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Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
- Elminster Aumar
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Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
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Re: Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
I would kill again to keep from doing time
You should never ever trust my kind
Seus olhos escuros voltaram-se na direção do relógio, quando esse badalou marcando as horas. Deu-se um instante, observando os ponteiros e os símbolos e o Tempo que passava e os deixava para trás, voltou a si quando sentiu um esbarrão de algum transeunte na feira, olhou para o lado muito brevemente e retornou seu caminhar calmo. Os muros sempre lhe chamavam atenção também – não tanto quanto o relógio -, era um figurativo interessante da humanidade, achava Raven. O modo como se prendiam para se salvar, como cercavam-se em prisões – físicas e emocionais – para fugirem das coisas que tinham que enfrentar.
Mas lá estava o Tempo. E do Tempo ninguém podia fugir, o Tempo não pertencia a nenhuma prisão e nenhum muro deteria o Tempo. O Tempo chegava para todos, eventualmente. Até mesmo para si.
Caminhava, sem muitas pretensões pela rua, sua atenção era constantemente mudada de direção: curiosidade era uma natureza constante em ambientes não hostis como aquele e gostava de ver a vida fluir naqueles à sua volta, como uma dança as pessoas iam e vinham, como uma dança tudo se encaixava quando deveria se encaixar. Era bonito, achava, a beleza nas coisas simples, nas cores dos tecidos, nos cabelos da jovem, no sorriso apaixonado…
E na violência.
Não detinha um gosto particular por violência – brigar não era muito seu aspecto – ainda que para sobreviver, às vezes fosse possível e necessário. Tinha em mente que heróis eram apenas covardes que não conseguiram fugir. Mas também havia certo tipo de beleza na violência alheia, no jeito que o sangue sobe à cabeça, a voz se exalta e o coração dispara cargas e cargas de adrenalina no sangue. E a briga lhe captou a atenção, mas a coisa se perdeu rápido demais para que pudesse ter algum reles interesse mais real e suspirou voltando a caminhar. Raven perguntava-se às vezes se as pessoas se contentavam com apenas aquilo…
Apenas os muros, apenas as feiras, apenas o cheiro e a comida. Apenas o amor. O que mais elas buscavam? O que mais queriam? O que mais Raven queria? Sentia às vezes que sua busca era tão incompleta quando a ausência de um nome, de uma linhagem. Sentia-se apenas inteiro quando matava. Quando ouvia o último suspiro, o último bater de um coração, às vezes também sentia-se plenamente são na cama de outrem, mas essas vezes eram raras. Suas paixões eram poucas e saciáveis. Suas bestas eram muitas e sempre famintas. O Tempo escorria como areia.
Quanto Tempo o Eterno tinha? Às vezes, apenas um segundo.
Não gostava muito do tempo fechado do dia, gostava de observar o céu escuro, de olhar as estrelas, aqueles seres brilhantes e distantes, em suas posições de destaque, servindo vezes de inspiração para os poetas, vezes de guia para os viajantes… Vezes de conforto para os apaixonados e aquelas nuvens lhe tiravam o pouco prazer que conseguia ter em seus momentos de solidão: a companhia silenciosa das estrelas, mas era o Tempo, sabia, e sendo o Tempo deveria se conformar.
Puxou as ambas do sobretudo mais para si, fechando-o no corpo esguio. Particularmente não gostava daquela engenhoca chamada campainha, e revirou os olhos muito brevemente quando se viu na obrigação de tocá-la. E com a paciência de um predador sempre na caçada, aguardou.
Seu olhar passeou pelos arredores, do jeito desconfiado que tinha adquirido desde que virou alvos de ‘histórias’ no submundo. Era um pouco irritante às vezes, mesmo que algumas histórias lhe divertissem quando contada por terceiros, a maioria não tinha uma descrição exata do seu rosto, mas todos eles citavam a luva esquerda com garras negras e pontudas e quando lhe estavam contando sobre essas histórias e notavam que falavam exatamente com o alvo delas, as reações eram divertidas.
Sorriu meio de canto, movendo muito levemente a cabeça no instante em que a porta seu abriu, andou, entrando sem muitos rodeios ou trivialidades. Não via necessário naquele momento, silenciosamente agradeceu por não ver o moleque por ali. Tinha às vezes uma necessidade estranha de desejar silenciá-lo quando começava a alfinetar-lhe, porém sua consideração pelo velho homem que lhe abrirá a porta não apenas agora, mas em muitas outras ocasiões fazia com que as bestas dentro de si se calassem em respeito.
