzilopochtli, acreditando que precisavam oferecer sacrifícios brutais de corações humanos a ele. Por isso, quando Hernán Cortez chegou às Américas, diversos nativos se aliaram aos Europeus contra os Astecas que os subjugavam e sacrificavam aos seus deuses malignos.
    O próprio Hernán Cortez destruiu com uma marreta o ídolo de Huitzilopochtli, onde diariamente eram oferecidos corações humanos, levando os Astecas a um limbo espiritual, acreditando que este era o fim do mundo. Muitos deles, viam o Catolicismo como a religião dos Espanhóis e negaram a conversão. Um dos poucos convertidos, um índio que adotou o nome de Juan Diego, teria recebido a visão que converteria todo o México.
    No Monte Tepeyac, local onde anteriormente foi o templo de Coatlicue (uma deusa serpente, para quem os Astecas ofereciam sacrifícios de mulheres grávidas, utilizando os crânios das crianças mortas como colares), no dia 12 de dezembro de 1531 (dia que representava a vitória da luz sobre as trevas na cultura dos nativos do México) o jovem Juan Diego (anteriormente conhecido como “Cuauhtlatoatzin”, ou “aquele que fala como uma águia” em Asteca) conversaria com a própria mãe de cristo. Como prova, recebeu a imagem atualmente conhecida como "La Tilma de Juan Diego", uma peça de vestuário feita de fibras de agave (cacto). O nome “Guadalupe” por si é uma tradução em espanhol do termo que em Asteca significa: “Aquela que esmaga a serpente”, denotando que o local escolhido para a aparição não foi mera coincidência.
    A imagem por si possui diversos detalhes que até hoje intrigam cientistas. O manto usado por Maria na imagem era utilizado por mulheres da cultura Asteca, mas sua tonalidade de azul era geralmente atribuída a figuras nobres entre os Astecas. Ainda no manto, estão impressas as imagens de diversas flores presentes em diferentes regiões do México. As estrelas que ornam seu manto são constelações que podiam ser vistas a olho nu, no céu noturno, no dia 12 de dezembro de 1531 (a constelação de Leão encontra-se em seu ventre, revelando que ela está grávida do “Leão de Judá”, embora a constelação de Virgem esteja na região do coração da imagem).



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    A imagem ainda traz os cabelos soltos, porém ocultos parcialmente pelo véu (característica pela qual as virgens eram conhecidas na cultura Asteca), contudo, ela carrega em suas mãos um laço sobre o ventre (indicativo de mulheres grávidas na mesma cultura) A flor de quatro pétalas encontrada em seu ventre, logo após o laço representa um sinal de divindade entre os índios do México. Já a posição de suas mãos (que os europeus entendem como uma posição de oração), é entendida pelos Astecas como o sinal de alguém que traz um presente.
    A virgem ainda está sobre a lua (México, ou “Mexihtli” do original, significa: “Centro da Lua”) e carregando-a está um anjo com roupas típicas de índios convertidos da época, com asas de águia (revelando que Juan Diego cuauhtlatoatzin (aquele que fala como uma águia) seria o porta-voz que a apresentaria ao México e converteria seu povo.
    A Tilma (tecido que normalmente se desgasta após cerca de 2 décadas) durou mais de 116 anos sem retoque algum, além de ter sobrevivido a acidentes e até mesmo a um atentado a bomba organizados por socialistas durante a Cristiada. Mas o que mais intriga pessoas até o presente, é o fato de que até hoje, nenhum cientista conseguiu descobrir como a imagem foi feita. Em 1938, o Doutor Richard Kuhn ganhou o Prêmio Nobel estudando a imagem e chegou à conclusão de que seus pigmentos não pertenciam a nenhum animal, vegetal ou mineral presente no planeta.

    Porém, enquanto se maravilhava com os detalhes da tilma, gritos e sons de agressão o retiravam se sua meditação. A quietude foi quebrada pelo estrondo de portas arrebentadas e vozes sussurrantes de adoração distorcida. O Guardião da Fé, sua prece interrompida, ergueu-se em alerta, sua armadura reluzindo à luz das velas. Seu olhar se fixou nos invasores.


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    Com uma determinação inabalável, o Guardião avançou para enfrentar os cultistas profanadores. Seu escudo dourado, que refletia a luz divina, brilhava com uma intensidade celestial. A batalha que se seguiu foi uma demonstração pura de força e fé, onde o herói defendia não apenas seu corpo, mas a própria essência de sua crença.

    O som de metal contra metal ecoava pelas paredes sagradas, enquanto o herói usava sua super força para repelir os cultistas. Seu escudo abençoado tornava-se uma barreira impenetrável contra os ataques dos Filhos da Serpente de Obsidiana. No entanto, algo mais estava em jogo além da física da batalha.

    O Guardião, com a coragem que só a devoção verdadeira pode inspirar, protegeu a imagem sagrada de Nossa Senhora de Guadalupe com zelo inabalável. Seus movimentos eram uma coreografia de devoção em meio ao caos, uma expressão de fé que resistia à escuridão.

    Os cultistas, embora fanáticos, provaram serem meros peões na sinistra tapeçaria tecida por El Hijo de Coatlicue. Derrotados e encurralados, eles revelaram o plano nefasto do seu líder: o ataque iminente a um hospital, onde mulheres grávidas seriam sequestradas para servirem como oferendas em um ritual macabro.

    Com a informação em mãos, o Guardião da Fé lançou-se na perseguição ao vilão e seus seguidores, sua fé como uma luz guiando-o através das sombras. O próximo capítulo dessa batalha épica seria travado não apenas nas ruas da cidade, mas nos corações e almas dos que resistiam à escuridão que ameaçava envolver o México.





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    A noite pairava sobre o hospital, seu silêncio habitual interrompido pelo eco distante de passos apressados. A cruz vermelha estampada em sua entrada, reflexo de outra criação cristã, era vítima de inimigos profanos. Um cerco policial podia ser visto como um redor em volta do estabelecimento. Porém, ninguém ousava entrar, pois os vilões faziam dos pacientes reféns. El Hijo de Coatlicue, sombrio e impiedoso, liderava seus asseclas em direção ao coração do estabelecimento de saúde. Seu olhar ardente refletia a sede de poder, enquanto a promessa de sacrifícios alimentava sua ambição.

    O Guardião da Fé, em seu uniforme resplandecente, emergiu das sombras como um guardião celestial. Ele passava pelo bloqueio policial como Marcos Santoro, se esgueirando tanto da vista da polícia quanto dos cultistas, assumindo sua identidade heroica após adentrar o prédio. Ele avançou com passos firmes e o coração imbuído de devoção, determinado a enfrentar o mal que ameaçava os inocentes. A luz dourada de sua armadura iluminava o caminho, anunciando a chegada do defensor das virtudes sagradas.

    O confronto iminente estava marcado por uma dualidade cósmica: luz e sombras, fé e devassidão. À medida que o Guardião penetrava mais fundo no hospital, a escuridão que envolvia El Hijo de Coatlicue e seus seguidores crescia em intensidade.

    Nos corredores do hospital, o embate começou. O herói enfrentou os cultistas com uma força que vinha tanto de seus músculos quanto de sua inabalável crença. Cada golpe, cada movimento, era uma declaração contra as trevas que ameaçavam consumir as vidas inocentes. Ao derrotar os cultistas, ele libertava os reféns, mas a raiz do mal ainda estava lá.



    Trilha Sonora:




    A aura mística de Hijo de Coatlicue envolvia o vilão como um manto de sombras, conferindo-lhe uma presença sinistra. Ele proferiu invocações antigas, suas intenções macabras ecoando nos corredores vazios.

    O destino do hospital pendia em um equilíbrio precário, entre a escuridão serpenteante que ameaçava engolir tudo e a luz da fé que persistia, inextinguível. Este capítulo não era apenas um confronto físico, mas um teste de força espiritual, onde as crenças mais profundas seriam desafiadas em meio à penumbra da noite.

    Os corredores do hospital ecoavam com a tensão acumulada, cada passo do Guardião da Fé ressoando como uma oração silenciosa. À sua frente, El Hijo de Coatlicue aguardava, as sombras a envolvê-lo como uma segunda pele. O encontro era iminente, não apenas de forças físicas, mas de convicções profundas que transcenderiam o conflito físico.

    Guardião da Fé: (com serenidade) Hijo de Coatlicue, seus atos profanos ameaçam a vida inocente que reside neste lugar sagrado. Seu caminho é um desvio das verdades divinas que protegem os fracos.

    El Hijo de Coatlicue: (com um riso sombrio) Guardião da Fé, suas crenças são como grilhões que aprisionam a verdadeira grandiosidade deste país. Os deuses astecas, esquecidos e menosprezados, anseiam por ressurgir. Você é cego para a grandeza que perdemos.

    Guardião da Fé: (com convicção) A verdadeira grandeza não reside no sacrifício humano e na escuridão, mas na luz da misericórdia e do amor divino. Seu caminho leva à destruição, não à glória.

    El Hijo de Coatlicue: (com amargura) Misericórdia e amor? São conceitos que foram distorcidos por aqueles que roubaram nossas terras e impuseram sua fé. Eu trago a verdadeira essência de nossa história de volta.

    Guardião da Fé: (com compaixão) Seu ódio obscureceu sua visão. A verdadeira essência da história reside em aprender com o passado, não em mudá-lo ou ignorá-lo, muito menos remoer antigos rancores direcionados a pessoas inocentes.

    El Hijo de Coatlicue: (com raiva) O sacrifício de sangue é o único caminho para a purificação. Nossos deuses anseiam por vingança e justiça contra aqueles que nos oprimiram.

    Guardião da Fé: (com firmeza) Justiça não é encontrada na vingança e no sacrifício, mas na redenção e na compaixão. Deus é o farol que ilumina o caminho para a verdadeira justiça.

    Coatlicue Sombria: (com desdém) Seu Deus é fraco e impotente, incapaz de resistir ao avanço dos verdadeiros senhores deste mundo.

    Guardião da Fé: (com serenidade) A verdadeira força reside na fé inabalável, não na busca cega pelo poder. O amor de Deus é a luz que dispersa até as sombras mais densas.

    A troca de palavras continuou como um duelo invisível entre a escuridão e a luz. Cada argumento lançado era uma tentativa de persuadir o outro a abandonar suas convicções, mas o Guardião da Fé permanecia firme, sua fé como uma armadura inviolável contra as trevas que ameaçavam consumi-lo. O confronto não era apenas entre dois seres, mas entre sistemas de crenças que moldariam o destino do próprio México.

    O clímax da batalha se desenrolou no coração do hospital, onde o Guardião da Fé e El Hijo de Coatlicue se enfrentaram em um campo de sombras e luz.
    Hijo de Coatlicue, envolto nas sombras que ele tão desesperadamente convocou, lançou feitiços ancestrais, tentando corroer a fé do herói. No entanto, o Guardião da Fé permanecia firme, sua armadura dourada reluzindo com a luz divina que o protegia.

    Hijo de Coatlicue era um hábil manipulador das sombras, permitindo-lhe criar ilusões aterrorizantes, se esconder nas sombras e até mesmo invocar criaturas sombrias para realizar seus planos. Ele é versado em antigas práticas astecas, incluindo rituais místicos, sacrifícios e invocações, concedendo-lhe poderes e habilidades místicas. Treinado nas artes marciais e no uso de armas astecas tradicionais, Hijo de Coatlicue é um combatente formidável.

    O herói lançou-se contra o vilão com força renovada, guiado pela certeza de que a verdadeira grandiosidade não era encontrada na escuridão, mas na luz da fé, da verdade edificante e da justiça divina. Cada golpe era uma declaração contra a busca egoísta de poder de Hijo de Coatlicue.

