Itália - (Europa)

Ian observa suas próprias condições o colarinho em desalinho a camisa quase arruinada e as calças arruinadas... e conclui pelos ferimentos que eram mais contusões do que algo mais sério então o que ele estava precisando mesmo é de um bom descanso que seria arranjado no hotel e claro um bom banho quente.


Devo retornar ao meu hotel para recuperar-me e então partir pela manhã depois de um bom café, mas creio que meus amigos possam causar estranhezas as pessoas comuns. Diz vendo Victor principalmente.

- De fato, eu posso dar um jeito nisso, providenciando um disfarce ilusório para ele, não seria eficaz contra seres místicos, mas contra humanos comuns acho que serviria, realizar este feitiço a distância será deveras um desafio para mim, mas creio que consiga embora sera cansativo, então estamos decididos, você parte amanhã para sua nova e última missão, esperemos nossos aliados e assim poderei realizar o feitiço, felizmente estamos na madrugada e ninguém está presente.

Donovan Baine deu um destino para  Victor, ir até seu local de morada, lá ele poderia viver bem, o monge deu um pergaminho para ele com seu selo pessoal, assim as pessoas ali o deveriam receber sem desconfianças, Rose providenciou o disfarce ilusório para que Victor andasse no meio do povo, Ian teve de providenciar com os recursos que obtinha passagem de avião até a China, local onde Donovan morava.

De lá Victor teria que achar o lugar onde ficaria um tempo até que Donovan voltasse, tudo foi providenciado e acabou que todos estes eventos acabou por atrasar o professor que não pôde sair no tempo previsto, seu cansaço também o fez dormir até mais tarde, mas seus ferimentos estavam curados pelo menos, e assim o professor teve de partir com dois dias depois dos eventos na torre de Pizza.

Então foram até Roma, a viagem foi agradável, ver Donovan e Annita em outras vestimentas normais fez parecer o monge desengonçado, a garotinha nem tanto, ela já usava vestimentas típicas da maioria, chegaram a Roma e foram para um hotel, de lá preparavam seu próximo passo.

Donovan tinha a espada enorme que teve de ser disfarçada e enrolada em uma caixa grande, parecendo um instrumento musical, então os dois partiram para o Coliseu, Annita ficara no hotel desta vez, estava cansada da viagem e dos eventos recentes.

- Ali está meu caro amigo, o coliseu, nosso último passo, pelo que me disse o guerreiro aparece a meia noite, pode me dizer que horas são, e quanto tempo vamos esperar? Acho que entrar ali vai ser fácil, espero que não haja guardas no local, mas se houverem acho que serão poucos.

E Ian verificou que miraculosamente seu antigo relógio de bolso ainda estava intacto e funcionando depois de tudo aquilo os Deuses da Relojoaria deviam estar felizes esta noite... Bem são ... Olho o relógio.

Ao olhar para seu relógio Ian percebe que algo estava errado, os ponteiros estavam desgovernados...


A resposta para isso poderia ser complicado, ou os ataques que sofrera atingiram o objeto ou existia mesmo algo místico ali que estava perturbando o funcionamento do relógio.

Diante de Ian ter ficado calado um tempo Donovan se aproximou e viu a situação do objeto:

- Parece que não poderemos contar com ele, como acha que devemos proceder? Devemos nos separar e tentar entrar no coliseu por conta própria ou devemos permanecer juntos? Esperar lá dentro a aparição do guerreiro é mais sensato talvez...

O professor obviamente nota o estranho funcionamento de seu relógio e o guarda no bolso com ar de preocupação e responde o questionamento de Donavan. Sim. Creio que teremos que entrar assim mesmo. Sem o conhecimento do tempo, mas isso na verdade era o menor dos problemas. Creio que nos separa seria um erro, pois já foi demonstrado antes que certos desafios são extremos, mesmo com nossas capacidades. Diz indo para a grande construção.

Parecia por enquanto não haver ninguém ali, no entanto algumas grades fechavam o local, portão trancado, a hora da visita acabara faz tempo, luzes iluminavam o local e era possível que tivessem até mesmo algumas câmeras escondidas em locais estratégicos, Donovan olhava em volta e analisava o lugar.

- É possível entrar por aqui, saltamos nesta parede em declive, e nos equilibramos nela andando até certo ponto onde poderemos pular ali. - Apontou a fenda na parede. - Daí saltamos para dentro do coliseu sem problemas, acho que não é tão difícil assim, mas se cairmos a coisa fica feia.

