O monstro olhou de um lado a outro e resolveu que traçaria um sortilégio na porta do quarto do seu mestre temporário.
O demônio montaria guarda, mas a seu próprio modo. Longe do da prisão infernal, Igor pressentia cada coração pulsante na mansão. Cada alma.
Ele salivava com a possibilidade de um descuido do seu senhor.
Em seus aposento, Abenty dormia tranquilo, ciente de que o servo estava bem amarrado. Todavia, o mago não era tolo e sabia formas de lidar com o ser infernal. Por enquanto, ele poderia dormir. Uma coisa de cada vez.
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Kaash'Taanel pressentiu a mesma sensação de antes. Ela aguçou os sentidos élficos para investigar o salão de reuniões por um momento. No entanto, nada além de sobras e fulgores da lâmpada do criado eram visíveis.
Mesmo assim, anos de treinamento acusavam que alguém ou alguma coisa a observava. Ela sentiu incômodos aos quais sentidos ampliados além dos meros cinco conhecidos pelos mundanos podiam denotar.
A plenos olhos e mesmo assim invisível a todos, Enninbel soube que a elfa devota não a encontraria quando viu em seus olhos vagando pela penumbra e os ouvidos escutando o vácuo nulo que era o único som que se permitia manifestar. Só que não, uma vez que o ser sombrio apanhou a clériga negando todos os sentidos, numa expressão fechada, mas tranquila. A sombra então soube que aquela sacerdotisa a estava procurando com a terceira visão.
A clériga analisou por um momento, enquanto o criado já se encontrava quase apanhando a porta para fora do aposento quando percebeu. Aqueles eram sinais de um ser imaterial, mais precisamente de uma sombra: um espectro obscuro dos mortos, eternamente preso entre o plano negativo e o mundo material.
Taash sabia da sua presença na sala, mas não onde exatamente ela estava.
Enninbel reconhecia a perspicácia da clériga.
O silêncio inquebrável foi quebrado pelo clic da porta aberta pelo criador.
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Algarion dormia tranquilo ao lado do seu companheiro grifo.