    Enquanto a batalha se intensificava, o vilão lançou uma invocação desesperada, buscando abrir o portal para os deuses astecas. A escuridão serpenteava, tentando submergir a luz que o Guardião representava. Nesse momento crítico, o herói, impulsionado por sua fé, ergueu o escudo dourado como uma barreira contra as sombras.

    A luz do escudo, potencializada pela crença inabalável do Guardião, irradiou como um farol, dissipando as sombras e interrompendo o ritual macabro. A sala iluminou-se como se um milagre tivesse ocorrido.

    Hijo de Coatlicue, enfraquecido e derrotado, encarou o Guardião da Fé com uma mistura de desespero e fúria. O herói, entretanto, não buscava vingança, mas redenção. Ele ofereceu a mão ao vilão caído, convidando-o a abandonar o caminho sombrio que trilhara.

    O vilão, derrotado mas não destruído, retirou-se, mergulhando nas sombras de onde veio. O Guardião da Fé, triunfante, permaneceu no hospital, a luz de sua fé iluminando não apenas o local, mas também o coração daqueles que ali se encontravam.

    As consequências da batalha ecoaram além dos corredores do hospital. O México, ainda envolto em conflitos de identidade, estava diante de uma escolha. A luz da fé e compaixão oferecida pelo Guardião da Fé serviria como um farol, apontando o caminho para um futuro onde as trevas do ódio e da vingança poderiam ser dissipadas. A decisão do herói transcendeu a mera vitória física; era uma vitória para a alma da nação.





    Trilha Sonora:
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    Mensagem por Dovahkiin Sáb Dez 09, 2023 10:56 am

    CAPÍTULO 8: A FAZENDA DA PERDIÇÃO



    Trilha Sonora:



    Marcos Santoro permanecia no México após o Retiro Espiritual de Santo Inácio de Loyola, pois acreditava ser mais seguro para si e sua família permanecer longe do Equador após ser falsamente incriminado no país pelo Desperto da Cultura. Padres tradicionalistas no México o ajudaram oferecendo abrigo temporário, mas ele ainda precisava pensar no que faria a seguir.
    Com o passar dos dias, Marcos descobria que o México possuía uma identidade própria. Apesar da cultura católica estar bastante presente no “Centro da Lua”, o país também possuía facetas obscuras.
    Na paróquia, boatos terríveis eram ouvidos sobre a disseminação de uma droga misteriosa que transformava as pessoas em zumbis.

    "Ninguém sabe de onde veio essa droga. É como se uma nova praga tivesse se abatido sobre a cidade", disse um dos padres, preocupado. "As autoridades estão sobrecarregadas, e o medo se espalhou como fogo."

    Marcos, enquanto escutava as palavras do sacerdote, pensava nas forças ocultas que se moviam nos bastidores. O caos nas ruas era apenas o começo de algo muito mais sinistro.

    Antes que pudesse absorver completamente a magnitude da situação, uma notícia na televisão capturou sua atenção. Uma reportagem sobre os zumbis e a nova droga (que muitos acreditavam ser derivada do Krokodil, mas nada sobre a verdadeira origem por trás do caos).
    O Guardião da Fé, Marcos Santoro, estava diante da tela da televisão, observando a reportagem que capturava a atenção da cidade em tumulto. A jornalista, com um tom de urgência na voz, transmitia as últimas notícias sobre os estranhos eventos que assolavam a cidade.

    A tela exibia imagens perturbadoras de pessoas cujos olhos estavam vazios, andando lentamente pelas ruas como sombras de suas antigas vidas. A repórter, com uma expressão séria, começou a descrever os acontecimentos.




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    "A Cidade do México está sob a influência de uma onda de comportamento violento e autodestrutivo. Pessoas estão agindo de maneira anormal, como se estivessem fora de controle. O que inicialmente parecia ser um surto de violência agora está ligado a uma nova droga que está transformando usuários em seres quase irreconhecíveis."

    A câmera focava em um grupo de pessoas cambaleando pelas ruas, suas roupas em frangalhos e a pele apresentando sinais de deterioração. A repórter continuou: "A substância em questão parece ser uma variação do Krokodil, uma droga conhecida por seus efeitos devastadores na saúde física e mental. Entretanto, essa nova versão parece ter um controle ainda mais sinistro sobre seus usuários."

    Imagens de paramédicos e equipes de emergência tentando conter a situação eram intercaladas com relatos de testemunhas. Uma senhora chorosa compartilhava sua experiência: "Eu vi meu vizinho, alguém que conheço desde a infância, agindo como um monstro. Ele simplesmente não respondia, como se estivesse possuído, e quando tentamos leva-lo ao hospital, nos atacou com mordidas... como um zumbi..."

    A repórter prosseguiu, mencionando que a origem da droga ainda era desconhecida. "Devido seus efeitos, a droga se tornou conhecida nas ruas como "Pó Zumbi". As autoridades estão investigando a fonte dessa droga terrível, mas até agora não conseguiram rastrear sua origem. Especialistas alertam que os efeitos podem ser irreversíveis, transformando os usuários em algo mais próximo de zumbis."

    Marcos, enquanto assistia à reportagem, sentiu a urgência de agir. Uma nova ameaça havia se manifestado no México, e as sombras que se moviam nos bastidores eram mais profundas do que ele poderia imaginar. O Guardião da Fé se preparou para enfrentar não apenas o caos nas ruas, mas uma força maligna que manipulava os fios invisíveis por trás do véu da realidade.




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    Determinado a descobrir a origem da nova droga que transformava os habitantes do México em zumbis, o Guardião da Fé embarcou em uma jornada sombria pelas ruas contaminadas pela influência maligna. Disfarçado à paisana (para evitar ser reconhecido pela polícia ou outros heróis que acreditem que ele seja mesmo um criminoso), ele caminhava pelos becos sinistros e vielas obscuras da cidade.

    A paisagem urbana estava marcada por destroços, grafites e a atmosfera sufocante do desespero. À medida que se aprofundava nas entranhas do caos, o Guardião se deparava com cenas de horror inimaginável. Pessoas que um dia foram cidadãos comuns agora vagavam pelas ruas em um estado de sofrimento e desolação.




    Trilha Sonora:



    O cheiro de desespero pairava no ar enquanto o herói se aproximava de um grupo de usuários afetados pela droga. Seus olhos,  sem brilho ou expressão, refletiam uma tristeza profunda e uma falta de controle sobre suas próprias ações. Alguns cambaleavam em direção ao Guardião, emitindo gemidos inumanos, como que implorando por ajuda, embora tenham perdido a capacidade para tal.

    Ao tentar se aproximar de uma área mais afetada, o Guardião foi confrontado por um grupo de zumbis descontrolados. Antes, cidadãos comuns, agora eram sombras de sua humanidade passada. Desprovidos de racionalidade, lançaram-se contra o herói com uma fúria insensata. Sem opções, Marcos teve de assumir o manto de Guardião da Fé e se defender.

    O confronto era doloroso para Marcos, pois cada soco desferido contra essas vítimas do vício era um lembrete cruel do poder que as drogas tinham sobre a vida das pessoas. Ele se esforçava para contê-los sem causar danos permanentes, uma tarefa que se mostrava cada vez mais difícil diante da ferocidade dos zumbis.

    Enquanto enfrentava a trágica realidade das vítimas da droga, o Guardião ponderava sobre a importância de conter a disseminação dessas substâncias devastadoras. Ele sabia que a legalização das drogas poderia abrir as portas para mais tragédias como essa, transformando cidadãos inocentes em vítimas indefesas de uma força sombria.

    A cena servia não apenas como uma investigação sobre a origem da droga, mas também como um alerta contundente sobre os perigos do abuso de substâncias.

    Ao seguir as pistas sinistras que se entrelaçavam pelas ruas conturbadas da cidade, o Guardião finalmente encontrou um indício crucial sobre a origem da droga que transformava os habitantes locais em zumbis. Uma insígnia misteriosa marcada em uma parede grafitada indicava um possível ponto de distribuição.

    Marcos analisou atentamente a marca, uma combinação de símbolos e letras distorcidas que denotavam uma conexão sinistra. Com sua intuição divina, ele seguiu o rastro da insígnia pelas ruas estreitas até chegar a uma área marcada pelo odor acre de substâncias químicas.

    A insígnia levou o Guardião até uma "boca de fumo" clandestina, onde traficantes vis operavam sob a sombra da corrupção. À medida que se aproximava, Marcos testemunhou a venda clandestina da droga aos desafortunados usuários, cada um deles se perdendo um pouco mais na escuridão que envolvia suas almas.

    Sem hesitar, o Guardião da Fé entrou na "boca de fumo", encarando os traficantes com olhos flamejantes de justiça divina. O confronto foi intenso, com os traficantes resistindo com uma violência desesperada. No entanto, a força sobrenatural do Guardião prevaleceu, derrotando os criminosos e libertando os viciados das garras da droga.

    Ao revistar o local, o herói encontrou evidências cruciais. Entre os escombros e pacotes da droga, descobriu uma lista de contatos e referências a uma fazenda no México. Parecia ser o local onde a "matéria-prima" da droga era cultivada.

    Enquanto o Guardião da Fé examinava os documentos encontrados na "boca de fumo", uma verdade sombria começava a se desenrolar diante dele. Entre as anotações e registros, descobriu indícios de uma conspiração que se estendia além do submundo do tráfico de drogas.

    Os documentos indicavam que a polícia, em uma traição chocante, poderia estar fazendo vista grossa para o tráfico, recebendo uma fatia dos lucros em troca de cegueira deliberada. Nomes de oficiais corruptos começaram a surgir, criando uma teia de corrupção que envolvia a própria força que deveria proteger a cidade.

    Além disso, as evidências apontavam para políticos de esquerda de alto escalão. Parecia que a droga estava sendo usada como uma ferramenta para consolidar poder e influência, com a arrecadação revertendo-se para os cofres de políticos influentes em troca de favores e acordos.

    Marcos Santoro, o Guardião da Fé, sentiu o peso da traição. Aquelas figuras que deveriam representar a justiça e a ordem estavam, na verdade, comprometidas com as sombras que ameaçavam corroer a sociedade por dentro.

    Decidido a interromper essa sinistra cadeia de produção, o Guardião queimou os pacotes da droga diante dos traficantes derrotados, deixando uma mensagem clara de que a justiça estava em marcha.

    Com as novas pistas em mãos, o Guardião da Fé partiu para a região onde se encontrava a tal fazenda, onde enfrentaria a próxima etapa de sua batalha contra as sombras que ameaçavam não apenas o México, mas também a alma da humanidade.

    Determinado a expor a verdade e erradicar a corrupção em suas diversas formas, o Guardião preparou-se para enfrentar não apenas os criadores da droga, mas também aqueles que, em posição de autoridade, traíam a confiança do povo que juraram proteger. A jornada rumo à justiça se tornava ainda mais complexa e perigosa, mas o Guardião estava decidido a confrontar as sombras, não importando quão profundas elas se estendessem.




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    A investigação do Guardião da Fé o levou a uma fazenda isolada no país, um cenário aparentemente idílico de vastas plantações agrícolas. No entanto, por trás da fachada de prosperidade, escondia-se um negócio multimilionário que lançava uma sombra sinistra sobre a região.



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    Ao adentrar a propriedade, Marcos Santoro percebeu que as plantações não eram o que pareciam. Uma planta modificada, desconhecida para ele, estava sendo cultivada em larga escala. As pistas apontavam para uma operação de tráfico de drogas que se estendia muito além do que ele imaginava.

