Área Residencial #1

Uma bela área residencial, com dezenas de residências de luxo e apartamentos de igual característica. As ruas são perfeitamente limpas e possui uma ótima segurança.

Muito tempo foi gasto, na opinião dela. Tempo demaks. Para alguém em desespero, fora terrível. Em frente a uma magnífica mansão, uma multidão se acumulava. Mas o empregado, que passara a viagem toda tentando acalmar a jovem não parou ali. Foi mais a frente e estacionou mais distante, onde conseguiu uma vaga, e saiu com a jovem.

Era difícil avançar e as pessoas até tentaram impedir a criança de ver a terrível cena, mas a jovem era ágil e pequena, difícil de ser pega. Quando chegou onde podia ver, a cena foi horrível. Não era seu pai ali, mas não era alguém de tudo estranho. Ela achava ser um amigo de seu pai. Estava com braços e pernas em posições estranhas e a pele tinha um tom estranho - como se morto a muitas horas -, mas não apodrecia ainda. Estava com as roupas rasgadas e marcas de violência física como cortes, hematomas e até olhos inchados.

-- Não sei onde ele está, querida. Não tem ninguém que conheça que saiba?

O homem questionou com a voz calma, alisando delicadamente as costas e cabelos da jovem garota, tentando acalmar a pobre patroa. Havia algum afeto em sua voz.

-- Se faz tanta questão, pode ir. Mas lhe imploro, criança, que não faça isso.

Falou o homem em um tom apelativo. Não obrigaria a criança a não ir, mas deveria alertar a pequena e defender a mesma. Aquela visão poderia ferir a jovem criança e muito. Não era difícil compreender aquilo.

Quando ele falava, uma mulher ruiva incrivelmente bela se aproximou com um homem de terno. Eles falavam em russo, rápido. A dama parou e olhou a jovem, sorrindo para ela.

-- Boa noite, pequena. Não deveria estar aqui.

A resposta demorou a vir, mas a garota podia ver uma genuína incompreensão ou mesmo surpresa naqueles olhos. Havia sido uma pergunta súbita, algo que a mulher dificilmente esperaria. Mas aquilo durou pouco. Logo os olhos voltaram a demonstrar apenas amabilidade e seus gestos uma profunda simpatia. Suas palavras eram carregadas de um tom gentil e amigável, sem a menor nota de ameaça ou raiva. Cada palavra daquela mulher parecia como parte de uma doce melodia.

-- Eu adoraria ser sua mãe, meu anjo, mas eu moro em outro estado e sua família se preocuparia convosco.

Depois de alguns segundos, ela olhou as pessoas ao redor do corpo e sugeriu com um tom até autoritário. Para garota, a postura de comando e o modo que falava lembravam ao príncipe vampiro, exceto pelo fato de que a mulher tinha uma postura menos... Amedrontadora. Antes de suas palavras bailarem para fora de seus lábios, uma sensação que impelia os outros a seguirem-a pareceu se espalhar.

-- Creio que não aja muito mais a ser visto aqui, meus senhores. Por que não começamos a ir embora e deixamos tudo com a polícia?

Agora que a garota percebera que haviam oficiais ali, mas a multidão era maior e eles tinham problemas para conter todos eles. Mas as palavras da mulher pareceram convencer aquelas pessoas. Aos poucos, as pessoas começam a se espalhar e ir embora e a polícia a trabalhar.

-- Sempre precisando de alguma ajuda... Incrível. -- Reclamou. Apesar de sua ordem, a mulher parecia pouco inclinada a expulsar a criança e o criado. Dorothy percebia também que o homem que chegara com ela também não fazia menção de ir embora.

A dama se voltou para jovem e pareceu medir-lhe da cabeça aos pés antes de responder. Sua voz estava mais baixa, com um toque de curiosidade e preocupação com a garota. Parecia tão humana! E, acima de tudo, uma humana tão boa...!

-- Ainda não sei o que houve ao certo, mas em breve saberei. Disse que ele era amigo de seu pai... Talvez eu o conheça, como ele se chama, pequena?

Era difícil saber se era por querer ajudar ou mesmo por pura curiosidade, mas não parecia existir maldade nela.

A mulher assumiu uma face pensativa e tocou os lábios com indicador esquerdo, tocando o queixo com o polegar e dedo médio. Então uma luz apareceu na face dela.

-- Se for Joseph Cooper o nome dele, conheço sim.

A ruiva sorriu e ajeitou as roupas. Seus cabelos acompanhou o movimento da brisa, bailando ao redor de sua face e pescoço. O homem alto se aproximou e falou algo baixo para a mulher, que repondeu em um tom sério. Mas havia um poder naquela voz estranho.

-- Sim, estou indo encontrar ele e mais duas pessoas. Posso te levar comigo, caso deseje.