Donovan ficou parado esperando a resposta de Ian, se ele tinha outro plano, ficou então com a mão no queixo esperando ver se ele mesmo tinha alguma iluminação para outro plano.

- Subindo na parede as grades não terão efeito sobre nós, Ian só quero pedir mais uma coisa antes de nos aventurarmos lá dentro, deixe-me lutar contra o guerreiro misterioso, você fez grande parte das tarefas, no entanto eu gostaria de ajudar mais, pois depois que pegarmos este artefato quem vai me ajudar é você, por isso me deixe atuar desta vez. Se existe mesmo um fantasma que desafia pessoas ali dentro eu iriei enfrentá-lo para você, mas gostaria que ficasse atento a nossa luta, se eu perder ache a fraqueza dele e o derrote.

Ian pensou em declinar da proposta de Donavan, mas também pensou que o mesmo queria provar algo ou seu valor e então por fim resignou-se em concordar. Veremos o que há lá dentro e o que nos reserva, mas se você quer começar o desafio por mim está bem, mas não hesite em pedir ajuda. Diz indo para fenda na parede ... Eu diria que é estranho não haver guardas, mas depois de ver o meu relógio e tudo que testemunhei... Não estranho mais nada.

Ian e Donovan então começaram sua empreita, o professor foi primeiro e subiu na parede em declive com perfeição, correu para pegar impulso e acabou se desequilibrando logo na parte mais acima quando estava prestes a saltar, ele escorregou e estava caindo, Donovan que estava logo atrás segurou seu braço evitando a queda do professor.

Ian viu uma câmera e com reflexo agiu rápido evitando que ele fosse visto enquanto quase caiu, mas seu pé atingiu a câmera e esta se inclinou virando um pouco, não foi na parte da lente, mas se algum guarda estivesse vendo no painel de vídeo poderia notar que ela se mexera um pouco, Ian estava em uma posição incomoda se segurando ao braço de Donovan.

Ele se impulsionou na parede e saltou para a parede ao lado que tinha um vão bem largo, era um das janelas abertas do coliseu, Donovan saltou quando Ian deu espaço para ele por lá, Ian notou outras câmeras no local e teriam de desviar delas, indo pelos cantos de beirais da parede os dois conseguiram evitar as câmeras e desceram até os corredores, faltava pouco para chegar ao centro da arena no coliseu.

Eles correram em um corredor extenso e fechado, escuro também, tiveram de descer uma escada, pois grades fechavam a passagem para o centro e não era possível pular devido a uma parede e teto, viram uma luz vinda de determinado ponto no corredor e ouviram passos, alguém estava se aproximando da região a sua frente... Donovan sussurrou:

- Droga!!! Aquela lá atrás foi por pouco, agora temos de fugir da vista de um suposto guarda, vamos não temos muito tempo vamos nos esconder, mas caso ele nos ache eu vou servir de isca e você continua a missão...

Teste:

Ian soube exatamente onde se esconder ele viu o guarda que passava e o via claramente: sonolento e entediado o que iria lhe ajudar nesta hora já que aproveitou um momento certo do bocejo dele e se esgueirou para um conveniente armário de limpeza próximo e com sorte o mesmo estava aberto...

Felizmente o local precisava periodicamente ser limpo e isso contribuiu para que existisse um armário de limpeza, Ian ficou lá e ouviu os passos se aproximarem, Donovan Baine se escondeu em baixo de uma escada de concreto que levava ao piso superior. O guarda parou bem perto do armário e olhou para ele desconfiado, deu um passo a frente e esticou a mão para abrir a porta, a luz da lanterna do guarda iluminou a porta do armário e Ian pôde ver pela fresta a iluminação e a sombra indo em sua direção, foi quando o rádio do guarda tocou e o chamou:

- Que foi Mateo? - Disse o guarda próximo a Ian.

Uma voz veio do seu transmissor de rádio, veio entrecortada e com som de aparelho velho:

- Da uma olhada na Câmera 5 FZZZZZZtzzz, pois ela ficou torta... Fzzzzzzztzz ...Apontando pro lado errado, arruma ela pra mim...

- Claro, claro afinal, meu salário é tão bom que faço qualquer coisa sem reclamar, tô indo, Mama Mia Que tédio!!!