    Contudo, o horror se desdobrou quando o Guardião descobriu sinais perturbadores de rituais macabros de vodu e indícios de tráfico humano para sacrifícios. Corpos pálidos e sem vida, vestígios de uma cerimônia ritualística, deixavam claro que algo muito mais sombrio estava em andamento na fazenda.




    O Guardião da Fé 96103e327d1dfe404a736af085ac4fce



    Enquanto explorava os terrenos, uma presença nefasta emergiu das sombras. O Barão Samedi, Loa da Morte, finalmente se revelou. Seus olhos penetrantes, carregados de malícia, encontraram os do Guardião, e uma risada grave ecoou pelo local.



    Trilha Sonora:



    O Guardião da Fé Barzeo10



    O Barão era uma presença sombria e encantadora, alimentando-se da morte e do sofrimento humano.

    O loa, através de seu hospedeiro mortal, dirigiu-se ao Guardião com uma risada macabra. "Ah, o defensor da fé. Que irônico, pois estou prestes a mostrar como a morte e a desolação são inevitáveis. Você não pode salvar essas almas perdidas, meu caro herói. Elas são minhas agora."

    O confronto era inevitável. O Barão Samedi concedeu a seu hospedeiro força sobre-humana, resistência acelerada e poderes mágicos sinistros. Marcos, mantendo sua fé inabalável, enfrentou o Loa com determinação. O Barão conjurava tentáculos de sombra para enredar o herói, que gerava luz para destruir os braços sombrios. Cada golpe desferido pelo Guardião era contra a escuridão que o Barão representava. A batalha atingiu um clímax enquanto o campo de visão era tomado por sombras dançantes e murmúrios sinistros.
    Barão Samedi, por meio de sua essência maligna, invocou nuvens de fumaça e escuridão, obscurecendo a visão do herói, enquanto o Barão provocava com sua voz sibilante: "Você não pode vencer a morte, Guardião. Ela é inevitável, assim como a minha vitória sobre você."

    No auge do confronto entre o Guardião da Fé e o Barão Samedi, as sombras dançavam em um duelo entre a luz divina e a escuridão profana. O Loa da Morte, com um sorriso sardônico, começou a fazer ofertas tentadoras ao herói.

    Barão Samedi: "Guardião da Fé, você é cego diante da verdade", proclamou o Barão Samedi. "Junte-se a mim, e eu lhe oferecerei poderes além da compreensão humana. Imortalidade, domínio sobre as sombras e a capacidade de moldar a realidade de acordo com seus desejos. Eu posso lhe oferecer dádivas que seu Deus lhe nega."

    O Barão Samedi destacava as fragilidades dos humanos, como a facilidade com que se entregavam aos vícios e corrupções, contrastando com a suposta indiferença dos deuses e loas em relação às vidas humanas.

    Barão Samedi: “Humanos são apenas brinquedos para forças superiores, por que servir a um Deus que abandona seus filhos?”

    Guardião da Fé: “Não meça meu Deus pela sua métrica, farsante! Meu Deus se fez carne e morreu por mim, diferente de você que apenas usa seus devotos como gado.”

    O Guardião, firme em sua fé e propósito, rejeitou as ofertas sombrias do Barão. "Meu compromisso é com a luz divina, e eu protegerei os inocentes da escuridão que você representa!"

    Em resposta à recusa do herói, o Barão Samedi lançou seu trunfo mais sinistro. Invocou dezenas de zumbis das sombras, seres vazios de vida e guiados pela vontade macabra do Loa. O campo de batalha se encheu com gemidos e grunhidos dos mortos-vivos, enquanto o Guardião lutava para manter sua posição.

    Cada ataque dos zumbis era uma lembrança cruel da fragilidade da vida e da influência corrompida que o mal exercia sobre a humanidade. No entanto, o Guardião perseverou, canalizando sua força divina para enfrentar a horda de criaturas sombrias.

    Após uma batalha intensa, o Guardião emergiu vitorioso, sua fé inabalada pela tentação das sombras. No entanto, o Barão Samedi, mesmo derrotado, riu sardonicamente.

    Barão Samedi: "Você pode ter vencido esta batalha, Guardião, mas lembre-se, eu conheço seus medos mais profundos. Eventualmente, eu encontrarei o caminho para o seu coração e o seduzirei para a escuridão."

    Com essas palavras, o Barão Samedi desapareceu em uma nuvem negra, deixando para trás um rastro de incertezas e a promessa de que a batalha entre a luz e as sombras estava longe de chegar ao fim. O Guardião da Fé, fortalecido por sua resistência à tentação, estava pronto para enfrentar os desafios futuros que o aguardavam nas profundezas das sombras.
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    O Guardião da Fé Empty Re: O Guardião da Fé

    Mensagem por Dovahkiin Seg Dez 11, 2023 10:03 am

    CAPÍTULO 9: DEMOCRACIA, O DEUS QUE FALHOU (parte 1: República das Bananas)



    Trilha Sonora:



    Marcos Santoro, o Guardião da Fé, seguia o rastro do Pó Zumbi até a República de San Esperanza, uma nação abençoada por vastos recursos naturais, mas amaldiçoada pela desigualdade e corrupção. Ao adentrar as fronteiras do país, ele testemunhou os males de uma democracia corrompida, onde a promessa de justiça social se transformou em um pesadelo de autoritarismo e exploração.


    OFF:



    A chegada de Marcos Santoro a San Esperanza foi marcada pela chocante realidade que se revelava diante de seus olhos. O cenário que se desdobrava contrastava brutalmente com as promessas de uma nação rica em recursos naturais, especialmente o petróleo.

    Ao caminhar pelas ruas, Marcos testemunhou a precariedade que assolava a população, um povo que deveria estar desfrutando dos frutos de suas riquezas. As condições de vida eram desoladoras, e o Guardião da Fé ficava perplexo com a desconexão entre a realidade e a narrativa oficial.
    Meninas menores de idade exibiam seus corpos nas ruas como garotas de programa, enquanto drogas ilícitas eram vendidas em becos e viaturas da polícia passavam, ignorando tudo isso.

    Armas eram proibidas para o povo, enquanto o crime organizado ostentava um armamento pesado, oprimindo a população indefesa. O medo pairava sobre as ruas, e a população estava à mercê da violência e da impunidade.
    Em dado momento, Marcos sentou-se em um banco da praça para pensar em seus próximos passos, quando veio um guarda e lhe alertou que uma taxa deveria ser paga para usufruir do banco da praça (cortesia do novo ministro da fazenda do atual governo).

    A opressão do governo era evidente. Clínicas de aborto, prostíbulos e “crackhouses” eram onipresentes.
    A população pobre, desprovida de direitos básicos, era mantida como refém em troca de programas sociais insuficientes, que apenas serviam para manterem os governantes eternamente no poder, utilizando das piores táticas presentes na democracia para tal. Era uma troca desigual, onde os governantes ofereciam migalhas em troca da submissão do povo.

    O choque de Marcos diante dessa situação despertou uma ira santa dentro dele. A injustiça, a opressão e a exploração eram flagrantes, e o Guardião da Fé sabia que sua missão em San Esperanza seria árdua, mas necessária para libertar o povo da escuridão que envolvia o país.

    As ruas sombrias de San Esperanza escondiam perigos desconhecidos, e o Guardião da Fé não tardou a se deparar com a manifestação mais visceral dessa ameaça. Enquanto seguia o rastro do Pó Zumbi, ele se viu cercado por um grupo de traficantes, homens armados até os dentes com uma disposição brutal.


    Spoiler:



    A luta que se seguiu foi feroz. O Guardião empregou sua força divina, seus poderes de cura e sua habilidade em combate, mas os traficantes estavam mais bem equipados e organizados do que ele poderia ter imaginado. As armas de grosso calibre disparavam em um ritmo ensurdecedor, enchendo o beco escuro com o eco de tiros e a aura de uma batalha intensa.

    Mesmo com a tenacidade do Guardião, a desvantagem em armamento era evidente. Ele lutava não apenas contra criminosos, mas contra um sistema que permitia que tais armas pesadas caíssem nas mãos erradas. Em meio ao caos, o herói enfrentou ferimentos graves, uma visão rara para alguém dotado de poderes divinos.

    Após uma troca intensa de golpes e tiros, o Guardião, gravemente ferido, conseguiu escapar por um triz, mergulhando em um beco próximo. Cada passo era uma batalha contra a dor e a exaustão. Finalmente, ao alcançar a relativa segurança do beco, a exaustão venceu, e o herói desmaiou, entregando-se à escuridão momentânea.

    O beco ficou em silêncio, exceto pelo eco distante dos passos dos traficantes que se afastavam. No chão frio e sujo, o Guardião da Fé jazia inconsciente, suas vestes vermelhas e azuis manchadas de sangue, uma testemunha silenciosa da batalha travada em nome da justiça em meio à depravação de San Esperanza.



    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



    O Guardião da Fé despertou em um ambiente simples, cercado por uma família humilde que, ao invés de temê-lo, decidiu ajudá-lo. Eles cuidaram de seus ferimentos, ofereceram-lhe alívio e expressaram sua gratidão pela coragem de enfrentar os traficantes que assolavam a cidade.


    O Guardião da Fé Famili10



    Enquanto o herói se recuperava, sendo servido de uma sopa de ossos com um pouco de carne de cachorro de rua, a família compartilhou com ele a dura realidade que enfrentavam diariamente. O atual presidente (Miguel Hernández da Silva, popularmente conhecido como “Miguelão), líder de uma facção de extrema esquerda, foi eleito prometendo erradicar a desigualdade, mas na prática, apenas reforçou a concentração de poder em suas mãos. Elas próprias se arrependem de terem votado nele, acreditando que seria diferente.
    Miguelão parecia um homem do povo, uma figura carismática e controversa. Nascido em uma família pobre, ele se envolveu na política desde jovem, destacando-se como líder sindical. Inspirado por líderes populistas, Miguelão ascendeu à presidência com promessas de justiça social e combate à desigualdade. Porém, após subir ao poder, demonstrou ser ainda pior que os governantes anteriores.



    O Guardião da Fé Miguel10



    Pesados impostos esmagavam os cidadãos, que viviam em uma constante luta para sobreviver com uma renda baixíssima.
    Elas também falaram sobre a aliança perigosa entre o presidente e “El Vigia” (Arthuro Morales, o principal ministro do órgão judiciário, conhecido como "Supremo Tribunal de Justiça de San Esperanza" (STJSE). Inicialmente um juiz respeitado, transformou-se em uma figura ditatorial, exercendo controle sobre as decisões judiciais e agindo além dos limites da legislação, sendo um homem que todos temem sequer mencionar, agindo como juiz, júri e executor em um flagrante abuso de seu poder). El Vigia passou a controlar o STJSE de maneira implacável, fazendo interpretações arbitrárias da lei para favorecer os interesses do presidente e consolidar seu próprio poder. Ele se tornou temido, sendo capaz de manipular julgamentos e impor sua vontade sobre a legislação.

    Apesar da população de San Esperanza ainda manter muito de sua fé católica, manifestações públicas de fé eram reprimidas. Catedrais foram fechadas e padres perseguidos e presos. O simples ato de rezar um rosário na rua podia resultar em prisão, e qualquer crítica ao governo ou questionamento era categorizada como propagação de Fake News ou discurso de ódio na internet. O próprio marido da dona de casa e pai das duas filhas fora preso recentemente apenas por comentar na internet que era contrário à recente legalização do aborto no país. Sua postagem foi enquadrada como discurso de ódio e ele foi sumariamente preso, sem julgamento.

    A mídia tradicional, paga pelo governo, ignorava os abusos de poder e apenas apoiava o partido, fazendo forte uso de artistas que ganhavam milhões para tal, enquanto o povo que os idolatrava, sem instrução, mal tinha acesso a necessidades básicas.

