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    [Shin Hee] Prólogo

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    Mensagem por Luxi Sex maio 12, 2017 8:14 am

    Na cochia do auditório lotado, uma garota de longos cabelos ondulados na ponta esperava por Yoon Shin-Hee com as mãos juntas. Era Shi Myeon, uma colega de sala que sempre o tratou bem, apesar de estar um ano atrasado.

    - OPPA! Isso foi tão maravilhoso. Eu não fazia ideia de que você tinha um talento tão lindo! Falei com o meu pai. Você TEM que participar de um concurso que eles estão organizando. Sabe, meu pai tem uma empresa nova e está procurando novos talentos... ele e uns amigos estão tentando dar um gás nela.  Já pensou em ser um artista?

    Artista. Uma palavra que dava calafrios dentro da família Yoon.
    A garota desceu com ele até onde a plateia ainda se encontrava. No caminho, pais de alunos o cumprimentavam, bem como colegas de escola. Tudo isso por um talento dele, não por seu sobrenome.

    - Eu pedi muito para meu pai me colocar lá, mas ele disse que eu não tenho talento e que meninas da mídia não casam bem. Posso ter um pai mais cruel? - choramingou.

    O pai de Shi Myeon conversava em pé com os pais de Yoon. A mãe fazia uma reverência bem respeitosa em agradecimento, com um sorriso triste. O pai inflava as narinas e sua sobrancelha grossa tornava sua expressão indiferente. Os olhos treinados de político se limitavam a frieza, mas Shin-Hee sabia muito bem que isso significava a mais profunda indignação.

    - Não, obrigado.

    Um aperto de mão, um olhar frio. O senhor Yoon saiu de vista, deixando a esposa ali com um sorriso amarelo. O agente se aproximou da filha e o amigo, sacando do paletó um cartão.

    - Você é bom, rapaz. Eu sei bem o que estou dizendo. É uma pena que não queira participar, mas, se mudar de ideia, apareça neste endereço no dia 2 de julho pela manhã.

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    [Shin Hee] Prólogo Empty Re: [Shin Hee] Prólogo

    Mensagem por Persephone Sex maio 12, 2017 11:09 am

    Shin sabia que aquele era um passo bastante ousado, mas essa era justamente a proposta do evento, não? Sair de sua zona de conforto. Tudo bem que ele realmente gostava de fazer aquilo, mas nunca tinha imaginado que apresentaria isso a um auditório completamente lotado.

    Por fora, ele parecia bastante tranquilo – tranquilo até demais, como se tivesse até mesmo sob efeito de um calmante. Porém, internamente, estava no meio de um turbilhão de emoções e inseguranças. Será que erraria uma nota? Erraria uma letra? Seria uma vergonha?

    Quando avisaram que ele entraria em cinco minutos depois da apresentação, ele fechou os olhos e tamborilou na caixa do violão. A pressão só estava aumentando...

    Até que...

    O tempo se esgotou e ele foi chamado ao palco.

    Os holofotes estavam voltados para si e todo o auditório estava escuro. Como ele ainda precisava se posicionar, suas primeiras reações pareciam normais. No fundo, era bem diferente, ele estava se acalmando, vendo que poderia muito bem fingir que estava tocando em seu quarto.

    Um discreto sorriso surgiu no canto dos lábios dele e o rapaz fechou os olhos quando começou as primeiras notas.

    Parecia uma apresentação intimista, até porque não havia a colaboração de nenhuma super produção ou coisa do tipo. Shin trajava um estilo casual chic (uma blusa branca de manga comprida dobrada até o cotovelo e de um tecido mais grosso, calças jeans bem escuras e sapatos sociais preto) e o cabelo um pouco jogado para trás.

    A surpresa imperou quando sua voz começou a entonar, uma música bastante famosa nos últimos meses. Era um ritmo que tinha várias nuances, difíceis para a voz masculina, mas ele levou numa cadencia quase perfeita. Também tinha adaptado a música do piano para o violão.

    No fim, aquilo foi...libertador.

    Shin nunca tinha se sentido tão bem ao colocar sua voz para fora daquele jeito, como se ao cantar para o mundo, ele pouco a pouco se purificasse um pouco. Parecia uma troca bastante justa: dava emoção e se livrava da dor.

    Quando afastou a mão do violão, ele foi aplaudido com bastante ardor e o sorriso timido acabou aumentando. Ele realmente tinha cantado para um numero considerável de ouvintes. Posicionou-se na ponta do palco e reverenciou amigos, professores, representantes e a própria família. Esta ele simplesmente preferiu não olhar e se retirou.

    Na cochia do auditório, ele se deparou com Myeon. Era uma das pessoas que chegavam próximas de amiga. Eles tinham uma boa afinidade e um respeito mútuo, mesmo que não fossem muito próximos. Ela falava de modo tão rápido e empolgado que Shin só conseguiu coçar a nuca e receber os elogios.

    - Annyeon haseyo, Myeon! - Ele a reverenciou - Kamsahamnida! Eu agradeço pelos elogios, mas tenho certeza que está exagerando um pouco. Foi uma surpresa que preparei para o evento.

    Pelo menos era o que ele estava tentando dizer para si mesmo.

    A verdade é que tinha sido bastante empolgante. Como se ele estivesse vivendo pela primeira vez depois de muitos anos.

    Acabou achando graça da explicação de Myeon sobre a negativa do pai dela. Era um pouco contraditório por parte do pai de Myeon, mas ele obviamente jamais diria isso.

    - Tenho certeza que o seu Abŏji está fazendo o melhor por você, hm? Você tem muitos talentos para explorar, Myeon.

    E teria dado um tapinha de leve na cabeça dela, mas eles não eram intimos o suficiente para isso. Além disso, as duas famílias atraíram a atenção de Shin. Toda a sua euforia deu lugar às velhas sensações de não pertencer.

    Aproximou-se de sua mãe, visto que o pai logo partiu e reverenciou o pai de Myeon enquanto pegava o cartão.

    - Muito obrigado, Senhor Shi. Foi só um tiro de sorte.


    Não foi muito convincente e ficaria com o cartão na mão até, pelo menos, eles se afastarem. Somente quando tivesse um momento de privacidade com a mãe é que ele estenderia o cartão para ela.

    Já tinha decorado o suficiente do mesmo.

    - Só fiz o que o projeto pedia, Ommŏni. Sair da zona de conforto. Me perdoe se eu a decepcionei de alguma forma.

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    [Shin Hee] Prólogo Empty Re: [Shin Hee] Prólogo

    Mensagem por Luxi Sex maio 12, 2017 11:58 am

    Myeon era uma criatura tagarela e um tanto fútil, talvez o principal motivo pelo qual não eram tão próximos. Seu pensamento era bem simples e linear, sendo difícil que ela entendesse muitas metáforas. Frequentemente ela dizia que “Oppa fala de um jeito engraçado” por não entender algumas frases contemplativas dele.

    - Tenho sim, não tenho? Eu vivo dizendo isso para ele. Posso  não saber cantar, mas modelo é outra história! - comentou, sem entender, de verdade, o que ele queria dizer com “outros talentos”.

    - Tiros de sorte como esse podem transformar uma pessoa no ídolo da nação. - respondeu o diretor prontamente, sem empostar a voz ou tentar tornar-se importante. Era um homem de cerca de 50 anos e muito bem apessoado. No entanto, para alguém de sua importância era muito discreto, até mesmo em suas roupas, que apesar de notadamente elegantes, não gritavam para serem notas. Muito diferente de seu pai. Talvez o motivo pelo qual não tinha ajudado a filha a entrar no mundo da mídia fosse apenas uma desculpa esfarrapada para proteger de algo maior que a convenceria. Ele parecia esse tipo de homem, e Myeon não sabia o quanto seria melhor ter um pai como aquele.

    Tão logo os dois se afastaram, Seul-Bi apareceu com um olhar ansioso, mas ao mesmo tempo preocupado. Ela olhou o cartão e cobriu a boca com a mão e prontamente abriu a bolsa para escondê-lo, só voltando a falar quando estava muito bem seguro ali dentro.

    - Não deixe nem o seu pai sonhar. - ela ouviu o pedido de desculpas do filho e suspirou, olhando-o com um carinho infinito e estendendo a mão para seu rosto, fazendo um carinho. - Não. Eu sinto orgulho. Muito orgulho. Foi tão lindo que meu coração aqueceu - os olhos da mãe indicavam que ela provavelmente teria chorado em sua apresentação. - Queria que… - ela interrompeu o que realmente pensava e continuou - que seu pai entendesse. Se ao menos eu lutasse por você… - parecia ressentida, mais frágil do que seu terninho dizia. - Vamos, querido, seu pai está esperando.

    O motorista da família aguardava o retorno dos dois. O pai já estava dentro do carro ao telefone, ocupado como sempre.

    - Entendo. Então fico no aguardo, senhor Hyun. Nos falamos melhor em outro momento.

    O carro deu partida e as bochechas do pai pulsavam feito um anfíbio. Ele nem olhou no rosto do filho. A mãe olhava pelo celular, querendo distrair-se do clima ruim. A família seguiu em silêncio.
    Foi apenas quando o carro estacionou na garagem do condomínio que o pai saiu andando na frente, bufando e assim foi até subirem para a cobertura, onde o pai entrou esbravejando.

    - Não acredito que eu desmarquei uma reunião hoje para aquele INSULTO. - ele largou as chaves na porta. A mãe pacientemente pendurava a bolsa, como se não estivesse ouvindo. O  pai virou de repente, aproximando-se do filho e enfiando o dedo em seu rosto. - Você. Eu espero que não tenha achado que nós vamos apoiar aquilo. Você ainda tem um ano inteiro para recuperar e eu já conversei com o presidente Kang sobre o seu futuro.  Não se atreva a bancar o filho rebelde, me entendeu? - suas narinas inflaram.

    - Querido, eu tenho a certeza de que foi apenas um evento isolado da escola. Ele mesmo explicou que se tratava de um projeto. Não há necessidade de--

    - E a culpa é toda de ele ser assim é de quem, será? Eu imagino... Não me dirija a palavra hoje, Seul-Bi. Eu não quero saber de você hoje. Eu só espero que tenha ficado claro - ele virou uma última vez para o filho.
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    Mensagem por Persephone Sex maio 12, 2017 12:22 pm

    Shin não questionaria a opinião do homem. Além de ser mais velho, ele entendia melhor do assunto do que um jovem de 18 anos. Felizmente, o pai de Myeon sabia o momento de falar e de se calar. Ele obviamente tinha percebido algo errado naquela família e achou por bem recuar, pelo menos por enquanto.

