Constantinopla maio 1097

A noite passava e parecia que os ânimos iam se quebrando enquanto a espera se alongava. Zaniel senta com os soldados, aguardando a possibilidade de conseguir mais informações. Quando sente que pode fazer uma pergunta, dispara: - Quanto tempo leva para atravessar o estreito e chegar do outro lado? É preciso uma embarcação grande? Por isso estão esperando a chegada dos milaneses? - Ele poderia passar a noite ali sem esmorecer, contudo não seria o ideal. Se não pudesse avançar para o outro lado naquele momento, talvez fosse mais oportuno esperar o dia seguinte.

o soldado boceja e te responde
-aqui é umas 10 mil braças, coisa de 2 horas remando, mas os navios vem do continente, são peregrinos do ocidente, soldados

Escutou com atenção o que falou o soldado. Era muito longe para ele sozinho. Talvez com a chegada dos soldados conseguisse chegar ao outro lado, mas até que eles chegassem era inútil esperar ali. Só estaria dando oportunidades para boatos. Decidiu portanto, retornar ao convento e torcer que, no dia seguinte, os barcos de Milão já tivessem atracado.

Você volta até o convento pouco antes das Matinas
( horas canônicas) )

e encontra seus irmãos ja ressonando esperando o sino das igrejas próximas para começar a leitura dos textos sagrados

Chegou no convento já próximo ao horário das matinas. Na verdade, ele já estava lá, junto com os irmãos, esperando os sinos retumbarem. Sua cópia que vinha do porto dirigiu-se sem chamar atenção até seus aposentos. O Zaniel que estava com os irmãos, cochichou para um deles. - Que cabeça a minha, irmão! Esqueci meu breviário. Num instante estarei de volta. - Levantando-se, subiu aos aposentos, onde encontrou a si mesmo. Aquele que vinha do porto tocou com a mão direita na testa do que ficara no convento e ele se desmaterializou. Agora tinha o conhecimento compartilhado de ambos seus 'eus'. Trocou de túnica, com a que usava o Zaniel que ficara, para que as marcas das intempéries não o acusassem, e voltou para a capela. - Aqui está. Louvemos ao Senhor!

Off:

Depois das rezas teus irmãos são separados para os afazeres do dia
Alguns ficarão com Luke arrumando a pequena igreja e outros incluindo você são separados para pedirem esmolas nas ruas, e espalhar a notícia de que a ordem de vocês irá receber os peregrinos para a terra santa e descobrir mais sobre o que está acontecendo

Ao fim das matinas os irmãos foram separados. O costume era que fossem de dois em dois. Deveriam pedir e anunciar que a ordem acolheria os peregrinos. Zaniel olha para o irmão que iria consigo e diz: - Vamos para região do porto. A chuva ontem deve ter abatido os soldados e eles precisam também da consolação.

-Claro irmão, excelente

vocês chegam e está ocorrendo a troca da guarda, com a chuva fina é notável a cara de desânimo dos guardas

A chuva pelo jeito fora mais que o bastante para aniquilar os ânimos dos soldados. Talvez a demora dos milaneses tivesse piorado aquela situação. Chegando ao porto, a troca de guarda poderia talvez renovar as forças daqueles homens. Aproximando de um dos guardas que foram rendidos, Zaniel fala: - A esmola consola o coração de quem a dá com generosidade e enche de tesouros na vida que há de vir. Pode auxiliar-nos com algo? Por que estão tão abatidos teus companheiros? - Ainda que Zaniel falasse um pouco sem emoção, falava bem devido à escuta constante das escrituras. Ali tentava descobrir se de fato não chegaram os milaneses como eram esperados.

o soldado pega uma metade de uma moeda de cobre e te entrega nas mãos

-Frio e fome senhor, a umidade acaba com o ânimo de qualquer um (depois de uma pausa desconfortável) e os soldados cristãos não vieram senhor, nos prometeram soldados novos para defesa da cidade

Zaniel permanece impassível enquanto escuta o soldado dizendo que os reforços não vieram. Era de se esperar depois de tanta demora. - Talvez tiveram contratempos na viagem. Quando deveriam ter chegado? - Deixava que as informações também chegassem ao irmão que estava com ele. - O Bispo nos pediu irmos até o outro lado, depois do estreito, e cuidarmos das estradas que existem lá. Acho que o fato dos soldados não terem chegado também deveria nos abater. - Comentou. - Sabe o que devemos fazer para chegar ao outro lado? Como são as estradas que existem lá?

