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    [Narração] Jack (Edwin)

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    Mensagem por Bastet Seg 15 maio 2017 - 10:56



    C h r y s a l i s
    Narração -  Jack (Edwin)

     
    [Narração]  Jack (Edwin) U5UbElr


    Ao acordar naquele quarto frio e mal iluminado, o jovem Jack suspirou. Não se lembrava exatamente de como sua vida havia se tornado tão bobona e chata, mas se lembrava do motivo: o assistente social, Sr. Frogoldians, que, por incrível que pareça, parecia mesmo sapo. Quando o jovem dizia isso aos outros meninos, eles riam, pensando que ele estava zoando, e repetiam aos quatro ventos como a personificação da rebeldia dos dez e poucos anos, mas mal sabiam que Jack chamava o assistente social de “Sr. Cara de sapo” pois, desde a primeira vez que o vira, somente enxergava uma cara grande, gorda e nojenta de sapo, no lugar da cabeça do homem.

    [...]

    Tudo havia começado quando chegaram em Celtic Harp uma cidadezinha da Louisiana, quase distrito de New Orleans. Era uma cidade esquisita, pequena, quente e com uma população de turistas bem grande (devido ao grande cenário cultural presente ali). O local parecia sofrer tanto influência da cultura de New Orleans, quanto dos seus fundadores irlandeses, tendo um clima misto entre ocultismo e misticismo. O circo parou em uma fazenda que cedera espaço por um preço bem baratinho e armou suas tendas, não demorando a começar os espetáculos magicamente estranhos.

    Jack tinha um papel de destaque nas apresentações: conseguia encantar a todos, em suas acrobacias na corda bamba, transformando o que seria um número de tensão em um número mágico, cheio de adrenalina e belos movimentos. Muitas vezes ouvira que “tinha a magia dentro dele” e nunca foi capaz de negar, afinal, para o menino, a beleza estava nas nuances e a magia estava no que se mostrava de forma bela... E o circo, no qual ele crescera e formara sua personalidade, era a alegoria perfeita para esse pensamento.

    Muitas vezes Jack até se deparara com situações nas quais pensara que a magia era mesmo real, principalmente depois de completar 10 anos.  Enquanto contava histórias para as crianças mais novas, filhas dos artistas circenses, por vezes parecia ver os personagens se formarem no fogo da fogueira e, o mais incrível era ver as crianças indo embora, após a brincadeira, conversando com seus amigos imaginários, que não pareciam nem um pouco irreais. Vez ou outra também enxergava pessoas “estranhas” por aí, em lugares que pareciam de outro mundo, mas não parecia ligar muito pra isso... Uma criança que cresceu no circo é uma criança acostumada com o Glamour, mesmo que não sua alma ainda não saiba o que isso signifique.

    [...]

    Ao ser visto se apresentando, chamou atenção do Sr. Cara de sapo. Ele era um assistente social cheio de vigor e certezas inabaláveis, achando um absurdo uma criança em idade escolar viver daquela forma. Não demorou muito para que ele e alguns policiais aparecessem no circo, com papéis em mãos e muitas palavras feias. Jack se lembrava exatamente do momento mais horripilante de sua vida: ele estava treinando um novo número, utilizando um guarda chuvas em uma mão,  para manter o equilíbrio enquanto fazia brincadeirinhas na corda bamba, quando viu a cara feia de  James Frogoldians entrar no circo e ir falar diretamente com Albert. Sentiu um frio terrível tomar o seu corpo e congelar as suas pernas. Enquanto os adultos discutiam o futuro de Jack, o garoto entrava em queda livre... Mas, por um momento, sentiu um desejo de que a rede não o segurasse contra a gravidade.

    [...]

    Desde aquele dia, tem vivido em um orfanato na cidade. Não era algo definitivo, Albert disse na última visita que fizera, mas ele tinha de ficar lá até que o homem conseguisse resolver  a documentação do garoto e comprovar que ele estudava de forma regular, ainda que em uma escola diferente a cada temporada. Além daquela vida monótona do orfanato, Jack havia começado a frequentar uma das escolas da cidadezinha, vendo mais coisas “mágicas” lá, do que imaginara. Até o “tio” da biblioteca era esquisito, com orelhas de coelho tão grandes que, por vezes, tocava a mesa do computador onde ele trabalhava.