    Tanto Shin quanto sua mãe pareciam gratos por ele não insistir no tema.

    O rapaz entregou o cartão para sua mãe e manteve a cabeça abaixada em claro sinal de respeito.

    Como isso era possível? Segundos atrás ele se sentia completamente livre, mas agora novamente o forçavam a entrar na gaiola de uma vida respeitável e previsível. Shin sabia que era um bom filho, mas também sentia que sua paciência estava se esgotando.

    - Não, Ommŏni. - Meneou negativamente para dar mais ênfase - Essa não era a minha intenção. Nem sabia que o pai de Myeon estaria aqui. Ele é tão ocupado...

    Deu de ombros e hesitou.

    Não era a primeira vez que ouvia que sua mãe sentia orgulho dele. Mas naquele momento era diferente, tinha sido um dos momentos mais importantes de sua vida e saber que aquilo alegrara a mulher mais importante de todas, trazia uma especie de motivação.

    Por que não?

    O sorriso bonito voltou aos lábios de Shin e ele fez um afago na mãe, colocando uma mecha de cabelo no lugar certo.

    - Não diga isso. A senhora faz o que pode e é uma honra tê-la como minha mãe. Aquela música foi pra você também. Queria ter te mostrado antes, mas preferi fazer uma surpresa. - Puxou o ar, tirando o peso das costas. - É, não vamos fazê-lo esperar mais, não é?

    Ofereceu o braço para a mãe como um cavalheiro e seguiu até o carro da família. Permitiu que ela entrasse primeiro e colocou o case do violão na mala antes de também tomar seu lugar. Mais do que depressa, ele pegou o celular e colocou os fones de ouvido.

    Paz.

    Fechou os olhos por trás dos óculos de sol, e recostou a cabeça no estofado enquanto ouvia um violino. Lamentava não ter habilidade para tocar um violino – se achava muito bruto para aquele instrumento tão delicado. Era mais voltado para piano e violão mesmo, mas não deixava de apreciar uma boa musica.

    O percurso não trouxe grandes problemas e eles logo chegaram até a residência em Gangnam. Mal entraram e Yoon irrompeu em fúria.

    A casa parecia cada vez maior graças à ausência dos irmãos e suas famílias recém-formadas. Shin respirou fundo e retirou os óculos para encarar o pai. Encarava do alto porque ele era uns bons 10 centímetros mais alto do que o pai – e até mesmo que o irmão mais velho. Os olhos castanhos não traziam nenhum tipo de brilho ou afeto para aquele homem.

    Um dia tentou.

    Mas ele tinha cansado de tentar.

    Respeito era tudo o que poderia oferecer, mas até isso tinha um limite.

    Quando sua mãe tentou falar e foi recebida daquela forma áspera, Yoon se colocou na frente dela, a protegendo com o próprio corpo.

    - Muitas coisas ficaram claras hoje, Senador Yoon.

    Cerrou os dentes, deixando a mandíbula mais tensa.

    - E não precisa pedir duas vezes para minha ommŏni. Quem, em sã consciência, gostaria de manter qualquer tipo de conversa com o senhor? Quando perceber que essa casa o representa, será tarde demais.

    Riquíssima, mas vazia.

    Desprovida de qualquer alegria, fria.

    Triste.
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    Mensagem por Luxi Sex maio 12, 2017 12:51 pm

    Os olhos da mãe se arregalaram. As palavras ditas mais cedo pelo filho cruzavam-lhe o peito. A música também era para ela. O senador fez um barulho com a garganta. Seus rosto enrugado ficou instantaneamente muito vermelho, exaltando as veias do pescoço.

    - Seu moleque - o senador Woo-Jin soltou perdigotos e chegou a empombar-se todo, até mesmo erguendo rosto, dando passos firmes até encostar nele, para encará-lo bem de perto, ainda que fosse mais baixo. Ele acreditava que o ego e o dinheiro o faziam crescer como um deus.

    - Shin-hee, respeite o seu pai!  - a mãe ergueu a voz trêmula, mas havia um resquício de súplica que entregava seu real sentimento de medo.

    - Se não se ajeitar, eu tenho a solução e meus contatos. Mais dois anos e enquanto eu viver você não vai conseguir deixar o exército e vai servir sem nenhum privilégio, como um pária! - o quase cuspiu a última palavra e virou irritado. - ELE é o problema dessa casa. - berrou para a mulher, apontando - VOCÊ causou isso.

    A mãe olhou o chão, cobrindo a boca novamente e lágrimas brotaram de seus olhos, enquanto ela engolia um soluço coberto pelo som da porta do escritório batendo mais à frente.
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    Mensagem por Persephone Sex maio 12, 2017 1:09 pm

    Era esse tipo de postura que Shin detestava. Somente pessoas fracas de espírito eram capazes de colocar a capa do poder e do dinheiro para se sobrepor à qualquer um, como um Deus. Dessa vez Shin não temeu e chegou a dar meio passo à frente, enfrentando o próprio pai.

    Porém, o apelo de sua mãe o trouxe de volta para a realidade.

    Ele acreditava que poderia enfrentar seu pai naquele momento, mas e sua mãe? Momentos atrás dissera que não queria levar nenhum tipo de vergonha ou decepção para ela. Que tipo de filho ele seria tendo uma atitude dessas?

    Considerando sua mãe - e apenas ela – o jovem recuou. O corpo tremia de raiva e ele teve que se conter, fechando os punhos. Os dentes se cerraram de novo e, dessa vez, ele não se conteve.

    - O Senhor fala como se essa não fosse sua intenção desde o início. Para o seu azar, eu não posso servir ao exercito livremente. Coloque-me lá e dê minha sentença de morte.

    Os olhos dele começaram a ficar marejados.

    - Saber que o senhor está me dando um prazo, só me dá mais certeza de que devo viver esses dois anos como nunca. Cumpra suas ameaças, Senador Yoon porque, a partir de agora, a minha vida é só minha. NEM QUE SEJA SÓ POR DOIS ANOS!

    Continuaria na frente da mãe pelo tempo que fosse necessário.

    As lágrimas precipitaram e escorreram no instante em que a porta do escritório foi fechada daquela forma. O queixo de Shin tremia bem como todo seu corpo e ele se virou para a mãe.

    - Eu não espero nada desse homem. Eu cansei de esperar alguma coisa dele, ommŏni.

    Sua voz ficou um pouco mais trêmula e embargada.

    - Me bata, se a senhora quiser e eu não a culparei por isso. Ele realmente pretende me matar, mas eu não pretendo morrer antes de viver. Durante anos eu me senti apenas um fantoche ou um objeto indesejado nessa casa. Hoje foi a primeira vez que me senti vivo depois de muito tempo.

    Mais lágrimas saltaram de seus olhos diante do desabafo.

    Era tanta coisa que ele estava reprimindo que não conseguia se conter.

    - E eu, digo agora, que NÃO quero perder isso. Me perdoe, Ommŏni. Me perdoe, mas eu quero viver. Por favor, não me peça pra ficar.
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    Mensagem por Luxi Sex maio 12, 2017 2:28 pm

    O pai engoliu em seco e apertou os olhos, parecendo ter mais ódio daqueles olhos marejados. Suas sobrancelhas se juntaram em uma expressão de raiva, mas ele ficou em silêncio até as últimas palavras do filho, enquanto as próprias fermentavam dentro de si. Suas palavras saíram entredentes, mas estava consciente de cada sílaba.

    - Eu prefiro um filho morto do que um filho que me dê desgosto - foi a última frase cravada antes de se retirar e lançar um olhar de desgosto sobre os ombros do filho, direcionado à mãe, que parecia horrorizada com a declaração.

    Com a boca coberta, a senhora Yoo encostou a testa nas costas do filho e ele pôde ouvi-la soluçar, tentava abafar o som do choro,  afastando-se para permitir que ele se virasse. Seus olhos borrados mostravam também a verdadeira face da mãe por trás da postura de “esposa do Senador”. Ela o observou aflita e o ouviu em silêncio. De repente sua mão se aproximou de seu rosto, mas em vez de bater nele, ela tomou seu rosto e secou suas lágrimas com os polegares.

    - Por favor, meu querido, não ligue para o que ele diz. Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.. - seus lábios tremeram e ela voltou a chorar, agora abertamente. - Vá então. Pode ir, meu filho. - eram as palavras certas, mas as que mais doíam em seu coração de mãe. - Eu quero que viva o seu sonho. Eu vou sempre te apoiar. Sempre. Eu só… quero que não faça nada extremo. Pense direito, não saia de casa… Aqui é o seu lar. E nada do que aquele homem disser vai mudar isso.  Eu prometo. - ela pegou a bolsa, tirando de lá um lencinho para secar os olhos e o cartão. - Tome. Ligue para aquele homem e diga que irá participar. Ele nos disse maravilhas sobre você. Sua professora também. Vá conquistar sua liberdade… eu acredito em você. - ela tinha determinação no olhar.
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    Mensagem por Persephone Sex maio 12, 2017 4:18 pm

    Quando Shin estava prestes a acreditar que o pai não seria capaz de surpreende-lo mais, ele toma aquela afirmativa no peito. Os olhos marejados foram acompanhados por um sorriso descrente, mas não houve mais réplicas.

    Apenas o silêncio seguido da forte batida na porta do escritório.

    Shin sentia a movimentação de sua mãe, o suave toque da testa dela em seu peito. Sua mãe era uma mulher linda, forte e decidida. Contudo, o Senador era capaz de anular tudo isso dela, expondo a fragilidade que ela sempre tentava ocultar com punho e decisões de ferro – pelo menos na empresa.

    Virou-se, finalmente encarando a mãe e, mesmo diante sua altura, ele se sentiu pequeno de novo.

    Sua mãe dizia que queria que ele seguisse seu sonho. Aquela proposta recebida mais cedo nunca tinha sido seu sonho inicial, mas o fato de ter uma oportunidade preencheu um vazio de anos. O rapaz pegou o cartão da mão dela e a encarou de novo.

    - Fico nesta casa porque a senhora é o meu lar. E não quero que fique sozinha com esse homem.

    Engoliu em seco.

    - Não tenho medo de acabar sendo recusado ou perdendo logo no inicio. Eu sei que não sou tão talentoso quanto disseram hoje. Mas, ommŏni...Eu quero ter a possibilidade de tentar, entende? Mesmo que seja pra falhar, no fim das contas, eu quero ter o direito de arriscar.

    Calou-se de novo e a encarou.

    - A senhora é a mãe mais perfeita que alguém poderia desejar.

