O Hospital Alchemilla é um instituto mental inspirado no Brookhaven Hospital da franquia Silent Hill.
Localizado no Brooklyn, região Sul de Nova York, o hospital tem foco tanto na saúde mental física de seus pacientes quanto na saúde psíquica. Por volta de 1600, na área onde o hospital no Brooklyn fora estabelecido era o lar de uma tribo indígena norte-americana até então de nome esquecido pelo tempo e os livros de história, era usado como um local sagrado para seus rituais. No meio do século quando seus fundadores chegaram e estabeleceram suas moradias e logo depois as pessoas começaram a morrer. As mortes foram atribuídas a uma epidemia e o hospital Alchemilla foi construído para tratar dos afetados. Originalmente era uma cabana mas com o tempo passou a crescer e virar um grande empreendimento.
O Hospital é completamente equipado, trata tanto de cirurgias complexas quanto na reeducação de seus pacientes e seus cuidados tornando o prédio também um asilo. Tem um grande jardim bem cuidado com plantas exóticas para sentirem-se bem, é uma ótima dependência para os que recebem os tratamentos mais leves e claro, para que seus parentes tenham boa visão que estão deixando seus entes queridos em boas mãos, mas nas áreas proibidas onde ficam os pacientes com casos e distúrbios mais graves... Fãs de Stanley Kubric podem imaginar o que as paredes a prova de som abafam.
Pacientes pobres ou ricos, a diretoria não se importa, tratamos TODOS!!!! Basta ter a boa vontade de negociar e todos saem ganhando, principalmente os pacientes...
A Lua Cheia ilumina o caminho dos incautos; enlouquece os de mente franca; convoca os mortos vivos de seu sono diurno, salvando-os do beijo maldito de Hélios.
Nos corredores do Alchemilla Hospital os gritos dos lunaticos gelam o sangue daqueles que ali trabalham. Parecia que o demonio caminhava entre eles.
Parecia?
Ele, em verdade, acordava.
Perdido entre lhamas, kangurus, sapos e outros oníricos animais, ouvindo os bips das maquinas de sobrevida artificial, uma voz à traz para realidade daqueles que não a entendiam.
-Alice... Ô Alicieeeeê
A voz era melodiosa e desrragada, vindo de qualquer lugar, menos do mundo exterior....
Ela reverberava dentro da sua cabeça.
Talvez fosse um jogo de seu sono imortal, mas, enquanto acordava outra voz se sobressaltou
-Cortem-lhe a cabeça! Cortem a Cabeça da Alice!
A primeira voz retorna
-Shiuuuu! Quieta Cabeçuda! Você tinha que ter ficado do outro lado do espelho! Quem trouxe ela pra Cá?
Uma terceira voz vem do nada
-Fui eu Cheshire... Alguem tinha experimentar meus chapéus
E naquele Caos a primeira voz se firma, talvez se segurando na, agora, desperta Malkaviana
- É tão dificil arrumar boa companhia hoje em dia... Boa Noite Alice, já e hora de levantar
Os megafones... Eram as primeiras coisas que ela escutava: gritando "inhóóó inhóóó inhóóó inhóóó". Os kangurus saltavam pra lá e pra cá com os megafones gritando aquele "inhóóó inhóóó inhóóó inhóóó", mas a menina do grito horrível que originou seu nome não queria abrir os dois planetinhas cintilantes, um de graminha e outro de azulão grandão que nem a que ficava embaixo das canecas vermelhas que soltavam fumaça.
Ela escutava alguém chamar por outro e é nisso que ela saltava da cama procurando ao redor mas logo notou que a voz não vinha do exterior vinha de dentro de sua cabeça.
- NOOOOOOOSSSAAAAA TEM MEGAFONINHOS NA MINHA CAIXA PANIFICADORA FLUVIAL!!!!
Ela gritava para quem quisesse ouvir e então batia em sua cabeça tombando ela para a esquerda como se quisesse que os megafoninhos saíssem pelo seu ouvido esquerdo quando logo imaginou que podia ser a canja de galinha do urubuzão fazendo magiquinha como antigos habitantes da cidade do macarrão.