O guarda virou para o corredor e foi embora sem verificar o armário, quando seus passos estavam longe e inaudíveis a dupla saiu de onde estavam.

- Essa foi por pouco, vamos, logo estaremos na arena.

Eles percorreram o corredor e logo acharam uma grade com portão que levava ao coliseu, Donovan a empurrou e estava aberta, assim eles saíram na arquibancada, lá embaixo estava a arena e uma coisa bastante estranha estava para acontecer, uma névoa descia do céu, estava bastante concentrada e caiu no meio da arena, os dois olhavam dos bancos para aquele fenômeno.

- Bem mais uma coisa estranha, só pode significar uma coisa, é o guerreiro, eu vou lutar contra ele Ian, se o ponteiro da bússola estiver com ele eu vou pegá-la... - Donovan descia devagar a escadaria com sua espada.

Talvez a luta não seja necessária, mas se for esteja em guarda e atento. Diz Ian seguindo Donovan.

A névoa se dissipou revelando um sujeito de armadura pesada, mas de corpo muito magro, ele retirou sua sabre da bainha e cravou ela no chão no meio da arena, e então foi retirando sua armadura peça a peça, se revelou ser uma pessoa cuja a possibilidade não havia passado pela cabeça de Donovan.


A garota sorriu, e uma risada fantasmagórica foi ecoada pela arena, como Donovan e Ian puderam notar, a garota não era humana, não mais pelo menos, a névoa a rodeava, ela parecia mesmo um fantasma, ela usava uma vestimenta escarlate e botas brancas, parecia uma rosa vermelha diante de um jardim com flores menores em volta.

Ela pegou de volta sua sabre quando Donovan pisou na arena:

- Fique aí Ian, eu vou falar com ela, pelo que enfrentamos até agora acho que não conseguirei evitar o combate, mas pode ser que os guardas nos achem ainda, fique de olho.

Ian olhou em volta e viu uma neblina densa em volta deles, somente a arena era vista, se um guarda aparecesse lá em cima na arquibancada não conseguiria ver nada do que ocorria na arena, mesmo porque a caminhada é longa, o Coliseu é enorme. Donovan estava perto da menina e tentou dialogar.

- Estamos aqui atrás do ponteiro da bússola mística, por favor pode nos dizer onde está? - Ele olhou para a pesada armadura no chão e imaginou se não estava ali entre as peças.

A mulher apenas apontou a sabre para Donovan, a sabre era cilíndrica na parte onde deveria ter lâmina como um angulo convexo, no entanto tinha uma ponta afiada que reluzia diante deles, a garota fez uma posição de combate e apenas sorria, o som da risada parecia ecoar por todo o coliseu como a voz de um fantasma. Era de se pensar se as pessoas comuns escutavam aquilo, porém mesmo assim não saberiam de onde vinha.

A garota avançou para lutar contra Donovan e por pouco o monge não conseguiu escapar, ele tirou sua espada também, agora seria uma luta de espadas, porém os estilos dos dois são totalmente diferentes.

- Parece que não tenho escolha, Ian terei de lutar, espero que o ponteiro esteja aqui.

O professor se afasta e vê que a aparição não iria desistir sem uma luta... Creio que vai ter que ser na marra. Mas estarei aqui se precisar de mim. Diz em resposta a Donovan, a verdade era que ele não tinha uma arma para realizar uma luta desse tipo e Donovan queria mostrar o seu valor então Ian vai observar.

A batalha entre Donovan Baine e a garota da sabre foi intensa, golpe a golpe a garota mostrava sua ferocidade, pelo estudo das civilizações antigas Ian pôde se vislumbrar que poderia existir alguém assim nos tempos em que Roma era palco de numerosas batalhas para entreter as pessoas, o Coliseu era um local histórico, mas uma lutadora esgrimista, parecia fora de contesto ali.

Estocadas cada vez mais ferozes contra Donovan até que a garota lhe feriu na perna, foi um golpe duro de receber, Donovan foi ferido, e o ferimento foi considerável, Ian então entendeu que por algum motivo, foi parte de sua estratégia, o monge usou sua espada para golpear ferozmente o dorso da moça sem dó. O corte pareceu cortá-la na diagonal nos seios.

Quase que o corpo foi partido em dois, Donovan cambaleou,sua estratégia havia lhe custado caro. Ele apoiou na espada, a garota tombou no chão, não havia sinal de sangue.