    Enquanto isso, os políticos desfrutavam de benefícios e uma riqueza extravagante que contrastava com a miséria circundante. Era uma realidade distorcida, uma caricatura cruel da promessa democrática que San Esperanza deveria representar.

    A família relatou histórias sombrias de desaparecimentos misteriosos de indivíduos (incluindo seus próprios vizinhos) que ousaram criticar o governo, uma prática sinistra que atentava contra a liberdade de expressão que o partido tanto dizia defender. O simples ato de questionar as ações do presidente poderia resultar em difamação pública, rotulando os críticos como fascistas, numa manipulação grotesca do conceito de "democracia".

    Aos olhos da família, o Guardião da Fé era uma esperança em meio à opressão. No entanto, eles alertaram-no sobre os perigos de enfrentar diretamente os traficantes, indicando que esses criminosos tinham vínculos com políticos de alto escalão que financiavam suas atividades. Esses políticos, apoiadores do governo, não hesitariam em retaliar contra qualquer ameaça à ordem estabelecida.

    A conversa abriu os olhos do Guardião para as complexidades e perigos de San Esperanza. Ele compreendeu que sua missão não era apenas combater os males evidentes, mas também desafiar um sistema corrupto que se alimentava da miséria do povo.

    Com a gratidão da família como inspiração, o Guardião da Fé agora entendia que sua luta em San Esperanza seria muito mais do que uma batalha física. Era uma luta pela verdade, pela justiça e pela liberdade, mesmo quando estas eram suprimidas em nome da “democracia”.




    _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________




    O Guardião da Fé, movido pela coragem e pela convicção de sua missão, enfrentou novamente os traficantes de San Esperanza. Dessa vez, ele estava mais preparado, determinado a desmantelar as conexões perigosas que ligavam o crime organizado à elite política do país.

    A batalha foi intensa, com o Guardião utilizando seus poderes divinos e habilidades aprimoradas para sobrepujar os criminosos. Ao final da luta, ele não apenas derrotou os traficantes, mas também obteve evidências incriminadoras que vinculavam esses criminosos a figuras políticas de alto escalão.

    Entretanto, a vitória do Guardião foi sombreada pelas palavras do líder derrotado. Em um riso de desdém, o traficante revelou que a justiça em San Esperanza estava corrompida até o cerne. A mídia, os juízes e a própria lei eram instrumentos nas mãos de El Vigia, um aliado crucial do presidente Miguel Hernández.

    O criminoso alertou o herói de que, ao desafiar o governo, ele havia assinado sua própria sentença de morte. As palavras finais foram um presságio sombrio: El Vigia encontraria o Guardião da Fé, não importasse onde ele se escondesse, destruiria ele, sua família, seus aliados, e o herói imploraria pela morte antes do final. O vigilante da justiça era agora considerado um inimigo da lei daquele país de valores distorcidos, uma ameaça aos interesses dos poderosos que controlavam as sombras de San Esperanza.

    Com medo da repercussão que seus atos poderiam causar, não apenas para si, mas inclusive para a família que o havia acolhido, o Guardião da Fé, ao retornar à casa da família que o salvou, deparou-se com uma cena desoladora. A residência simples estava agora vazia, as portas arrombadas, e marcas de uma invasão policial brutal eram evidentes. Mas o herói percebeu seu descuido: ele havia caído em uma armadilha.
    Ao sair da casa, foi cercado por homens armados da Polícia Federal de San Esperanza, usando a senhora e as jovens como reféns. Eles alertavam ao herói para largar o escudo e pôr as mãos na cabeça, e diziam que a família que o ajudara estava sob custódia da justiça, acusada de abrigar um criminoso e conspirar contra o governo.

    Antes que pudesse pensar em qualquer coisa, o Guardião foi interrompido por uma presença imponente. A figura alta de El Vigia emergiu das sombras, uma representação sinistra do controle ditatorial que mantinha San Esperanza sob suas garras.



    Trilha Sonora:



    O Guardião da Fé El_vig10



    El Vigia, com seus 1,90 metros de altura e voz de trovão, revelou conhecer a verdadeira identidade do Guardião da Fé. Sua voz ressoou com autoridade enquanto ele proclamava sua própria superioridade. A confiança de El Vigia era evidente, pois ele ordenou que os policiais se afastassem e disse que podia cuidar dele sozinho. Sua arrogância era tanta que ele disse que se o Guardião o derrotasse, libertaria a família e eles poderiam fugir do país.

    O confronto entre o Guardião da Fé e El Vigia foi inevitável. Em seu primeiro golpe, o punho do Guardião, ao invés de golpear o rosto do vilão, socava uma barreira invisível, quebrando seu pulso.
    Enquanto o inimigo ria, o Guardião sabia que não lhe restava tempo para se curar, e, ignorando a dor, tenta golpeá-lo com seu escudo, mas o inimigo voava rapidamente, afastando-se do golpe, revelando que ele não apenas ignorava as leis da constituição que dizia defender, mas a própria lei da gravidade. Aqui, ficava claro que de alguma forma, El Vigia possuía algum tipo de poder de manipulação da realidade.

    No embate, as habilidades do Guardião, por mais divinas que fossem, encontraram resistência nos poderes formidáveis do super vilão. Além disso, com um mero pensamento do Vigia, a mente do guardião parecia prestes a explodir, e ele não conseguia diferenciar a realidade das ilusões malignas que eram geradas em sua cabeça.

    A manipulação da realidade e os ataques mentais do líder supremo de San Esperanza provaram ser um desafio insuperável. No final do confronto, o Guardião da Fé foi derrotado, deixando uma nuvem de incerteza pairando sobre o seu destino. El Vigia triunfou, consolidando ainda mais seu domínio sobre o país, e o futuro do herói tornou-se um enigma em meio às sombras da tirania.

    As últimas palavras que o Guardião ouve antes de desmaiar eram proferidas pela voz grave do inimigo:

    “A democracia venceu!”
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    O Guardião da Fé Empty Re: O Guardião da Fé

    Mensagem por Dovahkiin Ter Dez 12, 2023 6:07 pm

    CAPÍTULO 10: DEMOCRACIA, O DEUS QUE FALHOU (parte 2: Demagogia):



    Trilha Sonora:



    Em seu livro “A República”, Platão expressou críticas significativas à democracia. Entre elas estavam a inaptidão de pessoas sem conhecimento adequado e competência para escolherem candidatos qualificados, o fato da opinião pública ser facilmente manipulada, os riscos de anarquia, desordem e instabilidade social advinda de conflitos e desunião, bem como preocupações com liberdades excessivas, permitindo que paixões e vícios individuais influenciassem demais as decisões políticas, o que poderia levar a um caos moral.
    Cerca de 400 anos depois, um péssimo exemplo do pior lado da democracia ocorreu em Jerusalém.
    A cena remete a um episódio bíblico que ecoa através dos séculos: o momento em que o governador romano Pôncio Pilatos, diante do povo reunido, apresenta a escolha entre a libertação de Jesus de Nazaré e um criminoso conhecido como Barrabás.



    O Guardião da Fé Jesus-or-barabbas



    Em um pátio público, a multidão fervilhante se aglomerava, cada pessoa representando uma voz na decisão coletiva. Pilatos, com sua autoridade romana, coloca diante deles uma escolha que transcende o destino de dois homens, refletindo as complexidades da vontade popular e as consequências imprevisíveis de uma decisão democrática.

    "Povo de Jerusalém", proclama Pilatos, "vocês têm diante de si dois prisioneiros. Como é costume nesta época da Páscoa, um deles será libertado. Quem vocês querem que eu solte para vocês: Jesus, chamado de Cristo, ou Barrabás, o criminoso?"

    A resposta da multidão ecoa com uma decisão surpreendente. O clamor por Barrabás se intensifica, uma escolha que ressoa com as complexidades e contradições inerentes à vontade popular. A narrativa ressaltava a ironia de como, mesmo diante da presença do Messias, o povo escolheu libertar um criminoso.

    "Disseram-lhe eles: 'Liberte Barrabás!' Pilatos perguntou: 'Que farei então com Jesus, chamado Cristo?' Responderam todos: 'Seja crucificado!'"

    Essa reminiscência histórica serve como um ponto de partida para a reflexão sobre o papel da democracia, suas virtudes e falhas, e como as escolhas populares podem moldar o curso da história de maneiras inesperadas, e que de forma alguma, a democracia deve ser isenta de críticas.




    *******************************************************************************************************************************************************************************************************



    Em alguma prisão federal de segurança máxima para super vilões em algum lugar de San Esperanza, dias atuais.



    Tal como Cristo dois milênios atrás, o chamado Guardião da Fé também via-se preso injustamente. A cela era fria e úmida, as paredes de concreto pareciam fechar-se sobre Marcos Santoro. A sensação de confinamento era palpável, assim como a incerteza pairando no ar. Ele estava só, mergulhado em seus pensamentos, quando a voz de El Vigia ecoou na escuridão.



    Trilha Sonora:



    O Guardião da Fé El_vig11



    O eco dos passos de El Vigia reverberava no corredor frio da prisão enquanto ele se aproximava da cela de Marcos Santoro. Os olhos do Guardião da Fé se ergueram, encontrando o olhar penetrante de seu adversário.

    El Vigia: (Com um sorriso sutil) Guardião da Fé, ou deveria chamá-lo de Marcos Santoro? Sua história é fascinante, uma narrativa de convicções inabaláveis. (Ele se aproximou das grades, observando Marcos com curiosidade.) Sabe, leio mentes como você lê um livro. Conheço cada página da sua vida.

    Marcos permanecia em silêncio, seus olhos transmitindo uma mistura de determinação e apreensão. El Vigia, imponente, estava do outro lado das grades, observando Marcos com olhos penetrantes. Seus poderes mentais eram uma ferramenta poderosa, capaz de desvendar os segredos mais profundos.

    El Vigia: (Cruzando os braços)" Você é um homem interessante. Li sua mente, conheço sua história, seus laços com “uma certa fraternidade ortodoxa” e é claro, sua mãe, Maria, bem como suas irmãs, e como elas o abrigaram, mesmo após você ser considerado um criminoso procurado no Equador.
    Porém, não estou dizendo isso para intimidá-lo. Você está aqui por uma razão, Marcos. San Esperanza precisa de ordem, de uma mão firme para guiar seu destino. Eu sou essa mão. (Ele apontou para o entorno da cela.) Veja a desordem, a corrupção, o caos. Tudo isso pode ser corrigido.”

    Marcos mantinha-se em silêncio, e El Vigia continua:

    El Vigia: Veja bem, somos um país de terceiro mundo com uma economia à frente de diversas super potências, mas o que eles têm que nós não temos? Super-heróis! Poderíamos ter a nossa própria liga de paladinos da justiça como os EUA, e nós dois, juntos, seríamos os fundadores dela.

    Marcos finalmente falava: Uma liga de super heróis corruptos você quer dizer, não espere que eu faça parte disso.

    El Vigia: Oras, você realmente acredita que os "Supers" são verdadeiros paladinos cheios de honra e valores? Eles são financiados por governos corruptos e possuem segredos embaraçosos que destruiriam suas reputações caso revelados. Mas mesmo assim, eles são um farol para as massas ignorantes seguirem. Para quê levar seus ideais ultrapassados de moralidade e fé tão a sério quando você poderia ser o maior super herói da América Latina? Pense nos milhões que o idolatrariam. Você seria um ícone. Seria famoso e rico, poderia até mesmo mudar a vida de pobreza de sua família!

    Marcos: ... Você realmente acredita que vai me convencer com promessas de riquezas materiais e orgulho? As riquezas que junto não são desta vida e o único a quem eu tento orgulhar não pertence a este mundo.