Os megafoninhos gritavam várias coisas incoerentes para Melody, não que muitas coisas o fossem com frequência, e depois de toda aquela algazarra ela já estava de pé se olhando no espelho, vendo se conseguia ver o reflexo dos seus planetinhas e assim enxergar dentro deles vários megafonezinhos pulando pra lá e pra cá, isso devia ser coisa de "pulador", certeza!
- Quem é Alice? É uma Lhama? Olha megafone, você tá todo balacu-baco, eu sou um kanguru urubuzinho e minha mãe me chamava de "voz de ruído feio", mas tem um nome pra isso que é... ham...
Ela ponderava uns instantes olhando o teto e diz como se tivesse sacado algo grande: - Melody!
E novamente olhando pro espelho:
- Quem é você? Sabia que é feio invadir caixas panificadoras?
Em torno de Melody tudo parecia normal, mas o reflexo da Lunática olhava para ela as vezes sorrindo, as vezes fazendo caretas, as vezes séria, as vezes tudo ao mesmo tempo. Mas aqueles dois planetinhas brilhavam como pedras de rio.
Dentro da sua cabeça, mesmo sem saber como, podia sentir aquela voz rindo para ela, um sorriso extenso e cheio de significado, malicioso e matreiro, mas, de alguma forma, saber de muitas coisas.
De alguma forma, para a voz que interpelava a Lunática, toda aquela conversa, não só fazia sentido, como era, de todo, inteligível e ele continuava:
- Se você não é Alice quem mais seria? Melody e só um nome que sua mãe lhe deu... Mas você não me engana rsrsrs Você é Alice... Até a falta de sanidade bate
Uma outra voz, a segunda, volta à conversa
- Eu disse que ela não era Alice, pegamos o desvio errado na trilha de tijolos amarelos! Não devíamos ter ouvido aquele espantalho! Cortem-lhe a cabeça!
Um baque seguido de queda é ouvido reverberando no interior da Malkaviana
- Não escute o que a Cabeçuda diz, a primeira voz retorna ao controle, ela ficará quieta durante algum tempo, se é que esses martelos acme servem para alguma coisa.... Então minha pequena criança barulhenta? Pronta para o grande dia? Soube que irá conhecer o bam bam bam da Cidade hoje.
Todos aqueles megafoninhos ficavam falando e falando e falando... A cabeça da Malkavian girava e girava e girava com todo aquele trambolho de peixes pra lá e pra cá, pra lá e pra cá.
Após o dito daquela voz, Melody respondia:
- Não não não, para de tomar a estrada de tijolos amarelo do palhento! A minha BAM BAM já me conhece, ela tá aqui ó!
E então a vampira segue até o leito de leite e tira sua BAM BAM debaixo do travesseiro e aponta para o espelho.
-Viu??? Mas não fica girando as coisas, vocês megafoninhos não me enganam, eu vou conhecer é o urubuzão-rei! E você ainda não escreveu minha ancorazinha vermelha com pontinho! Quem são vocês? Menos a Cabeçuda porque vocês já falaram da Cabeçuda!
Aquela voz era profunda, cavernosa, mas Melody sabia, mesmo sem ver que ele sorria, aquele sorriso malicioso que não deixava sua cara e que, por um lapso de momento foi refletido em sua boca como se fosse seu e os planetinhas desaparecido
Sorriso no Espelho:
- Mas não briguemos Alice...., a voz melodiosa e arrastada continuava.
- Viemos aqui por você. Todos nos 3, se bem que, como achamos o caminho, outros podem vir quando não pudermos ajudar.... Eu me chamo Gato de Chesire, meu companheiro é o Chapeleiro Louco...
A segunda voz masculina ressurge
-Oie!
E o gato continua
A Cabeçuda você já conhece. Viemos para ver como você se comportaria daqui por diante... Afinal esse urubuzão-rei ai que você tá falando, tá meio com os dias contados... Muito Brilho na careca incomoda até os olhos do próprio dono
A jovem de pequenos planetinhas verde e azul, um de cada lado, encarava-se sorrindo, chorando, rindo, gritando e não fazendo nada disso no espelho, por um tempo começou a imitar os movimentos que não fazia enquanto escutava aquela voz cavernosa dentro de sua cabeça. Naquele momento o grande e largo sorriso que era seu e a garota tentara acompanhar seu alargamento sem sucesso fez ser o foco de sua visão distorcida de mundo, e ela fitava, dizendo impressionada:
-Nooooooossa, você tem um planetinha verde também, mas você tem dois e não um só!
