Introdução: Arzamarr do Leste.

Ainda era de madrugada, o sol sequer havia saído e já era possível ouvir-se orações aos deuses, cantigas desejando bom dia ao povo e homens e mulheres indo para o trabalho matinal. Mais distante podia-se ouvir sons de metais se debatendo: eram os anões trabalhando.

Era comum eles despertarem antes do sol e já iniciarem seu trabalho braçal muito reconhecido em todo o Reino do Leste.

Arzamarr, sempre com uma postura que impunha respeito, andava observando os trabalhos. Certamente ele adorava estar entre os ferreiros mesmo que, por questões de herança de família, ele não ficasse muito por estes arredores, tendo sempre que estar junto ao Rei dando conselhos ou simplesmente ouvindo resmungas de Reis...

Arzamarr parte para a cidadela do Reino, e começa com sua rotina. Obviamente ia até o podeiro que sempre lhe cumprimentava com um pão macio em mãos, dizendo:

- Olhe, este aqui acabou de sair, parecia estar esperando pelo senhor. Tome, leve-o como um agrado!

Em seguida, com o pão em mãos, passava pela taverna. Afinal não se poderia engolir um pão a seco, precisava de algo para saboreá-lo. Chegando lá cumprimenta o Taverneiro e, antes de sentar-se, dois cavalos brancos param na porta e dois cavaleiros descem se aproximando dele:

- Senhor, viemos a mandado do Rei. Ele pede que compareça com antecedência hoje em seu palácio e, com antecedência ele quer dizer neste momento, senhor.

Era um belo dia, isso melhorava um pouco o humor do leal anão, recebia agrados de seu querido povo e os respondia com um aceno de cabeça pouco carismático, algo que já estavam acostumado a receber do anão, certamente.

Como de costume, o padeiro lhe entrega um pão fresco, logo o anão segue para a taverna para deliciar-se o pão que acabara de sair do forno junto com uma cerveja, uma ótima maneira de começar o dia aos sons de batidas de martelo em metal que escutava ao fundo, eram os de sua raça trabalhando, que orgulho e nostalgia ele sentia com isso.

Até ai tudo bem, mas antes mesmo dele conseguir sentar-se num banco da taverna para comer seu pão, dois cavaleiros, cavalgando seus cavalos brancos chegam na porta da taverna, era um sinal, um sinal de que algum infeliz estava ali pra interromper seu "café da manhã". "Cavaleiros em cavalos brancos, uma coisa tão afeminada dessa só pode estar vindo na minha direção pra perturbar minha refeição com alguma notícia insignificante."

Então o anão escuta a notícia miserável que os dois traziam, de fato, era pra ir ao encontro do rei, provavelmente pra escutar alguma abobrinha, mas assim ele faz. O anão da uma porrada na mesa e alerta os dois cavaleiros. - Nunca mais me perturbe durante uma refeição, entendido???... Logo depois o anão da uma mordida no pão seco e sai da taverna indo para o palácio do Rei, com a cara séria e fechada de sempre.

Os dois guardas acompanham o anão até a porta do grande salão onde se encontrava o rei. Era de costume eles adentrarem junto, mas não foi isso o que aconteceu.
Eles ficaram parados do lado de fora da porta e um deles diz:

- Minhas ordens só nos permite acompanhá-lo até aqui senhor. Terá que seguir sozinho para acompanhar o Rei.

Se curvam e abrem a porta para o anão entrar.

O Palácio era muito belo, cheio de detalhes em dourado, branco e amarelo. Não havia tabete vermelho guiando até a poltrona do Rei naquele dia, todos esses detalhes eram incrivelmente incomuns e preocupavam o jovem anão.

- Aproxime-se Arzamarr, meu amigo confidente. - Disse o Rei com um sorriso, mas em sua voz era explícita a preocupação.

"Huuunfff, graças a Moradin esses cavaleiros me deixaram!" O anão continua seguindo até o Rei sozinho.

E chegando até ao palácio o anão não pode deixar de perceber que faltava o tapete vermelho que rumava ao trono do rei, foi nesse momento que um sorriso de canto de boca surgiu na face do anão, dava de imaginar que na mente do anão o palácio ficou muito melhor sem aquele tapete de mulherzinha que costumavam colocar, porém, era preocupante, já que esse era um costume do rei Elder.

- Estou aqui vossa Graça! Fala o anão se curvando a sua autoridade, o rei Elder.

O Rei se levanta e diz:

-Estou preocupado meu amigo. O que eu e os outros reis temiamos aconteceu. Alguem quebrou o pacto com o Reino das Sombras, aquele que seu falecido e honrado pai lutou junto de meus ancestrais para mante-lo.

