Ardanthur (Ato I) - Lua Argêntea

1 de Eleint de 1372 CV

Lua Argêntea



A comitiva de Helm foi bem recepcionada por Taern, o Alto Mago de Lua Argêntea, um grande senhor de barba grisalha e sucessor de Alustriel no comando da cidade. Helm e seus principais comandantes foram convidados a passar os dias que antecedem ao Conselho da Confederação em quartos luxuosos no Alto Palácio.

O Alto Palácio é uma estrutura imponente de grandes blocos de mármore branco e torres delicadas. Ardanthur também foi levado com Helm e seus homens, enquanto o resto da comitiva teve que se arrumar nas hospedarias locais. Ardanthur pouco viu sobre a cidade, pois a maior parte do tempo foi obrigado a ficar trancafiado, aguardando o dia do Conselho para que Helm, enfim, o apresentasse aos representantes das cidades signatárias da Liga. Uma das coisas que chamou a atenção do forjado, foram ver elfos vivendo em árvores e anões logo abaixo em tocas subterrâneas. O clima da cidade, devido á inúmeras clareiras florestais e jardins, é sempre temperado com uma brisa e odor suave.

O forjado bélico, por não precisar nem comer e nem beber, ficou a maior parte tempo no quarto que dividi-a com Ilbrim Sarkro, sem sair para as refeições costumeiras.

Até que no primeiro dia do Desvanecer¹, o Lâmina da Guerra Ilbrim finalmente avisa ao Ardanthur que a primeira reunião do Conselho da Confederação iria começar dentre poucas horas, e que ele seria levado até uma antecâmara esperando ser chamado por Helm.

¹ Nome coloquial que o povo dá para o mês de Eleint.

Ilbrim e Ardanthur são acompanhados por um dos Guardas Superiores, homens de elite vestidos com armaduras prateadas exclusivas, até chegar à antecâmara. Um longo silencio se instala enquanto a reunião acontece na sala ao lado e Ardanthur espera ser chamado, até que Ilbrim diz:
- Tudo o que você tem que fazer é responder todas as perguntas com educação e se mostrar alguém, de certa forma, humano. Os membros do conselho têm que ver você como um aliado seguro, e não como uma aberração que possa confrontá-los. Agrade à Grã-Senhora Alustriel, e você estará agradando a maioria do conselho.

Passo os dia polindo minha armadura e meu escudo, e olhando a cidade o máximo que eu puder por alguma janela.

Assim que sou alertado sobre a iminência da reunião,
me dirijo a antecâmara, e respondo as sugestões de Ilbrim com um acenar de cabeça.

Assim que receber o comando de Helm vou entrar no salão do conselho com meu escudo empunhado e carregando um estandarte de Sundabar, e realizar uma breve reverencia ao concelho.

Após mais longos minutos, um soldado dentro da sala do conselho abre a porta e chama Ardanthur:

- Mestre Helm requisita a sua presença perante o conselho.

Ardanthur entra com seu escudo de corpo na mão esquerda e o estandarte de Sundabar na direita, fazendo uma leve reverência aos membros do conselho. A sala de audiência é grande, com uma mesa circular de madeira negra ao centro. Na extremidade oposta sentada numa cadeira de espaldar alto, se encontra uma mulher alta e de rosto gentil.

Helm se levanta de seu assento e diz:
- Esta é a Grã-Senhora Alustriel, Senhora Protetora da Liga das Fronteiras Prateadas e antiga Alta Maga de Lua Argêntea.

Grã-Senhora Alustriel



Alustriel apenas faz um aceno educado com a cabeça, e Helm prossegue:
- Membros do conselho da Confederação das Fronteiras Prateadas, eu lhes apresento a nova criação dos mestres anões de Sundabar. Este é o...

Alustriel com um gesto interrompe a fala de Helm.
- Por favor, Helm, se não for pedir muito, deixe que ele mesmo se apresente ao Conselho. Adoraria ouvir o que ele tem a dizer.