O megafoninho de dois planetas verdes brilhantes e sorriso grandão declarava uma bandeira branca, ela conseguia ver uma bandeira branca pra lá e pra cá, pra lá e pra cá, e com seus planetinhas verde e azul ela acompanhava a bandeira branca em sua frente como um relógio de bolso hipnotizante. Ela logo se recompõe com as apresentações e um deles era um Kanguru, outro era um gatinho, e outra era uma cabeçuda, talvez ela quisesse cortar uma cabeça pra pegar uma menor! Contanto que não fosse a sua caixa panificadora fluvial não tinha problema!
Logo, Melody levanta a mão e começava a acenar na frente do espelho na direção de seus planetinhas, pra que eles vissem lá de dentro que ela estava acenando pra eles, e aí começa a gargalhar com a piada do urubuzão-rei.
- Eu vi o cinzento com letrinhas pretas embaralhadas, o campo tá sem Capim de Lhama! Sumiu tudo!
Abre os braços dizendo "PUFF"
- Ta todo mundo ganhando bolsinha pra pular pra lá e pra cá, pra lá e pra cá e o urubuzão-rei perdeu tudo o capim da bolota pensante! Tudo porque o Capim de Lhama foi comido tudo pela cidade! O urubuzão-rei é dono de Capim de Lhama pelo que o Urubuzão me falou, só que ele é um dono de capim muito ruim porque ele que comanda todo o Capim e deixou "puffar" assim! Mas seu gato, tenho muitos ganchinhos com pontinhos, como vou saber que você não vai me fazer mal? Sabe só porque você tá escrevendo esses ruídos não quer dizer que seja verdadinha! Vocês são da época dos dinossauros? Vocês também não acham que eles se parecem com galinhas e não com lagartixas?
As palavras de Melody eram únicas a seu próprio modo, um mundo distorcido mas ainda coerente para ela e para seus novos companheiros de cachola, um mundo que não era verdade mas que refletia a verdade, mas afinal, o que era a verdade?
Melody era cautelosa, mesmo no seu mundo distorcido.
Ela se perguntava se devia confiar naqueles novos inquilinos da sua cabeça
A voz, sem demonstrar qualquer ressentimento pela desconfiança, responde
-Hummm Alice está cuidadosa. Só o tempo mostrará o quanto pode confiar em nós. Mas digo que não somos dinossauros... Eles são escravos daquele Fred... Só servem para trabalhar. Nós somos mais inteligentes somos seres atemporais. Os Dinossauros se foram, nós permanecemos. É a cabeça dos outros que nos mantêm vivos. Uma cabeça nos criou e agora vivemos na sua
Talvez a palavra "cabeça" fosse forte demais, pois a voz da Cabeçuda se sobressai mais uma vez
- CABEÇA!!!!!! Cortaram a cabeça do Lewis Carroll!!!! Mas a gente tá vivo!
A voz de Chesire concorda
- Isso é certo. Vivemos em várias cabeças. Precisamos da sua Alice, façamos um trato,moramos aqui e te ajudamos. Feito?
Melody cansara de se olhar no espelho fazendo coisas que não fazia e então começou a tirar todos os eletrodos que estavam grudados em seu corpo para simular sua vida não-viva e os jogou no chão indo até a cadeira e pegando sua porta-trequinhos feita de jacaré.
Após as respostas dos megafoninhos a jovem vampira seguiu caminho abrindo a porta em direção ao corredor e se encaminhando em meio a sons pulantes dos kangurus enjaulados, ela dizia em voz alta:
- Nã nã ni na não! Primeiro vou escrever sons pro Urubuzão pra ele me dizer se não tem nenhum coisinha do mal nesse papelzinho que as Lhamas lambem com tinta preta! Eu sou um kanguru mas não sou sapo, e todo esse mundo de uburu, canja de galinha e macarrão é brilhante pra mim. Mas fiquem aí na minha caixinha panificadora enquanto vou escrever sonzinhos pra ele, e se tiver tudo bonitinho a gente lambe o papelzinho com tinta preta.