    El Vigia, enquanto fitava os olhos de Marcos Santoro através das grades da cela, decidiu compartilhar um capítulo sombrio de seu próprio passado. Sua voz ecoou no ambiente austero da prisão, carregada de revelações que lançariam luz sobre sua verdadeira origem.

    El Vigia: Muito comovente, mas um tanto cringe. Mas será que você sempre foi esse bastião de moral e bons costumes?! Eu estudei sua história a fundo e posso afirmar que não, mas isso não é nada para se envergonhar.

    El Vigia então começava a caminhar em torno da cela, fechando os olhos, como que se lembrando de algo ocorrido há muito tempo.

    El Vigia: (Com uma expressão grave) Você, Marcos, não é o único com um passado embaraçoso. Meu sangue é impregnado com experimentos realizados na Alemanha na primeira metade do século passado.

    Ele começou a narrar, delineando a história que havia moldado a sua existência.

    El Vigia: (Com um olhar nostálgico) Meu avô, um soldado fiel da Alemanha, deu sua vida pelo regime Nacional-Socialista. Ele próprio se ofereceu como cobaia para experimentos, buscando criar um super soldado que serviria às ambições do regime.

    Marcos ouvia atentamente, reconhecendo a seriedade das revelações.

    El Vigia: (Pausando por um momento) A guerra terminou, mas nós perdemos. Minha família fugiu, escapando para este fim de mundo, escondendo nosso nome e nossa herança. Meu pai teve de se casar com uma latina de linhagem inferior e esconder nosso sobrenome, mas eu herdei os poderes que foram forjados naquela época de glória. Uma época onde um líder brilhante e eleito democraticamente foi um legítimo herói, ao passo que hoje eu preciso me envergonhar de admirá-lo.

    Ele começou a traçar paralelos entre o passado de sua família e a situação atual de San Esperanza.

    El Vigia: (Com um olhar penetrante) Você vê, Marcos, há uma semelhança inquietante entre a instabilidade da II Guerra e a turbulência que assola este país. A necessidade de uma liderança forte, de uma mão firme para evitar que as chamas do caos se alastrem.

    Marcos absorvia as palavras, compreendendo a perspectiva que El Vigia estava tentando apresentar.

    El Vigia: (Com convicção) San Esperanza precisa ser moldada por alguém que conhece a história, alguém que entende a natureza volúvel da humanidade. Eu sou esse alguém.

    O peso das revelações pairava no ar, deixando Marcos Santoro diante de uma encruzilhada que transcendia o embate político e se entrelaçava com os fantasmas do passado. O desafio agora era discernir entre a manipulação retorcida de El Vigia e a verdade que permeava cada palavra proferida naquela cela fria e silenciosa.

    “Ofereço-lhe uma escolha, Marcos", disse El Vigia, sua voz ressoando na cela. "Você pode se unir a mim, aceitar a ordem que estabeleci em San Esperanza e ser meu braço direito.”

    Marcos: (Com firmeza) O que você chama de ordem é uma ditadura disfarçada. Não vou compactuar com a sua opressão.

    El Vigia: (Rindo suavemente) Ah, mas você não compreende. Esta é a única forma de manter o equilíbrio. As massas são volúveis, incapazes de guiar a si mesmas. Precisam de um líder forte, de alguém que saiba o que é melhor para elas, um populista que saiba como guiar o povo.

    Marcos: (Olhando nos olhos de El Vigia) O que você propõe é uma traição aos princípios mais fundamentais da justiça e da liberdade.

    El Vigia: (Com um olhar calculista) E o que você propõe? Defender ideais que só levam ao obscurantismo e à estagnação da sociedade? Suas crenças são um obstáculo para o progresso que San Esperanza merece.

    Marcos: (Com convicção) Progresso às custas da liberdade e da moralidade não é progresso. Não vou me curvar a seus caprichos autoritários... e se você fosse minimamente informado, saberia que se não fosse pela Igreja católica, nem mesmo teria se formado em sua universidade fajuta e provavelmente estaria praticando rituais de antropofagia em alguma cabana sem acesso a luz elétrica ou sistema de esgoto.

    El Vigia: (Sorrindo) Entendo sua teimosia. Mas saiba que a vida e liberdade de sua família e daqueles que você jurou proteger estão em jogo. Faça a escolha certa, Marcos. (Ele se afastou, deixando a ameaça no ar.)

    Marcos sentiu um aperto no coração, uma angústia indescritível. A imagem de sua mãe, a comunidade que o acolheu e a fé que sustentava sua existência passaram como flashes diante de seus olhos.

    Enquanto deixava a cela, El Vigia virou-se uma última vez e proferiu uma última ameaça:

    "Você tem 24 horas para decidir, Marcos. Pese bem suas opções. O destino de sua família está em suas mãos", advertiu El Vigia, antes de se retirar, deixando Marcos sozinho na cela.

    As lágrimas escorriam pelo rosto de Marcos enquanto ele ponderava sobre o dilema imposto. A pressão era avassaladora, mas a chama da fé que ardia em seu peito resistia. Ele sabia que a decisão seria difícil, mas também compreendia que trair suas convicções seria trair a si mesmo e àqueles que acreditavam nele. O tempo estava correndo, e as próximas 24 horas seriam cruciais para o destino não apenas do Guardião da Fé, mas de toda San Esperanza.




    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



    Enquanto Marcos Santoro estava mergulhado em seus pensamentos na solitária cela, a atmosfera carregada de tensão foi interrompida por uma presença sinistra. A penumbra pareceu engrossar quando a figura do Barão Samedi, o loa da morte, materializou-se diante dele. O espírito ancestral emanava uma aura de poder sombrio, seus olhos faiscavam com um brilho penetrante.



    Trilha Sonora:



    O Guardião da Fé Barzeo11



    Barão Samedi: (Com um sorriso sedutor) Olá, meu caro. Parece que nossos caminhos se cruzaram novamente.

    O loa da morte relembrou o último encontro deles, ressuscitando as memórias do confronto anterior.

    Barão Samedi: (Com uma risada grave) Você está aqui, na prisão, à mercê dos caprichos dos mortais. Mas eu posso libertá-lo, conceder-lhe o poder necessário para escapar desta jaula miserável.

    Samedi circundava a cela, sua presença fazendo com que sombras dançassem nas paredes frias.

    Barão Samedi: (Com um tom tentador) Você é leal a um Deus que o abandonou aqui. Por que persistir em sua devoção, quando eu ofereço uma libertação tão fácil? Junte-se a mim, Marcos. Seja livre.

    As ofertas do loa eram tão tentadoras quanto perigosas, ecoando paralelos com antigas passagens bíblicas.

    Marcos Santoro: (Com firmeza) Eu rejeito suas ofertas, Barão Samedi. Meu Deus não me abandonou. Ele está presente mesmo nas sombras deste lugar.

    O Guardião resistiu à sedução do loa, recusando-se a ceder à tentação. Barão Samedi, em resposta, soltou uma risada profunda e irônica.

    Barão Samedi: (Com um tom zombeteiro) Você selou seu próprio destino, Marcos. Veremos quanto tempo seu Deus ficará ao seu lado nesta jornada sombria.

    Com um último sorriso, o loa da morte se dissolveu nas sombras, deixando Marcos em sua cela, agora imerso nas reflexões sobre suas escolhas e o desafio que se estendia diante dele.



    ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________




    Trilha Sonora:



    A cela sufocante parecia cerrar-se em torno de Marcos Santoro, enquanto as horas escorriam inexoravelmente em direção ao desfecho de sua provação. O peso da responsabilidade pressionava seus ombros, e o desespero ameaçava engolfá-lo. Imagens da família dançavam em sua mente, vinculadas ao fio tênue de sua decisão iminente.

    Enquanto estava aprisionado na cela, imerso na iminência de um destino sombrio, o Guardião da Fé se viu envolto por um turbilhão de lembranças. Em meio às sombras que cercavam seu presente, uma luz do passado emergiu, e a figura amada de seu falecido pai, Juan Santoro, surgiu em sua mente.

    A cena se desenrolava em um humilde lar equatoriano, onde o pequeno Marcos Santoro, de olhos curiosos e coração puro, observava seu pai com admiração. Juan, um homem simples, porém cheio de sabedoria e piedade, sentou-se ao lado do filho, envolvendo-o com ternura.

    — Marcos, meu filho, em tempos difíceis, quando parece que todas as portas estão fechadas, quando o coração está pesaroso e a esperança se esvai, há uma oração que sempre pode acender a luz nas trevas da alma — disse Juan, olhando nos olhos do pequeno Marcos com um amor profundo.

    O pai começou a recitar a oração a São Judas Tadeu, o Santo das Causas Perdidas. Cada palavra era entoada com devoção, como uma melodia que ecoava não apenas naquele momento, mas em todas as dimensões do tempo.

    Marcos, com sua inocência infantil, absorvia cada sílaba. Seu pai continuou a explicar o significado e a importância da fé, mostrando que, mesmo nas circunstâncias mais desesperadoras, ele poderia encontrar uma esperança que vai além da esperança.

    A lembrança atingiu seu ápice quando Don Miguel incentivou Marcos a repetir a oração junto com ele. As vozes, a do pai e a do filho, se entrelaçavam em uma sintonia celestial. O ambiente estava impregnado de uma energia transcendental, como se São Judas Tadeu estivesse presente naquele cômodo simples.

    A cena ressoava com emoções profundas, a conexão entre pai e filho, a transmissão de uma herança espiritual. As lágrimas escorriam pelos olhos de Marcos, não de desespero, mas de gratidão por ter sido abençoado por um pai que o guiou não apenas pelos caminhos da vida, mas também pelos caminhos da fé.

    A lembrança, tão intensamente vívida na prisão, reforçou a crença do Guardião da Fé na força redentora da oração e da esperança. Ele compreendeu, mais do que nunca, que, mesmo quando as causas parecem perdidas, a fé genuína pode ser a luz que guia o caminho através das trevas.

    Marcos Santoro: (Em um sussurro, com lágrimas nos olhos) São Judas Tadeu, patrono das causas impossíveis, peço sua intercessão neste momento sombrio. Guie-me, proteja minha família e a Fraternidade, bem como a família inocente que foi presa por me abrigar.

    Nesse momento de transcendência, Marcos Santoro, de pé, ergue os olhos para o alto e entoa a antiga oração. O pedido fervoroso pela intercessão divina parece invocar uma força além da compreensão humana.

    Com todo o fervor de sua alma, Marcos começou a recitar a oração. Cada palavra era uma prece carregada de sinceridade e desespero, elevando-se além das grades de ferro de sua prisão física.


    São Judas Tadeu,
    Glorioso Apóstolo,
    Fiel servo e amigo de Jesus!
    A Igreja vos honra e invoca por todo o mundo
    como Patrono dos casos desesperados
    e dos Negócios sem remédio.
    Rogai por mim que estou desolado.
    Eu vos imploro, fazei uso do privilégio
    Que tendes de trazer socorro imediato,
    Onde o socorro desapareceu quase que por completo.
    Assiste-me nesta grande necessidade,
    Para que eu possa receber as consoloações e auxílio
    Do céu em todas as minhas precisões, tribulações e sofrimentos.
    São Judas Tadeu, lembrar-me-ei sempre deste grande favor
    E nunca deixarei de vos louvar e honrar como meu especial
    E poderoso patrono
    E fazer tudo que estiver ao meu alcance
    Para espalhar a Vossa devoção por toda parte.


    Amém


    São Judas Tadeu rogai por nós.




    E assim, Marcos permaneceu orando, enquanto as 24 horas se passavam como grãos de areia em uma ampulheta na mão da ceifadora de capuz.