    Abraçou a mãe, protegendo-a sabe-se lá do que e, também, sendo protegido. Escondeu o rosto dela e alisou os cabelos negros dela.

    O alívio que sentia não cabia em seu peito.
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    Mensagem por Luxi Sex maio 12, 2017 6:25 pm

    - Entendo. Sempre entendi. - a mãe respondeu com doçura. De alguma forma ela realmente compreendia. No fundo do peito sabia que o caminho dele seria diferente.

    O sorriso que Seul-Bi deu após aquela declaração ficou escondido pelo abraço prontamente correspondido. A mãe acariciou os cabelos dele como se ainda fosse uma criança, aquela que tinha vindo ao mundo já sob tantos pensamentos ruins, mas que estava sempre pronta a afastá-lo com carinho.

    Naquela noite, o pai não mais dirigia a palavra a ninguém. Por sorte, o Senador, além de muito ocupado, tinha um comportamento previsível quando irritado. Ele ignorava os opositores, desprezando-os como se fossem inferiores e, consequentemente, deixava que a casa ganhasse um respiro familiar finalmente naquele imenso apartamento.

    O número do telefone do pai de Myeon continuava com ele, mas ele ainda poderia simplesmente aparecer no endereço naquele horário. Pegar o caminho mais fácil era uma escolha que jamais combinaria com o caráter de Shin Hee, tão diferente do senador Yoon. Por esse motivo, o telefone da casa dos Shi nunca chegou a tocar. No entanto, ele pretendia comparecer no programa.

    A mãe lhe forneceu todo tipo de recurso financeiro para que ele pudesse treinar às escondidas. O segredo não foi difícil de guardar, já que durante mais de uma semana a família mal se falou e sequer se encontrou corretamente. A senhora Yoon tinha grande curiosidade sobre o progresso do filho e sempre vinha empolgada comentar sobre alguma notícia que tinha lido na internet sobre os candidatos que a imprensa descobria, como uma atriz famosa. No entanto, ela também tinha seus afazeres e respeitava o espaço do filho.

    Na escola, o programa estava na boca dos estudantes, que especulavam se algum colega participaria. A maioria já tinha caminhos traçados e era proibida pela família. Alguns outros com algum talento artístico preferia um caminho clássico dos grandes concertos. Enquanto isso, Myeon panfletava o tempo todo sobre como tinha expectativas a respeito e mais de uma vez tentou falar com Shin Hee sobre sua inscrição, prometendo ela mesma treinar artes durante as férias de verão, que chegaram com a promessa de mudança de vida. Notícias sobre conhecidos de seu pai, e às vezes o próprio, circulavam na televisão intercaladas com propagadas do programa de música.

    O tão aguardado dia da audição tinha chegado também. Sem nenhuma inscrição, o garoto chegou no ambiente lotado de repórteres e fotógrafos, que capturaram sua imagem mais de uma vez, empolgados. Saberiam quem era ou era apenas por ser atraente? Na recepção, só foi necessário citar seu nome e logo tinha recebido um crachá de identificação com uma letra. O pai de Myeon tinha cumprido com sua palavra, afinal. Na sala, tantos jovens pareciam ter um sonho verdadeiro de se tornar um ídolo!

    Era bem diferente do ambiente escolar que estava acostumado. Havia pessoas de todos os estilos de roupa e classe social. Entre as cinco meninas da sala, destacavam-se duas gêmeas, sendo uma bem ativa e confiante, enquanto a outra era bem tímida e evitava até olhar para ele. Havia uma outra garota de franja e cabelos castanhos que se comportava bem, mas ficou de olhos fechados até o momento da apresentação. Entre os rapazes, havia um garoto alto de braços fortes que tinha se apresentado como Quan Lei, e comentou ser chinês. As gêmeas logo fizeram amizade com ele, pois descobriram que estavam hospedados no mesmo local forneceido pela empresa.  Logo a conversa recaiu sobre a presença da atriz iniciante Peach, que tinha acabado de conquistar a Coréia com seu dorama, e um ex-membro do grupo WINGS, conhecido na sala somente pela gêmea Dayoung.

    Logo um funcionário da empresa apareceu, solicitando que todos fizessem filas e, incluindo ele, apenas 5 pessoas passaram pela primeira eliminação, cujo critério não ficava definido. A mulher apenas media as pessoas e tocava em seus ombros para que saíssem. Uma garota, que tinha roupas bem surradas, saiu aos prantos. Aparentemente, aquela apresentação significava a última oportunidade para muitos ali.  O grupo seguiu por um elevador até a sala de audição, onde tiveram de entrar um a um, quando outro competidor saía, e assumir seu lugar.  Sua vez sofreu um pequeno atraso, já que a gêmea que entrou ganhou autorização de se apresentar com a irmã. As duas eram coordenadas e charmosas. Porém, quando chegou sua vez, o produtor Cha Hyun-seok fez um pequeno comentário, olhando seu crachá.

    - Yoon Shin Hee, certo? - riu - Você é parente do Senador? - ele riu bastante de sua própria piada, mas o diretor não se mexeu.
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    [Shin Hee] Prólogo Empty Re: [Shin Hee] Prólogo

    Mensagem por Persephone Sex maio 12, 2017 7:32 pm

    Não sabia por quanto tempo aquela porta para um novo mundo se manteria aberta, mas Shin pretendia aproveitá-la o máximo que pudesse. Já tinha consciência que sua desobediência teria uma consequências à longo prazo – o senador gostava de preparar com bastante cautela suas vinganças. E ele não duvidava que o tempo limite fosse mesmo de dois anos.

    Porém, no momento, ele queria se focar no que poderia ter.

    O tempo seria curto, mas agora Shin tinha algo essencial: apoio. Ao longo de cinco anos, ele apenas seguiu o que era imposto. Não era um aluno mediano, mas nada o empolgara tanto quanto a preparação para essa audição.

    O segredo foi a alma do negócio.  

    Discretamente, ele procurou pela professora de música de seu colégio e requisitou aulas particulares. Sua mãe arcaria com as despesas e com o aluguel do estúdio também. De fato, Shin tinha uma voz bem especial. Apesar de ser uma voz grave quando ele falava naturalmente, ele era capaz de alcançar tons diferentes e, geralmente, difíceis. Porém, era preciso treinar para que não ocorresse nenhum tipo de queda, que ele conseguisse manter a cadência.

    O fato dele também saber tocar violão e piano colaborou para que a professora montasse uma apresentação marcante o suficiente para que pelo menos fosse lembrando. Sem, contudo, perder a essência intimista dele.  

    Na escola e em casa, a vida parecia a mesma.

    Verdade que Shin agora trazia um sorriso mais frequente e até mais sociável, principalmente com Myeon. Foi um pouco natural – ela tinha sido a primeira pessoa a cumprimentá-lo e depois do que ele lhe dissera, continuou a procurar por ele. Ficou feliz em saber que ela procuraria por um curso no verão. Não tinha dito à toa que a garota tinha talento. Pelo menos ouvia dizer, sabia que ela era boa e não precisava ser, necessariamente, uma celebridade. Esse não é o único caminho para o sucesso.

    Nem mesmo sua aproximação com Myeon o fez optar pelo caminho mais fácil. Ele não pediria ajuda do pai dela, nem nada do tipo. Não queria privilégios, porque seria como pular etapas e Shin queria aproveitar cada momento. Precisava passar por cada experiencia.  

    Sua mãe assistiu ao ultimo ensaio dele com a professora e sairia com a certeza de que fez um bom investimento.

    Em casa, ninguém falava disso.

    E no dia seguinte foi a motorista particular de sua mãe que o levou até o local da audição. Elas não saíram do carro, tampouco estacionaram perto. Shin chegou à pé, de modo despretensioso.

    Sua altura chamava atenção bem como seu porte atlético. Acabava atraindo a atenção porque usava umauma roupa bastante sóbria. O estilo caía como uma luva para ele e havia algo em seu andar e no modo que o sorriso se mantinha no canto dos lábios, formando uma suave covinha. Os olhos não podiam ser vistos por conta dos óculos, mas ele cumprimentou educadamente desde o segurança da entrada até a última pessoa que visse antes de entrar.

    Finalmente chegou à sala de espera que compartilharia com outras cinco pessoas. Todas diferentes uma das outras, mas com o mesmo objetivo em comum.

    - annyeon hashimnikka (Bom dia!)

    Cumprimentou os presentes, mas não tentou conversar nem nada. Manteve-se em seu canto e a única coisa diferente, foi que em sua inscrição, solicitou o teclado que ficava disponível lá.  

    Estava bastante tranquilo, sem se deixar levar pela competição. Por isso mesmo, ele foi nobre e, para cada pessoa que foi na frente dele, ele disse um respeitoso.

    - haenguneul bireoyo (Boa sorte!)


    Mas nada além disso. Finalmente seu nome foi chamado para entrar na sala onde os jurados o aguardavam. Não era o primeiro, estava lá para o meio da quantidade de participantes, então, era de se esperar que eles estivessem cansados e até mesmo mal humorados. Até porque, fazia parte do reality algumas reações negativas e pesadas para compor o programa.

    - annyeon hashimnikka. - Reverenciou os jurados quando a palavra foi dada a ele, mas hesitou por um instante ao ouvir a pergunta do produtor. - Ah! Não, é só uma coincidência. Eu me apresento como Shin-Hee. - Reverenciou uma última vez, como se pedisse desculpas por não ter especificado o nome na recepção. Pigarreou e retomou de onde parou. - Meu nome é Shin-Hee, tenho 18 anos e cantarei para os senhores com o acompanhamento do teclado.

    Pediu permissão para se posicionas.

    Os óculos escuros tinham ficado do lado de fora.

    Verdade que Shin poderia ter optado por um visual um pouco mais ousado – e ele teve isso em mente, mas no fim, prevaleceu resguardar parte do que ele tinha apresentado tempos atrás no auditório. Uma postura altiva, mas ainda um diamante bruto. O objetivo do programa era esse, afinal, ele não podia jogar todas suas armas agora. Precisava atrair a atenção necessária e deixar que outras surpresas aparecessem depois.

    Shin posicionou os dedos sobre as teclas e logo na introdução, a música já podia ser reconhecida.



    Sua voz era grave, meio rouca, mas ele surpreendeu com a introdução mais suave. Os olhos estavam fechados enquanto ele alcançava a cadência perfeita - só não foi mais perfeita porque não era o proprio cantor – antes da primeira estrofe.

