Um barulho molhado, como se um saco de batatas caísse sobre uma grande poça d'água, me tira dos meus pensamentos e contemplações.
Olhando para o lado, próximo à margem do lago, mas ainda na parte mais raza, vejo Nimb, desacordado. Seu corpo começava a boiar, com o rosto virado para baixo. Em que pese, no local, a água mal ultrapassasse as canelas de alguém do "povo alto", como os gnomos nos definiam, naquelas circunstâncias poderia representar um perigo muito real para o pequeno patrulheiro.
Assim, com um salto, me levanto em corro em direção ao pequeno. Tropeço no processo, e acabo ralando um pouco o joelho no chão, na tentativa de sair o mais rápido possível! A Srta. Garona, talvez, fosse mais rápida, talvez o alcançasse antes de mim, mas ela saberia prestar os socorros adequados?
Começo a espalhar água conforme o lago se alça até minhas canelas e faz o joelho ralado arder, ainda correndo em direção ao pequeno...
O que teria acontecido?
Off: Não vou descrever o que acontece daqui em diante, gente. Vou deixar espaço para as ações da Garona e do Nam, ok?
Garona vê o Sr. Nimb em um indecisão infinita, se voltava para ela e para a praia, sem se decidir. Foi avermelhando o rosto e o branco dos olhos e caiu na água inerte e começa a afundar, a Goliath com sua reação natural dos bárbaros, corre em direção ao pequeno e com seus longos braços o pega e ouve um baque na praia e vê a paladina correndo em direção as duas e com o Sr. Nimb desmaiado nos braços entrega para ela, sabidamente uma pessoa mais habilitada do que ela para verificar a sua saúde e intervir da melhor forma e diz: - Cura ele, elfa azul, ele caiu do nada, eu não bati nele e nada machucou ele fisicamente... Cura ele.
Junto com Garona, tiro o Sr. Nimb da água, deitando-no no chão com a barriga para cima.
Aproximo o ouvido do coração do pequeno, para ouví-lo bater, e verifico se ele está respirando adequadamente. Noto que ele não tem qualquer sinal de violência física, nada que sugerisse um golpe causador de um desmaio... Aquilo parecia, de todas as formas possíveis, um mal súbito...
Continuo avaliando o gnomo, na tentativa de diagnosticar o que pudesse ter acontecido, e reagir de acordo, com o tratamento mais adequado possível ao caso - mundano ou mágico.
Off: @GM, vou rolar medicina, para tentar entender o que houve, fechar um diagnóstico. Dependendo do resultado, vou reagir com tratamentos mundanos - massagem cardíaca, respiração boca-a-boca, limpeza das vias aéreas, etc., ou nada disso, caso ele esteja respirando normalmente e tenha apenas desmaiado - ou mágicos - cura pelas mãos, curar ferimentos ou restauração menor, o que for mais adequado...
Medicina 5
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Mandhros escreveu:Junto com Garona, tiro o Sr. Nimb da água, deitando-no no chão com a barriga para cima.
Aproximo o ouvido do coração do pequeno, para ouví-lo bater, e verifico se ele está respirando adequadamente. Noto que ele não tem qualquer sinal de violência física, nada que sugerisse um golpe causador de um desmaio... Aquilo parecia, de todas as formas possíveis, um mal súbito...
Continuo avaliando o gnomo, na tentativa de diagnosticar o que pudesse ter acontecido, e reagir de acordo, com o tratamento mais adequado possível ao caso - mundano ou mágico.
Off: @GM, vou rolar medicina, para tentar entender o que houve, fechar um diagnóstico. Dependendo do resultado, vou reagir com tratamentos mundanos - massagem cardíaca, respiração boca-a-boca, limpeza das vias aéreas, etc., ou nada disso, caso ele esteja respirando normalmente e tenha apenas desmaiado - ou mágicos - cura pelas mãos, curar ferimentos ou restauração menor, o que for mais adequado...
Medicina 5
14
Como a CD era 12, você passou no teste. Eis o diagnóstico:
Você sabe que em um relato, que ronda os sombrios becos de nossa existência, existem os escritos de Ziggmund Lung, aquele cuja erudição em processos neurognósticos permanece inigualável. O mundo de Forgotten Realms jamais testemunhara um estudioso tão penetrante e perspicaz. Seu mais célebre tratado, O Imo Psíquico e o Eu, tornou-se uma obra de referência para quem deseja desvendar os abismos da mente humana, e aqueles que se debruçam sobre as palavras de Lung o fazem com um misto de admiração e temor. Com uma perspicácia rara, Lung dedicou-se ao estudo do que agora nomeamos Transtorno Dissociativo de Identidade, outrora referido como Transtorno de Múltiplas Personalidades. Nos anais de sua obra, ele chama tal fenômeno de "histeria", um estado em que o paciente se encontra à mercê de forças obscuras que atormentam sua psique. Lung esmiúça as manifestações da síncope histérica, um desfalecimento súbito, mais oriundo de tormentos emocionais do que de adversidades físicas, como a pressão arterial ou falta de oxigênio. Ele alega que, às vezes, perturbações no campo de mana vital também podem ser causadoras desse mal. Lung explora ainda mais o abismo e revela que o Transtorno Dissociativo de Identidade pode também ser o resultado do contato nefasto com devoradores de mentes, ou a exposição à inalação dos terríveis fungos de Yoghoth, que se escondem nas profundezas de cavernas insondáveis. E mais raramente um monstro conhecido como, Beholder, o observador.