É então que caminhando pelo corredor do andar subterrâneo do hospital Alchemilla é que ela repara que sua Bam-Bam estava amostra e assim a esconde dentro de sua porta-trequinhos feita de jacaré e continua rumando para a área mais acessível do Hospital, onde agora teria que parar de agir como um kanguru e agir como uma Lhama, era hora de ir ver o urubuzão naquele lugar que tinha um chão de quatro pernas.
Onde havia tanta turbulência, assim que Melody disse que procuraria seu Mestre, as vozes se calaram.
Parecia que tudo estava como um dia atrás, quando a Malkaviana estava perdida só com os seus insanos pensamentos.
Ela se arruma, escondendo sua arma dentro da bolsa, e sai de seu refúgio, percorrendo os corredores do Sanatório.
O cheiro de produto de limpeza e desinfetante preencheram as narinas da Lunática. Os sons das máquinas de sobrevida e os berros dos demais insanos ocupavam os seus ouvidos.
Naquela cacofonia, nem mesmo se Melody quisesse ela ouviria seus pensamentos ou os outros que, agora, moravam em sua cabeça.
Ela caminhava como se fosse dona daquele lugar. Em verdade, ela era dona, mas os humanos de jaleco branco ignoravam aquele fato.
Talvez fosse parente de um dos pacientes, eles pensavam.
Ela caminha naqueles corredores, cruza com médicos, esbarra com pacientes. Tudo mantendo a mais perfeita máscara de sanidade, mesmo que não fosse verdade.
Depois de algum tempo ela chega no refugio de seu senhor.
Entrando sem ser sequer anunciada - tal fato não seria necessário - ela encontra seu senhor perdido entre tomos e mais tomos de livros de ocultismo e revistinhas de super herois.
Um volume do Livor de Nod fazia casinha com uma revistinha de cowboys e, embaixo, daquela piramide, Aliester Crowley lia seu volume pessoal de Maleus Maleficarum, comentado pello próprio Merlin.
As vozes haviam se calado, um silêncio que poderia ser sepulcral, mas em verdade era tão gritante quanto a visão distorcida da filha de Malkav podia compreender, e o que ela compreendia? Nada, e tudo. De sua própria forma, o silêncio era uma música arisca que era uníssona e se estendia desde seu consciente até seu inconsciente como uma corrente de negritude no negro vasto que chacoalhava de forma camuflada estruturando toda a desordem das coisas na cabeça daquela menina que parecia ter dezesseis anos. Uma força que era semelhante ao que viria ser, um dia, chamado pelos cientistas de "energia negra", mas a grande diferença era que a força cósmica punha em ordem as coisas, mas a corrente invisível da negritude sepulcral da mente de Melody, fazia o contrário.
Como Melody se sentia em meio àquele fenômeno? Não sabia como se sentir, então não sentia, apenas deixava ser o que devia ser pois ela mesma sabia que não tinha as forças para obrigar os megafones a gritar, se não tinha para expulsá-los, ao menos não que soubesse, como teria de escravizá-los? Talvez tivesse um dia, mas não era isso que seu coração púrpura desejava.
Uma Lhama e não um Kanguru. Ela deixara aquele sorriso infante cair, um simulacro de seriedade e normalidade tomaram conta seu semblante jovial. Caminhava um passo de cada vez com as duas mãos para traz, como uma boa Lhama, observava as janelas discretamente com seus dois planetinhas como se não soubesse que elas eram portais para a alma, tal como os planetas. Passava por cada Lhama vestida para tratar Kangurus mexendo sua cabeça para baixo e para cima com um leve toque de simplicidade, era um gesto estranho que as Lhamas faziam, além de comer capim.
Passava por alguns Kangurus que ainda saltavam baixo demais, e tinha o desejo de estimulá-los a pular mais alto, mas não faria isso ainda pois todo saltador tinha que saltar quando suas pernas fossem fortes o suficiente para tal, ela podia fortificar suas pernas, mas não gostaria de ter as pernas fortificadas por alguém que não ela mesma, era uma questão de orgulho.