    "- It's a beautiful life...Nan neoui gyeote isseulge"

    Abriu os olhos, focando-se na figura feminina no meio dos jurados. Era assim que começaria a cativar. Por um instante, ela pensaria que a música era feita para ela, além da voz dele ser melodiosa e encantadora.

    Os olhos se fecharam de novo e ele tombou um pouco a cabeça antes de voltar os olhos para os outros jurados. Apesar de não ser uma música dançante, ela tinha um ritmo que ele acompanhava suavemente com a partida da perna esquerda. Os dedos deslizavam pelas teclas e suas expressões faciais realmente denotavam uma entrega aquele momento.

    Mesmo que recebesse um não, Shin queria mesmo sentir cada instante.

    E por que não demonstrar paixão numa música que era uma declaração de amor?

    Não tinha ninguém, mas ele sabia simular bem isso.  

    - Hmm hmmm...It's a beautiful life...

    Pressionou as ultimas teclas antes de afastar as mãos e chegar para o lado. Reverenciou os jurados uma vez mais e esperou pela resposta.
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    [Shin Hee] Prólogo Empty Re: [Shin Hee] Prólogo

    Mensagem por Luxi Sex maio 12, 2017 8:12 pm

    O jeito princispesco de Shin Hee causava alguns tipos previsíveis de reação nas pessoas. Ou elas não se aproximavam porque tinham medo dessa aura de menino rico muito bem educado, ou causavam um risinho encantado sem graça, ou um grande espanto e uma pitada de admiração. O fato é que ninguém foi mal educado com ele, exceto um garoto grosseirão de sua sala, que foi prontamente eliminado.

    - Bem, é claro. Desculpe. Isso seria irrelevante de qualquer forma - o produtor comentou.

    - Muito bem, querido - a amável jurada ao lado de Cha tinha cabelos acobreados e era simplesmente um patrimônio cultural da Coréia. - Fique à vontade. Pode começar.

    O diretor Song não disse nada, observava atento e fez alguma anotação.

    Enquanto cantava, Bonnie franziu as sobrancelhas e levou as costas da mão para frente da boca. Em seguida, ela fechou os olhos, ouvindo com toda a atenção. O produtor Cha fez o mesmo, com um sorriso no rosto e acompanhando com o rosto as batidas. O diretor Song se curvou na cadeira, estreitando os olhos e observando-o como um tipo de animal exposto. Seu punho estava cerrado abaixo do queixo, enquanto ele refletia cada nota.

    Os colegas sentados nas cadeiras em volta dele soltaram um suspiro e era nítido o quanto estavam emocionados. Outros só sentiam a confiança cair cada vez mais, principalmente porque antes que o produtor dissesse algo para interrompê-lo, a cantora colocou a mão na frente, deixando que ele continuasse até a última nota. Ao final, uma explosão de aplausos invadiu a sala e foi preciso uma grosseria do diretor para que eles parassem.

    S: - Chega, chega, não é para tanto.
    B: - Diretor, ele foi incrível.
    S: - Mas já tivemos outras apresentações incríveis hoje e tocaram essa música antes. Deveriam se conter.
    C: - Vamos, diretor, quem não gostaria de cantar a trilha sonora mais famosa do momento? - o produtor brincou e deu espaço para que a cantora falasse mais.
    B: - Meu querido, sua voz é maravilhosa. Tanto ao natural quanto cantando... Eu... bem, eu sei que hoje já chorei bastante, mas posso dizer com certeza que essa foi uma das apresentações mais belas que tivemos no dia.

    C: - Eu reparei que você conseguiu imprimir emoção nela. Você cantou essa música pensando em alguém? - sorriu.

    B: - Não seja inconveniente, produtor. Eu vejo nesse rapaz muito potencial para o palco. Toca mais algum instrumento? Só curiosidade, querido. O meu voto é sim.

    Os candidatos em volta bateram palmas.

    S: - Eu preciso ser o único sempre a fazer apontamentos? - o diretor comentou impaciente. - Você canta muito bem, é verdade. Por acaso você dança também? Um idolo precisa ser completo.

    C: - Independentemente disso, já aprovamos pessoas que não sabem dançar e está tudo bem. Sugiro que treine para a próxima etapa, e todos terão tempo de fazer isso. Seu rosto deve ficar ótimo na câmera, passa muito carisma, muita verdade. Meu voto é "sim"

    S: - Bem, rapaz, pelas regras do programa, você já está aprovado. Eu sinto que existe algo bom em você e a sua educação também é algo a ser louvável. Foi o único que nos tratou com extrema polidez. É algo raro nos jovens hoje em dia, como já vimos hoje mesmo. Saia daqui com o terceiro "sim".

    Mais uma vez foram ouvidas palmas e sorrisos nos rostos. Pelo que ele ouviria nos corredores, não havia muitas pessoas que tinham conseguido um "sim" do diretor.

    Na saída, ele foi conduzido de volta ao elevador e abordado por jornalistas do próprio programa aguardando por ele.

    - Shin-Hee-shi(*sinal de respeito, como um '-san' japonês), como foi receber um "sim" do diretor Song?

    - Shin-Hee-shi, quem são suas inspirações?

    Após as entrevistas, já passava da hora do almoço e ele estava sem nada no estômago desde quando chegara ali, antes das 10h. Ele ainda poderia ficar no local e assistir na própria sala que esperara anteriormente ou chamar por sua motorista e ir para casa.
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    [Shin Hee] Prólogo Empty Re: [Shin Hee] Prólogo

    Mensagem por Persephone Sex maio 12, 2017 9:38 pm

    Shin não conteve o sorriso quando recebeu os aplausos. Estava começando a gostar daquilo, de verdade. Agradeceu aos jurados, mas também para os outros concorrentes – se eles tinham aberto mão do orgulho para aplaudi-lo, ele precisava, no minimo, corresponder à atenção.

    Estava realmente feliz e não conseguia conter o bonito sorriso que tinha, de dentes perfeitos.

    - Kamsahamnida! Kamsahamnida!

    Só conseguia agradecer e sorrir. A expressão série de um dos jurados, contudo, conseguiu conte-lo. Não queria sair se vangloriando antes da hora. Podia ter emocionado, mas ainda precisava de dois sim's, pelo menos.

    A pergunta inconveniente foi respondida com um leve aceno na cabeça.

    - Não, eu só quis transmitir um pouco do que a letra propõe. Ainda não encontrei a pessoa certa para dedicar uma declaração dessas.

    Foi sincero e ficava olhando para o jurado que parecia querer se pronunciar em seguida. A jurada mais amável fez sua pergunta.

    - Sim, eu sei tocar violão e piano.

    Quanto à dança, ele fez um bico no canto dos lábios.

    - Não sou bom dançarino, mas sou esforçado e busco aprender rápido. Não acredito que será um problema e sim uma questão de prática e treino, como quase tudo na vida.

    Os votos vieram.

    O primeiro sim o alegrou bastante.

    O segundo, o deixou num estado de letargia, como se ainda precisasse assimilar que...tinha passado.

    O terceiro, foi um veradeiro choque. Ele arregalou os olhos e ergueu os braço de leve, mostrando-se incrédulo.

    - Três?! Eu tô dentro?! Não acredito!

    Passou as mãos pelo rosto e se retirou depois de agradecer várias vezes. Seguiu até o elevador e se deparou com os jornalistas. Aquilo sim era novidade. Seu rosto estava vermelho porque tinha esfregado, mas agora também parecia um pouco timido – o que acabava deixando mais bonito.

    - Foi um choque! Ele me pareceu tão incisivo em relação à dança que eu não esperava que fosse receber um Sim. Foi uma honra, mas..uau, até agora eu não tô acreditando.

    Tinha se enrolado um pouco, mas acabou se saindo bem.

    - Minha mãe, sem sombra de duvidas. Não estaria aqui se não fosse por ela e não digo isso pelo fato dela ter me dado a luz. Mas o apoio dela me deixou mais forte, sem duvidas. Esses três sims foram pra ela. Mas no mundo da música, eu sou fã de verdade do Cho Yong-Ha*, ele é um clássico e acredito que muito dos ídolos dessa geração se inspiraram nele.

    Agradeceu aos jornalistas e logo tratou de ligar para sua mãe.

    Queria comemorar e contar como tinha sido!

    E ela precisava ser a primeira a saber que seu filho tinha impressionado o sisudo diretor Song!

    *Fictício.
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    [Shin Hee] Prólogo Empty Re: [Shin Hee] Prólogo

    Mensagem por Luxi Sex maio 12, 2017 10:14 pm

    A declaração de Shin sobre "não ter encontrado a pessoa certa" fez pelo menos umas 5 meninas se exaltarem um pouco, entre suspiros, cochichos e "oppa!" contidos ali no meio. Cha e Bonnie sorriram diante dessas reações. Sabiam bem quem estavam colocando para dentro do programa.

    - Ah~ que bom menino. - Bonnie disse assim que o garoto deu as costas para deixar a sala. Cha riu dela mais uma vez.

    Olhares curiosos o seguiram até que desaparecesse pelo elevador. Os jornalistas eram muito solícitos com ele, conquistados por seu carisma.

    - Aposto que mães de toda a nação gostariam de ter um filho como você neste momento - disse uma delas.

    - Cho Yong-Ha! Mas é um artista clássico. Um jovem que aprecia um mestre, isso é muito interessante. Obrigado pela entrevista - disse o outro, todo sorridente.

    Do outro lado da linha, a mãe atendeu logo, inicialmente estava encerrando uma ligação com um cliente e pediu que ele aguardasse. Ela pareceu se esforçar para dispensar o tal do cliente, pois logo voltou, um tanto emocionada. A animação foi seguida por uma pausa misteriosa longa, a senhora Yoon estava perdida em pensamentos. Na sequência, ela o convidou para o Village Garden, um restaurante simpático decorado de forma rústica com bela vegetação e apesar de servir comidas ocidentais, tinha o melhor naengmyun gourmet da cidade.

    Antes que ele fosse embora, uma mulher da staff o procurou, pedindo que ele preenchesse seus dados, como formas de contato e endereços, para que informações da próxima etapa fossem enviadas a ele.

    Feito isso, podia ir rumo ao restaurante, onde a mãe o aguardava em suas roupas de trabalho, maquiada e com um largo anel no dedo. Mesmo assim, ela deu um abraço apertado no filho sem ligar se isso amassaria o terninho.