Raven o acompanhou em silêncio – era uma criatura silenciosa como o velho bem sabia – e olhava para todos os cantos, a luz incomodou-lhe os olhos e Raven moveu as mãos – a esquerda enfiada naquela luva estranha com garras negras como um corvo – e baixou o capuz. Tinha o rosto pálido e um olhar vazio que direcionou as bugigangas – o velho já tinha notado o ‘gosto’ da criatura por bugigangas, principalmente relógios – Raven tocou algumas com a luva escura curvada nas garras escuras, deixando que o velho falasse. Ele provavelmente já tinha se habituado ao fato de Raven não falar muito. Mas Raven deu de ombros.
- Não é sobre o dinheiro. – Disse-lhe, ao ouvir sobre os últimos trabalhos. - É sobre a mensagem, é o Tempo. – E ele também provavelmente já tinha se habituado com o modo como Raven não fazia o menor sentido às vezes. Voltou-se na direção dele, os olhos escuros fitando-o.
– Por quê? – Questionou, era uma pergunta constante que lhe fazia diante das ofertas. - Por quê ele deve morrer? - Ignorou o fator 'risco', ao menos por enquanto.
- Elminster Aumar
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Re: Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
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Re: Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
The sky cannot ignore us
No one can separate us
For we are all that is left
The echo bounces off me
The shadow lost beside me
There's no more need to pretend
Cause now I can begin again”
The Beginning Is The End Is The Beginning
A respeito do relógio, Raven moveu levemente a cabeça em um contido tom de agradecimento e guardou o mesmo num dos bolsos. Ouvia com atenção o que Croix falava, enquanto sua cabecinha estranha começava a traçar suas próprias possibilidades.
“- Bem quanto?” - Perguntou Raven que tinha voltado a andar no cômodo, observando o ambiente de maneira aleatória. Suspirou com o resto das informações que lhe eram passadas. Não gostava muito desses prazos apertados, não tinha tempo para estudar sua presa, entender a mente daquela pessoa com quem o Tempo seria compartilhado. Franziu o cenho levemente em desgosto principalmente quando ouviu que tudo deveria parecer um acidente.
Raven recostou-se a uma das paredes e cruzou os braços, era bem claro que começava a pensar a respeito de tudo aquilo que tinha ouvido até então, era algo um bocado fora do modus operante que tinha… Mas talvez servisse de alguma lição para futuros trabalhos parecidos e Croix parecia bastante interessado no tal serviço.
Raven, diferente da maioria das pessoas, não se interessava muito pelos assuntos políticos e nobres das cidades. Achava futilidades desnecessárias e também não influenciava muito na sua vida, num geral. Mas era verdade que quando essas figuras surgiam em propostas de trabalho, despertava certa curiosidade a respeito do alvo.
“- Por que tem que ser no trem?” - Perguntou. “- Parece a porcaria de uma armadilha.” - Resmungou, revirando os olhos levemente. “- De qualquer forma, posso fazê-lo. Quem é o contato? E você tem uma seringa vazia? E o endereço de onde ele está, hoje.”
- Elminster Aumar
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Re: Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
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- Mensagem nº6
Re: Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
Era algo maior que isso.
Ficou em silêncio para ouvir o resto das explicações sobre toda a tramoia – aquela coisa aristocrata lhe enchia a paciência – e detestava ver-se diante de algo daquele tipo… Mas não havia muito para onde fugir, quando se vivia do modo que vivia. Revirou os olhos, mas sorriu de leve, um sorriso carregado de sarcasmo.
- Não ia ser divertido, Mattieu? – Indagou. - Eles, descabelando-se uns aos outros, escondendo-se em baixo das saias de sua laia. Imagina a confusão. – Quase chegou a rir, mas esses momentos eram raros, e Raven apenas moveu a cabeça, voltando a seriedade da questão. Não respondeu sobre o trem: não pretendia usar aqueles métodos. Além de matar quem não deveria ser morto, para quem o Tempo ainda deveria correr, poderia correr o risco de errar. E se o velho sobrevivesse a um acidente forjado? Tinha outras coisas em mente para executar a tarefa.
A segunda parte era um pequeno problema, não gostava muito dessa coisa de sigilo, porque se algo desse errado não saberia a quem cobrar ou a quem caçar. Mas Mattieu conseguia lhe passar algum grau de confiança em relação aos trabalhos que lhe ofereciam. Raven de novo pareceu desinteressado do assunto, mas quando a dúvida surgiu no semblante do velho, Raven voltou-se para ele e abriu seu sorriso de muitos dentes, mas nada sincero. Aproximou-se de Mattieu e lhe segurou uma das mãos, passando a outra pelo torso do velho, como um cavaleiro tirando uma dama para dançar e assim Raven moveu-se – levando o velho junto – pelo cômodo empoeirado simulando uma dança. – Hoje cedo, quando você bateu em minha porta… – Cantarolou Raven. – Eu disse: “Olá, Satã. Acredito que seja hora de ir” – Raven parou de mover-se e segurou o rosto do velho Mattieu com a luva que tinha garras projetadas para parecerem com as de um corvo - luvas que ele tinha feito para Raven -, aproximou o rosto pálido do velho homem, os olhos escuros e profundos nos olhos dele. - Eu e o demônio, andando lado a lado... – Sussurrou Raven e sorriu, afastando-se do homem.