Lá estava, o ninho do chão de quatro pernas do urubuzão. A garota que foi nomeada pelo seu terrível grito ao nascer mirou seus planetinhas para os demais campos animalescos onde via toda aquela bicharada agindo de algumas formas que eram todavia... Tristes, porque queriam cortar as pernas dos kangurus, mas ela tentava não se preocupar, pois todo aquele que fosse um verdadeiro kanguru, continuaria a saltar, independente de suas pernas. Ela não bateu à porta, não tinha modos, mais do que o suficiente para saber quando manter seu megafone quieto, e no final, modos eram só uma coisa que as Lhamas usavam para mentir umas às outras, pois sem isso, talvez dessem todos um passo para virarem saltadores, e quem sabe esse não seria o verdadeiro caminho para um campo florido de arco-íris?
Ela observava o urubuzão contanto os ovos de sua ninhada, mas dos ovos não nasceria nenhum urubuzinho, e ele tinha ovos mesmo que não fosse uma fêmea, no final todos botamos nossas sementes, sejam eles coloridos ou pretos.
Ela via o urubuzão tão saltitante quanto sua psique permitia, e ele quem permitia sua psique permitir alguma coisa, do contrário seria um escravo de si mesmo, e esta era uma barreira quebrada por ele a muitos séculos com ovos e mais ovos. Ainda estava com as mãos para traz, mesmo no ninho do chão de quatro pernas, ela mantinha-se como uma Lhama peluda e vívida. Ainda de pé, ela escrevia sons ao ar em direção ao Urubuzão, dando antes uma breve olhada no livro da Cidade do Macarrão:
- Boa noite...
Nesse momento, ela quase o chamara de urubuzão, mas se politizou:
- ...Meu pai. Tem um tempo de sabedoria para me proporcionar?
E assim, antes que ela respondesse, com uma explosão de mais curiosidade, pegou o livro da Cidade do Macarrão e começou a folhear a vida dos que sugavam a maça da tigela deliciosamente até não sobrar mais nada além de molho de tomate na bacia.
De tão entretido em sua leitura, o Primogenito Malkaviano não havia percebido a chegada de sua cria até que fosse tarde demais.
Ele a olhava, mas a via? Tudo na mente daquele Malkaviano era tão, mas tão, deturpado que nada era certo...
De uma sabedoria peculiar e mais constante que seus irmãos de clã, ele se destacava
Aliester Crowley o mago.... A encarnação de Rasputin...
Poucos sabiam, mas ele era o próprio Rasputin, o mesmo que elevou e derrubou czares e quando tudo aquilo ficou maçante preferiu deixar a Russia, pq queria um lugar mais quente para esquentar sua bunda.
Parecia então resoluto a responder, mas abriu e fechou a boca 3 vezes antes de proferir qualquer palavra.... Era acometido por transtornos obsessivos compulsivos...
O Urubuzão olhava para a pequena Kanguru, mas ele não a via, ela tinha certeza disso, muito pelo contrário, ele estava não a vendo, algo realmente muito perturbador. Não ver era pior que ver porque isso queria dizer que ele estava enchergando demais, isso era assustador, mas os ventos da comodidade sopraram naquele momento assustador e o assustador ainda era assustador mas não assustava apesar de ser assustador, e ela imaginava que ele havia visto os três megafoninhos por seus planetinhas, foram três não-vistas, três sons não-escritos um para cada megafoninho. O Urubuzão era um kanguru de asas grandes e bico grande, desde que o mundo era mundo gélido ao lado do rei das plantas.
Decidiu por fim se acomodar, seus vestido fora ageitado para o assento enquanto seus planetinhas eram atraídos pela gravidade das orbitas das flores amarelas em pele dura.
Sua face jovial e bonita e seus planetinhas verde e azul eram estáticos por um segundo e seu espelho fragmentou o reflexo da Lhama comedora de capim.
Ela procurava a palavra, para não dizer "megafoninhos", e então disse:
- As vozes na minha cabeça, você viu agora, não viu? Porque bem... Essas vozes, elas... Ham... Bem...Chegaram hoje.
Sua face estava estática e lúcida, com todo aquele combustível de queimados fazendo simular uma vida que não era tão quente assim, tal como esse mesmo combustível.
A jovem de nome derivado de um som horrível continuava a mirar o grande urubu que voava todo cerelepe, pulando e pulando feliz a cada aproximação, tal como devia ser. A gravidade era tão intensa que ela estava sendo puxada para cima e não para baixo sempre na mesma direção mesmo que de um lado para o outro e o branco gancho rasgara as folhas da certeza, ele não viu as palavras não-escritas.
