Enquanto tudo acontecia na casa da feiticeira com os nossos aventureiros, Beijamim dormia na taverna que havia debaixo do morro onde Andalãna vivia.
Lá ele se preveniu de todas as formas possíveis e, assim que fechou os olhos, adormeceu.
Um sono leve onde beira os sonhos e a realidade ele pôde sonhar...
Beijamim viu-se numa estrada negra e sombria, não havia luz ao não ser uma que provinha do final daquele caminho. No chão haviam caveiras sem a parte de baixo da mandíbula e corpos dilacerados sem sangue nenhum. havia uma névoa densa num tom esverdeado encobrindo tudo.
Era incrivelmente frio e Beijamim sentia-se vazio por dentro, como se sua alma não estivesse em seu corpo, como se ela preferisse não estar ali.
Conforme o jovem se aproximava da luz pôde perceber uma imensa árvore que cheirava a cadáver e, assim que chegou à frente dela, viu que se tratava de uma árvore de corpos. Alguns ainda vivos, outros morrendo, outros em carne se decompondo até àqueles que estavam em osso puro e amarelados.
Nos pés dessa mesma árvore havia um homem de uma aparência envelhecida com uma barba verde, assim como seus olhos e uma pele morena pálida e mumificada. Em sua mão direita segurava um cajado que continha uma foice vermelha de sangue e, em seus pés, a figura destroçada da jovem elfa que o clero havia oferecido à sua divindade antes de adormecer. Ela estava com queimaduras horríveis e ainda gritava de dor. Não estava morta e seus gritos eram uma doce canção aos ouvidos do homem, se que é pode-se chamá-lo assim.
Quando ele se aproximou suficiente viu que a figura era Nerull, o grande Ceifador de Vidas, àquele que torturava os mortos e que era conhecido como "O Deus da Morte", o Senhor da Escuridão sem fim que tinha como diversão torturar os corpos e as almas das criaturas que morriam.
Um medo tomou conta de Beijamim, não conseguia imaginar o que estava para vir em seguida. Um deus estava a alguns poucos metros de distancia dele e, certamente, não era qualquer deus, mas sim Nerull, a divindade que o clero jurou obedecer e agradar.
Ele se aproxima lentamente procurando não demonstrar seu temor, e, com os olhos frios e passos firmes, se aproximou da divindade ajoelhando-se perante ele.
O Deus da Morte, por sua vez chutou o clérigo derrubando-o no chão e, pisando em sua cabeça ele diz:
- Meu escravo miserável, você pode ser meu clérigo mas continua sendo um humano mortal desprezível. Seu lugar é aqui abaixo de meus pés... Ah essa nova era que se inicia coberta de sangue e batalhas infinitas, certamente pertence à mim. Vou me banhar nos gritos de agonia e nos córregos de sangue que jorrarão e abrirão os leitos da terra e como um "presente" dei uma lua vermelha para que o mundo lembre que Nerull é o Deus da Morte.Ele faz uma breve pausa rndo como se já saboreasse o gosto do caos.
- E sabe qual é o se papel, verme, nesta nova era? vocês serão a influência de meu poder na terra. Porém - ele pressiona mais a cabela do clero contra o chão -
lembre-se que você é um verme que anceia com rezas e oferendas patéticas pelo meu poder. Pois sem ele você não passa de um lixo.
Nesse momento ele tira o pé do rosto do jovem humano e estende a mão para ele. Por um segundo Beijamim pensa que seria um ato misericordioso do deus o ajudando a se erguer, no entanto com uma jogada rápida de mãos o deus agarra seus cabelos e começa a arrastar o jovem clérigo contornando a árvore de corpos.
De repente a paisagem atrás da árvore muda e eles se encontram em um barranco alto e logo o som chega ao ouvido de beijamim. Eram milhares de vozes cantando a Glória de Nerull.
Quando o cabelo dele foi solto ainda pode ver acima do barranco muitos outros clérigos, cavaleiros, algozes, simples humanos como ele, todos vestidos em trajes negros. Eram os servos do deus igual Beijamim.
Neste momento, comum gesto de mãos, o próprio deus invoca uma chuva que começava a enxarcar seus servos e seguidores, dizendo:
- Está é a minha benção para vocês!A chuva era terrivelmente forte e em poucos segundos Beijamim já estava ensopado. Assim que a água toca seus lábios ele pode sentir que aquilo não era água, mas sim que tinha um gosto diferente, era como se sangue, trevas e morte se fundissem em um líquido que, agora, estava em todo o seu corpo.
A última palavra que eles ouviram de Nerull, que já estava dando as costas à seus escravos partindo, foi:
- Queimem...!E em poucos instantes aquela "água" se incendiara como se fosse óleo.
Beijamim podia ainda ouvir os gritos de dor dos demais presentes ali e sentiu o fogo rompendo sua pele e queimando sua carne de tal forma que até sua alma se lembraria.
Um eco estava em sua mente, repetidamente dizendo: " A benção do deus das trevas não é um presente e nem uma dádiva, e sim, um pacto".
Quando Beijamim acordou com seu corpo queimando com a mesma intensidade que sentiu anteriormente no sonho ainda ouvia os gritos de agonia e desespero dos outros que queimavam... Ele tenta saltar de onde estava para procurar algo para amenizar a dor da queimação, mas não conseguia se mover. Todo o seu corpo ardia como se estivesse dormindo em brasa.
Assim que finalmente se levantou foi até um espelho que tinha no quarto da taverna e viu que seu braço esquedo estava totalmente queimado, com bolhas e uma pele enrugada. Desde o ombro até seus dedos. Suas unhas também estavam diferentes: cresceram e estavam pontiagudas. Ele sentia como se toda a queimação de seu corpo se concentrasse ali e, após uns minutos pensando em tudo o que tinha vivido em seu "sonho", tirou a conclusão que aquele braço era a marca da benção de Nerull e o pacto que nascera.
Ele olha para a escrivaninha do quarto e percebe uma adaga com lamina avermelhada. Na bainha o símbolo do deus. Assim que ele a pega ele ouve em seu ouvido as seguintes palavras:
" Quero que aprissione a alma daquele que quebrou o pacto dos reinos nesta adaga. Mate-o!"Beijamim nem percebeu, mas os pedaços de comida que ele deixara nos cantos do quarto foram todos comidos e não tinha nenhum tipo de corpo morto ali. Ninguém invadira o quarto e nem a comida estava envenenada. Beijamim dormiu a noite inteira e sentira-se mais imponente, forte e poderoso que nunca.
Do lado de fora o Sol já nascera em um eclípse total, fazendo com que o dia parecesse noite.
- Spoiler:
OFF:
Parabéns! Vc Upou os 3 níveis agora!! xD
Glemilson, você está em um horário muito adiantado e, por conta disso, irei postar vagarosamente agora para você para poder adiantar o resto do pessoal que ainda está na noite anterior em ON, ok?
Antes que eu me esqueça...
O braço não terá nenhum tipo de bonus mecanicamente falando ok? Nada de mais força ou poder arranhar as pessoas matando nem nada... entenda como uma mão "normal" de humano. Isto é apenas o pacto lacrado em vc.
E não poderá ser ocultado com o poder da máscara que você tem, afinal o poder de um deus pode ultrapassar qualquer magia de um ítem mágico se ele quiser, ok?
[/color]Espero que tenham gostado ^^
Imagens:
Nerull :
Arvore de Corpos (Ignore os guerreiros) :