Capital do maior reino humano de Erótika, Deningrad é considerada a cidade mais cosmopolita de todo o continente. Pessoas das mais diversas raças caminham pelas inúmeras ruas das cidade, ruas de piso solido, feitos com pedras vindas do reino dos anões. A arquitetura das casas é bela, muitas projetadas por exímios arquitetos élficos, com suas fachadas verdes, cobertas por plantas trepadeiras.
Mas como toda cidade, não é um local de igualdade. Existem os ricos, e existem os pobres.
Nas zonas mais afastadas, o belo piso de pedras está sujo, sujo da terra trazida pelos pés descalsos, sujo dos excrementos dos cavalos, sujo pela pobreza generalizada dos guetos. As casas aqui se amontoam, dividem-se em dois, três, viram residência para varias famílias. Não há um sistema de esgotos que funcione aqui, e a agua suja de fezes e urina escorre pelas laterais das ruas.
Aqui as pessoas não vivem, sobrevivem. O pouco que tem vai para o sustento próprio, mas a fome sempre está la. E para sobreviver, tem que se fazer de tudo um pouco.
Faz 6 meses que K’esh se mudou para a parte pobre de Deningrad. Acostumado a ver a pobreza pelos lugares por onde passou, logo se adaptou a vida do gueto. Fez amizades, desfez, roubou, vendeu. Agora mora num pequeno quarto de um cortiço, junto com mais 2 amigos, Jack Tabart e Mia Helion.
K’esh e Jack, após um roubo bem sucedido, estão dividindo o botim: 3 moedas de prata, 5 de cobre e 1 pequena gema preciosa. E um bilhete.
“Ei K’esh, voce realmente foi rápido desta vez! O cara já tinha sacado que eu tava so distraindo ele, mas voce vup! Catou a algibeira dele que nem um raio! Você é o cara, meu irmão! Pena que a Mia não estava la pra ver a gente!”, diz, fazendo um high-five.
Jack Tabart estava com sua faca na boca, sua bandana de caveira cobrindo seus curtos cabelos loiros. Vestia sua camisa branca, calça azul e luvas de couro que gostava tanto. Era sempre sorridente, mesmo quando tudo ia mal.