Era ela o vento? Era ela um osso de preto? Talvez era ela as borboletas da barriga... Quem sabe ela era um Pai! Não saberia a menos que mostrasse esse gancho... Mas não queria mostrar e sim só permitir que a gravidade fosse a gravidade, sendo atraída para cima.
- Elas... Não dizem nada agora... Bem... Elas... Ham... Elas... Estavam falando quando eu... Qual é a palavra que dizemos para aquilo que fazemos quando é de dia e fica de noite e faz a gente levantar?
Quando o Urubuzão completasse a ela dizendo "despertar", ela continuaria: - Isso! Quando eu "despertei"... Estavam essas três... Vozes... O Gatode Cheshire, a Cabeçuda e o dono dos Chapéis, eles me chamam de Alice, e eles... bem... Disseram que precisam de uma ham... Cabeça pra ficar e querem me ajudar em troca de um... Sabe... aquilo que o Hospital pra mim...
Quando seu senhor, a ajuda dizendo: "refúgio", ela continua:
- Isso, eles querem me ajudar em troca de um refúgio"! E... que cortaram a Cabeça do Lewis Carrol! Acho que... Bem... Não era pra eles estarem... Vivos, era? Eles vieram do sr. Carrol?
Ser uma Lhama era algo difícil, mas possível, ainda assim, a pequena nomeada de voz-de-taquara-rachada acreditava estar melhorando nisso.
Melody e seu Senhor, aos olhos dos demais mortais, pareciam estar numa cacofonia de ideias, mas, para eles, aquela era a conversa mais sadia que poderiam travar.
Quem acreditaria que 3 personagens de um livro infantil habitariam a cabeça de uma pessoa? De certo ela seria louca. Mas entre aqueles que agora conversavam, aquilo poderia ser a coisa mais comum.
O Primogenito Malkaviano acompanhava o tortuoso raciocínio de sua Cria e pareceu sério ao final das explicações dela.
Liberando-a de sua pegada ele, ainda sério arrasta sua cadeira para se sentar frente a frente com Melody, fazendo questão de fazer barulho enquanto a arrastava.
Parecia que aquilo dava prazer a ele.
Ele se senta tres vezes antes de realmente se acomodar e começar a falar
-Lewis Carol você disse? Acaso eles disseram quem foi esse senhor?
Talvez fosse a visivel consternação no rosto de Melody, e ele continuou sem esperar a resposta
- Lewis foi um Filho da Lua, como somos eu e você, e colocou em um livro as visões proféticas que tinha sobre um tal Mundo das Maravilhas. Ele era um estudante das Fadas
Ele se ajeita em sua cadeira e continua
-Ele desapareceu depois de dizer que tinha encontrado uma forma de entrar nesse tal Mundo das Maravilhas.... Mas posso dizer que essas tres vozes que falavam com você eram, também, bem conhecidas de Lewis. Talvez seja sábio ouvi-las
Penas negras rodeavam a nova não-vida da jovem kanguru, penas de canja de galinha. Saltitante como uma mola, era assim que era sua nova... Isso que se é quando não se pode definir, porque era indefinível.
- Mas... Ham... Papai... Se o sr.... Ham... Carrol? Perdeu a cabeça, é bom mesmo eu ouvi-las porque... Ham... Não é capaz de eu... Bem... também perder a cabeça?
O Primogenito Malkaviano sorrira com a pergunta...
Ele se apruma em sua cadeira e começa a procurar entre os inumeros livros e tomos que possuia algum em especial.
Livros voavam para cima enquanto ele procurava, sem qualquer apreço para com a incolumidade física daqueles
Enquanto o Criador de Melody procurava algo em especial uma voz se levanta dentro da sua mente
-Huuuuummmm... Alice tem dúvidas quanto ao carinho que temos para com ela.....
Aquela era a voz do Gato de Chesire... A voz profunda e etérea...
A segunda voz que se sobrepunha, era a do Chapeleiro
- Alice deixe que faça um chapéu para você!
O Gato retorna
-Nós não matamos Lewis Carrol, ele se perdeu em nossa terra... Arcadia... Conhece? Podemos ajudar você! Temos conhecimento... Basta nos acolher nessa mente pertubada que você tem.... Afinal estamos em casa aqui. Somos todos loucos aqui
Melody retorna e percebe que seu Senhor a observava...