    - Conheceu Bonnie? Ela é uma graça, não é? Eu desenhei uma joia para uma premiação dela. Muito simpática - disse orgulhosa e quis saber mais, em detalhes, sobre como tinha sido sua experiência. - E então, como está se sentindo agora? - aquela pergunta feita de forma sincera era tão rara que poderia até assustar. Não que a mãe não se importasse com ele. Mas essa era a primeira vez que a mãe parecia integralmente empolgada com algo que ele estava fazendo. Antigamente, ela o apoiava, mas seus comentários eram mais reticentes e pareciam sempre guardar algum tipo de ressentimento. Dessa vez, não havia nenhum sinal disso.

    A mãe evitou conversar sobre o senador. Isso era um assunto que ela tinha jogado para debaixo do tapete e aparentemente Woo-Jin também tinha feito isso, pois estava dando tratamento de gelo.

    Cerca de dois dias depois, Shin Hee recebeu informações sobre a próxima etapa, em um convite estranho que apenas dizia que na semana seguinte uma prova de dança seria realizada no mesmo local e que era necessário levar uma muda de roupa. Não ser um garoto privilegiado tinha seus momentos de emoção.

    Como os comentários sobre ser filho do senador foram feitos dentro de um ambiente sem jornalistas, a informação ainda não tinha vazado, e constava como uma piada boba que os adolescentes certamente não entenderam.

    O primeiro programa que foi ao ar na televisão continha destaques, principalmente em volta de Jin Tae-woo, ex-membro da WINGS, seu rival malcriado Seok Min-ki, e a bela princesa dos doramas, Peach, que sugeriam ter uma boa química com Tae.
    Ele também poderia ver pessoas que tiveram notas altas como ele, duas garotas, uma delas era bem simples e do povo, a outra tinha lindos cabelos ruivos e olhos mel. Também havia um garoto de voz grave como a dele e uma menina loira que dançava incrivelmente bem. O programa destacou também dois encrenqueiros, embora tivessem sido claramente editados rapidamente apenas em seu momento de fúria. Um rapaz muito baixinho sem modos desafiou o diretor sisudo, mas ainda assim conseguiu passar, com uma mistura de música clássica com moderno. E um outro, rapper, que usou a audição para um desabafo, mas falhou e ainda foi calado por uma dança muito profissional do ex-integrante da WINGS. Era claro o tratamento especial que era dado para esse garoto em especial e qualquer coisa que estivesse perto dele. Assim estava o compilado do programa, que foi assistido por sua mãe, mas ainda não tinha aparecido seu rosto.  De certa forma, isso significava um pouco de paz.

    Agora, tinha uma semana para tentar desenvolver suas habilidades de dança para a próxima etapa misteriosa e, novamente, dinheiro não seria problema para investir em seu treinamento.
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    [Shin Hee] Prólogo Empty Re: [Shin Hee] Prólogo

    Mensagem por Persephone Sáb maio 13, 2017 2:32 pm

    Nenhuma das respostas dadas por Shin tinham sido preparadas anteriormente. Elas foram bastante naturais para ele, pois acabou que se focou mais na forma como deveria se apresentar do que no modo como se comportaria diante dos jurados e eventuais jornalistas. Isso até que era algo positivo, pois acabou demonstrando que ele sabia ter boas respostas diante da pressão. Fora que era um rapaz educado e não tinha mesmo como agir ou se portar de modo diferente.

    Quanto à história de uma possível namorada, ele só conseguiu sorrir discretamente. Acabou por ouvir algumas exaltações e era bastante tímido nesse ponto.

    Já para os jornalistas, ele agradeceu pelo que disseram e os cumprimentou antes que partissem. Assim que saiu do elevador, ele procurou pelo numero da mãe, precisava contar as novidades a ela. Percebeu que ela também ficou surpresa, quase como se não acreditasse no que ele tinha acabado de dizer.

    Também pudera, quem acreditaria num primeiro momento?!

    Sua mãe deu o local onde o esperaria e apenas por citar o restaurante, Shin já sabia que teria o almoço de um rei!

    Uma vez na presença da mãe, ele a abraçou carinhosamente e finalmente relaxando.

    - Eu consegui! Eu consegui!

    Repetiu algumas vezes até que os dois se acalmassem. Sentou-se, então, para almoçar com ela e saborear seu adorado naengmyun.

    - Conheci, ela é mais bonita ainda pessoalmente. E uma pessoa bastante amável, eu diria. Não a vi distratar ninguém.

    Preparou os hachis, mas parou quando escutou aquela pergunta.

    Como...ele estava se sentindo?

    Shin soltou por um instante e olhou para a mãe, tentando encontrar as melhores palavras para expressar o que estava sentindo.

    - Feliz, ommŏni.

    Aquilo parecia explicar tudo.

    - É, eu estou feliz! - E sorriu, mas não precisava nem fazer isso, porque seus olhos brilhavam de ansiedade. - Eu não faço ideia até onde irei nesse programa, se eu realmente tenho vocação para idol. Mas finalmente estou ansioso para chegar a algum lugar e aproveitar o percurso. Eu sei que poderia ter pulado várias etapas, mas acredito que isso desvalorizaria o processo, as expectativas, as emoções.

    Meneou positivamente, enfatizando o que achava.

    - Talvez eu seja eliminado na semana que vem, mas farei com que seja uma parte importante da minha história. E darei o meu melhor.

    Pegou os hachis de novo e começou a saborear seu almoço.

    Dois dias depois, a próxima etapa foi revelada. Não era como se não esperasse por aquilo, mas já se sentiu um pouco nervoso. Diferente da musica, a dança era uma habilidade pouco desenvolvida por ele - até mesmo por conta de sua condição física. Não especificavam como seria a apresentação, mas ele precisava preparar alguma coisa.

    Com o fato do segredo ainda ser mantido em casa, ele conseguiu um professor particular para um intensivo durante sete dias. As férias de verão também ajudavam muito, pois ele poderia se focar única e exclusivamente nesse projeto.

    Quando o programa foi ao ar, ficou um pouco desconsertado por não aparecer, mas...no fim, foi algo bom. Provavelmente seu sobrenome ainda levantou questionamentos internamente e era melhor não expor. Pelo menos ficaria em paz, sem que qualquer pessoa próxima, além de sua mãe, soubesse o que ele andava "aprontando".

    Durante sete dias, ele assistiu dezenas de vídeos, centenas de vezes. Era fato que não tinha o molejo de um dançarino profissional, muito menos dom para isso. Porém, ele tinha uma presença de palco, tinha carisma e expressão. Por mais que a dança fosse o foco, ele tinha ferramentas para encantar fazendo apenas o básico.

    Ele treinou respiração, alongamento e mais respiração. Era importante manter o fôlego porque ele podia ser testado para cantar E dançar. Como tinha vantagem numa das habilidades, não podia deixar que a dança prejudicasse o canto. Fora isso, ele treinou alguns passos e combinações. O ouvido dele era bom e sabia bater o pé no ritmo da música. Precisava, contudo, aprender a bater mais do que o pé.

    E assim foi.

    Ele tinha três coreografias na mente, mas isso podia ser jogado fora, dependendo do que seria obrigado a fazer. De todo modo, ele vivia andando e gesticulando agora, como se estivesse sempre dançando. Não foi algo belo nos primeiros dias – estava mais para uma comédia, mas depois, passou a ser quase aceitável.

    O grande dia tinha chegado e lá estava Shin com uma bolsa de viagem com suas coisas. Tinha levado uma muda de roupa, remédios para dores, outra muda de roupa, toalha e itens para um eventual banho. Usava uma calça saruel preta, uma blusa de manga curta branca sobreposta por uma de manga comprida jeans. Nos pés, tenis branco com a lingua por cima da calça. (tipo assim)

    Como sempre, estava de óculos escuros e sem acessórios no cabelo.
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    [Shin Hee] Prólogo Empty Re: [Shin Hee] Prólogo

    Mensagem por Luxi Sáb maio 13, 2017 4:00 pm

    No local, a quantidade de pessoas que aguardavam os candidatos do lado de fora tinha triplicado. Um grupo de pessoas ficava separado por uma faixa de segurança e segurava cartazes em amor a Tae e Peach, principalmente.

    Shin conseguiu passar sem grandes problemas e foi encaminhado para uma quadra esportiva no final do andar térreo.

    Graças ao programa que foi ao ar, ele podia identificar vários competidores da primeira etapa. As gêmeas de sua sala estavam na arquibancada, acompanhadas por uma menina de cabelos curtos que havia aparecido na televisão muito brevemente. A gêmea Dayoung, de rabo de cavalo, acenou à distãncia ao avistá-lo e sua irmã arregalou os olhos, abaixando a cabeça tanto que seus cabelos cobriram o rosto. Dayoung riu e o grupinho de meninas se fechou para conversar entre elas. Isso fez com que uma menina de cabelo tingido  que também tinha aparecido na televisão brevemente (Yieun) se aproximasse do grupo, que ficou fofocando e dando risinhos envergonhados enquanto o observava ao longe.

    No fundo da quadra, havia duas entradas para os vestiários, feminino e masculino. Lá, ele viu o colega chinês que o cumprimentou brevemente. Também havia um garoto alto e mal encarado que reclamava alto para outros companheiros ali dentro.

    - E vocês viram o que ele fez com o Park? Eu não engulo esse bando de riquinho nesse programa. Pode dançar o que for. Eles que vão pra outro lugar. 50 minutos de palhaçada. Só a cara do maluco na tv. Tão fazendo a gente de figurante pra ele. Quero ver se vão botar a cara dele quebrada na tv também.

    - Hyung, mas isso é contra as regras...

    - Eu não to nem ai. Tô puto. Você vai passar? Eles não querem que a gente passe. Então a gente tem que se proteger. Não pode deixar pisar.

    O garoto saiu do vestiário acompanhado. O armário dedicado a Shin Hee tinha um número, gravado na chave recebida na entrada. Ele tinha bastante tempo para se preparar o psicológico. Mas uma pergunta não parava de aparecer em sua cabeça: e se ele sentisse dor no momento de sua apresentação? Eram tantas pessoas ali... isso era muito possível. Talvez fosse melhor se previnir.

    Do lado de fora, alguns gritinhos anunciavam a chegada da atriz. A quadra começou a ser populada e parecia que em pouco tempo cada um tinha conseguido arrumar o próprio grupo para conversar, mas ele, apesar de muito simpático, ganhava cumprimentos, mas pouca aproximação. Era como se emanasse a aura do filho de alguém importante por sua postura e modos.

    Logo o garoto chinês de sua sala chegou e o cumprimentou, indicando a arquibancada, para que o acompanhasse pra passar o tempo. Lá havia Tommy, um garoto que se apresentara em inglês na TV e tinha cabelos encaracolados pintados de loiro, que foi educado e simpático. No degrau de cima, o garoto reclamão do vestiário continuava pontuando como achava detestável pessoas com privilégios e que todos deveriam ser tratados de forma igual. Ouvindo a conversa alheia, foi natural que assunto surgisse ali também.