A mente, segundo Lung, é um tríptico: o imo abriga desejos primitivos, o et equilibra o imo com a realidade externa, e o mentor atua como a voz moral. O recalcamento ocorre quando um trauma agita a mente, fazendo o et afastar memórias e sentimentos dolorosos para a escuridão do inconsciente, na tentativa de proteger o indivíduo de mais sofrimento. No entanto, como Lung assinala em sua obra magistral, tais memórias não desaparecem, mas sim manifestam-se como sintomas físicos ou múltiplas personalidades, aspectos distintos do überhimo que foram segregados devido ao trauma. Lung postula que quando essas personalidades entram em conflito, o resultado pode ser uma tensão insuportável. O et, em sua tentativa de mediar este conflito interno, pode falhar, e a síncope histérica pode ser o último recurso do corpo para escapar do conflito. Nos escritos de Lung, ele preconiza a exploração dos conflitos subjacentes que levaram à dissociação. Através de técnicas como a associação livre e a interpretação dos sonhos, Lung buscava trazer esses conflitos à consciência, permitindo que o paciente os confrontasse e, eventualmente, reintegrasse as múltiplas personalidades em um self mais coeso e integrado. As palavras de Ziggmund Lung, embora antigas, continuam a ressoar nos corações e mentes daqueles que buscam compreender os mistérios da mente humana. E enquanto as páginas de O Imo Psíquico e o Eu permanecerem, o legado de Lung perdurará, como um farol que ilumina os cantos mais escuros da psique.
Off: Freud... Ehr... Quer dizer, Lung explica! Ficou muito interessante a sua explicação!
On:
O Sr. Nimb já tinha aguçado a minha curiosidade médica há algum tempo. Por mais que eu não fosse uma especialista em psiquê humana qual os mais dedicados clérigos de Oghma, o tempo que passei estudando na Ordem de Tyr ainda me permitiu arranhar a superfície do entendimento dos corpos humanóides. Isso me conferia boas noções de anatomia e o conhecimento dos distúrbios do corpo, da mente e da alma mais comuns. Era uma proficiência que me tornava uma curandeira mais eficiente, um dos ofícios dos paladinos da Ordem.
Era perceptível, para alguém com o treinamento adequado, que o pequeno patrulheiro tinha a mente fragmentada, de alguma forma. Suas oscilações de humor e comportamento sugeriam um transtorno dissociativo de identidade. Em outras palavras, em termos práticos, era como se mais de uma psiquê autônoma habitasse, ao mesmo tempo, a mente do Sr. Nimb, revezando o controle de tempos em tempos.
Lembro de ter lido ao menos boa parte da obra de um estudioso chamado Lung, que descrevia a mente humanóide como um ente tripartite, composto pelo imo (que representa os desejos primais do ser), o et (que media o imo e a realidade exterior) e o mentor (que é o direcionamento moral). A exposição a traumas extremos causava um desequilíbrio entre estas três partes, fazendo com que o et tente remover a experiência traumática para o subconsciente. Como efeito colateral, a própria personalidade se fragmenta, às vezes, dando voz a múltiplos aspectos autônomos.
Algo similar poderia ocorrer pela influência de um fator químico, mágico, ou mágico-químico externo.
Não era possível, naquela anamnese rápida, identificar a causa da questão psíquica que abalava o Sr. Nimb, mas tão somente os sinais e sintomas visíveis e superficiais. Ele respirava normalmente e seu coração batia com força, de modo que não havia muito o que fazer, naquele momento, a não ser esperar que ele recobrasse a consciência, no tempo devido.
Com isso, e aproveitando que o Sr. Nimb ainda se encontrava desacordado, passo o bilhete que o Sr. Nam me havia escrito - e que, de certa forma, contribuía para o diagnóstico do gnomo das profundezas. Antes que a Srta. Garona pudesse ler, contudo, falo: Sr. Nam, Srta. Garona, o Sr. Nimb vai ficar bem. Ele precisa de tempo para repousar. Teve uma síncope, um desmaio...