Ao ouvir as palavras da senhora, dou um passo firme e digo, numa voz forte e grave:

-me chamo Ardanthur, o nome que na linguá dos anões e mestres ferreiro de Sundabar significa "O Guardião Caçador de Gigantes", eu sou apenas um elo da tropa de 100 forjados bélicos, conhecidos como " A 3ª Muralha" de Sundabar.
Antes de entrar neste salão ouvi as seguintes palavras: 'Tudo o que você tem que fazer é responder todas as perguntas com educação e se mostrar alguém, de certa forma, humano. Os membros do conselho têm que ver você como um aliado seguro, e não como uma aberração que possa confrontá-los'
Porem mesmo não sendo um humano, e também sabendo que minha existência pode trazer um certo incomodo por ser diferente, digo que mesmo meu exterior sendo diferente, busco o mesmo que vocês, e que qualquer ser vivo!
1º-um grande objetivo na vida!
2º- ser reconhecido, pelo meus atos e pelo que sou!

Assim Agradeço a oportunidade de falar.

E, assim que termino de falar deu um passo para traz e volto a olhar o conselho.

Quando o forjado bélico termina sua explanação, todos os membros do conselho se aquietam avaliando as palavras proferidas. Até que Alustriel, com um sorriso no rosto, diz:
- Muito bem. O que os senhores acham disso?

Um anão de constituição forte e uma barba levemente dourada, ostentando uma coroa dourada adornada com três grandes safiras e com uma cicatriz que vai desde a face superior de seu olho direito até a ponta da orelha direita, toma a palavra:
- Mestre Helm, me permite fazer uma colocação. Como foi possível criar isto, um ser forjado em metais e que pensa e tem atitudes próprias.

Helm, ainda de pé ao lado de Ardanthur, responde:
- Tanto você, Emerus Coroa de Guerra, quanto todos os outros membros presentes neste conselho, sabe que Fogo Eterno é responsável por muitas armas mágicas. E trabalhando nas forjas abaixo de Sundabar, tenho verdadeiros mestres anões ferreiros arcanos, isto é, eles trabalham com metais e ainda impregnam as magias em suas artes. Para maiores explicações, apenas trazendo um dos anões ferreiros arcanos, mas não se tem como explicar com exatidão o poder da magia.

- Ahhhh, esta coisa não me engana - diz um outro anão, sentado na cadeira ao lado de Emerus. - Ela parece um cão que precisa ser bem treinado, caso contrário ela se vira e morde o próprio dono. Não podemos confiar num exército desses, e se ouvi bem, a coisa disse que um exército de 100 dessas coisas já foram criado. 100! C-E-M! Helm, quando você pretendia nos contar disso? Parece que a opinião do conselho em utilizar tal invenção em nossas fileiras não importa para você, já que mandou criar um exército sem a nossa aprovação.

Helm, sem se alterar devido à elevação de voz do anão, diz:
- Rei Harbroom, você disse bem. Nossas fileiras. As fileiras de Legião Argêntea. Os cuidados individuais na proteção da minha cidade, que eu saiba, ainda pertence única e exclusivamente a mim. Eu já aprovei os forjados bélicos e tenho plena confiança neles. Até agora não tivemos nenhum ato de insubordinação, e sua perícia no combate é excelente. Não vejo motivos para recusarmos essa força a nosso favor.

Rei Harbromm



- Ainda não estou certo se quero contar com estas coisas, pois para mim esta coisa é justamente uma aberração. Um ser que não possui coração e nem cérebro, e que fala e agi por conta própria? Isto cheira mal, muito mal mesmo Helm.