    - Acham mesmo que existe esse tipo de coisa no concurso?  - Tommy perguntou para Quan Lei e Shin Hee - Eu acho ok. Tem muita gente exagerando. A gente precisa que tenham famosos no programa pra que ele ganhe importância na tv.

    - Não acho que eles mereçam a atenção que estão recebendo - Quan Lei declarou de uma vez. - Você não viu, mas esse cara aqui foi muito bem ontem e foi como se não tivesse existido - disse sobre Shin Hee.

    - Foi mesmo? Fez a Bonnie se apaixonar por você? - o americano sorriu.

    Na quadra,  eles podiam ver a chegada de várias pessoas que tinha aparecido na televisão. De repente, o loiro ex-membro da WINGS, o tal de Min-ki, saiu do vestiário com o baixinho encrenqueiro (Go Mi Nam) em seu encalce. Parecia um trem desenfreado, pois no caminho para a saída da quadra, praticamente passou por cima de menina muito meiga que tinha sido chamada de "anjo" no programa (Yuki). Ela foi ao chão, deixando a garota ruiva a seu lado furiosa. As duas estavam conhecidas por terem recebidos "três sims" como ele. A ruiva tinha uma beleza bem diferente das outras candidatas, ficava muito bem na televisão.

    - Ih. Mandou muito mal. Já imaginam como isso vai pra TV? Tenho um pouco de dó desse cara - Tommy referia-se a Minki - A imprensa já criou seu vilão.  E se outras pessoas aqui não tomarem  cuidado... - agora ele indicava o garoto baixinho e magricela (Go Mi Nam), que se curvava em pedido de desculpas antes de deixar o lugar - Vão acabar com a carreira sem nem ter começado. Se você é amigo do vilão, você é um vilão.

    - Esse cara está no hotel onde eu fico. O baixinho pareceu ok, humilde. Ele pediu muito numa boa para poder treinar no mesmo espaço que a gente no hotel. Mas esse tal de Min-ki merece a fama que tem. Ele é todo nervosinho e foi embora no meio da dança do grupo dele. Não sei, mesmo que a gente seja rival, eu não concordo muito com quem não tem espírito de equipe.

    - O que você acha dessa história toda, Shin Hee hyung? Acho que você é o mais neutro aqui.

    Após o papo com seus novos colegas temporários, uma coreógrafa entrou na quadra acompanhada de sua equipe e foi pedido que todos se reunissem ali no meio em lugares demarcados, organizados por altura.

    Shin Hee e Quan Lei ficaram na fileira atrás de Tae, próximas a Dam (o primeiro garoto que se apresentou) e do garoto mal encarado do vestiário, que ficava olhando feio para Tae o tempo todo. Tinham uma visão privilegiada de todo o restante dos participantes.

    Para a surpresa de todos, a segunda etapa seria uma coreografia aprendida naquele dia mesmo e apresentada mais tarde aos jurados. Not Today do BTS, seria ensinado durante aquelas horas para os colegas por uma coreógrafa da Shine Bright Entertainment.
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    [Shin Hee] Prólogo Empty Re: [Shin Hee] Prólogo

    Mensagem por Persephone Sáb maio 13, 2017 7:57 pm

    Graças às duas celebridades que ganharam bastante destaque na edição do programa, a entrada do prédio parecia mais cheia do no próprio dia de audições. Foi até um pouco engraçado, mas parecia que a intenção do programa tinha dado certo, agora tinham um grande público e, provavelmente, mais patrocinadores interessados.

    Shin passou como um estranho desconhecido – um belo estranho – e seguiu até a recepção. Sempre com aquela expressão gentil, era quase um alívio ser mais um na multidão. Recebeu as instruções com a chave do seu armário. Agradeceu e seguiu o caminho até o fim do corredor que levaria ao ginásio. Não demorou para que ele encontrasse algumas conhecidas.

    Ficou feliz ao ver que quase todas as pessoas que estavam em seu grupo tinham passado, principalmente a gêmea mais tímida. Sorriu de modo sincero para as duas e fez um sinal de vitória, indicando que as tinha reconhecido e estava alegre pelo êxito dela. Uma jovem de cabelos tingidos, que ele só tinha visto pela tv, se juntou às duas. O sorriso dele vacilou por um instante e ele quase errou o caminho. Felizmente se achou à tempo e disfarçou o breve e tolo erro.

    Ao entrar no vestiário, sentiu uma aura mais agressiva. O chinêsda sala de espera também tinha passado e estava acompanhado de um rapaz visivelmente aborrecido com algo. Não se meteu no caminho deles, seguindo até o próprio armário, mas ficou atento às palavras, inclusive o xingamento. Era visivelmente alguém mais humilde, que provavelmente tinha passado por muitas dificuldades na vida. Quem sabe até tivesse sacrificado coisas para conseguir participar do programa.

    Sua irritação era compreensível. E isso era um dos motivos de Shin não querer nenhum privilégio.

    Não era justo.

    Simples.

    Mas quem disse que o programa tinha sido feito para ser justo? Precisava ser interessante e gerar lucros.

    Coçou um pouco a nuca – um habito que vinha adquirindo quase como um tique quando começava a pensar muito em variáveis - e, enfim, ficou sozinho. Logo sua mente projetou uma situação nada confortável que trouxe aquela sensação da mais pura dor.

    Acabou espalmando a mão no armario, fechando os olhos e trincando os dentes. Seu corpo inteiro ficou tenso antes do braço esquerdo começar a tremer.

    - Agora não...

    Murmurou quase que de modo incompreensível e, mais do que depressa, levou a mão até o bolso da bolsa que enfiara no armário. Dele, tirou um frasco laranja com remédios manipulados. Parecia uma caixinha de tic-tac, mas certamente não era uma bala. Virou dois de uma só vez e mordeu com vontade as pílulas com os molares. Seguiu até a pia, sorvendo um pouco d'água e aproveitou para lavar o rosto.

    Perdeu um tempo considerável ali dentro enquanto outras situações aconteciam do lado de fora – inclusive a chegada de alguém que criou certo alvoroço. Sua mente, pouco a pouco, voltava ao normal e ele via sua imagem no espelho. Secou os rosto, ajeitou-se e só saiu do vestiário quando se sentiu apresentável.

    Respirou fundo e se deparou com os candidatos mais uma vez.

    O concurso o lembrava um pouco a escola, com a diferença que todos eram artistas e as pessoas não se aproximavam dele. Na escola, ele chegava a ser cercado por alguns amigos que ele não considerava amigos de verdade. Mas faziam porque sabiam quem ele era, ou melhor, quem era seu pai. E também de suas habilidades. Ali as pessoas que o conheceram na sala de espera sabiam que ele era um rapaz gentil, bonito e talentoso, mas não se aproximavam. Ou por vergonha, por medo ou pela concorrência.

    Isso acabava...incomodando um pouco.

    Não era como se quisesse ser super popular, mas queria conhecer aquelas pessoas. Diferente do colégio, ali tinham os mais variados tipos de pessoas e ele realmente queria conhecer algo que saisse de seu mundinho.

    Estava com as mãos nos bolsos da calça saruel e o ombro direito meio encostado numa parede até seus olhos cruzarem com os do chinês de novo. Ele simplesmente o cumprimentou e o chamou naturalmente para se juntar a um grupo na arquibancada.

    Era só isso? Fácil assim?

    Se soubesse, já teria falado com várias pessoas antes.

    Ele seguiu ao lado do rapaz até subir alguns degraus. Cumprimentou os dois rapazes que estavam ali – Tommy, um menino bilingue de cabelos cacheados e o rapaz que continuava muito irritado. Sentou-se um degrau abaixo de Tommy e formaram um quarteto incomum.

    O tema da conversa era o mesmo do vestiário, mas Shin estava por fora. E preferiu ouvir antes de opinar.
    Olhou para Quan Lei ao ouvir sobre sua apresentação e riu da pergunta.

    - Ah, não chegou a tanto, mas acredito que tenha sido uma boa apresentação sim.

    Antes que pudesse dizer o que pensava, uma cena chamou a atenção de quase todo mundo ali. Depois de ter visto, preferia que não tivesse participado daquilo. Sabia como as mulheres eram mais sensíveis e apenas podia imaginar a vergonha que aquela menina sentiu quando foi derrubada. Péssima hora para um incidente desse acontecer, pois podia afetar o emocional dela. Felizmente, ela tinha alguém para defendê-la, uma menina com cabelos acobreados.

    Desviou o olhar para tentar ajudar a diminuir a pressão que elas sentiam e voltou-se para seu grupo. Ouvia as impressões dos rapazes sobre os envolvidos e ponderou. Ao ouvir a pergunta, ele respirou fundo e respondeu.

    - Concordo com quase tudo que vocês disseram. São opiniões que se complementam.

    Ajeitou-se onde estava para encará-los.

    - É um programa de TV novo, precisa atrair o interesse do público, porque senão, não vai se sustentar. Os patrocinadores esperam lucro, um retorno pelo investimento. É natural que chamem atenção de certas pessoas. Mas...Pense bem.

    Agora diria algo meio polêmico, mas era a opinião dele.

    - Se esses artistas fossem tão bons, precisariam mesmo competir com ilustres desconhecidos? - Encarou os outros três. - A menos que eles estejam aqui como convidados do programa, eu não acharia bom. Não posso julgar sem conhecer, mas eu não veria sentido em competir dessa forma, sendo que, teoricamente, já tenho "as armas" para ser um ídolo sem a necessidade de um reality. Entende? Não sei se fiz muito sentido.

    Apoiou o cotovelo no degrau de cima.

    - E quanto à edição do programa, é preciso contar uma história. Eles precisam guardar as surpresas para os próximos episódios, como qualquer coisa que se passa na TV. Não se preocupe se eles ainda não focaram em você, o seu momento vai chegar.

    Sorriu para Quan Lei.

    - Só não se meta em encrencas. Não tô dizendo que seja justo, mas se você brigar, você também será um vilão, entende? Venha com a intenção de ganhar, mas também de aproveitar o caminho. Você já tá aqui, já passou por uma das fases mais difíceis que era entrar. Abrace essa oportunidade e dê seu melhor, independente das provocações externas.

    E não houve mais tempo para conversa. Logo uma coreógrafa se apresentou e chamou todos para a quadra. Shin seguiu para o seu lugar, lá no fundão e riu para Quan Lei.

    - Ninguém mandou ser alto, né?