Faço uma breve pausa e suspiro, antes de continuar. Preciso conversar com vocês, meus amigos, sobre o Sr. Nimb.
Eu já o vinha observando há algum tempo, e o bilhete que o Sr. Nam me entregou, e que agora repasso a você, Srta. Garona, reforçou minha suspeita. Esse desmaio, agora, também contribuiu para a análise.
A mim, parece que o Sr. Nimb apresenta uma condição psíquica incomum, chamada transtorno dissociativo de identidade. Em resumo, é como se houvessem várias personas dentro de uma só mente, lutando para tomar o controle. Essa condição explica a volatilidade do humor dele, e a sucessão de expressões e ações que não parecem guardar uma lógica entre si.
Faço mais uma pausa, desviando o olhar para Nimb, e prossigo. Isso acontece em decorrência de um trauma profundo, ou por razões químicas ou mágicas. Não dá para ter certeza da causa, só olhando assim... Mas ele vai precisar da nossa ajuda e da nossa compreensão.
Pobre Sr. Nimb...
Gentilmente afasto os cabelos do rosto do pequeno, enquanto recobro o ar. Ele está respirando e seu coração bate com força. Seu corpo está bem. A mente precisa de tempo para descansar e se recuperar. Ele vai acordar em algumas horas. Assim que possível, vou procurar auxílio da Ordem de Tyr para compreender melhor essa questão e traçar uma estratégia para ajudá-lo.
Vamos montar acampamento. No momento, secar e aquecer o Sr. Nimb é o melhor que podemos fazer por ele.
Depois que ele acordar poderemos seguir viagem.
E, assim, com um gesto, peço que a Srta. Garona, que a Princesa Garona, pegue o Sr. Nimb no colo e o leve até algum lugar seco, no qual pudéssemos arranjar nossas coisas, acender uma fogueira e montar acampamento.
Todavia, algo me chama muito a atenção: o Sr. Nam parecia inquieto... Mais inquieto que o habitual...
Quando o céu escureceu mais um pouco, Nam sentou-se sobre uma pedra e continuou a contemplar a paisagem. Uma constelação surgiu acima de Hillsfar, e seus conhecimentos astrológicos o lembraram de que se tratava do Cinturão de Belnimbra, agrupamento de estrelas que, para alguns povos humanos, remete à história de uma mulher que fugiu da perseguição do deus Lathander, e que, nas lendas élficas, nasceu das lágrimas derramadas pelo deus Corellon quando Lolth criou os drows. "Um universo tão lindo, mas até os deuses choram nele"…
Nem bem o gnomo completou esse pensamento, e algo aconteceu! Um pequeno ponto na paisagem de Hillsfar expandiu-se dentro do seu campo de visão, como se ele voasse muito rápido até aquele lugar, e ele então começou a testemunhar uma cena terrível que iria se desenrolar muito em breve naquele espaço a céu aberto. Namfoodle via e ouvia e sentia odores como se estivesse lá, e no entanto tratava-se apenas da percepção de acontecimentos que, por vontade própria, ele se recusaria a ver. Humilhação, dor, ignomínia, o pranto da bela elfa… Ele desejava desviar o olhar, mas não estava lá de fato, então nada podia fazer além de sentir piedade, repulsa e também raiva.
Quando a visão se desvaneceu finalmente, Nam percebeu que estava chorando e que apertava as mandíbulas com força. Cobriu o rosto com as mãos, a fim de se recompor, e refletiu: "Por que eu vi isso? A lembrança de lendas sobre uma mulher fugitiva e sobre o pranto de Corellon acionou espontaneamente um tipo de Magia Simpática que me conectou àquela pobre elfa? Ou o Destino dela está de algum modo ligado ao da expedição da qual faço parte? A segunda hipótese parece mais forte, mas a primeira pode explicar melhor como eu pude ter uma premonição relativa a alguém fora do meu alcance de visão"...
O mago levantou-se de supetão, como se tivesse tomado um susto. E, de fato, ele se assustou… consigo mesmo: "Por Azuth!!! Aquela elfa está sofrendo horrores, e eu aqui elucubrando hipóteses para meus futuros estudos"!!!
Ele se virou, procurando os demais do grupo com os olhos, para ir correndo contar o que testemunhou. Para sua surpresa, viu Nimb caído no chão, enquanto Nadien e Garona estavam ao lado do corpo, com expressões preocupadas, prestando assistência. Algo tinha acontecido enquanto ele estava absorto, então decidiu esperar até as coisas se acalmarem.
Ajoelhou-se entre as duas guerreiras e ficou observando Nimb enquanto esfregava as mãos de maneira ansiosa. Ouviu Nadien, e pensou: "o meu diagnóstico era outro, mas quem entende de saúde é ela. E a ideia das várias mentes se encaixa bem no comportamento errático desse svirfneblin. Pobre Nimb, de fato".