    [...]

    Naquela noite, acordara de um pesadelo terrível, com o corpo cheio de suor e uma sensação de imensidão em sua barriga. Sonhou que o circo havia partido sem ele e que ele seria obrigado a viver ali até ser maior de idade. Aquilo era medonho, na mente do guri, o fazendo perder o sono. Enquanto tentava dormir novamente, ouviu o latido de Winter no jardim. Era um latido inconfundível, principalmente pela urgência que ele apresentava. Ao olhar pela janela, veria o cachorro correndo de um lado para o outro, em volta de uma árvore que brilhava feito ouro. Assim que percebeu o olhar do menino, o cachorro passou por uma fenda na árvore, que era muito pequena, para qualquer animal maior que um rato passar.

    Era tarde e o toque de recolher não permitia que ninguém saísse pela entrada principal do orfanato.



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    Mensagem por Kif Qua 17 maio 2017 - 7:56



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    Narração -  Jack (Edwin)

     


    Celtic Harp, o nome parecia estranho para Jack, o clima não era dos piores apesar do garoto preferir lugares mais frios, ficou surpreso com a facilidade com a qual acharam um locar para montar as tendas e equipamentos, geralmente aquela tarefa era um pouco demorada e cansativa; já havia visto o processo inúmeras vezes ao longo dos anos, mas toda vez que a montagem terminava ele sentia uma grande ansiedade,ansiedade por ver as pessoas com a cara de espanto de quem acabou de ver algo “mágico”, estava ansioso para se apresentar e para participar mais uma vez da atividade que mais lhe dava prazer, talvez fosse por isso que treinava com tanto afinco, não sentia mais liberdade ou gosto em estar vivo – mesmo não compreendendo isso ainda – quando estava andando sobre a corda, talvez a criação de Jack seja a prova de sua sorte, e muito provavelmente também foi a origem de seu azar.
    Quando subia na corda bamba o menino esquecia – mesmo que apenas por poucos segundos – as pessoas o observando e se concentrava na sua tarefa, anda e realizava seus movimentos de forma quase automática e correndo mais riscos do que o necessário, adorava o frio na barriga e o perigo involuntariamente, de forma que quase não percebia que tomava tais atitudes.
     
     Os “episódios” começavam a preocupar levemente o garoto, não acreditava estar louco, mas também não poderia, nem conseguiria explicar oque estava acontecendo, na ultima escola onde estudou uma professora ranzinza que ensinava ciências começava a explicar algum tipo de mudança no corpo que Jack não lembrava, durante aquela tediosa aula sonhava apenas em estar brincando do lado de fora, e não sabia se alguma dessas mudanças incluía pessoas estranhas com pele azul ou pernas de bode e lugares imaginários que apareciam em seu campo de visão e tão logo sumiam como miragens, e apesar do garoto não gostar de admitir começava a ter um pouco de medo disso.

     O medo parecia ser algo recorrente nos últimos dias e a forma que ele tomava agora era de um homem horrendo com uma cabeça de sapo e dois policiais que o levavam para longe do que ele considerava sua família, naquele momento o medo nunca poderia ter assumido pior forma. Só depois de alguns dias e algumas visitas de Albert o menino conseguiu reparar na pequena cidade de nome estranho, apesar do horrível sentimento de estar fora de seu lugar Jack ficava intrigado com o ar misterioso da cidade, passou a “abraçar” aquelas estranhas visões e sensações que tinha por serem as únicas coisas que ainda o ligavam a aquela atmosfera quase mágica em que estava acostumado a viver, passou a tentar ouvir os sussurros dos objetos que não deveriam ter vida  a observar com atenção as estranhas pessoas que surgiam e desapareciam do nada e apesar de ainda sentir uma gigantesca falta de estar junto do circo; aquilo pelo menos ajudava a aliviar um pouco suas preocupações.
     