O Rei respira fundo e diz:

- Temos que resgatar o Cajado das Sombras. Um item magicos cujps poderes sao imensos. Alguem o roubou e a Rainha Namish nao esta nada contente... Nao temos muito tempo! Diga-me amigo, o que farei?

- huuunff... sabe Vossa Graça, quando eu vi dois cavaleiros com cavalos brancos interrompendo meu "café da manhã" logo imaginei que alguma porcaria estava acontecendo. O anão então começa a mexer na sua barba enquanto andava pelo salão em que estava com o Rei, sua expressão era pensativa, queria ter alguma boa ideia para o Rei.

- Diga-me vossa graça, alguma facção em especial, não sendo a gente e os outros três reinos, sabia da existência desse cajado?... Alguém que guardasse alguma desavença com a Rainha Namish?...

O rei se prontifica e responde:

-Somente membros da realeza que sabuam do cajado ou do pacto. Muitos seres de qualquer reino nao auporta a Namish, simplesmente por ela existir, mas temem demais para se meterem com ela.

- Portanto vossa graça, acho que devemos enviar alguém mais que capacitado pra analisar o que realmente aconteceu mais de perto, não da pra confiar totalmente numa mensagem vinda duma terra que fica a quilômetros daqui, se é mesmo que esta terra existe... Assim falava o anão ao Rei Elder, ainda rodeando o salão e passando a mão na sua barba, é quando ele decide se dirigir pra mais perto do Rei.

- Acho que quanto menos pessoas souberem disso, melhor pro povo do Leste, são menos pessoas pra Rainha Namish por a culpa, então, se for pra enviar alguém pra procurar e punir o desertor que fez isto... Que seja EU! Expressa o anão com firmeza na voz, passando confiança ao seu Rei.

O rei n se espanta com a sugestao do conselheiro, afinal o conhecia muito bem, desde sempre ao seu lado, sempre fiel e leal...

- Realmente, vc tem razao. Um representante do Norte vira escolher um homem de coragem de cada reino, e vou lhe indicar. Va terminar seus afazeres e volte qndo o sol alcançar suas montanhas (por do sol). E venha sem esse cheiro de cerveja e escove essa barba para receber o convidado.

- HA HA HA HA HA HA!!!.... É difícil eu vim sem o cheiro de cerveja, mas tudo bem, bebo Vinho! O anão sai do salão, descendo as escadarias do palácio e procurando alguma carruajem da realeza, assim ficaria mais rápido ir até o distrito destinado aos adoradores de Moradin, um bairro apertado, o bairro mais anão da metrópole, com certeza. Em sua casa, o anão começaria a escrever uma carta destinada a Fortaleza Orllezzir.

Na carta o anão escreveu em sua língua natal: "Saúde a todos de Orllezzir, informo aos meus amados familiares que estou me ausentando em breve do Círculo do Conselho, o motivo, estou indo a uma missão dada por nosso leal e bondoso Rei Elder, sobre a missão, não posso falar muito, mas devo admitir que fico feliz por isso, já estava a ficar monótono o tempo sem eu dar uma martelada na cabeça de algum infeliz... Espero que meu irmão esteja conseguindo honrar o nome da família na fortaleza e por favor, me mandem a cerveja dai, por que na metrópole a cerveja tem gosto de mijo!... Por enquanto, é isso. Que Moradin cuide de todos!"

Finalizando de escrevê-la, o anão toma umas doses de vinho, descansa, toma um banho, prepara sua armadura e volta pro Palácio do Rei no por-do-sol com a carta escrita guardada consigo, se fosse mesmo se ausentar, entregaria a um mensageiro da realeza entregar na Fortaleza Orllezzir.

Havia chego a hora e Gorus, o soldado do Norte ja se encontrava no Palacio do Rei do Leste. Mesmo sendo um momento delicado e tenso Gorus sentava-se ao chao com uma raça de vinho em maos, sia espada apoiada numa especie de criado mudo que o rei havia mandado colocar ali. Os dois riam e se divertiam quando Arzamarr chegou onde estavam. O rei estava tao entretido que sequer reparou na entrada do anao.

O anão chega ao palácio e vê o Rei conversando e rindo com outra figura, mais rindo do que conversando, parecia até que a situação não era tão complicada como havia falado anteriormente. - Vossa Graça!... Vejo que não precisas mais de um bobo da corte. Assim o anão se apresenta aos dois, se curvando a seguir para o Rei Elder e cumprimentando a outra figura com um balançar de cabeça.

- Me diga Rei, quais são suas providências?

Rei Elder indicando o anao com as maos diz:

- Gorus este eh Arzamarr que lhe falei.

Agora o Rei se dirije ao anao:

- Estavamos conversando um pouco para descontrair a tensao. Gorus eh o mensageiro do Reino do Norte que veio recrutar homens para a missao.