Nam se levantou e começou a caminhar em volta do grupo, aguardando Nimb acordar para fazer seu relato. Nadien continuou falando, e o mago refletiu que talvez fosse melhor contar logo. Afinal, dada a natureza do transtorno de Nimb, somente Garona parecia capaz de direcionar as ações dele de forma eficaz para a missão, e portanto seria melhor Nimb ouvir a história contada pela bárbara.
Ele pigarrou, pediu a atenção das guerreiras, e começou a falar rápido, andando de um lado para o outro. Contou sobre suas habilidades premonitórias e descreveu os tormentos físicos e humilhações da jovem, mas sem entrar em detalhes, pois desejava ser breve. Depois, fez uma breve pausa e, já parado, cofiando a barba de maneira pensativa, argumentou em favor de um resgate.
- Enfim, é certo que nossa missão é de máxima importância, mas creio que deve haver um bom motivo para nos desviarmos um pouco e resgatarmos aquela elfa. Nós não a salvaremos de sofrer aquilo tudo, pois premonições de longo prazo são raras, e eu sinto que aqueles acontecimentos vão ocorrer ainda esta noite ou talvez estejam acontecendo agora mesmo…
Ele suspirou, balançou um pouco a cabeça, e prosseguiu:
- Mas, se aquela visão veio a mim, é porque o destino dela deve estar conectado ao da nossa expedição! Sendo assim, eu acredito que ela não deve ser uma vagabunda. Creio que ela foi forçada a essa vida por meio de violência, e está sendo punida por crimes dos quais não tem culpa. Então, estou plenamente convicto de que o sucesso da nossa missão depende de resgatarmos essa mulher sofrida!
Na verdade, ele não estava absolutamente convicto disso porque também considerava a hipótese da Magia Simpática, mas ponderou que, na dúvida, era melhor fazer algo que, mesmo se apenas atrasasse a missão principal, ainda seria bom em si mesmo.
OFF: A opinião negativa sobre as prostitutas é do personagem, não minha.
A viagem até Hillsfar não foi muito complicada, pelo contrário, foi até mais fácil que o esperado, entrar na cidade foi simples, só bastou uma simples ilusão e algumas palavras doces, e os guardas me deixaram passar, levando em conta a natureza de Hillsfar com relação aos não humanos, aquele lugar carecia de uma segurança mais rígida, mas por que esses pensamento vinham na minha mente...
Por que tanto ódio e animosidade, sendo que muitos dos homens que ali estavam eram rostos conhecidos, será que suas mulheres sabiam o que eles faziam a noite? Não que ficar nua fosse um incomodo ou vergonhoso, meio que já estava acostumada com isso, se tornando quase que normal, por conta da vida que levava, mas o que mais incomodava era ser apedrejada, aquilo machucava, cada pedra tacada, era um novo hematoma, e tudo culpa do Cicatriz...
Passado algum tempo na cidade, eu percebei a mina de ouro que aquele lugar era, e não demorou muito até descobrir que, remanescentes da Mão negra liderados por Cicatriz, estavam sediado naquela cidade, e se ele estava lá era certeza que a mãe de Nadien, Nieleen, também estivesse, a investigação estava indo bem até que Eldo Elias surgira.
Aquele maldito mandara um dos seus homens, ele não queria apenas me humilhar, queria um espetáculo mais explícito, e com isso se seguiu um grotesco show, esperava que aqueles homens e mulheres fossem ficar enojados ou envergonhados com aquilo, e que enfim meu tormento terminasse, mas não, eles ficaram focados assistindo, então essa a real natureza dos humanos, sádicos, depravados e cruéis...
Eldo era mais que um simples abade, era um dos homens mais poderosos e influentes daquela cidade, e pelo que descobri mais afundo, foi ele que "adotara" Cicatriz e seus comparsas, que atuavam como uma espécie de facilitadores para os "nobres" locais, que fechavam os olhos para o que seu bando fazia com as pessoas mais humildes, desde que não abalassem a ordem local, ter um homem como aquele me fazendo promessas era nojento, imaginar ele me tocando ou pior tendo intimidades, era algo repulsivo, mas não era a primeira vez que eu cruzava caminho com aquele tipo homem, para fazê-lo ficar longe, era só mexer no seu orgulho, e para aquele tipo não havia orgulho maior que sua masculinidade, talvez tivesse ido longe demais...
Quando aquele desgraçado terminou e disse que não iria cobrar nada, bom seria eu que iria cobrar, e com juros de sangue, ele fora bruto, selvagem e violento, de tal forma, que mal conseguia ficar de pé, mas não daria o gosto da vitória para ele, por mais que a dor fosse excruciante, além de ter minha intimidade exposta daquela forma, me manteria firme, faltavam poucas horas para aquilo terminar, já as lagrimas era difícil dizer, se eram pela dor ou pelo ódio que sentia, mas faltava pouco.