– Posso ser considerado fora dos padrões de sanidade, Mattieu, mas estou longe de agir com estupidez. – Declarou, diante da súplica para não fazer besteiras. – A seringa será o suficiente. Preciso de um vestido também. Mas acho que esse tipo de material você não poderá prover. Encontrarei um modo.
Agora, contemplando as possibilidades, Raven tinha um aspecto mais centrado e de fato, pretendia se retirar. - Meu cavalo está no lugar de sempre, se algo me acontecer, vá buscá-lo, por favor. E cuide dele. – Falou, já tinha lhe dado as costas, quando ouviu a voz do velho de novo, Raven virou-se para ele, uma das sobrancelhas arqueadas. Foi fácil notar como sua expressão se alterou para um profundo desgosto. Agarrou o envelope e o abriu, lendo rapidamente seu conteúdo, depois o amassou com uma ira contida.
Mas então respirou fundo, clareando os próprios pensamentos. – Espalhe um recado para mim, Mattieu. – Falou Raven, puxando o capuz de volta para cima da cabeça. - Diga que o infeliz quem conta à Meilanie sobre minha chegada à Cidade deve dormir com um dos olhos abertos. Ou acabará sem os dois.
Mas por incrível que parecesse, naquela noite Meilanie poderia ser útil. Muito útil. Raven curvou-se para Mattieu e voltou a cantarolar a canção. – Agora irei ver meu homem, até que me satisfaça… Eu e o demônio, andando lado a lado.
Terminou o cumprimento pomposo à Mattieu. - Volto mais tarde para buscar a seringa e a agulha. – Avisou. Então rumou para fora da casa, para o encontro com Meilanie.
- Elminster Aumar
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Re: Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
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Re: Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
Lá fora, respirou fundo sugando o ar da noite chuvosa para seus pulmões: não gostava do cheiro das cidades, achava-os maculados e imundos, mas a chuva costumava lavar boa parte da imundice humana para longe das vistas. Sentia-se ligeiramente cansado, não fisicamente considerando que não tinha feito nenhum esforço físico até então… Mas sua mente estava repleta de pensamentos e trabalhando de maneira exaustiva para lidar com a nova situação em suas mãos. Fazer parecer um acidente não era tão fácil quanto a maioria achava que era.
E Raven não sabia se gostava da ideia de trabalhar para alguém que desejava a morte de outrem porém sequer tinha coragem de pôr a cara às luzes. Era um sentimento conflitante: o dinheiro em partes seria bom, daria a Sangue de Gelo melhores comidas, talvez conseguisse comprar um pedaço de terra por onde o cavalo pudesse correr livre e sem problemas. Podia talvez… Mudar? Não isso não, isso estava fora de questão. Havia sangue demais nas mãos, agora, para mudar.
Enfiou a mão no bolso, retirando de lá o relógio que ganhará de Mattieu e o observou por um momento, não para ver as horas ou para medir o tempo, mas para apreciar suas engrenagens funcionando, seus ponteiros movendo-se lentamente, calculando… Mostrando que as coisas ficavam para trás, quer queiramos, quer não. Sorriu de leve com o pensamento e observou o céu enquanto andava, as coisas estavam acontecendo num ritmo do qual não gostava e isso talvez fosse um sinal.
O Tempo era curto, afinal de contas.
Raven avançou pela escuridão, parando apenas em um momento para pegar algo em um canteiro de uma casa.
Particularmente detestava aquela parte da cidade, ainda que as sombras estivessem por ali, era como se elas se esgueirassem para baixo de determinados lugares, sentia-se desnecessariamente exposto. Tinha baixado o capuz e fechado o sobretudo para que a possibilidade de ser incomodado pelos guardas fosse diminuída. Cada passo que dava em direção ao lugar era como se alguém enfiasse agulhas em baixo de suas unhas e por mais de uma vez pegou-se pensando por que infernos estava indo àquele encontro.
Parou frente a porta da taverna, pensativo e especulativo. Quais eram as possibilidades de Delon lhe enfiar numa armadilha? Bom, eram muitas, não eram? Ela tinha recursos para isso e talvez fosse do interesse da própria que Raven fosse de algum modo, capturado. Afinal de contas, poderia fazer-se de bem feitora pessoal e livrar-lhe a cara. - Eles correram no meio da noite. – Falou, para a porta e pela segunda vez naquela noite não tinha a menor ideia do que suas palavras significavam.