- Acalma-se Rei Harbromm - diz calmamente Alustriel. - Não façamos julgamentos precipitados. Agora, Ardanthur Guardião Caçador de Gigantes, diga-me mais sobre você e seu modo de ver a vida. Você diz que procura um grande objetivo na vida, mas que objetivo seria esse maior do que ajudar seus criadores a defender o território contra o exército de Rei Oboud. Certamente você foi instruído que estamos em tempos de guerra, alias, a sua raça foi criada justamente para este propósito.

depois de alguns segundos pensando, Ardandur novamente começa a falar

-hum...Lembro quando perguntei aos anões arcanos sobre o que eu era, e eles explicaram brevemente o que era um construto e a diferença deles com um ser pensante, o anões sitou teorias envolvendo a própria essência da magia, que poderia ter despertado esta característica de pensamento próprio em nós
Porem diferente de alguns de meus irmão, eu não tenho esta curiosidade ou preocupação de saber as minhas origens a fundo.
Esse tipo de repudio ou hostilidade que sofremos é de certa forma normal e esperado, é difícil aceitar rapidamente algo tão diferente com nos War Forged vivendo lado a lado com outras civilizações, por este motivo queremos nos destacar nesta guerra e provar nosso valor e nossa utilidade
creio que assim podemos ser melhor aceitos na sociedade
isso iria mudar a maneira com a qual nos vee,
no conseito empatia é facil perceber que somos tachados com ferramentas, e o que queremos é ser tratados como individuos com pensamentos e caracteristicas induviduais.

O Rei Harbromm é o primeiro a se manifestar:
- Tão vendo só? Esta coisa agora quer dizer como nós devemos tratá-la, daqui a pouco ela estará querendo uma posição de destaque no exército. Você parece ter feito realmente uma bela arma de guerra, Helm, pois eu nunca vi uma arma que falasse e agisse por conta própria. Qual a certeza que você nos dá de que estas coisas vêem sentido em princípios básicos como a honra e o dever de um soldado?

- Os forjados bélicos foram muito bem instruídos pelos mestres anões que os fabricaram, Rei Harbromm - responde Helm. - E eles já possuem mais de um ano de vida, sei que não é muito tempo, mas eles aprendem muito mais rapidamente do que um bebê convencional aprenderia.

Harbromm bufa em desaprovação, enquanto outro anão, faltando-lhe o olho direito, diz:
- Eu acho que devemos confiar no julgamento de Helm. 'Cê ele disse que os forjados são confiáveis, não tenho motivos para discordar.

Alustriel toma a palavra:
- Nossa situação atual é difícil. Os orcs estão descendo a Espinha do Mundo e adentrando a Floresta da Lua. O Rei Obould conseguiu reunir um grande exército e necessitaremos de todas as forças atuando em conjunto. Eu voto para que aceitemos a 3ª Muralha em nossos batalhões quando a hora chegar.

Os outros votam na seqüência de Alustriel, primeiro Taern sentado ao seu lado, depois o anão sem um dos olhos, Emerus Coroa de Guerra, um humano e uma humana de expressão misteriosa, seguido também por um meio-elfo de armadura. Todos votam favoravelmente.

Harbromm, deixado por último, diz:
- Vocês do conselho tem tomado atitudes que desagradam-me, especialmente você Alustriel. Esperava um pouco mais de pulso firme, pois só vence guerras quem não cede com facilidade. De qualquer forma torço para que suas decisões estejam sendo acertadas, pois senão... - Ele deixa sem completar a frase.

- Rei Harbromm, você sabe que tudo que faço é pelo bem do povo e por nossa vitória na guerra. Nada mais que isso. Bem, acho que a reunião de hoje está encerrada. Amanha espero que todos voltem para discutirmos outros assuntos mais importantes.

O Rei Harbromm é o primeiro a se levantar e sair da sala. Os outros dois anões se entreolham, preocupados.

Aos poucos os outros vão se levantando e saindo, menos Taern que permanece sentado, e Helm, que ainda aguarda de pé. Após todos terem saído, Helm se dirige a Alustriel:
- Senhora, uma última questão.

- Diga.

- Quero pedir permissão para deixar o forjado caminhar pela cidade livremente.

- Esta decisão cabe ao Alto Mago Taern Chifre-Lâmina.

Taern assenti positivamente.

- Obrigado.

Helm se vira pra sair da sala.