Conforme ao manto de Selûne cobria os céus, a multidão começou a dispersar e seguir seu caminho, quanto mais iria durar, minhas forças já estavam quase no limite, até que vi uma tocha, uma não varias, eram todos homens muitos dos quais estavam no show que o subordinado de Eldo tinha dado, era possível ver a devassidão em seus olhos, e nos seus lábios os sorrisos depravados, era obvio o que eles queriam, mas uma coisa era certa, sobrevivendo eu pintaria essa cidade de escarlate...
Eu ia começar a acender uma fogueira e montar acampamento, para acelerar a recuperação do Sr. Nimb, e comecei a fazer isso, deixando o pequeno aos cuidados da Srta. Garona.
Enquanto fazia minhas tarefas, simples, o Sr. Nam começou a descrever uma visão ou uma premonição. Em síntese, ele descreveu uma elfa, desnuda, presa a uma berlinda pelos pulsos e pescoço, sendo humilhada, apedrejada e, por fim, vilipendiada. E, quanto mais o pequeno mago falava, mais minha expressão ia se fechando, assumindo a face de um misto de ódio, nojo e pura indignação.
Minha vontade, meu impulso, era o de reunir minhas coisas, montar meu cavalo sagrado e invadir Hillsfar a trote rápido, rasgando qualquer tipo de resistência que eu encontrasse pela frente até localizar aquela moça em apuros.
Mas a vontade, primal, precisava ceder lugar a alguma racionalidade. Essa era a trilha do paladino. Eu não poderia, simplesmente, despejar a vingança de Tyr sobre os ímpios, em especial se isso impedisse nossa missão - que era bastante grave - ou colocasse em risco qualquer dos nossos companheiros. Violar as leis de Hillsfar poderia fazer com que a guarda viesse contra nós. Mais do que isso era algo errado, ainda que as leis fossem injustas.
Os estudos na Ordem ensinavam que os povos precisavam ser deixados livres para se autodeterminarem. Isso implicava que eles ajustariam as próprias regras, seriam donos das próprias vidas, e prosperarariam a partir daí.
Mas...
Mas havia um limite. A Lei não pode se sustentar por sí só. Ela deve traduzir um ideal de justiça. E não é justo impor a uma pessoa, qualquer que seja a razão, o tipo de punição que a elfa descrita pelo Sr. Nam estava vivenciando. Havia um Direito Natural, uma noção universal de que todo ser merecia ser tratado com dignidade. Mesmo os inimigos do Bem não deviam ser tratados com crueldade, ainda que se lhes reservasse o fio de uma lâmina ou a ponta de uma lança.
Quando o Sr. Nam termina sua descrição, a minha expressão era a Justiça de Tyr. E não importava se homens, elfos, anões ou monstros se erguessem contra a Mão, nada me impediria.
Paro meus afazeres, e recoloco a armadura e a capa, jogando o capuz sobre a cabeça. Recolho a mochila e coloco uma muda de roupas e uma capa sobressalente sobre todos os outros itens. Prendo Juramento do Céu, firmemente, às costas e, fazendo preces e gestos mágicos, invoco meu corcel sagrado do plano superior no qual ele descansava.
Falo, então, aos companheiros: Sr. Nam, Srta. Garona, eu vou até Hillsfar, e vou sozinha.
Eu preciso que vocês fiquem aqui e cuidem do Sr. Nimb até que ele desperte. Ele provavelmente acordará confuso, e demandará de toda ajuda que puder.
Além disso...
Além disso, como um gnomo e uma goliath, vocês são obviamente não-humanos, e isso é uma desvantagem naquele lugar horrível.
O rosto, outrora uma face de grande fúria, se torce em um sorriso determinado: Antes do fim do dia, eu vou voltar para cá, e voltarei acompanhada da elfa que o Sr. Nam descreveu. Preciso que estejamos prontos para partir, assim que eu chegar. Não quero que tentem ir atrás de mim, não importa o que aconteça. Ainda temos uma missão, e nossa missão é maior que uma vida ou duas, ou mesmo que toda Hillsfar. Se eu não voltar, sigam sem mim.
Pisco um olho para meus companheiros. Mas eu vou voltar!
E, assim, monto o alazão, e começo a trotar, em passo rápido, até Hillsfar. Garona e Nam são corajosos e espertos. Eu sei que o coração de ambos mandava que me acompanhassem, mas não era prudente nem seguro. Eu seria mais eficiente sozinha, desta vez. E eles iriam entender.
Outra coisa me perturba... Aquela descrição do Sr. Nam... Será possível? Não, não poderia ser a Sra. Razzley...