Raven empurrou a porta. Não gostava a ideia de morrer aos poucos, se fosse para morrer que seja de uma única vez. Seu descontentamento pelo lugar era tão evidente em seu rosto que provavelmente algumas pessoas se perguntariam porque diabos estava ali; suas roupas também não se encaixavam no lugar. Explorou o lugar com o olhar de maneira breve, porém atenta antes de localizar a jovem Delon. Raven tinha as mãos às costas quando começou a se mover na direção da mulher.
Não negaria a ninguém que perguntasse: Meilanie Delon era belíssima, talvez uma das mulheres mais bonitas que Raven tinha visto em toda sua vida, até agora. Tinha modos recatados e uma educação invejável, também era uma moça inteligente, na maior parte do tempo se não fosse considerar as asneiras que falava às vezes. Mas ela lhe irritava profundamente. Lhe irritava porque lembrava-lhe constantemente sua incapacidade de criar qualquer laço, que sentir falta de qualquer um. Meilanie Delon era a prova viva e falante de que algo dentro da sua cabeça não funcionava direito e que Raven gostava que fosse assim.
Quando se aproximou da mesa, Raven depositou uma rosa silvestre frente a jovem Delon: era uma rosa de jardim, isso era mais do que visível e provavelmente mais do que esperado; era impossível imaginar Raven entrando em um lugar para comprar uma flor ou qualquer bugiganga do nível. Raven vestia-se de maneira bastante simplicista: o sobretudo escuro agora aberto revelava o cinto onde o coldre da arma estava. Assim como a calça folgada acinzentada e as botas de cano alto. Havia uma espécie de colete por cima da blusa branca que usava, e assim nenhuma parte do seu corpo, além da cabeça e do pescoço ficava exposta ou visível.
Raven moveu-se e se sentou na cadeira frente a jovem aristocrata, não era de pomposidades ou cumprimentos exagerados. A rosa fazia seu trabalho, por agora. - Você gostaria de me ver morto? – Perguntou, num tom de voz calmo, olhando em volta uma vez mais. – Às vezes me parece que gostaria. – Completou e suspirou de maneira pesada. Sentia-se estranhamente preso naquele lugar, como se a qualquer momento alguém fosse pular em seu pescoço; não entendia exatamente o motivo, mas sua mão repousou silenciosamente na pistola. - Tenho trabalho a fazer, Miss Delon, no que posso ser útil esta noite?
- Elminster Aumar
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Re: Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
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- Mensagem nº10
Re: Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
Se mexeu na cadeira, sentia-se extremamente desconfortável naquele lugar, como alguém que é obrigado a usar uma roupa que não lhe agrada ou não lhe cabe, do mesmo modo como todos os seus sentidos entravam num estado constante de alerta, ficava atento até a cada pequeno barulho, captando trechos de conversas alheias aqui e ali e isso embaralhava seus pensamentos mais diretos.
- Não. – Respondeu, os olhos baixando para as mãos, uma delas ainda próxima a arma. Não era a resposta, não era aquela noite, mas não era tudo que Delon receberia, não costumava dar detalhes de seus ‘trabalhos’ para ninguém. Nunca confie e ninguém era um lema válido, naquela vida. - Talvez seja sua noite de sorte. – Disse-lhe, e sejamos sinceros, Raven não prestava muito atenção no que Delon falava, captava uma coisa aqui e ali, e depois juntava aos poucos o que conseguia digerir, mas não se atentava totalmente a frase inteira ou ao pensamento apresentado. E também não acreditava em sorte, havia o destino e o tempo. E ambos eram cruéis. Mas o pensamento lhe veio rápido como um corvo: talvez Delon pudesse ser útil naquela noite, afinal… Tinha que estudar seu alvo, nem que fosse por algumas horas.
Então a jovem mudou de súbito, com aquela exclamação e quatro pensamentos passaram pela cabeça de Raven muito rápido:
Cai numa armadilha.
Quantos será que consigo derrubar antes de cair?
E se eu atirar nas luzes?
Qual gosto será que ela tem?
Todos os quatro foram deixados para trás bem rapidamente.
Sua mão já estava agarrada a arma como se fosse uma boia num mar revolto, mas Raven arqueou as sobrancelhas ao observar o que Delon fazia, a expressão de surpresa foi substituída por uma de curiosidade, quando a pequena caixa foi deixada à mesa, Raven levou a mão até ela e a abriu observando o anel que lá estava. O silêncio se estendeu mais do que Raven pretendia, enquanto esse encarava a joia à sua frente. Não estava habituado a receber esses tipos de presentes, suas atenções voltavam-se a coisas mais… Praticas, por assim dizer. Um pensamento engraçado lhe veio à mente, imaginando em quantas horas provavelmente teria os dedos ou a mão inteira, arrancados por algum ladrão, quando perambulasse pelos locais onde costumava perambular com aquela coisa no dedo.