     Levantou de uma vez ficando sentado na cama e pelo menos uma vez durante todo o tempo que esteve no orfanato ficou feliz de estar ainda naquele quarto frio, a realidade por pior que fosse para ele era melhor do que o sonho que acabara ter, após conseguir se acalmar deitou e tentou sem sucesso conseguir dormir, quando ouviu os latidos de Winter pulou da cama o mais rápido que pode e se dirigiu a janela, em meio ao que aconteceu estava realmente feliz por ainda ter seu amigo junto dele, ao ver a arvore que brilhava dourado tampou os olhos com as mãos, a luz tinha feito seus olhos doerem, quando se acostumou a olhar para aquela magnífica fonte de luz; por um momento não acreditou, achando ser apenas um sonho, mas quando o cachorro entrou na arvore sentiu uma mistura de medo e curiosidade, precisava chegar até a arvore antes que mais alguém visse a planta, ele pensa em uma forma de sair e não tinha muito tempo para fazer isso. Elaborou um plano por mais simples que fosse, tentaria achar um jeito de destrancar a janela, já tinha alguma experiência com trancas graças às vezes que teve que “retomar” alguma papelada ou equipamento que havia sido confiscado do circo, se não conseguisse teria que fazer do jeito difícil e sair do quarto a procura de uma saída que não a porta da frente.





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    Mensagem por Bastet Dom 21 maio 2017 - 21:38



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    Narração -  Jack (Edwin)

     
    A sensação do sonho ainda tomava o corpo do infante. O desespero ao perder o equilíbrio da corda; o medo ao ver o Sr. Cara de Sapo, junto com os policiais, entrando em seu ambiente seguro e fazendo todas as certezas que o menino tinha desmoronar; o desespero ao receber a notícia que Albert havia desistido de adotá-lo formalmente; e a decepção, ao saber que a caravana circense havia partido sem ele.  Era algo bem ruim... Mesmo que Jack soubesse não ser verdade, aquele frio na espinha se estendia até o estômago dele e o fazia doer, só de pensar na possibilidade de aquilo poder acontecer.

    [...]

    Esse sentimento não ajudou o menino, quando viu Winter correr para aquela luz ofuscante, que saía de dentro da árvore. Ver o único amigo que ainda possuía sair correndo sem ele e desaparecendo era algo que realmente abalara Jack, mas, obstinado como era, não deixaria o cachorro desaparecer assim. Ainda mais naquela situação, em uma árvore brilhante. Será que mais alguém via? Jack só havia visto aquilo em uma cidade que o circo parara, certa vez, no que chamavam de “círculo das fadas”. Os locais diziam ser marketing de um fazendeiro, mas Albert explicara para o menino que magia era real e que as pessoas deviam dar mais valor, pois, sem ela, o mundo seria triste e sem cor.

    [...]

    Sem conseguir controlar a sua curiosidade e o ímpeto de recuperar o amigo, Jack tenta destrancar a janela para sair. Acostumado com fechaduras comuns, o menino se enrolou com aquela, pois era antiga, gigante e enferrujada, sendo a técnica do grampo de cabelo impossível. Ao tentar forçar a janela, já um pouco irritado, acabou machucando a mão e sentindo que um filete de sangue quente começava a escorrer do corte, dificultando ele a fechar a mão.

    Antes que pudesse xingar, por não conseguir abrir e por se machucar, observou algo interessante, pela janela. Do lado de fora, podia ver o guarda que costumava tomar conta da porta andando em direção ao portão principal, que era na direção oposta ao jardim, onde se encontrava a árvore. Sem perder tempo, o menino pegou o chinelo e saiu correndo de forma silenciosa pelos corredores do orfanato, por sorte não esbarrando com nenhum adulto. Conseguiu sair antes do homem voltar e chegar na árvore.

    Jack se ajoelhara, observando a fenda na árvore, e parecia mesmo muito pequena para Winter ter passado ali... Mas, a medida que o menino aproximava a face, a fenda parecia maior e maior, além de a luz ficar cada vez mais ofuscante. Tão, mas tão dourada que deixou o menino tonto, o fazendo cair se desequilibrar em direção a ela.
    ....
    E cair
    ....
    E cair....


    A narração continua>AQUI<

    .::Tópico Pausado::.






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