- Esta garota é um fantasma ou uma manifestação de tal, por isso não tive dó em atacá-la, eu percebi isso durante o combate, mas é uma lutadora formidável, pode até ser que seja a manifestação dos antigos guerreiros que um dia morreram aqui...

A frase de Donovan é interrompida pela risada fantasma que se deu, a garota se levantava como se nada tivesse acontecido, não existia mais o ferimento que Donovan provocou, porém a perna ferida do monge era um ferimento bem real e a luta continuou, e desta vez o monge estava em desvantagem pois a menina lutava como se recuperasse todas as forças. Na verdade não se notava sinal de cansaço nela, por outro lado Donovan não poderia lutar para sempre ali.

Teste:

Ian observa a situação e pondera a respeito e talvez isso fosse algum truque de ilusão ... Mas que diabos Joguei o sentir motivação e bem modéstia a parte o resultado foi bom.

Ian fica a observar os guerreiros, e chegou a pensar em uma ilusão e queria confirmar tal tese, se o fantasma fosse uma ilusão, alguém estaria provocando ela, uma chuva de estocadas foi lançada contra Donovan que esquivava majestosamente, algumas vezes ele bloqueava com sua espada, estava indo bem embora estivesse com a perna machucada, parecia que ia resistir ainda bastante tempo.

Ian notou que a sabre da menina emitia um brilho diferente, o corpo da mulher parecia translúcido as vezes, mas sua espada tinha algo diferente, quando a espada de Donova tocava a sabre da esgrimista o som era bem real, faíscas se soltavam uma da outra, Ian notou que a arma era real e mais até, aquilo não era uma ilusão, havia algo na sabre, a esgrimista era feroz, não dava tempo para Donovan descansar e continuava os ataques.

Donovan conseguiu cortar o braço esquerdo da garota, ela cambaleou e sorriu ao ver o golpe que para qualquer outro seria mortal, o monge afastou-se um pouco dela tentando recuperar um pouco do fôlego, a sabre reluziu pontiaguda como uma agulha, e o braço da menina ia voltando ao normal como se ela absorvesse a névoa ao seu redor, quando o braço voltou ao normal ela continuou os ataques.

A arma dela é mágica e fonte de seus poderes, desarme-a é o único jeito. Diz Ian.

- O que?! Então é esse o truque, muito bem então...

Donovan permaneceu focado na sabre da menina, porém era difícil golpear seu braço direito, parecia que ela o defendia muito bem, Donovam então não teve escolhe, preparou um plano para acabar de vez com o combate, a luta continuou por mais alguns minutos até que a esgrimista acertou o ombro de Donovan, a sabre varou a carne.

O monge gritou de dor mas conseguiu segurar o braço, com esta mesma mão fez com que a mão da garota arrancasse a sabre de seu ombro, sangue esguichou no chão, com o outro braço mesmo ferido cortou o braço dela que segurava a sabre. Tinha sido atingido de propósito para fazer este movimento, o que lhe custara caro pra vencer.

O corpo da jovem donzela desaparecia e desta vez de uma vez por todas, o monge pisou na sabre fazendo o braço preso a ela se desfazer, a sabre reluziu no chão, Donovan olhou para Ian, a luta tinha acabado.

- Este combate não foi fácil,mas acabou, vencemos, obrigado Ian...

Donovan se ajoelhou com uma perna e colocou a mão no sangramento, sua espada caiu no chão, ele estava ferido na perna e ombro, e a névoa desaparecia lentamente, mas não existia mais vozes fantasmagóricas nem o peso de existência obscuras no local, a armadura que a mulher havia posto no chão começava a se desfazer em tirinhas de cinzas.

- Ainda temos que achar o ponteiro da bússola não?

Sim e você precisa de um hospital e um médico o quanto antes. Era um adversário perigoso, mas você perseverou. Diz Ian olhando algo que chamasse a atenção. O sabre desapareceu também?

- Consegui, agora parece que somos um time completo, mesmo com estes ferimentos eu posso me mover só me dê alguns minutos, parece que a névoa esta indo, parece que não poderemos ficar aqui muito tempo ou vão nos achar, ainda tem aqueles guardas a espreita...

Ian nota que a sabre ainda estava no chão, ao contrário dos outros apetrechos ela ainda estava ali intocada, e ele já tinha ideias com respeito a ela. E o monge percebendo o olhar do professor mirando a arma ficou preocupado:

- O que foi? O que está pensando?