– É muito bonito, obrigado. – Concluiu, fechando a caixinha e levando-o até o bolso. Não pretendia usá-lo, claro, era pouco prático quando suas mãos geralmente são os seus instrumentos de trabalho, mas isso não vinha ao caso agora.
- Mas como eu dizia antes… – Lambeu os lábios de leve, enquanto tentava fracassando terrivelmente relaxar.- Ouvi a respeito de uma festa que está acontecendo por aqui, em alguma estalagem luxuosa e há algo que preciso… Fazer por lá. Então, talvez, você possa me levar. Podemos considerar como uma noite para nós.
Não era das mais carismáticas criaturas na fase da terra, mas bom, Delon não era também uma das mais espertas. Se ela conseguisse colocá-lo para dentro da festa de seu alvo, Raven poderia observá-lo sem causar problemas. Era uma jogada útil, no final das contas. Ambos teriam o que queriam.
- Elminster Aumar
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Re: Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
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- Mensagem nº12
Re: Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
Arqueou, muito sutilmente as sobrancelhas quando Delon disse-lhe que talvez não usasse a joia por não ser homem. Particularmente Raven não se importava muito com essas coisas. As pessoas eram estranhas nesse sentido, que diferença fazia o que tinha entre as pernas com usar uma joia? Às vezes se questionava quantos Deuses ou Demônios tinha ofendido durante toda a vida para merecer determinados destinos. Que não o entendessem mal, Delon era de uma forma ou de outra, divertida, mas às vezes Raven se questionava severamente o motivo de manter aquele “relacionamento”, poderia matá-la com a facilidade que respirava, ou simplesmente ignorá-la pelo resto da vida, então porque infernos, queria saber, estava sentado naquela mesa ouvindo aquelas baboseiras?
Passou as mãos no rosto, instantaneamente com a mente cansada, Delon tinha esse efeito sobre si, imaginava que era uma sensação parecida com a de um opioide, e então uma nova linha de pensamentos se formava: era por isso que tantos e tantos sujeitos casados preferiam as bebidas às suas mulheres? Com a facilidade de uma criança hiperativa, seus pensamentos seguiam diversas direções, mas Raven procurou se focar e escutar o que a jovem Delon dizia.
- Não. – Respondeu, de novo naquela forma monossilábica, Raven não a estava convidando para coisa alguma, nem poderia, era só um maldito assassino enfiado em uma ratoeira da nobreza. - Você está me convidando. – Resolveu acrescentar, para tonar as coisas mais simplicistas. Quando revelou sobre a festa, sem saber exatamente em que lugar poderia encontrá-la e viu Delon dizer que conhecia e sabia como chegar, Raven teve vontade de beijá-la; era instintivo, determinadas coisas. Via como uma espécie de recompensa não probatória, afinal não lhe traria nenhum significado maior. Não fez-se de rogado, ao final e se levantou, desesperado para deixar aquele lugar.
Lá fora, pode ter seu prazer devolvido ao observar o céu noturno e sorver do ar quase fresco daquela noite, quando Delon parou ao seu lado, Raven não se moveu inicialmente, sua mente acelerada martelava tantas possibilidades e decisões que sentia-se ligeiramente tonto, acordou de seu quase transe quando sentiu o braço da jovem envolver-se no seu e isso o trouxe de volta ao mundo real. Então Raven se moveu – naquele momento, ele não pensou muito sobre isso – e talvez em outro momento, outra noite, Raven retornasse para lá em memórias, para se perguntar e analisar porque infernos tinha feito o que fez.
Como dito, ele se moveu e moveu-se rápido, e só se deu conta de que tinha se movido quando sentiu o corpo de Delon pressionando o seu e suas mãos contra a parede do lugar onde tinham estado segundos atrás; Raven tinha “semi erguido” Delon, usando a parede como apoio para o corpo da jovem. Usando as mãos para mantê-la naquela posição – Delon era mais baixa que si, e aquilo ajudava a mantê-la na mesma altura – O Corvo encarou a Aristocrata com seus olhos escuros, desprovidos de qualquer sentimentalismo que pudesse se esperar naquele instante: não havia muito romance ali, sejamos sincero. Ele a segurava contra a parede, semi erguida como se estivesse prestes a lhe arrancar as roupas.
Então Raven a beijou, de maneira rude e violenta: não era uma criatura adepta a qualquer tipo de comportamento maneirado. Tinha lábios frios – e pensou que talvez com gosto de sangue – não podia ter certeza. Mas ele a beijou como um afogado em busca de ar, mas o beijo não durou muito quando Raven separou os lábios de modo súbito. Todo seu corpo tinha travado num estranho possesso de que aquilo era um dejá-vù, de que aquilo tinha sido vivido antes, em outra época, outro tempo. O Corvo a soltou – e sejamos sincero, ele não se importou se ela ia cair ou ficar de pé – a verdade é que ele simplesmente a soltou, deu uns passos para trás, olhou em volta e ajeitou sua roupa. O demônio na sua mente tinha sido contido, por enquanto, mas a noite era longa e Delon era a porra de um problema. Raven lhe ofereceu o braço, como se absolutamente nada tivesse acontecido. E talvez Delon já tivesse se acostumado o suficientemente a isso para seguir em frente.