Garona ouve atentamente as explicações da elfa azul e seu coração fica aliviado em saber que ele não ia morrer... Mas essa história de ter várias pessoas dentro dele. Ela fica em dúvida sobre o que isso significa... Será uns vermes que entrou pelos fundos deles? Não sei se ela entendeu na plenitude... Porém, de cuidar ela entende, pois ajudava sua mãe com isso e pega o pequeno Sr. Nimb no antebraço e daquela forma ele parecia tão frágil, ela podia matá-lo com muito pouco esforço e com a outra mão pega as suas roupas e diz para o senhor Nam: - Sr. Mago, eu vou para aquela lado e vou vestir a minha roupa, é só não olhar para lá, tá certo? Mas ele estava falando algo para a elfa azul e não prestou muita atenção.
Ela, após observar entorno, escolhe um local seco e faz uma cama de folhas bem densa e confortável e deposita o pequeno nela. Termina de se enxugar e se veste, coloca a sua arma nas costas, para começar a recolher madeira e fazer fogo, nesta hora a elfa chega e começa a fazer fogo na pilha de madeira que a goliath juntou e então ela começa a armar o acampamento, visando as posições seguras de acesso e vigilância. A Elfa fala que tem uma outra elfa precisando de ajuda na cidade a frente e pede para que eu fique com o Sr. Nimb, pois diz que ela tem um poder de acalmar a mente dele. Garona reluta em deixar a elfa azul ir sozinha, mas entende que o pequeno precisa muito dela e diz: - Eu te dou seis horas para você voltar, senão eu vou atrás... Saiba disso. E se volta para o Sr. Nimb, passando a sua mão enorme na cabeça dele, em um contraste extremo de brutalidade e carinho.
Sinto as funções vitais normalizarem. Acho que é hora de despertar. Já faz tempo que não venho aqui pra cima. Isso vai ser interessante. Escuto vozes. Hora de abrir os olhos.
Quando abro os olhos veja a barbara. A princesa de Nimb. Curioso o efeito que ela causa nele. Devo observar mais.
As reações das guerreiras ao relato da premonição foram diametralmente opostas, pois, enquanto Nadien se enfureceu, Garona continuou com a atenção focada em Nimb, e a tal ponto que nem parecia ter prestado muita atenção. Nam-Nack achou essa situação bastante irônica, pois preocupou-se em argumentar para convencer o grupo da necessidade do resgate, mas percebeu que Nadien se atiraria a tal missão de forma igualmente determinada mesmo que ele tivesse resumido tudo numa só frase formulada em linguagem protocolar, enquanto Garona permaneceria concentrada em Nimb ainda que ele fizesse uma argumentação de duas horas e dramatizasse a cena com a oratória indignada de um poeta condoreiro. "Ah, a diversidade infinita das personalidades nunca deixa de me fascinar…"
O mago havia imaginado que o grupo seguiria unido para Hillsfar, mas deu razão a Nadien quando ela argumentou que era a única que podia se fazer passar por humana sem grande dificuldade. Além disso, ele ponderou que, se aquele aprisionamento na berlinda fosse de no máximo um dia, como costumava ser, talvez já não demorasse mais do que algumas horas para terminar, e assim Nadien poderia tirar a elfa olhos-de-safira da cidade sem ter de lutar.
- Boa sorte! Volte bem!
Após gritar essa despedida, no momento em que a paladina saiu em disparada, Nam virou-se para Garona, que finalmente já estava vestida - e mesmo considerando que isso não ia fazer tanta diferença assim... Ele viu que ela continuava cuidando de Nimb com desvelo e achou isso comovente, assim como já havia pensado quando viu a maneira preocupada e gentil com que ela tinha carregado o gnomo no antebraço: "É assim que eu imagino a Jezziah quando tivermos filhos"…
Quando Nimb já parecia estar bem confortável e aquecido, Nam aproximou-se:
- Garona (se não se importa que eu te chame pelo primeiro nome), eu agora vou dormir. Preciso de umas horas para recuperar plenamente minhas capacidades mágicas e ser mais útil se as coisas não correrem bem. Então, se a Nadien não aparecer dentro do prazo que você deu, não deixe de me chamar, hein?
Foi nesse momento que o outro gnomo acordou e disse um singelo "olá". A entonação de voz e a expressão pareciam um tanto diferentes. Nam ficou curioso, mas realmente precisava dormir.
- Olá, Nimb! A Nadien deu uma saída, e a Garona vai ficar com você... o tempo todo! Eu vou dar uma cochilada rápida agora. Até depois, então!