    E riu de novo antes de se concentrar no que deveria fazer. Aprenderiam toda a coreografia para apresentar. Não achou tão simples assim, mas continuava treinando e tentando melhorar.

    Uma hora daria certo.
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    [Shin Hee] Prólogo Empty Re: [Shin Hee] Prólogo

    Mensagem por Luxi Sáb maio 13, 2017 9:23 pm

    A garota foi prontamente socorrida por um rapaz que também tinha apresentado a trilha sonora de Goblin no programa televisionado, chamava-se Minsoo.  Logo o grupo também saiu para conversar um pouco na arquibancada, longe deles.

    - Woww, temos um crítico profissional aqui - Tommy bateu palmas e sorriu, impressionado com a avaliação precisa dele, especialmente sobre a parte do investimento.

    Quan Lei assentiu quando o colega começou a dar sua opinião. Era o que queria dizer, mas não tinha as palavras tão boas quanto as dele.

    - É o que eu acho também. Por exemplo. - ele mordeu de leve o lábio e indicou com o rosto as duas garotas lá embaixo. - A ruivinha... yeppu da ("linda"). Mas dá pra competir com a atriz? - Quan Lei referia-se a Eunji e Peach, respectivamente. - Se fosse o meu programa, é a nossa história que eu queria contar. - ele deu um sorriso malandro, mas também charmoso.

    - Mas já? Temos um predador. -  Tommy riu alto.

    - Pode deixar, eu não vou fazer besteira. Estou aqui por mim, sabe? A maior parte das pessoas aqui hoje vai ser eliminada até o final do programa. Eu não quero ser lembado como o idiota que foi expulso.

    Mal terminou de falar e todos já estavam se reunindo lá embaixo.

    - Pelo menos a gente tem como achar mais fácil que está indo pior - respondeu o chinês, rindo da piada.

    Min-ki começava a gritar "FIGHTING, GO MI NAM" e era o único louco esbaforido que queria aparecer daquele jeito. Ele de fato era um personagem difícil de ser ignorado pelo programa.

    Shin Hee não era o melhor dançarino que conhecia, porém, com o treino intensivo, conseguia entender as instruções da professora e captar as sequências mais simples. Quan Lei, por outro lado, parecia já ter nascido sabendo, pois capturava os movimentos muito rapidamente. Outro que também chamava atenção era o próprio Tae da fileira da frente. Após uma apresentação de qualidade altamente profissional, era de se esperar que aquela coreografia não era um desafio para ele... o que reforçava a ideia de que os famosos talvez não devessem competir com pessoas comuns.

    A coreógrafa deu broncas nas pessoas da fileira da frente, e pediu mais energia de todos.

    O treino durou horas exaustivas até o que parecia ser o horário do almoço. Cooncentrado, podia sentir que estava progredindo gradualmente, mas a mente do rapaz lhe fazia uma pergunta para lhe deixar inseguro: "quando o efeito do remédio irá passar?"

    Por sorte, a staff declarou uma pausa para um pequeno almoço. Mesinhas foram montadas oferecendo garrafas de água, kits de lanche, barrinhas de cereal e frutas. Ainda teriam mais um período de trainemento antes de trocarem de roupa para a apresentação aos jurados.

    - Boa.  - Quan Lei bateu palmas de incentivo e um camarada tapinha no ombro de Shin Hee, saindo para buscar lanches.

    De passagem, as gêmeas saíram de uma das primeiras filas e Dayoung arrastou a irmã até ele: - OPPA, fighting! Esperamos muito que você vá até a final.  Assistimos sua apresentação ontem, na TV da salinha antes de ir embora. Foi muito legal. Não foi, Nay?

    - Hm. é. foi.  - a garota mal olhava para ele, com os cabelos escorridos cobrindo o rosto. -  Uhum. - ela fez três reverências seguidas. -  Unnie... eu quero ir lavar o rosto...

    - Hahaha. Até mais, oppa. - ela acenou animada.

    Ele podia fazer agora o próprio intervalo para ir ao banheiro, tomar água e agarrar algum lanche. Quando se deu conta após   pequenas tarefas, os demais garotos da fila dele logo estavam aglomeraram de novo na arquibancada. Tommy o chamou mais uma vez, para fazer companhia na pausa. Pelo menos tinha feito alguns amigos, possivelmente.

    Quando Shin Hee voltou para arquibancada,  um pequeno burburinho já estava acontecendo no centro da quadra e todos pareciam vidrados em algo acontecendo ali no meio.

    - Isso vai dar muito problema... tô indo lá ver. - Tommy comentou com um certo grau de bom humor e desceu para olhar mais de perto. Quan Lei não se impressionou com a briga, apenas ficou assistindo de camarote.

    A garota que tinha sido derrubada parecia tímida e encolhida, próxima ao rapaz que a salvou, Minsoo, e a Dam, o garoto que se apresentou primeiro e que também estava na fila dele durante a coreografia. Ele parecia um tanto assustador, tentando intimidar Min-ki, que estava de costas para os dois e acompanhado por seu fiel escudeiro baixinho. O caminho de Min-ki estava impedido pela garota ruiva dos três sim, que tinha irritação em sua expressão facial.

    Não era difícil imaginar por que estavam discutindo. Yuki tinha sido derrubada por Min-ki. Eunji, Dam e Minsoo eram amigos dela... mas o loiro teria sido bem sortudo se fosse só isso.

    Tae, a figura central daquele programa, esticou o braço e disse algo para que a ruiva saísse do caminho e se afastasse do grupo, talvez para evitar confusão? Em seguida, ele discursou em bom tom para aqueles que olhavam de perto:

    – Não quero comentários sobre eu e o Minki para ninguém.

    Sobrou para o baixinho fiel escudeiro do loiro, que se curvava para o grupo, também tentando dissolver a briga até que Tae chegasse bem perto dele, encarando-o de perto. A cena era muito semelhante a que tinha vivido semanas antes com seu pai. Exceto que Tae não era um senador, muito menos pai de ninguém. Ele foi puxado pelo ombro por Minsoo, o rapaz que havia salvo a garota.

    Tudo parecia se encaminhar para uma paz finalmente até que a raiva do loiro explodiu e ele se meteu entre o Go Mi Nam e Tae, crescendo o pescoço e começando a berrar com um animal em fúria.

    - Mostra pra todo mundo o que você é! - ele urrava, olhando para a plateia crescente ali perto. O baixinho teve a inteligente decisão de puxá-lo pelo braço, ou poderia haver uma agressão ali, claramente. Ele continuou ameaçando Tae de alguma maneira que só as pessoas em volta e o próprio poderiam entender, mas antes de se afastar, ele berrou a última parte - OUVIUUU??

    O loiro saiu espumando para o lado de fora, seguido por seus amigos, um filipino de pele morena (Amihan), um garoto gordinho (Bae), e o baixinho (Go Mi Nam).

    Em suas costas, Tae continuou o discurso:

    - Quero acreditar que o WINGS não acabou de vez. Que você ainda continua com os mesmos sonhos que tivemos um dia. O que parece que chegamos ao fim realmente.

    Por último, uma menina de mechas loiras, que tinha escolhido dançar Hobgoblin em sua apresentação, ousou gritar um grosseiro "YA" e se colocar no caminho de Tae, mas ele simplesmente seguiu para o vestiário.

    Todo o centro começava a se dispersar, e a pivô da briga, a menina derrubada, não estava mais ali, muito menos o garoto que havia começado tudo aquilo, Dam. Agora a briga repercutia entre cochichos de grupinhos.

    - Que filho duma... - a voz do garoto revoltado do vestiário se fez ouvir. - Eu quero dar uma coça nesse escroto.

    - Calma, hyung!

    - Ele vai sair de herói nessa porcaria de novo. Vocês não tão vendo? O cara arruma confusão com quem ele quiser. E se ele resolver abrir a boca pra imprensa e te acusar de alguma coisa? Quem vai dizer que não? Tá sabendo o que vai acontecer? Vão te expulsar. Eu prefiro sair fazendo.

    - É, nisso você tem razão.

    - Se bobear até eles vão querer ajudar a gente. Cadê o Min-ki?

    - Saiu.

    Quan Lei apenas ouvia a toda a confusão em silêncio. Já tinha declarado que não gostava de se intrometer. Ele fez um sinal com as sobrancelhas ao manter contato visual, querendo saber a opinião de Shin Hee e em seguida fez um gesto com a mão, indicando que ele ficaria bem quieto, fora daquela briga.

    - Não vale a pena, de jeito nenhum. - comentou por cima.
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    [Shin Hee] Prólogo Empty Re: [Shin Hee] Prólogo

    Mensagem por Persephone Sáb maio 13, 2017 11:12 pm

    Shin deu uma suave risada e balançou os ombros de leve com o comentário de Tommy. Não era um crítico profissional, apenas estava analisando os fatos e dando sua opinião - os fatos envolviam o modo como a mídia geralmente agia enquanto sua opinião pessoal era acerca do ingresso de celebridades.  
    Pelo menos os dois pareciam concordar com ele – o encrenqueiro parecia não ter escutado direito. Quan Lei voltou a falar e comentou sobre a ruivinha. Isso obrigou Shin a olhar para ela de novo e ver que ela ainda estava protegendo sua amiga.

    - Bom, ela recebeu três sim, não? Talvez com o investimento certo ela consiga sim.

    E nem chegou a comentar sobre Peach. Ouvia alguns comentários sobre o dorama que ela fazia, mas, sinceramente...Ele não via nada demais nela. Mas era melhor não sair falando isso e acabar criando uma polêmica. Digamos que ele só não se impressionava.

    Tommy logo levou para a brincadeira o comentário de Quan e Shin deu outra risada. Foi uma agradável coincidência os dois ficarem na mesma fileira. Apesar de competirem, eles não se tratavam como rivais e puderam rir um pouco antes do treino começar. Eles realmente podiam observar melhor as coisas de onde estavam e viam como o loirinho que esbarrou na menina gritava pelo amigo e como Tae se saída bem na dança.

    Não deveria ser difícil pra ele, afinal. Felizmente, não era um passo impossível.  

    Obvio que Shin teve um pouco de dificuldades, mas com esforço e repetição, ele conseguiu pegar todos os passos ensinados. Só precisava colocar um pouco mais de emoção e daria certo! Era o que esperava, ao menos. E, para isso, precisava ter certeza de que não falharia. Talvez mais uma dose não fizesse tão mal assim. Por enquanto não sentia nada, mas aguentaria até o fim do dia? Aquilo o deixou um pouco mais sisudo no final.

    O ensaio chegou ao fim e eles foram dispensados.