Quando finalmente chegaram ao lugar, Raven já estava mais… Bom, já estava mais ele por assim dizer. Deixou Delon tomar à frente sem problemas, enquanto observava o lugar e absorvia algumas informações que em suas explicações, o guarda deixava escapar. A ideia do vestido tornou-se ainda mais interessante diante disso. Talvez, imaginou, fosse mais fácil do que achava inicialmente. Raven ficou parado, feito um dois de paus, aguardando e só notou que o sujeito olhava para si uns segundos depois do fato, arqueou levemente as sobrancelhas – tinha perdido metade da conversa, vale dizer absorvido apenas o que lhe interessava –, mas sabia claramente o motivo do sujeito lhe olhar.
Fato corrido; sabia que não podia dizer fazer parte da nobreza, suas roupas denunciavam isso, não portava-se ou vestia-se suficientemente bem para dizer que era alguém importante. Não poderia cair na cilada de se achar superior: era mais inteligente, isso era outro fato, mas… Raven sorriu de leve, um sorriso tão falso quanto agradável, sabia-se ser gentil quando necessário, era a porra de um manipulador frio afinal de contas.
- Perdoe-me, sou a guarda pessoal da Srta. Delon. – Falou, aquela voz tão… Tão dúbia, referindo-se a si pela primeira vez naquela noite em um gênero específico. - Tenho certeza de que o Conde não se importará que nós duas entremos. Srta Delon está curiosa e eu estou aqui unicamente para garantir que ela chegue em segurança em casa. – E calou-se, dando um passo para trás, na mais pura e teatral atitude de serventia à Delon. O mundo era um teatro, senhores, e Raven era um ótimo ator – ou ao menos achava-se assim.
- Elminster Aumar
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Re: Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
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- Mensagem nº14
Re: Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
- É claro. – Raven disse, abrindo o sobretudo e retirando o cinto onde o coldre ficava acoplado: não se importava muito e dispor de suas armas daquela maneira, não acreditava mesmo que fosse necessário fazer uso delas naquele local. Raven não entregou a Lamina do Assassino – que mantinha prontamente enfiada no cano da bota -, mas o faria se o guarda a encontrasse. Ela se aproximou e abriu os braços, para que o sujeito pudesse revistá-la sem muitos problemas. Ele encontraria o relógio dado por Mattieu em um dos bolsos e a caixa com o anel de Delon em outro, além disso, Raven não carregava mais nada.
Quando liberada, Raven sorriu para o sujeito, um sorriso carregando segundas, terceiras e quartas intenções: era sempre bom atiçar a imaginação alheia.
Lá dentro, buscou absorver detalhes que a maioria ignorava: saídas e entradas, janelas e portas, seguranças e guardas, pessoas armadas e afins. Mas deixava que Delon lhe guiasse sem muitos problemas. Raven não tinha nenhum interesse num lugar como aquele. Aquilo só lhe parecia a porra de um bordel de luxo e particularmente, não gostava muito de luxo. As pessoas ficavam propensas a tornarem-se cada vez mais procrastinadoras quando acostumadas ao luxo.
- Beleza é questionável. – Falou Raven, ao ouvir o comentário de Delon, mas deixou-se guiar pela jovem, sem muito interesse em interagir ou fazer parte do cenário em questão. Atravessou os andares em total e contemplativo silêncio, mantendo-se atenta ao que acontecia a sua volta, detestaria ser pega de surpresa por se deixar levar nos delírios de Delon. Quando finalmente atingiram o último piso, Raven esquadrinhou o perímetro, os olhos aguçados e a mente astuta da assassina marcaram todos os pontos que achava necessário.
Ela atentou-se rapidamente ao conde, mas não deixou-se demorar muito nisso: não podia levantar suspeitas, principalmente antes mesmo de começar o que precisava fazer. Notou também os seguranças e essa imagem guardou bastante na mente para o dia seguinte. Seguiu com Delon para a mesa, onde se sentou. E Delon lhe trouxe de volta a realidade, como quase sempre trazia, ao falar sobre sua felicidade, Raven lhe olhou por um momento, como quem tenta compreender sobre o que a jovem aristocrata falava.
Felicidade era algo inconstante, achava Raven, não lembrava-se de ter sentido qualquer coisa na vida que pudesse declarar como felicidade e perguntava-se muitas e muitas vezes porque tal sentimento marcava a vida das pessoas, as buscas incansáveis para se atingir o que consideravam felicidade. Raven satisfazia-se apenas com o contentamento.