Gorus, se curva perante o anao e diz:

- Ouvi grandes dizeres e historis incriveis sobre o senhor e sua familia, mas gostaria de ouvir um pouco com suas proprias palavras. Ja que viajaremos juntos gostaria de conhece-lo adequadamente antes.

Antes do Anão responder ao Rei e a Gorus, ele se dirigi a um guarda da realeza, pedindo pra que enviasse a carta que tinha escrito anteriormente para a Fortaleza Orllezzir. - Mande um mensageiro entregar isto na Fortaleza Orllezzir soldado.

Então o anão volta para o Rei e a Gorus, primeiramente se dirigindo a Gorus: - Tudo o que precisas saber de mim é que meu martelo estará pronto para estassalhar cabeças!... Eu sou um anão caro jovem, não vou falar nada a meu respeito sem que proves sua honra!... Huuunfff.

Em seguida o anão se despede do Rei, dando a entender que está pronto para buscar pelo objetivo do Reino. - Vossa Graça. Que Pelor e Moradin estejá com você... Tenha certeza que honrarei minha casa e todo o Reino do Leste nessa busca, entenda que esta missão que me deste já está cumprida... Tens algo a me falar, ou já posso ir?

O Rei Elder sorri confiante e satisfeito com a decisao tomada e diz ao anao:

- Nao. Meu caro, as proximas informacoes lhe serao passadfas por Gorus ou pelos reis conforme o momento oportuno.

Gorus se curva diante do rei, despedindo-se.

- Gostei deste aqui, Elder. Terei momentos felizes com ele. Vamos meu caro, lhe pago uma bebida na taverna mais proxima e conversaremos um pouco. Uma refeicao boa antes de partirmos. Precisa buscar algo em sua moradia?

E ajeita seus cabelos, que estavam esvoacando em seu rosto, comode costume.

- Então me despeço Vossa Graça! O anão se curva para o Rei saindo do Salão a seguir juntamente com Gorus que sai dialogando.

O anão podia perceber que o humano iria testar sua paciência a viagem inteira, pois não parava de tagarelar. - Tudo o que preciso já está comigo Gorus... Quanto a comermos e bebermos, acho que podemos fazer isso enquanto viajamos, me siga que lhe mostrarei uma taverna onde servem ótimas refeições, pede pra eles prepararem pra viagem... Eu te espero no lado de fora!... Algum problema quanto a isso?... Não, que ótimo... Discutiremos sobre o cajado a seguir!

Arzamarr caminha ao lado de Gorus em direção a taverna, era perto, estava bem próxima do palácio do Rei, de fato serviam ótimas refeições pois estavam acostumados a receber clientes nobres, clientes afrescalhados, como o Gorus parecia ser.

- ha ha ha, - ria ele com humildade e simpatia- nao tenha tantab pressa " Arza", posso te chamar assim nao eh? Podemos pedir para a viagem sim, assim poderei sentar e desfrutar da comida nos lindos pastos de Ehlonna no Leste, o que acha da ideia? Vamos sorria!

Apos isso ele pede ao taverneiro duas orimas refeicoes para a viagem e complementa:

- Quanto ao cajado, direi apenas quando todos estiverem juntos no Oeste. E... afinal, o que foi aquilo que entregou ao guarda no palacio?

- Me chame como quiser humano... A cara do anão era a mais séria possível, era lógico que Gorus falava demais pro anão sorrir como ele pediu.

- Era uma carta... Uma carta pra fortaleza da minha família... Vamos pro portão da cidade, seu meio de transporte deve estar esperando a gente por lá... Você tem algum meio de transporte que nos leve ao Oeste certo? O anão continuava caminhando ao lado do humanos, em direção ao portão principal da metrópole.

O jovem humano faz uma cara como quem tivesse esquecido.de um detalhe e diz olhando para cima com um ar de pensativo:

- Transporte? Temos nossas pernas como transporte meu caro... Alem de podermos desfrutar de mais tempo juntos com a natureza poderemos nos conhecer um pouco mais, vc eh muito fechado, amigo!

De repente sua expressao ficou mais seria do que o nos outros momentos e complementa:

-Antes do Oeste, temos um encontro no Sul...

"Puta que pariu, que pirralho burroooo!... Andar a pé do Leste até o Sul... Grrrrrrr... Que vontade de acab... Deixa quieto, é só eu cantar musicas anãs na minha mente e fingir que ele não está do meu lado." Era claro a cara de negação que o anão fez ao fato de ir apé até o sul, mas não iria usar suas regalias pra dar carona pra um rapaz como esse, quem sabe o anão poderia ter uma oportunidade de cavar uma cova pra ele durante o caminho, nunca se sabe quando pode ser atacados por Ghouls, Kobolds, Orcs, etc...

O anão continua sua longa caminhada com o tal de Gorus, cantarolando canções anãs em sua mente pra evitar escutar as besteiras do jovem humano.