Ele foi até a mula e preparou-se para dormir com o mínimo necessário, a fim de poder sair rapidamente quando Nadien voltasse ou, principalmente, se não voltasse… Pouco antes de adormecer, pensou: "Foi bom ter visto a Garona cuidar do Nimb assim tão bem. Quer ela já tenha lido o meu bilhete ou não, já não sinto tanto receio de levar uma flechada enquanto durmo”...
Garona estava feliz em vero pequeno em seus braços, dormindo profundamente, mas vivo e se recuperando, passava a mão nos seus cabelos, pois achava que com tanto verme na cabeça devia estar doendo e massageando a cabeça devia melhorar e saiu dos seus pensamentos quando o Sr Nam falou:- Garona, eu agora vou dormir. Preciso de umas horas para recuperar plenamente minhas capacidades mágicas e ser mais útil se as coisas não correrem bem. Então, se a Nadien não aparecer dentro do prazo que você deu, não deixe de me chamar, hein? Ela faz um gesto afirmativo, e não fala para não acordar o pequeno enfermo.
Porém, sem nexo com a voz do Sr. Nam, o Sr. Nimb, acorda. olha para ela e diz com uma voz diferente da habitual: - "Olá!". E fica fixamente olhando para a gigante. Garona ouve o Sr. Nam explicar para o pequeno, que a elfa azul deu uma saidinha, que ele ia dormir um pouco, mas a Garona vai ficar com você todo o tempo. A Goliath, olha para o Sr. Nam e diz: - Sim, meu amigo, a sua princesa, não vai abandonar o seu amigo, estou contigo sempre, você sabe disso e sei que você faria o mesmo por sua amada princesa. Agora descanse e se recupere que estou em guarda. E continua massageando o cabelo do pequeno e alisando o seu pequeno rosto, enquanto continua olhando para os seus olhos fixos e atentos... Quase esperando sair um verme por eles...
Eu pensei em me manter incógnita. Fingir que Nimb ainda estava em cima. Supus que nos expor poderia nos deixar vulneráveis. No entanto, O Mago logo poderia identificar algo diferente. A Paladina também poderia usar seus dons para detectar alterações. Até mesmo a Barbara, devido sua proximidade conosco, poderia notar algo. Além disso, eu não conseguiria mesmo imitar o Nimb. Melhor me revelar e decidir até que ponto me expor.
O Mago tem medo do Nimb. Ele está certo. A Paladina foi a cidade. Isso pode ser interessante. A Barbara parece realmente nutrir algum tipo de afeto conosco. Devo observar melhor este grupo.
“Ah! Obrigada. Já estou bem. Devo me vestir agora. Segundo minhas analises, as interações sociais, em regra, exigem vestimenta adequada. Ao menos para a maioria das raças. Se me permite eu vou me aproximar da cidade e tentar ver o desenrolar da investida da Paladina. Sem ser vista, claro. Qualquer novidade voltarei para reportar.”
OFF: Pessoal, por favor, imaginem que a gente está reunido numa sala, iluminada apenas por luz de velas, as paredes acolchoadas de veludo roxo, com uma mesa redonda, de mármore verde com rajas negras, ao centro da mesa, o brilho tênue de uma "lava lamp", que ilumina de modo assustador meu semblante. Semelhante, mas não igual, a imagem abaixo. Então eu começo a falar, minha voz é grave, como a voz do Márcio Seixas (o dublador do Batman da série animada, pesquisem para ter uma referência, se não souberem).
Sob o manto pesado do crepúsculo e das constelações desconhecidas que pontilham os céus acima de Hillsfar você segue, fazendo seu caminho, até os portões da cidade murada. @Mandhros, meu bom companheiro," digo com uma voz etérea e profunda, repleta das ressonâncias ancestrais das línguas esquecidas. "Em detalhes sibaritas e meticulosos, narre-me tua marcha rumo aos portões de Hillsfar. Por favor descreva detalhadamente como você segue para os portões de Hillsfar. Preciso saber como é que você irá, sua postura, se utilizará de algo mágico e o que você faz quando vê Razz presa na berlinda diante da multidão de curiosos ali presentes.
Garona se surpreende com o pequeno falando de súbito, mas fica mais confusa com ele falando como se fosse uma mulher, dizendo "Obrigada..." A sua elfa dizia que uma mulher educada falava desta maneira para agradecer por algo que outra pessoa tenha feito, mas ele é um machinho, ela mesma tinha conferido isso quando nadaram.... Será que o verme na cabeça é fêmea? E o pior, diz que vai se vestir, mas ela já colocara as roupas de baixo dele, enquanto as outras estão secando... Mas dizer que está bem, com todas essas alterações e querer ir para a cidade atrás da elfa azul... Ai tá demais, né e mesmo sem entender, tem que preservar a saúde do pequeno e diz:- Você não está nada bem, com a voz diferente, meio doentinha e com essas ideias loucas de ir atrás da elfa azul... De jeito nenhum... Vai descansar que a Garona esta aqui com o machado na mão, (Neste momento, mostra ele, rotacionando de leve o machado) E minhas adagas estão bem aqui perto da mão... Você está seguro comigo e vai ficar descansando até a Elfa voltar.... Não tem nada de ficar perambulando por ai se arriscando fraquinho assim, e estreita os braços ao redor dele o protegendo.