    Na última hora antes do prazo se esgotar, um milagre se desenrola. A cela, que parecia ser um cofre intransponível e escuro, é subitamente preenchida por uma luz radiante, uma luz que não provinha de fonte terrena, atravessando as paredes reforçadas. O ambiente torna-se etéreo, e o próprio El Vigia é momentaneamente surpreendido pela manifestação do sagrado e decide investigar.

    As correntes que o aprisionavam começaram a se desfazer como se fossem fios de aranha soprados pelo vento de uma intervenção divina. A cela, que antes parecia um túmulo de desespero, transformou-se em um santuário momentâneo. Marcos, agora livre de suas amarras, sentiu um calor reconfortante envolvê-lo, dissipando as sombras que o cercavam. Era como se a própria mão de São Judas Tadeu o conduzisse para fora da prisão.

    A luz intensifica-se, transformando-se em uma energia celestial que envolve o Guardião da Fé. Um escudo espiritual se forma ao seu redor. O Guardião podia ver através das paredes, como se fossem transparentes e encontrava a família que o havia ajudado em uma cela não muito longe. Ele corria por entre as paredes, atravessando-as como se fossem ilusões, até alcança-los. Aqueles não eram poderes que ele havia recebido em Roma, era uma benção especial e ele não sabia quanto tempo duraria.

    Marcos Santoro: (Olhando para o alto, com gratidão) Obrigado, São Judas Tadeu. Sua ajuda foi um milagre em meu momento mais sombrio.

    A cena, repleta de emoção e transcendência, testemunhou a força da fé sobrepondo-se à adversidade. O milagre que libertou Marcos não foi apenas um escape físico, mas uma manifestação da crença inabalável na intercessão divina, uma prova de que, mesmo nas causas aparentemente perdidas, a esperança e a fé podiam acender a luz da redenção.



    Trilha Sonora:




    Ao tocar as mulheres, ele percebeu que poderia transferir temporariamente seus dons a elas, então ele as guia para fora da prisão. Não muito longe, ele podia ouvir passos de policiais e disparos que os atravessavam sem deixar ferimentos, como se eles fossem fantasmas.
    Porém, a pior parte era quando ele percebia El Vigia se aproximando. A realidade parecia líquida ao redor do vilão. Paredes se abriam como portas para que ele passasse.

    As palavras sinistras de El Vigia ecoavam pela cela, tentando penetrar na mente do herói, desafiando-o a voltar e enfrenta-lo novamente. Contudo, o Guardião da Fé permanecia inabalável, resistindo às investidas mentais do antagonista, cujos poderes mentais agora eram repelidos pelo escudo espiritual em volta do herói e das mulheres.

    El Vigia, inicialmente confiante em seus poderes, se vê confrontado por algo além do alcance de sua compreensão. O Guardião da Fé, alimentado pela fé resgatada e pela luz divina, avança com determinação.

    El Vigia tenta distorcer a realidade anulando o estranho escudo que ele não conseguia compreender, mas a proteção espiritual do herói se mantém firme. O confronto atinge seu ápice quando o Guardião da Fé, com uma convicção inabalável, declara: "Minha esperança vai além da esperança, pois encontrei a luz que transcende o mundano."

    Com essas palavras de fé, Marcos Santoro canaliza uma energia ancestral que lhe permite realizar uma explosão de luz divina irradia de seu ser, ofuscando temporariamente El Vigia. Em um momento de triunfo, o Guardião da Fé supera as limitações impostas e emerge vitorioso.

    Ao cair de joelhos diante da presença divina, El Vigia é confrontado não apenas por seu oponente, mas por algo além do entendimento humano. O Guardião da Fé, erguendo-se como um símbolo de resistência, proclama: "Nenhuma sombra pode extinguir a luz da verdade. Minha fé é inquebrantável, pois meu Deus é invencível e San Esperanza será livre."

    El Vigia parecia impotente, como Xerxes quando foi ferido por Leônidas, que provava assim que o autoproclamado “Rei-deus” sangrava e era um homem comum como qualquer outro. O choque foi tamanho que ele pegava a arma de um dos policiais ao seu lado e disparava na própria cabeça, encerrando assim o ciclo que havia começado com seu avô.

    Em meio à luminosidade transcendental, o Guardião da Fé triunfa sobre as trevas que ameaçavam engolir a nação. A esperança renasce, e o herói, fortalecido por uma força superior, se torna a personificação da crença de que, mesmo nas situações mais sombrias, a luz da fé pode guiar o caminho para a redenção.




    Trilha Sonora:
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    Mensagem por Dovahkiin Sáb Dez 23, 2023 2:23 pm

    CAPÍTULO 10: CICLO DE ÓDIO



    Trilha Sonora:



    Em 12 de fevereiro de 1542, o explorador espanhol Francisco Orellana (1490-1550), vindo do Peru por via fluvial, atingiu o Rio Amazonas, então chamado de Rio Grande, Mar Dulce ou Rio da Canela. Foi o primeiro europeu a navegar o rio Amazonas.
    Foi por esse tempo que a expedição soube, pelos índios locais, da existência das “amazonas”. Eles teriam então recomendado que:


    (…) se fossemos ver as amazonas, que chamam na sua língua coniupuiara, que quer dizer grandes senhoras, que víssemoa o que fazíamos, porque éramos poucos e elas muitas, e que nos matariam. Que não parássemos em sua terra (…)



    À medida que desciam rio, os espanhóis passaram por muitas aldeias tributárias das Amazonas, até que no dia 24 de junho teria ocorrido o violento encontro com as índias guerreiras.


    (…) Estas mulheres são muito alvas e altas, com o cabelo muito comprido, trançado e enrolado na cabeça. São muito membrudas e andam nuas em pelo, tapadas as suas vergonhas, com os seus arcos e flechas nas mãos, fazendo tanta guerra como dez índios. E em verdade houve uma destas mulheres que meteu um palmo de lecha por um dos bergantins, e as outras um pouco menos, de modo que os nossos bergantins pareciam porco espinho (...)


    Querendo saber mais a respeito das “amazonas”, conta Carvajal que Orellana capturou um indígena e lhe fez muitas perguntas:


    (…) Disse o índio que eram umas mulheres que residiam no interior, a umas sete jornadas da costa. Perguntou o Capitão se estas mulheres eram casadas e o índio disse que não. (…) Perguntou o Capitão se estas mulheres eram muitas. Disse o índio que sim, e que ele sabia, pelo nome, setenta aldeias (…). Perguntou o Capitão se estas aldeias eram de palha. Disse o índio que não, mas de pedra e com portas, e que de uma aldeia a outra iam caminhos cercados de um e outro lado e de distância em distância com guardas, para que não possa entrar ninguém sem pagar direitos.
    (...) Perguntou-lhe o Capitão se estas mulheres pariam. Disse o índio que sim. Perguntou o Capitão como emprenhavam não sendo casadas, nem residindo homens com elas. Ele disse que estas índias copulavam com índios de tempos em tempos (...) e depois quando vem o tempo de parir, se têm filho o matam (...) ; se é filha, a criam com grande solenidade e a educam nas coisas de guerra.
    Disse mais que entre todas estas mulheres há uma senhora que domina e tem todas as demais debaixo da sua (..) que se chama Conhorí. Disse que há lá imensa riqueza de ouro e prata, e todas as senhoras principais e de maneira possuem um serviço todo de ouro ou prata, e que as mulheres plebeias se servem em vasilhas de pau, exceto as que vão ao fogo, que são de barro. Disse que na capital e principal cidade, onde reside a senhora, há cinco casas muito grandes, que são adoratórios e casas dedicadas ao Sol (…) e que os tetos são forrados de pinturas de diversas cores. Nestas casas tem elas ídolos de ouro e prata em figura de mulheres, e muitos objetos de ouro e prata para o serviço do Sol. Andam vestidas de finíssima roupa de lã, porque há nessa terra muitas ovelhas das do Peru [vicunhas]. Seu traje é formado por umas mantas apertadas nos peitos para baixo, o busto descoberto, e um manto atado na frente por uns cordões. Trazem os cabelos soltos até ao chão e, na cabeça, coroas de ouro, da largura de dois dedos. (Carvajal, p.65-67)


    O corsário inglês Walter Raileigh (1552 ou 1554 -1618) também se aventurou pela Amazônia em 1617. Em seus relatos, menciona a existência de animais mitológicos e criaturas fantásticas nas terras amazônicas. Acreditou ter encontrado o tão buscado El Dorado, a cidade toda feita de ouro maciço e puro, na região do delta do rio Orinoco, na Venezuela. Raleigh menciona as amazonas que, segundo ele, viviam próximo à Guiana. Seu relato é ilustrado por xilogravura que reforça o imaginário europeu sobre as mulheres guerreiras. A imagem mostra o único momento de encontro das amazonas com homens das regiões vizinhas com o objetivo principal de procriação.



    O Guardião da Fé Amazonas



    Ao ser informado do relato, o rei Carlos V da Espanha ficou tão impressionado que assim deu o nome ao rio – Amazonas, nome que também se estendeu à maior floresta equatorial do mundo que o cerca.


    *******************************************************************************************************************************************************************************************************



    O calor sufocante e os sons únicos da selva amazônica cercavam o Guardião da Fé enquanto ele avançava através do denso emaranhado de árvores e vegetação, guiado por um nativo local. A trilha deixada pelos traficantes do Pó Zumbi o levava mais fundo na floresta, para um lugar onde lendas e mitos antigos pareciam colidir com a realidade cinzenta do mundo pós moderno.

    Ao chegar a uma clareira, o que ele testemunhou o deixou perplexo. Os traficantes, que antes se moviam com crueldade pela região, agora estavam caídos, mortos de uma maneira que parecia além da explicação racional. Marcas e símbolos estranhos decoravam o local, indicando um ritual macabro. Seus órgãos sexuais pareciam ter sido arrancados com brutalidade e não eram encontrados em lugar algum.

    Enquanto investigava os arredores, Marcos percebeu movimento nas sombras. Figuras esguias e poderosas emergiram, suas peles brilhando com tinta dourada. Eram as Amazonas, guerreiras ferozes e misândricas que guardavam os segredos mais profundos da Amazônia.

    A aparente líder das Amazonas revelou-se diante do Guardião da Fé. Seu olhar penetrante carregava uma mistura de desdém e hostilidade.



    Trilha Sonora:




    O Guardião da Fé Anaxil10



    O guia de Marcos, em uma traição inesperada, se afastava do herói, ajoelhando-se ante a líder guerreira, dizendo que havia trazido o “intruso” para elas, olhando-as de baixo para cima, como um cão implorando por uma migalha de seu dono.

    A guerreira olhava para ele com um sorriso cínico:

    Amazona: Muito bem, agora seu prêmio.

    Então, em um movimento tão veloz e preciso que Marcos mal podia acompanhar, decapitava o pobre homem com um único golpe de sua espada.

    Amazona: Esse é o pagamento a qualquer homem que ouse olhar uma amazona nos olhos.

    Então, ela apontava sua espada para o Guardião da Fé, cercado pelas guerreiras, mal acreditando na malícia da bela mulher à sua frente.

    Amazona: (Com uma risada cruel) Então, um homem se aventura em nossa terra sagrada. Você não aprendeu nada com a história, intruso?

    Marcos Santoro: (Pronto para o confronto) Vim acabar com o mal espalhado pela região. O Pó Zumbi deve ser detido.

    Amazona: (Zombando) Ah, homens sempre achando que podem nos controlar. Não viemos para o "mundo dos homens" pelo pó zumbi. Viemos para livrar a Amazônia da praga chamada humanidade.