    Shin estava cansado graças ao esforço físico, mas tinha saído tudo bem. Uma nota 7,5, quase 8, quem sabe.  

    Também deu um tapa camarada em Quan e antes que ele se voltasse para a mesa para pegar uma bebida, viu a aproximação das gêmeas. Sentiu que elas queriam falar com ele – ou somente a mais falante e ficou.

    - Sério? - Sorriu – Muito obrigado, vocês também se saíram muito bem. Espero que possamos ir até a final, assim terei a certeza que o nosso grupo era o mais completo de todos.

    Não foi num tom arrogante. Era mais para empolgá-las e elas não continuassem co
    m pensamentos pessimistas. Voltou a atenção para a mais timida e ficou meio sem jeito. Ela não queria estar ali, a irmã não precisava ter forçado.

    - Bom, boa sorte na prova.

    Disse um pouco mais sério, dando o espaço que a outra parecia querer, e pigarreou antes de seguir seu rumo também.  

    Pegou uma toalha para secar o rosto e uma garrafa d'água. Preferiu se hidratar antes de comer e não teria tempo, de toda forma, porque logo o chamavam para a "reunião na arquibancada". Uma confusão começava a ser formada. Tommy foi lá para o meio da confusão, mas Shin ficou com uma expressão de reprovação.

    Ouvia tudo sem entender muita coisa.

    Não tinha visto algo ali, naquela cena, que justificasse tanta explosão. Mas ele conhecia aquelas reações, aquela postura...Era o acúmulo de algo mais antigo que chega num ponto que não pode mais ser controlado.  

    Passou a toalha pela nuca e deu outro gole na agua.

    - Não faça isso.

    Disse para o rapaz nervoso, num tom bastante sério, quase de comando.

    - Se você agredi-lo não será apenas eliminado. Não será apenas sua carreira que vai acabar antes de começar. Se você chegar às vias de fato contra ele ou qualquer um, existem várias câmeras que servirão como pra para a policia. Sendo menor de idade, terá alguma medida restritiva que manchará para sempre a sua vida.  

    Olhou para o rapaz, quase sem acreditar que ele fosse mesmo perder a cabeça por isso.

    - Tire essas ideias tolas da cabeça. Elas só te levarão para um lugar sem muitas chances de retorno.

    Deu outro gole em sua água, finalizando seu ponto, encarando Quan.

    - Acho que criarem tanta tensão ao redor de uma discussão que deveria ser apenas deles dois, apenas aumenta o ibope e a popularidade deles. Já deram material o suficiente para a próxima edição do programa.

    Levantou-se e mexeu um pouco o pescoço.

    - Preciso comer algo, vai querer o que da mesa?  

    E depois que Quan dissesse, ele seguiria até a mesa para pegar algo para os dois.
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    [Shin Hee] Prólogo Empty Re: [Shin Hee] Prólogo

    Mensagem por Luxi Dom maio 14, 2017 12:13 am

    O garoto irritado virou bruscamente, como se não esperasse que alguém se metesse em seu assunto, mesmo assim, refletiu sobre o que ele disse e apertou os olhos.

    - Você tem toda razão. - concordou repetidas vezes com a cabeça - Não posso fazer isso frente às câmeras... - sorriu como se estivesse descobrindo uma ideia - É. Toda razão! Cara, você é um gênio. - falava com sinceridade, olhando pra cima. Sua ideia tinha sido mudada completamente.
    - Hyung, o que você vai fazer? - o colega dele parecia preocupado e o garoto revoltado começou a rir para dentro, olhando o vestiário feito um maníaco. Nessa hora, Shin Hee já prestava atenção em Quan Lei.

    - É. Isso mesmo. Essas coisas me fazem ficar um pouco arrependido de ter feito a inscrição. Eu tenho um já. Come esse sanduíche aqui. O Tommy pediu um extra pra levar pra casa, mas pode comer.

    O restante do tempo livre aconteceu sem grandes interrupções. O amigo americano voltou pouco tempo depois e nenhuma outra discussão foi criada. Todos os envolvidos nela voltaram normalmente para a fila e uma nova etapa de treinamento se iniciou. Min-ki novamente berrou um boa sorte para o amigo, enquanto Tae e Peach trocaram palavras de flertes públicos.

    Shin Hee começava a compreender melhor a coreografia nos pontos que ficaram para trás. Após tantas horas de treino, ele podia enteder que não era o melhor dançarino do lugar, mas também estava longe de ser o pior.  Bem lá na frente, um garoto gordinho se atrapalhava com os próprios pés e parecia estar em seu limite. A segunda parte da prova com certeza já ultrapassava suas três horas de duração quando ele decidiu deixar o ensaio e sentar-se na arquibancada, seguido por poucas pessoas. Parecia uma péssima ideia fazer isso, pois a coreógrafa agiu com frieza. Quanto a ele, fisicamente estava bem. Com um preparo de jogador, poderia continuar dançando sem problemas, exceto por aquela pequena pontinha de dúvida que o perseguia conforme o tempo aumentava.

    Quando finalmente encerraram. A orientadora avisou que os jurados chegariam após a pausa, e que aí sim teriam sua avaliação. Não havia uma única pessoa na quadra que não estivesse precisando de um banho naquele momento. O vestiário era o lugar óbvio para ir e foi para lá que os colegas também foram.  Os chuveiros tinham ganchos dentro das portas fechadas, onde seria possível pendurar pertences. Era uma opção que resolvia mais um dilema do dia.

    Quando saiu do banho, já vestido, a movimentação no local estava um tanto esquisita. Isso porque o grupo do revoltado estava junto, conversando no banco. Eles só decidiram ir embora quando Tae se encontrava exatamente no trajeto entre a porta e aquele banco. O garoto saiu andando todo largado e espaçoso, e acabou esbarrando no garoto famoso, xingando-o por ficar no caminho.

    Shin avistou Tommy, que fez um sinal para que fosse ali perto rapidamente. O armário do amigo era ao lado de Quan, que ainda precisava vestir uma camisa.

    Chegar perto deles foi uma boa coisa, pois os atos desencadeados pioraram. Primeiro, era impossível se aproximar do centro da confusão, pois logo os amigos do revoltado se juntaram fazendo um tipo de circulo humano. Quem estivesse mais próximo da confusão acabava empurrado, tanto é que ele viu o garoto baixinho amigo de Min-ki ser lançado de um lado para o outro até cair nos braços de Quan Lei, que por reflexo o jogou para o lado.

    Ao fundo, alguma coisa sobre "não respeitar rappers" foi dita pelo agressor, e Tae respondeu que não tinha nada contra nenhum deles.

    Todos queriam enxergar o que acontecia ali dentro, pois livre de câmeras,  o garotoda arquibancada tentou golpear Tae, que desviou muito habilmente e desferiu um combo de imobilização, puramente defensivo, o que levou o adversário ao chão. A humilhação rápida causou um urro coletivo de "Woaaaa" e muitos garotos começaram a bater nos armários, como um tipo de tambor de guerra.

    - HYUUUUNG - alguém gritou em comemoração.

    Ao mesmo tempo, um grande estrondo se fez ouvir por toda a quadra quando Dam empurrou um dos comparsas contra a porta do armário, enforcando-o com o braço.

    - Solte ele - a voz de Tae foi ouvida, e o amigo obedeceu. Os agressores deixaram o vestiário e isso encerrou a briga.

    - Acabou, acabou. Vamos embora daqui - Tommy aconselhou os colegas e saiu por conta própria.

    Do lado de fora, era possível ouvir meninas ensandecidas gritavam " TAE-OPPAAAAAAAA", preocupadas com o que estava acontecendo ali dentro.

    Agora totalmente vestido, Quan Lei fez um sinal para que saíssem também estava bem sério e pretendia levar seu amigo junto.

    Tommy tinha ficado entre as garotas, gostando das especulações delas, mas Quan Lei passou reto, esperando que o colega fizesse o mesmo. Afinal, a staff já começava a reorganizar a quadra e aos poucos, as pessoas teriam de voltar à fila também.

    - É melhor não estar por perto da confusão quando os jurados aparecerem.
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    [Shin Hee] Prólogo Empty Re: [Shin Hee] Prólogo

    Mensagem por Persephone Dom maio 14, 2017 12:37 am

    - Por que será que acho que foi uma péssima ideia ter dito isso? - Cerrou os olhos, vendo o garoto se afastar. - Esse menino vai se enforcar sozinho, Quan-Lei. Parece mais interessado em brigar do que focar nos próprios objetivos.

    Meneou negativamente, desaprovando completamente.

    - Não se arrependa. Veja como uma oportunidade para crescer ou uma vitrine. Você é bom, dança como poucos aqui. E fora que pode ter um network com coreógrafos profissionais. Não tem que se arrepender de nada. Apenas aproveite...hm?

    Foi seu conselho final antes de seguir até a mesa. Pegou mais um sanduíche para Tommy e outra para si, bem como uma maçã. Retornou para a arquibancada onde ficou mais um tempo, até pensar na questão do banho. Precisava ir logo antes que ficasse muito cheio.

    Felizmente, conseguiu resolver essa questão sem maiores problemas. Ele tinha levado um roupão e conseguiu um momento em que o vestiário tinha vapor o suficiente para que não repassem em nada nele, mesmo que por um segundo. Colocou a blusa primeiro e se vestiu rapidamente. Repetiu uma roupa semelhante à que ele tinha chegado, mas com um pouco mais de estilo e atitude – sem sair do seu estilo pessoal.

    Estava retornando para guardar sua bolsa quando viu algo estranho acontecendo.

    Eles não conseguiam nem ser discretos, mas tudo aconteceu rápido demais para conseguir intervir de alguma forma.

    De modo algum achou aquilo certo, mas não pôde fazer nada. Aproximou-se de Tommy e Quan e a briga estourou. Até quem não tinha nada a ver com a história acabou se enroscando no meio da confusão. Não havia sinais daquele que semeara aquela revolta para com Tae – Minki, mas os "justiceiros" queriam eliminar Tae mesmo assim. Quan não deixou que Shin se aproximasse, mas logo um garoto pequeno foi jogado na direção de Quan. Ele o colocou para o lado e Shin encarou.

    - Você tá bem? É melhor sair daqui antes que piore

    Aconselhou para Go Min Nam.

    Era dificil ter alguma percepção no meio da confusão, mas aquela voz não era estranha para o garoto. Só precisava lembrar de onde conhecia – ou se era apenas impressão sua.

    Logo Shin e Quan saíram com Tommy. Realmente, era melhor estar longe daquela confusão toda.
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