Off:

-Qualquer um dos pescadores pode te levar ao outro lado, mesmo os infieis tem medo de negar algo a um homem de Deus, o lado de lá é perigoso para viajar sozinho. Muitos grupos de muçulmanos andam por lá saqueando até mesmo o próprio povo.
(ele olha para o mar)
- Se tua viagem for necessária mesmo contrate alguns mercenários

O outro lado do estreito parecia um lugar difícil. Sem dúvidas era por isso que precisavam de casas de abrigo para os fiéis.  - Quanto custará alguns homens para nos acompanhar até lá? Não pode ir você mesmo conosco? - Talvez fosse cuidado demais, porém, Zaniel não queria que houvesse diversos boatos de diversas fontes sobre aquela ida. - Precisamos achar casas que possam servir de pousada segura para os viajantes que vão à Terra Santa. Mesmo diante dos perigos.

- Eu não posso abandonar meu posto, mas posso conseguir no mercado uma escolta de homens bons e fieis para vocês, acredito que com 5 ou 6 bons homens você possa circular por lá e procurar alguns lugares que são cuidados por cristãos locais.

você nota que o irmão ao seu lado está cheio de esperança e que ao mesmo tempo o soldado é bastante cético com relação ao futuro de vocês

O soldado com quem falavam não punha muita fé na empreitada dos irmãos. Estaria correto de toda forma. Se fossem ambos simplesmentes irmãos.  - Pois é o que faremos, meu irmão. Consiga-nos esses homens. - Acenou para o monge beneditino que estava com ele. - O Senhor há de providenciar o que seja necessário para cumprirmos nosso dever com o bispo. - E seguindo o soldado, Zaniel o tentava ajudar com o que fosse preciso para reunir os mercenários e os pescadores.

Volte no dia depois de amanhã, tenho algumas pessoas que eu posso conversar, arrumarei o necessário para a expedição dos senhores. Só preciso... bem... (ele esfrega os pés no chão encarando a ponta das botas)... de um adiantamento para as famílias senhor, temos que manter comida na mesa

- Dê a ele, irmão, a paga que lhe compete. - Pediu ao irmão que estava com as esmolas. - Diga-me duas coisas: onde lhe encontraremos depois de amanhã e que horas? E... Como é seu nome? Iremos rezar por vós e pela empreitada.

- Osman senhor, obrigado senhor, muito obrigado
ele coloca rápido as moedas no bolso e segue seus afazeres

- Irmão, vá contar aos superiores a novidade que temos. Eu pedirei mais esmolas para compensar o dinheiro que usamos aqui. - Zaniel despedia o irmão a fim de manter-se só. Queria ainda hoje ir no outro lado e verificar as terras que iriam aportar dias depois. Assim que o irmão se fosse, ele encontraria um lugar onde ninguém lhe visse para que se duplicasse. Assim, um Zaniel estaria pedindo esmolas e o outro encontraria um pescador disposto a levá-lo ao outro lado.

Voce se esconde em um beco das muralhas antigas da cidade e faz sua duplicação, e procura um barco que te leve.

o barqueiro recebendo algumas moedas rema junto ao filho e vai te mostrar as muralhas de Gálata do outro lado do que ele chama de chifre dourado, um pequeno braço de mar ao norte e à leste Uskudar uma cidade quase do tamanho de constantinopla, segundo o barqueiro uma cidade de judeus, cristãos ortodoxos, curdos, árabes e bérberes.
seguindo pelo litoral sul de Uskudar vocês seguem por um mar mais aberto, cheio de barcos pesqueiros e ele te indica, que ao sul depois de 6 grandes ilhas com vilarejos de pescadores você chegará em um praia com tamareiras gigantes, alí é o continente que faz uma barriga, antes do mar que os levaria a terra santa. Neste primeiro braço de terra que ele chama de Asia existem grandes cidades como Konia, Ankara, Bursa e Izmir (estas duas últimas próximas do litoral). A peregrinação dali levaria cerca de 10 ou 15 dias pelos oasis bosques e desertos. Ou apenas 4 ou 5 dias com navios. Porém existe um bloqueio naval abaixo do continente do que ele chama de piratas Seljúcidas.