    Então, com um único gesto da líder, as amazonas guerreiras atacavam o herói em sincronia.



    *******************************************************************************************************************************************************************************************************



    Trilha Sonora:



    Em sua crônica da viagem, publicada nas “Memórias da Academia de Ciências”, o cientista e explorador francês Charles-Marie de La Condamine (1701-1774) narra o caso de um soldado francês que teria avistado pedras verdes — os muiraquitãs — no pescoço de índias da terra das “mulheres sem maridos”. Esse vestígio material era o que faltava para legitimar a tese, num tempo em que a ciência se apoiava muito em provas concretas.

    Outros Relatos sobre a existência de amazonas na América foram coletados por cronistas espanhóis e portugueses:

    Diego D’Almagro, conquistador do Chile, registra, em 1535, que índios daquela região afirmaram que havia uma vasta terra, acima de dois grandes rios, habitada só por mulheres, cuja rainha era chamada de Gauboymilla.

    Pero de Magalhães Gandavo, em 1576, chamava ao grande rio Maranon de rio das Amazonas, comprovando a divulgação deste mito.

    Gabriel Soares de Souza, em 1587, relata que os índios Ubirajara, do sertão da Bahia, informaram que “sempre tem guerra com umas mulheres que dizem ter uma só teta, que pelejam com arco e flecha, e se governam e regem sem seus maridos, como se diz das Amazonas”.

    Cristóbal de Acuna, em 1639, informa que, no vice-reinado de Nova Ganada (Colômbia), na cidade de Patos, indígenas de diferentes nações afirmaram a existência de terras povoadas só por mulheres.



    *******************************************************************************************************************************************************************************************************



    O Guardião da Fé se via de pé ante diversas guerreiras caídas. Ele parecia exausto e curava seus ferimentos com seu poder, ainda sem tirar os olhos da líder das amazonas, que agora sorria libidinosamente ao vê-lo vitorioso ante suas irmãs.

    Amazona: Ora ora, desde os tempos mitológicos na Grécia Antiga eu não via um único homem derrotar diversas amazonas sozinho. Você é um semideus?

    Guardião da Fé: Sou apenas um homem a serviço do Deus único. Quem são vocês e o que desejam de mim?

    Amazona: Ainda não percebeu? Infelizmente, apesar de se provar um excelente guerreiro, seu intelecto não é superior ao dos outros homens. Somo as Amazonas, mulheres que desde os tempos antigos, resolveram viver longe da tirania dos homens. Muitos acreditam que somos apenas lendas, outros que fomos extintas, e os últimos não estão muito longe da verdade. Após a péssima decisão de Pentesiléia de apoiarmos Troia contra os Gregos, da derrota humilhante de Hipólita pelas mãos de Hércules e da perda de seu cinturão, da trágica expedição à Ilha de Leuke, onde foram depositadas as cinzas de Aquiles, onde o próprio fantasma do herói surgiu, assustando nossos cavalos e fazendo com que eles próprios matassem nossas irmãs pisoteadas, decidimos abandonar de vez o mundo “civilizado” dos homens, vindo parar nas terras selvagens do Ocidente. Infelizmente, aqui também haviam homens, de costumes e modos tão ou ainda mais sexistas que os homens além do oceano, mas para nossa sorte, eles não compartilhavam da inventividade e organização daqueles, de forma que pudemos viver em paz por aqui, usando-os e descartando-os como eles mereciam. Fomos as primeiras a encontrar o mítico El Dorado, massacramos seus habitantes e sua sociedade patriarcal e o tornamos a Nova Themyscira. E assim vivemos como as legítimas herdeiras dos deuses nesta terra, até que os malditos europeus cristãos desbravassem os oceanos e descobrissem as Américas.

    Após uma pausa, ela continuava:

    Amazona: Então, tivemos mais uma vez de colocar nosso orgulho de lado e fazermos um pacto com uma divindade masculina, Apu Inti, o deus sol Inca, que perdeu seus seguidores após a colonização espanhola e agora desejava novamente ter suas “Virgens do Sol” adorando-o. Com o auxílio divino de Inti, nossas sacerdotisas criaram uma barreira mística que nos protegia dos porcos chauvinistas, mas ainda éramos obrigadas a ter contato íntimo com os mesmos para gerar mais guerreiras. Assim, selecionamos apenas os melhores guerreiros para tal, e você seria o espécime perfeito para gerar comigo a rainha guerreira da próxima geração, para guiar as amazonas em nossa revolução contra o Mundo dos Homens. Hoje a sociedade está muito mais aberta às nossas ideias e não será difícil convencer a maioria das mulheres do planeta a assassinarem seus maridos, matarem seus filhos masculinos ainda no ventre e reduzirmos a população masculina a apenas 10% apenas para fins de procriação e trabalhos braçais, que já é mais do que os homens merecem.

    Guardião da Fé: Infelizmente terei de rejeitar a proposta. Eu me comovo com a trágica história de suas “irmãs”, mas vocês são criaturas ainda mais sórdidas que aqueles contra quem dizem se defender e não me submeterei a supremacistas misândricas como vocês.

    Amazona: (sorrindo) e quem disse que você tem alguma escolha? A propósito, me chamo Anaxilea, mas pode me chamar de alteza...

    Então, avançava com armas em punho com tanta rapidez e força que o herói mal tinha tempo de se defender. E assim se iniciava o combate.



    Trilha Sonora:


    O Guardião mal conseguia defender o golpe de espada com seu escudo, sendo empurrado vários metros floresta adentro, quando uma joelhada da inimiga em seu abdome feria gravemente suas costelas. Em retaliação, o Guardião golpeava o rosto da inimiga com seu escudo. O nariz dela sangrava, e enfurecida, ela o segurava e subia com o Guardião em direção aos céus, mostrando que ela podia voar em grande velocidade.

    Lá de cima ele podia contemplar as maravilhas da floresta amazônica, mas estava ocupado demais tentando permanecer vivo. Anaxilea o segurava pela garganta, ameaçando soltá-lo caso ele continuasse se negando a dar-lhe uma filha. Ele segurava a mão da mulher e lhe aplicava uma submissão em pleno ar.

    Anaxilea, já se cansando-se da resistência do herói, voava em alta direção contra as árvores mais altas da floresta. Sem muita escolha, o Guardião se soltava dela no último instante, caindo por diversos metros, enquanto ela se chocava ferozmente com grandes árvores, destruindo-as como se fossem de isopor. Ficava claro que a força física da vilã superava em muito a sua.

    Enquanto se levantava, sentindo dolorosas fraturas em todo seu corpo, o Guardião cuspia sangue logo antes de ver a mulher completamente fora de si voando em sua direção com a espada em riste. Ela gritava como um animal ferido e Marcos sabia que não sobreviveria a um golpe de espada com a força total da mulher, então se agachava, para em seguida rolar para o lado no último instante, fazendo com que a amazona se chocasse com o solo, gerando um estrondo que fez aves há quilômetros de distância voarem para fugir.

    Marcos, mal conseguindo se mover, esperava ver Anaxilea levantando-se da cratera assim que a poeira baixasse, mas isso não aconteceu. Ele apenas ouvia gemidos de dor e se aproximou para investigar, mesmo sabendo que provavelmente isso custaria sua vida.

    Ao olhar para o fundo da cratera gerada pelo impacto da amazona no chão, ele a via caída em uma estranha posição entre os escombros, com a própria espada atravessando seu corpo. Em sua fúria cega, ela havia acidentalmente atingido a si mesma quando havia se chocado com o solo.

    Anaxilea sangrava muito, e olhava nos olhos do Guardião uma última vez, antes do brilho desaparecer de seus olhos, e neles, Marcos pôde ver que toda a malícia e ódio que ela sentia pelos homens não eram reais e sim oriundos de uma cultura que a ensinou desde cedo que pessoas do sexo oposto representavam tudo de ruim que existia no mundo.
    Como um último gesto, ela estendia a mão para o Guardião, que a segurava. O gesto parecia confortar a jovem virgem, que pela primeira (e última) vez em sua vida, havia tocado um homem de forma amorosa.



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    Mensagem por Dovahkiin Qua Dez 27, 2023 6:54 pm

    CAPÍTULO 11: O BEM MAIOR



    Trilha Sonora:



    “Então vocês serão presos, perseguidos e mortos. Por minha causa, serão odiados em todo o mundo."
    Mateus 24:9 NVT


    "De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos."
    2 Coríntios 4:8-9


    "Se o mundo vos aborrece, primeiro me aborreceu a mim. O mundo amar-vos-ia se lhe pertencessem; mas vocês não lhe pertencem. Eu vos escolhi para saírem do mundo, e por isso o mundo vos odeia. "
    João 15:18-20




    O Guardião da Fé Archeological-Evidence-For-The-Crucifixion-Of-Jesus-Christ-2-ofx1se1c90ukje1w26bnnshso2nyveind5htu2fec8




    Nos primórdios do cristianismo, seus seguidores enfrentaram uma torrente de perseguições, marcando uma era de conflito e resistência que ficaria registrada nos anais da história. A fé cristã, inicialmente tida como um movimento sectário, tornou-se um catalisador de eventos que desafiaram o status quo e os poderes estabelecidos.



    O Guardião da Fé Stoning-of-saint-stephen



    Os apóstolos Pedro e Paulo, entre outros, testemunharam a brutalidade da perseguição, enfrentando prisões, torturas e execuções. As autoridades romanas, vendo no cristianismo uma ameaça à ordem estabelecida, lançaram mão de todos os meios para sufocar essa crescente fé.



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    As formas de tormento eram diversas, indo desde crucificações e decapitações até as cruéis arenas, onde os cristãos eram lançados às feras como espetáculo público. As catacumbas, inicialmente locais de refúgio, tornaram-se testemunhas silenciosas de martírios e sacrifícios.



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    Contudo, paradoxalmente, quanto mais intensas as perseguições e difamações, mais a fé cristã parecia florescer. Os apóstolos, longe de se amedrontarem, espalharam-se pelos confins do mundo conhecido, enfrentando hostilidades e arriscando a própria vida para proclamar o Evangelho.
    Seus esforços transcenderam fronteiras e culturas, chegando a lugares remotos e desafiadores. A coragem heroica dos apóstolos e dos primeiros mártires estabeleceu os alicerces para a disseminação do cristianismo, transformando uma religião perseguida em uma força inegável. E assim, a poderosa e invencível Roma finalmente foi derrotada, não pela espada, mas pelo sacrifício. Roma crucificou Jesus, mas o cristianismo terminou por vencer Roma, que tornou-se a primeira nação cristã.

    Assim, a história dos primórdios do cristianismo é marcada não apenas pelas sombras da perseguição, mas também pela luz da fé que resistiu e prosperou diante das adversidades. Uma narrativa que ressoa como um testemunho notável da convicção que transcende as eras.

    Porém, mesmo após seu auge, o cristianismo continuou sendo perseguido, e muitos cristãos continuaram a ser martirizados por perseguidores socialistas, anarquistas, muçulmanos, maçons, dentre outros... mas nunca completamente destruídos.

    Com o tempo, os inimigos da fé perceberam que a perseguição sangrenta não estava lhes proporcionando os frutos desejados, então adotaram uma nova abordagem. Uma mais sutil, mais cruel e mais eficaz forma de perseguição...




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    Freedom City – Dias Atuais



    Trilha Sonora:



    O som pulsante da música eletrônica preenchia o ar noturno de Freedom City, marcando o cenário de uma das festas ilegais que permeavam a cidade. No epicentro da balbúrdia, Delírio e Demência (Rant e Rave), irmãos cujas vidas se entrelaçavam com caos e distorção, pareciam estar em êxtase.