- Minha Criança? Você disse algo sobre Arcadia? Sobre Lewis Carol ter se perdido por lá?
Enfim, Melody percebe que enquanto as vozes falavam, eram por sua voz que se manifestavam e que nas mãos de seu Senhor um volume de Alice no Pais das Maravilhas se agarrava.
Ele continua
- VocÊ não entende o que está acontecendo? Podemos ter acesso à um mundo que qualquer Filho da Lua daria o braço esquerdo para entrar!
Uma loucura furiosa começava a tomar conta dos olhos do Primogenito Malkaviano.
O urubu abria seu largo bico com dentes de um não-urubu. Folhas amarelas dançantes envoltas no couro duro e envolta de plumas negras de perfume fedorento. Era outono, podia ver isso, e logo chegava o inverno mas o verão nunca chegaria, e talvez nem a primavera.
Sem que notasse, a jovem saltadora escreveu sons de sua boca, e aqueles megafones felinos e enchapelados começavam a soar e a soar... Suor... O som de uma gota daquela gota de cristal na folha verde, caindo lentamente e morrendo com sua pele rasgada à cada rastejo, rumava para seu fim... Ela morreria, sim, ela morreria... Era algo triste de se ver, e só depois os irmãos mais velhos chegavam para o funeral, mas só para o funeral que eles vinham, para o funeral e para salvar o mundo.
Um cacarejar de uma galinha emitida por uma ave preta de bico grande, e não era um galo preto, como os dinossauros. Sua quase inexistente atenção focou-se, estava ele com pele morta e granitada em volta do preto.
Observou as letrinhas, seu dedo apontou tocou a o couro duro nas palavra "Alice" e depois apontara para seu próprio peito.
- Foi o... bem... Ele sabe... O...
O oblívio de sua memória dominara e como no rompante da salvação, um pássaro com corpo de Lhama surgiu.
-... Gato... Ele disse isso, e o... Bem... O homem dos Chapéus... Ele quer me fazer um... Aquilo que eu ponho na cabeça pra ficar... Bonita. Chapéu!
E suas órbitas planetárias olharam para dentro de si vendo os megafoninhos:
- Eu... Não... Bem... Eu não disse que mataram... O sr. Cenoura... (do inglês Carrot - Carrol)... Mas que... Bem... Ele poderia ter... Bem morrido por ter... Sabe... Ouvido vocês...
Ela levanta suas patas e continua:
- Não... To bem... Ofendendo... Sabe, a gente... A gente... Nem se conhece... Eu só, é que... Não quero me dar mal... Entende? Mas se... O Papai diz que podemos nos... Ajudar? Então acho que... Bem... Ham... Tudo bem...
E tornando suas órbitas para o urubu novamente, ela o responde:
- Você tá... Bem... Como é mesmo? Ah! "Falando" de "Arcadia"? A gente... vai... Você sabe... Ver as...
Ela então reflete um pouco e finda:
- As fadas?
Via que o Urubu queria saltar, e a jovem também estava com as molas nas patas para poder parar de tentar ser uma Lhama e começar a pular, mas tinha que caminhar, tinha que caminhar até poder caminhar sem tropeçar.
O Malkaviano se perde dentro da sua insanidade pessoal. Falava para Melody como se falasse para si mesmo
-Antigamente quando as fadas ainda viviam com os seres humanos, o Glamour era abundante e com o decorrer o tempo os humanos começaram a se questionar como era possível as fadas fazerem suas mágicas, desenvolvendo assim um interesse pelo porque das coisas (Isso é a banalidade). Foi com o crescimento desse interesse e da técnologia, que a mágica começou a se perder enfraquecendo assim os Kithain, as fadas, e fechando as portas que uniam os dois mundos....
Ele retorna à realidade, focando seus olhos na sua Cria
- Se Lewis Carrol conseguiu entrar em Arcadia, podemos trilhar, também, esse caminho! Muitas coisas que estavam perdidas poderiam se encontradas. Muitas coisas encontradas poderiam ser perdidas!
Ele falava de forma rápida e apaixonada, como se aquele fosse o assunto mais devotado de sua não vida...
-Voce, minha Menina, deve descobrir como trilhar esse caminho....
Dentro de si, Melody podia sentir um certo gato sorrindo