O assassino levantou a mão enluvada, onde as garras de corvo tornavam-se protuberantes, tocou a face da jovem aristocrata com a luva áspera, num quase carinho. Não deferiu sorriu ou qualquer outra conjectura, sua mente estalou num alerta secundário, enquanto imagens brotavam da sua própria imaginação – aquela que lutava tanto para manter em cheque – e quase pode sentir o toque macio da pele de Delon e o gosto, sentiu a boca salivar e forçou-se a retomar seu próprio controle.
“Eu e o Diabo”. O pensamento lhe veio rápido. “Andando lado a lado.” – Raven baixou a mão, ajeitando-se desconfortável na cadeira em que se sentava. Voltou a olhar na direção do conde.
- Quero que contrate um guarda-costas. – Não disse que pedia, ou que achava melhor: Raven queria, praticamente uma exigência. - Tenho sangue nas mãos, Delon, problemas nos meus calcanhares e inimigos na minha sombra. Você precisa ter mais cuidado.
Sinceramente? Não se importava tanto assim com Delon a ponto de achar que sua morte fosse lhe causar algum desconforto, mas Raven não gostava de saber que o Tempo agia de maneira para lhe atingir diretamente e tão pouco estava a fim de entrar em uma semi-jornada para dar cabo de alguém que podia achar que matando seus próximos lhe afetaria. E Delon poderia ser útil num futuro próximo. Respirou fundo.
- E pare de pagar pessoas para me encontrarem, isso me irrita. – E irritava. Porque sentia-se vulnerável e não gostava da sensação. E além do mais, expunha-lhe demais aos caprichos de uma aristocrata. Esse tipo de coisa sempre poderia ser usado por alguém mais inteligente. - Fale apenas com Mattieu. Quando eu puder virei, quando não puder… Paciência. Você compreende o que te digo? - E suspirou, olhando em volta, não gostava dali, ah infernos, não gostava nada dali. - Diga-me, já andou de trem?
- Elminster Aumar
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Re: Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
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Re: Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
- Eu temo meus inimigos e você deveria temê-los também, pois esse é o primeiro passo para sobreviver a eles. - Voltou sua atenção ao que acontecia a volta delas, seus pensamentos flutuando de maneira aleatória em prestar atenção no que Delon falava e no que acontecia. Raven deu de ombros levemente. - Mattieu pode arrumar alguém para ser seu Guarda-Costas, alguém que agradará você e a seus pais. - Não achava que fosse difícil encontrar um sujeito no meio de tantos, mas não tocaria mais no assunto, se ela quisesse bem, se não quisesse... Bom, paciência.
Raven ficou em silêncio, quando Delon explicava que não fazia as coisas por mal, de boas intenções o inferno estava cheio, não era. Seu olhar vagou aqui e ali, enquanto ouvia a nobre falar, até ouvir a pergunta a respeito de Mattieu, Raven lhe lançou um olhar curioso. - Alguém em quem posso confiar, por agora. - Resumiu, ou tentou, seu relacionamento com o velho. Era bem mais do que isso e Raven tinha essa plena consciência, mas não achava que seria uma boa ideia entrar em detalhes a respeito da importância do velho para si ou as coisas que ele fazia. Raven tinha suas próprias reservas a respeito de sua vida e aquela era uma delas.
Não dava a Delon mais do que ela realmente precisava saber, Mattieu era um aliado, isso era o básico e além disso, perigoso. Quando a resposta sobre o trem veio, Raven atentou-se as palavras de Delon, ignorando a pergunta. - Curiosidade. Não é dos meus transportes favoritos. Como é a segurança lá dentro? - Fez-se uma pausa e Raven notou a movimentação na direção das duas: instintivamente sua mão vagou por onde o coldre da arma estaria, mas pousou numa das pernas, enquanto a jovem se ajeitava na cadeira.
Raven o analisou de cima a baixo, como costumava fazer com qualquer estranho: focou-se nos detalhes. Na postura e em como ele pousava as mãos na mesa, numa pose quase relaxada. Determinava que sentia-se suficientemente seguro naquele lugar o que a fez olhar na direção do conde novamente, mas voltou sua atenção ao que o homem dizia.
Seu olhar vagueou do homem para Delon, aguardando. Afinal... Era ela quem "mandava" por ali, agora.