    O Guardião da Fé Images?q=tbn:ANd9GcTiG0rw4Qj3ruLMoWpeA-AUEYyvgjp1vK1BUNj8OJucd2iNibeOdu0TtkrpQ4qUD0_UYNw&usqp=CAU



    Com as pupilas dilatadas, reflexos exacerbados e sorrisos maníacos, os irmãos mergulharam em um estado de euforia alimentado por uma droga desconhecida. As batidas da música misturavam-se com a agitação de suas mentes, elevando ainda mais a adrenalina que corria por suas veias.

    Era em meio a esse frenesi que decidiram realizar um assalto a um banco em plena luz da lua. A distorção começou quando Demência ativou seu campo, obscurecendo a área circundante enquanto excluía os dois irmãos da confusão.

    Delírio, com suas habilidades sônicas, focalizou sua energia nas estruturas do banco. O som violento das rajadas sônicas atingindo as paredes ecoou pela noite, enquanto Detritos e poeira flutuavam no ar. Com maestria, ele desestabilizou a integridade estrutural do prédio, preparando-se para a fase seguinte de sua estratégia.

    O som da sirene distante de uma viatura policial tornou-se parte da trilha sonora daquela noite insana. Delírio, com sua expressão enlouquecida, dirigiu-se a Demência, e juntos, os irmãos decidiram usar sua Desintegração para colapsar o teto do banco sobre seus perseguidores.

    Enquanto os policiais restantes chegavam para enfrentar os irmãos, Delírio e Demência riam histericamente, a distorção de Demência desorientando aqueles que tentavam desafiá-los. Os homens, incapazes de discernir claramente a situação, se viam enfrentando uma dupla de criminosos cujos poderes pareciam incompreensíveis e caóticos.

    O clímax se aproximava, os policiais lutando contra o tempo e os irmãos enlouquecidos. A noite, inundada por luzes intermitentes e distorções sônicas, prometia um confronto intenso entre os protagonistas e antagonistas dessa trama.


    O Guardião da Fé emergiu das sombras, sua presença luminosa contrastando com a escuridão que envolvia Delírio e Demência. O símbolo de sua fé brilhava em seu peito, destacando-se como um farol de esperança em meio ao caos noturno. Seus olhos refletiam determinação, pois ele estava disposto a enfrentar a distorção e a loucura que se desenrolavam diante dele.

    Delírio, com olhos selvagens e movimentos frenéticos, desencadeou suas rajadas sônicas em direção ao Guardião. O som cortante cortava o ar, desafiando o herói a permanecer firme. O Guardião da Fé, confiante em sua crença, avançou, escudando-se com sua fé inabalável contra as ondas sônicas.

    Demência, com seu campo de distorção, manipulava a percepção do herói, criando ilusões que desorientavam e confundiam. O ambiente ao redor tornava-se um caleidoscópio de imagens desfocadas e perturbadoras, testando a fé e a perseverança do Guardião.

    O combate era caótico, com o Guardião desviando das rajadas sônicas e resistindo à distorção que tentava minar sua convicção. As palavras de encorajamento e fé eram murmuradas em sua mente, alimentando sua resistência.

    Em um momento de clareza, o Guardião invocou sua fé interior. Ele ergueu seu escudo espiritual, resistindo à tormenta sônica e desvendando as ilusões que o cercavam. Com um grito de determinação, avançou em direção aos irmãos, uma luz divina irradiando dele. O herói canalizou sua crença em um poder celestial, lançando uma explosão de luz que dissipou as ilusões e interrompeu os poderes dos criminosos.

    Contudo, no auge da batalha, os irmãos momentaneamente surpreendidos pela aura de fé que envolvia o Guardião, agora sincronizavam seus poderes com força total em um esforço conjunto. O Guardião da Fé, momentaneamente envolto em caos, lutou para manter sua postura. Seu nariz e ouvidos sangravam e sua cabeça parecia prestes a explodir, e ele não sabia quanto tempo aguentaria.

    Enquanto o Guardião da Fé enfrentava os tumultuosos poderes de Delírio e Demência, uma sombra verde surgiu nos céus noturnos de Freedom City. O vulto descendia rapidamente, revelando-se um homem atlético usando uma espécie de uniforme de super-herói. Seus olhos brilhavam com uma intensidade calculista enquanto analisava a situação.




    Trilha Sonora:



    O Guardião da Fé Logro10



    O Guardião, ciente de que a maioria dos super heróis de Freedom City o viam como um criminoso procurado, mas ainda assim acolheu a ajuda improvável. O homem uniformizado, com um sorriso astuto, manipulou as frequências sonoras ao redor, neutralizando as rajadas sônicas de Delírio. Simultaneamente, desativou o campo de distorção de Demência, restaurando a clareza ao ambiente.

    Livre dos efeitos dos poderes de Delírio e Demência, o Guardião da Fé corria em direção Delírio com seu escudo de pé, enquanto o homem de uniforme voava em direção a Demência, e com uma sincronia impressionante, nocauteiam ambos os vilões ao mesmo tempo.

    Com os vilões derrotados, o Guardião olhava para seu estranho “aliado” para saber qual seria sua reação. Ele o atacaria ou o daria alguns momentos para fugir por ter ajudado a prender os criminosos?!

    Sirenes da polícia tocavam ao fundo e Marcos sabia que não poderia permanecer ali, mas para sua surpresa, o homem de uniforme lhe oferece a mão e o retira do local, voando até o prédio mais alto do bairro.

    Guardião da Fé: Bem... obrigado por ter me salvo dos vilões, da polícia... e por confiar em mim. A propósito, sou o Guardião da Fé.

    Logro: Sei quem você é e a perseguição que vem enfrentando. Jamais duvidei da inocência de um irmão da fé. Pode me chamar de Logro.

    Guardião da Fé: Logro... é um codinome um pouco estranho para um herói, mas então você também é cristão?

    Logro: Sim, e é a primeira vez em muito tempo que encontro um igual. A maioria dos antigos heróis de nossa fé vem sendo obrigados a abandonarem suas crenças em troca de patrocínio das grandes corporações ou então são sumariamente “cancelados”, difamados, caluniados e trocados por alguma “cópia-adolescente-não-binária-de-pronome-neutro” que fica militando para agradar a geração Z. Basta ver a forma que os filmes, séries e mídias vêm retratando nossa fé desde a última década.

    Guardião da Fé: Entendo. Bem, eu não sou financiado por nenhuma megacorporação. Talvez por isso meu nome tenha sido jogado no lixo...

    Logro: Bem, talvez eu possa resolver seus problemas. Eu sou financiado pela Ordem de S. Tomarino. Eu ficaria honrado se você se juntasse à nossa causa.

    Ao ouvir sobre a Ordem de S. Tomarino, Marcos fica surpreso e dá um passo para trás.

    Guardião da Fé: A Ordem de S. Tomarino? Desculpe, mas não estou interessado.

    Logro: (surpreso) Como assim? Por quê?

    Guardião da Fé: (medindo as palavras para não ofender Logro) Bem, meu mentor me falou muitas coisas sobre essa tal ordem. Pelo que sei, ela foi fundada após o Concílio do vaticano II para cooptar fiéis católicos e impedi-los de ingressarem em ordens tradicionais que rejeitavam a heresia modernista. Também existem boatos de que a Ordem de S. Tomarino foi fundada por membros de sociedades secretas infiltrados na Igreja para derrubá-la por dentro...

    Logro: (completamente furioso) Heresia modernista?! Membros de sociedades secretas?! Derrubar a Igreja por dentro?! RETIRE O QUE DISSE, TRAIDOR!

    Guardião da Fé: Desculpe, mas não posso. Mesmo que você tenha me salvado, não irei mancomunar com o erro...




    Trilha Sonora:



    Antes que o Guardião da Fé pudesse concluir a frase, Logro o ataca cegamente. O anti-herói de verde voava contra o Guardião, quase derrubando-o do alto do prédio, se não fosse por seu escudo e sua força sobre-humana. O Guardião por sua vez desferia um poderoso golpe no rosto de Logro, que parecia mal sentir, tamanha era sua fúria e resistência sobre-humana.

    O Guardião, contudo, não se abalou. Sua fé inquebrantável agiu como um escudo contra as investidas furiosas do homem de verde. A cada passo, a aura divina se intensificava, revelando a verdadeira natureza do conflito.

    Em um momento crucial, o Guardião lançou um feixe de luz divina em direção a Logro. Porém, ao invés de ferir o anti-herói, a luz divina teve outro efeito: mostrar a verdade para Logro.

    Como que se um holograma surgisse diante de ambos, era possível ver um jovem construtor de bombas em Dublin se juntando a terroristas irlandeses. Tempos depois, o jovem terrorista era convertido e decidia abandonar seus crimes, entrando para a Ordem de S. Tomarino. Porém, a Ordem tinha ligações com um estranho grupo conhecido como “O Labirinto”. Charles O’Neil (que Marcos descobriu ser o verdadeiro nome de Logro) se ofereceu como cobaia do projeto DNAscensão, sofrendo lavagem cerebral, acreditando que havia ganhado seus poderes em um ritual em uma capela abaixo do vaticano.

    Assim, Charles (agora conhecido como Logro) era enviado em missões do Labirinto, acreditando que lutava pela causa católica.

    Logro caía de joelhos, não apenas fisicamente, mas também emocionalmente, diante da revelação de que seu serviço leal à suposta causa sagrada era, na verdade, uma manipulação cruel do Labirinto para desestabilizar a própria Igreja.
    Lágrimas misturavam-se com a tonalidade verde de seus olhos, enquanto a dor da traição penetrava fundo em sua consciência. O Guardião da Fé, apesar de sua luz divina, não se deteve diante do sofrimento de Logro. Em vez disso, ele estendeu a mão em um gesto de compaixão, oferecendo redenção ao homem que havia sido levado pelo engano.

    Logro, lutando contra suas próprias emoções conflitantes, encarou o herói diante dele. A decisão pesava em seus ombros, mas, ao mesmo tempo, uma chama de determinação surgia em seus olhos. Ele aceitou a mão estendida, um gesto simbólico de aceitação da redenção que o Guardião oferecia.

    Logro: Me perdoe. Eu nunca imaginei... eu fiz tantas coisas erradas acreditando que estava do lado certo.

    Guardião da Fé: Acalme-se, você tem o coração no lugar certo e foi iludido por lobos em pele de cordeiro, mas assim como o Apóstolo Paulo, que perseguiu os primeiros cristãos, você ainda pode remendar seus erros.

    Logro: ... Você tem razão. Muito obrigado por ter aberto meus olhos.

    Guardião da Fé: E agora, o que você vai fazer?

    Logro: Eu? Eu irei fazer o mesmo que os vermes do Labirinto vêm fazendo dentro da Igreja, vou manter meu disfarce, fingindo que ainda sou um lacaio deles, mantendo-me infiltrado em seu meio. Permanecerei fingindo ser um servo fiel, e enquanto não desconfiam de mim, irei descobrindo formas de corroer o poder do Labirinto por dentro.
    A Igreja merece ser defendida contra esses inimigos internos. Mais uma vez, muito obrigado, Guardião, nos veremos novamente, mas por agora, tenho muito trabalho a fazer. - Prometeu Logro, levantando-se com uma nova resolução.

    Unidos por uma causa comum, o Guardião da Fé e Logro agora compartilhavam um propósito claro: proteger a verdade e erradicar as sombras que ameaçavam manchar a fé e a justiça. Com essa aliança improvável, a dupla partiu, cada um seguindo seu próprio caminho, mas com o mesmo objetivo: O Bem Maior. E assim, ambos seguiam para o próximo capítulo de sua jornada, onde desafios maiores aguardavam, mas a esperança brilhava como uma luz indomável.




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