Sob o manto pesado do crepúsculo e das constelações desconhecidas que pontilham os céus acima de Hillsfar você segue, fazendo seu caminho, até os portões da cidade murada. @Mandhros, meu bom companheiro," digo com uma voz etérea e profunda, repleta das ressonâncias ancestrais das línguas esquecidas. "Em detalhes sibaritas e meticulosos, narre-me tua marcha rumo aos portões de Hillsfar. Por favor descreva detalhadamente como você segue para os portões de Hillsfar. Preciso saber como é que você irá, sua postura, se utilizará de algo mágico e o que você faz quando vê Razz presa na berlinda diante da multidão de curiosos ali presentes.
Montada no alazão divino, sigo a trote lento através da entrada de Hillsfar. Tomo dois cuidados, em especial: o primeiro, de manter minha natureza semi-humana oculta por sob minha capa de viagem e capuz, cuja sombra escondia não apenas as orelhas ligeiramente pontudas, mas também pelo menos a metade superior da face; o segundo, de manter Juramento do Céu, a grande espada, firmemente presa às costas, como um aviso de que, embora fosse uma mulher, seria um erro considerar que era frágil ou estava indefesa.
Quanto mais o barulho dos cascos ressoava contra as pedras da via principal, mais eu buscava, mentalmente, as indicações que o Sr. Nam tinha fornecido sobre onde estava a elfa cativa. Eu sabia que a encontraria nua e presa a uma berlinda, e sabia que estava em uma praça, mas não conhecia Hillsfar tão bem assim. Naquele momento, era guiada mais por instinto do que por uma noção clara de onde deveria ir.
O Sr. Nam mencionou que a elfa estava presa e era alvo de humilhação pública... Isso sugere que, provavelmente, ela estará na praça principal, onde estaria mais exposta e vulnerável.
Com esse pensamento, continuo avançando, lentamente, mas sem parar. Olho ao redor, por sob o capuz, e agradeço a Tyr por ser capaz de enxergar perfeitamente através das sombras mais próximas da cidade - uma herança recebida da minha mãe elfa.
Não demora muito até que eu consiga encontrar quem eu tinha vindo procurar.
Era uma elfa, como seu corpo esguio denunciava. Sua pele era branca, e o corpo estava iluminado pela luz bruxuleante das lanternas que eram acesas em Hillsfar à noite. Seu rosto e mãos ainda estavam ocultos pela berlinda, mas era possível ver cabelos dourados pendendo até próximo ao chão.
Desmonto o cavalor sagrado, acariciando seu pescoço, como era de costume e, a pé, o conduzo, puxando-o pela rédea, até próximo de onde estava a prisioneira. Circulo a berlinda e meu coração quase salta pela boca ao perceber que meu temor, antes de ingressar em Hillsfar, era justificado. Razzley!
Eu me aproximo dela e após ajoelhar, para encará-la da mesma altura, com delicadeza, limpo o suór e as lágrimas de seu rosto cansado, e tiro algumas mechas de cabelo da fronte dela.
Imediatamente, me levanto e, após procurar na mochila, retiro uma segunda capa de viagem, idêntica à minha, e cubro o corpo dela, tanto para protegê-la dos olhares das pessoas do local, quanto para apaziguar o frio da noite. Então, retorno diante da cativa, e ajoelho novamente. O que aconteceu?
Sinto um gosto ruim na boca, como prenúncio ou resquício de algo maligno. Eu conhecia Razzley. Ela não era uma pessoa má, tampouco uma criminosa. Longe disso! O que poderia ter acontecido para ela parar presa a uma berlinda?
Mas que mulher irritante. Só mesmo o Nimb para se afeiçoar a uma Barbara. Preciso manter a compostura. Não será bom um conflito nesse momento. Observar é preciso. Tento dialogar de forma mais humanizada enquanto luto para me afastar dos seus enormes braços.
“Obrigada! Mas estou bem agora. Mas vou aceitar suas preocupações e não vou até a cidade ok? Estamos bem assim? Posso ir até o Mago então? E sobre suas armas, são muito impressionantes, mas com certeza não vamos precisar delas. Deixe-me vestir minhas roupas. Você parece ter algum transtorno relacionado a proteção. Você teve alguma perda? Está tentando compensar algum trauma passado? Talvez sua insistência em proteção seja uma tentativa de superar algum trauma passado. Talvez alguém importante que você não conseguiu proteger."