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Re: Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
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Re: Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
- Se eu soubesse quem são, não teria que me preocupar com eles, pois estariam mortos. - Raven não se preocupava muito com aquilo, com a vida que levava, era mais que natural que criasse inimizades aqui e ali, mas não podia viver as sombras de seus próprios temores, deveria respeitá-los e cuidar para que não tomassem proporções devastadoras. Eventualmente, saiam das sombras e então teria de lidar com eles. Voltou seus olhos escuros na direção da jovem, quando ela falou e então Raven riu, movendo a cabeça muito levemente. Liberdade, não era? Conceito interessante que a maioria levava levianamente. Raven estava longe de se considerar uma criatura livre, muito pelo contrário, sentia as correntes em seus pés e em sua mente. Era seu proprio prisioneiro e carcereiro, escravo da sua própria vida. Mas não achava que Delon fosse entender essas coisas. Não achava que ela entendesse muitas coisas, no final. Ouviu atentamente o que lhe era dito sobre os trens, mas já imaginava coisas assim, portanto a informação só acrescentava certeza. Teria de se preocupar mais com os seguranças do alvo do que com o trem em si. Raven respirou fundo, e então o homem chegou e Raven se calou. Quando Delon lhe olhou daquela forma, Raven apenas olhou de volta, mas tinha aquela expressão plácida e vazia, de quem não está realmente prestando atenção no que acontecia. Deixara a cargo da jovem decidir o que fazer. Quando Delon finalmente resolveu por ir, Raven, servil, se levantou, ajeitou o sobretudo e esperou Delon dar os primeiros passos, cruzando as mãos às costas, Raven moveu-se atrás dela. Raven não se sentia exatamente bem ao se aproximar do alvo, sua mente explodiu em possibilidades. Chegou a respirar fundo, enquanto suas ideias tomavam tantos e tantos rumos. Ninguém pode me salvar agora. - Pensava, e sorria, e tremia e respirava fundo de novo. Sentiu a boca salivar junto com um coração acelerado. Tudo aquilo parecia levar uma eternidade, mas não passavam de um segundo, quando os passos cessaram e Raven estava lá, de pé, como uma rocha em um muro. Em momento algum seu olhar fora para o homem, Raven olhou a mesa, olhou as peças dispostas, as peculiaridades. Achava que podia até mesmo sentir o cheiro do vinho e decifrar sua marca, porque sentia seus próprios sentidos ampliados como um felino. O único som é o chamado do Tempo. É fazer ou morrer. Não se sentou, claro. Estava a "serviço" de Delon e deveria manter a pose. Estava um passo atrás da cadeira da jovem, as mãos às costas. - Charlotte Crow. - Respondeu, sem pestanejar, sem parar para pensar ou qualquer coisa. Charlie era um de seus nomes. Charlie, Charlotte, qualquer um que lhe servisse no tempo que precisasse. Raven não tinha nome - ao menos não se lembrava de ter um - Charlie/Charlotte vinham de uma necessidade de criar-se identidades. Era Charlie quando precisava ser, era Charlotte quando era conveniente ser. Mas sempre era Raven. Então o tempo piscou e Raven foi com ele. Negou-se a fechar os olhos, mas a visão era tão clara, tão presente que ela poderia tocá-la. Podia sentir a lamina penetrando a carne, ouvir o coração bater suas últimas batidas e o cheiro do vinho tornou-se cheiro de sangue. Uma vez mais antes de eu ir, deixo você saber... Ninguém pode nos salvar agora. E o último suspiro, ah, o último suspiro. Respirou fundo, quase num êxtase pessoal, mas retornou ao seu próprio tempo. Os olhos escuros pela primeira vez indo na direção do Conde. - Até a mais delicada rosa tem espinhos. - Falou. |
- Elminster Aumar
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Re: Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
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- Mensagem nº20
Re: Prólogo: Noite Sangrenta sobre os Trilhos
Raven ficou em silêncio de novo, preferia observar os trejeitos do conde do que realmente conhecê-lo. Ela tinha os olhos e ouvidos bastante atentos ao que ele fazia ou falava. Aquilo era bem mais importante do que se focar nas pomposidades desnecessárias. As pessoas gostavam de falar demais, achava. Havia uma latente necessidade de excessos de palavras, de atenção. Jogos dos quais Raven raramente gostava de fazer parte. Delon poderia lidar com isso sem muitos problemas e Raven não precisava se preocupar com essas coisas. Mas Delon tinha feito uma boa pergunta quando buscou mudar de assunto e Raven atentou-se a resposta como um caçador a espreita. Mas para sua infelicidade, era apenas aquele velho blábláblá de qualquer político. Raven suspirou e olhou em volta, antes de prestar atenção neles novamente. Deu um passo para trás, ao ver Delon se levantar e moveu a cabeça para o conde, ignorando todas as leves insinuações nas palavras do velho. Raven acompanhou os passos de Delon, mas sua cabeça já estava em outro lugar ha algum tempo, planejando e idealizando seus próximos passos. Quando a jovem falou, Raven apenas lhe lançou um olhar breve e desprovido de qualquer sentimentalismo. - Vou levar você para casa. Tenho trabalho a fazer. - E então seguiria para a saida, afim de recuperar suas armas. |